Minha visão ainda estava precária... me apoiei em meu braço tentando me levantar... Quando minha visão retornou eu vi os seguranças algemando o criminoso que estava com a cara toda arrebentada e Charles conversando com Fritz que estava sentado em uma cadeira ainda abalado por quase matar o ator.

— Fritz você fez o certo, se ele pegasse o Carlos ele poderia mata-lo. — Falou Charles. Um carro parou em frente á Fredbear’s, era um carro bem antigo e bem cuidado. Três pessoas desceram e entraram pela porta da frente fazendo um enorme barulho...

— Charles!!! — O homem do meio gritou, usava um terno de aparência clássica com um relógio de bolso que parecia ser de ouro em seu colete. Seus cabelos eram grisalhos e ele aparentava ter uns 60 anos ou mais.

Charles se virou e foi andando devagar em direção à ele...

— Olá papai... — Falou Charles com uma voz baixa.

— Papai? Eu te dou o restaurante para você cuidar e tudo o que você me recompensou foram despesas e acidentes. Eu estava em casa tomando uma xícara de chá quando minha secretária ligou e me avisou que o seu segurança se descontrolou e quase matou o ator. Olhe para ele! Parece que está delirando sentado na cadeira, é um louco.

— Fritz não é um louco, ele é uma pessoa boa e está assim porque ele protegeu aquela criança... — Eu fui até o pai de Charles e falei:

— Ele estava mexendo nos animatrônics, e por isso ele tentou me pegar. — Falei. Fritz levantou sua cabeça e olhou para mim e retornou o olhar para o ator que estava cuspindo sangue no chão.

O pai de Charles olhou para mim, olhou para Charles e falou colocando a mão sobre seu ombro:

— Pelo menos o caso do acidente foi resolvido, eu vou terminar isso, mas a próxima vez que acontecer algo relacionado a esse lugar meu filho, você não será mais o dono de nenhum dos estabelecimentos da Fazbear’s Entertainment... — Ele saiu com seu motorista e talvez a sua secretária e foram embora.

A polícia chegou e o que parecia o policial chefe saiu do carro e mandou os outros levarem o ator para a viatura.

— Meu filho vem aqui praticamente todos os dias senhor Fazbear, ele gosta muito desse lugar e acho que ele vai ficar mais feliz ainda por saber que o estabelecimento não vai fechar. — Falou o policial chefe.

— Obrigado policial, é bom saber que nem todos me odeiam. — Falou Charles.

— Já que pegamos o cara, continuaremos a investigação, mas pelo menos o local não poderá ser fechado e o senhor não será preso. — Os policiais foram embora e Charles entrou no restaurante:

— Vá Fritz