" Me he dado cuenta que tenerte
Es mucho mas que tener suerte
Y pienso y me convenzo
Que aunque este amor parezca ciego
Es tan real que ya no existe el miedo..."

Nunca tinha imaginado que pudesse ser pega numa situação como aquela e não teve coragem de encará-lo, por isso virou o rosto e levou a mão à face e suspirou fundo, como se assim pudesse criar coragem para encarar a situação.

Vendo que ela estava envergonha Rafael se adiantou e disse:

_ Armando, desculpa meu irmão, mas não podíamos mais esconder.

_ Que tocante, mas não quero ouvir isso de você e sim dela! Afinal é com ela meu compromisso. Quanto a você meu irmão, não me surpreende afinal já te conheço, mas não quero falar com você e sim com a Helena!

_ Tudo o que tiver que falar, eu também tenho que ouvir afinal de alguma maneira eu também te enganei.

Ele gesticulou em negativa.

_ E com ela que quero falar!

_ Por favor, Rafael me deixa falar com o Armando.

Helena queria poder fugir , mas não podia! Por isso deixou de lado sua covardia e o encarou naquele momento, apesar de sua insegurança. Ela olhou para Rafael que permaneceria parado olhando para ela algo então ele assentiu concordando e saiu deixando-os a sós

Assim que o irmão saiu Armando atacou.

_ Quando você pretendia me dizer?

_ Desculpa Armando, eu não planejei nada disso, tudo aconteceu tão rápido.

_ Por favor, Helena não me tome por idiota! Pensa que não sei que vocês estiveram juntos desde antes da morte do meu pai.

Ela o encarou sentindo-se nervosa e não tinha como se defender.

_ E verdade, você esta certo!

Armando riu com cinismo.

_ Então você enganava meu pai com o Rafael! A mulher que eu defendi tantas vezes do meu irmão, na verdade era tudo o que ele dizia. Uma mulher leviana!

_ Não! Por favor, isso não. Eu posso ter enganado teu pai, eu confesso, mas jamais fiz isso por outro motivo que não fosse o amor que sinto pelo Rafael.

Ela olhava para Armando e pela primeira vez viu outra face naquele homem que tantas vezes foi tão atencioso, mas agora ele estava tenso e parecia um tanto fora de si. Quando ele levou a mão à cabeça num gesto de nervosismo ela ficou nervosa e então tentou acalmá-lo e segurou em seu braço, mas o que ganhou dele foi um empurrão.

_ Não me toca!

_ Eu sei que pedir desculpa não vai ajudar, mas...

_ Você mentiu Helena! Você me fez acreditar que a gente podia tentar, mas o que vi agora foi você nos braços do meu irmão... E não digo só isso, quase que na cama!

_ Eu disse a você que deveríamos ir com calma...

_ Calma? Como você acha que me sentia Helena? Droga, eu te quero demais! Você sabe o que é isso?

_ Armando, eu...

Quando ela sentiu a mão dele sobre seu ombro pressionando-a compreendeu a real dimensão dos fatos.

_ Tudo o que o Rafael disse de você é verdade? Você só se casou com nosso pai por causa do dinheiro? Então todo esse tempo ele estava certo e você é uma golpista?

_ Não! Não é nada disso...

_ Na verdade isso já não me interessa mais!

Armando parecia outro homem tão diferente do que ela conhecia e começou a senti medo do que ele pudesse fazer, pois já não era o mesmo com quem estava habituada a conviver. Como ele era muito maior que ela rapidamente a pressionou contra a parede e ela nada pode fazer a não ser tentar se esquivar, mas não obteve êxito.

_ Por favor, Armando você esta me assustando!

_ Por quê? Minutos atrás você e meu irmão pareciam não ligar para nada... Então qual a diferença agora?

A diferença era que com Rafael ela amava e ansiava por aquela entrega, mas Aramando não! Ele fazia com ela recordasse daqueles momentos horríveis ao lado de Antonio e o pânico lhe sobreveio e ela começou a empurrá-lo, mas ele simplesmente empurrou seu corpo em direção a cama e pressionou a mão sobre seus lábios.

Não! Outra vez aquilo não!

_ Você não sabe o quanto ansiava por isso!

As mãos dele pressionavam em busca do cinto de seu roupão e notando o que ele pretendia Helena se desesperou e pôs-se a lutar contra ele, mas ele parecia absorvido por aquela obsessão e não ligou para o que ela sentia.

Não queria novamente viver aquilo! Por isso um desespero se apossou dela e lagrimas rolaram em sua face, mas era devido ao temor do que ele pretendia fazer. Desesperada e sem chances de sair dali usou a única coisa que lhe restava , então no momento em que ele tentava lhe beijar ela mordeu os lábios dele com força e ao sentir a dor ele gritou e rapidamente ela conseguiu escapar e gritou por auxilio.

No espaço de minutos Rafael adentrou no espaço e afastou o irmão de cima dela.

E olhava para o irmão sem acreditar no que ele pretendia fazer. Mas graças que ele precisou voltar porque tinha se esquecido de sua chave.

_ Você enlouqueceu Armando?

De fato ele parecia transtornado e totalmente tomado de uma fúria.

_ Enlouqueci com vocês! Minha vontade é de dissipar toda essa raiva, mas talvez deva agradecer a você por ter vindo antes que tivesse feito uma loucura.

Rafael se aproximou de Helena e ela procurou refugio em seus braços. Vendo aquela cena Armando percebeu que estava sendo demais ali e que realmente talvez o que precisasse era espairecer.

_ Acho que estou sobrando aqui!

_ Sinto muito meu irmão, mas eu não pretendo desistir do que sinto pela Helena.

_ Quer saber? Vocês se merecem!

Dizendo tais palavras ele se retirou do quarto ou talvez não aguentasse por muito tempo. Vendo que Armando tinha saído, Rafael agradeceu em pensamentos, pois não conseguia imaginar uma situação onde tivesse que brigar com seu irmão. Eles sempre foram unidos desde a infância e sempre que discutiam não tardavam a fazer as pazes, talvez nessa situação fosse diferente, mas não estava disposto a ceder e perder o único amor de sua vida.

Vendo que Helena tremia ele segurou firme em suas mãos e perguntou:

_ Você está bem, meu amor?

Helena apenas assentiu, mas queria muito se sentir protegida por isso procurou conforto nos braços de Rafael que a abraçou com carinho. Ela precisava daquilo para constatar que todo aquele pesadelo havia acabado.

_ Tudo bem. Obrigada por você esta aqui... _ sentindo que as lágrimas ameaçavam cair ela rapidamente as afastou e olhou para Rafael _ Por um segundo eu me senti voltando àquele pesadelo que vivi com o Antonio...

_ Que você viveu com meu pai?

Percebendo que tinha deixado aquele pequeno segredo escapar ela o fitou por alguns segundos e logo entendeu que não teria como esconder aquela realidade.

_ O que aconteceu durante seu casamento com meu pai?

_ Não é segredo pra você que eu não o amava...

_ Isso eu já imaginava.

Ela assentiu e pegou na mão dele levando em direção a poltrona.

_ Por favor, sente, ou eu não vou consegui contar essas coisas assim.

Rafael sentou e olhou fixamente em seu rosto, como quem aguarda ansioso por algo então Helena percebeu sua aflição em conhecer as coisas relacionadas ao seu passado.

_ Durante muito tempo você me acusou de ser a amante de teu pai...

Sim ele recordava com exatidão das vezes que pensou isso. Por algum tempo tentou apagar aquilo da mente, mas esse era seu combustível para realizar aquela vingança e durante muito tempo a odiou par causa disso. Sentiu alivio quando finalmente decidiu deixar essas coisas no passado e agora ela voltava a esse tema.

_ A mulher com quem o Antonio traiu a tua mãe, nunca fui eu!

Helena percebeu o impacto que aquelas palavras causaram a ele, mas ela continuou.

_ Na verdade, era minha mãe. A Maura foi a mulher que infernizou a vida da tua mãe durante muito tempo!

Lentamente ela começou a relatar todas as verdades ocultas durante muito tempo. Enquanto relatava os fatos ele a ouvia com atenção e em sua face ficava evidente o remorso e a culpa por tê-la acusado quando na realidade era inocente.

_ Por que você nunca me contou isso?

Ela riu duvidando que ele fosse crer em sua historia.

_ E você acreditaria?

Realmente ele não creria nela. Durante muito tempo ficou cego por aquele ressentimento e acabou descontando tudo sobre a mulher que verdadeiramente amou.

_ Eu fui um idiota!

_ Devo dizer que foi!

A mão dele ofegou-lhe a face com carinho.

_ O que eu posso fazer para apagar todo esse sofrimento na sua vida?

_ Não sei... Talvez me amar muito?

Rafael a trouxe em direção a ele e segurou suas mãos entre as suas e fez com que ela o fitasse nos olhos para ter certeza de tudo o que ele iria dizer.

_ Eu prometo que enquanto eu viver vou fazer de tudo pra fazer você feliz, meu amor! Prometo me esforçar ao máximo para que você esqueça os momentos de tristeza ao lado do meu pai.

Aquelas palavras tiveram o poder de fazer com que ela se emocionasse demais, pois durante muito tempo tudo o que desejou foi viver esse grande amor que todos falavam e hoje a vida tinha lhe agraciado com esse presente. Como não se sentir feliz?

_ Obrigada.

Ela o beijou pressionando seus lábios contra o dele com força e o abraçou apertado, como se assim pudesse passar para ele tudo o que estava se passando dentro dela.

_ Ainda não acabei.

_ Não?

Ele gesticulou em negativa então retirou do bolso um anel e estendeu em direção a ela.

Não era possível que estivesse sonhando acordada! Por tanto tempo desejou aquilo e agora tudo estava acontecendo. Queria poder gritar de tanta alegria, pois a felicidade era tanta então levou as duas mãos aos lábios, mas não pode ocultar o enorme sorriso que havia se formado em seu rosto.

_ Eu comprei esse anel naquele dia em que estivemos em Ericeira , mas estava cego demais pra demonstrar o que realmente sentia . Apesar de tudo , eu guardei esse anel e hoje posso dar a você e te perguntar se você aceita ser minha esposa?

_ Você merecia um castigo por isso!!

Claro que a resposta era obvia em seu rosto, mas ela pretendia castigá-lo de outra maneira, Rafael percebeu de imediato e riu travesso.

_ Pode me castigar amor, o quanto você quiser!

Ele a beijou com extremo amor e paixão, tentando apagar todos aqueles anos de afastamento entre os dois. Queria demonstrar que a partir daquele dia tudo seria completamente diferente. Todo o ódio e todo o rancor já não existiam mais! Agora tudo aquilo tinha dado espaço a um sentimento muito grande que sufocava seu peito de tal maneira que queria poder gritar!

***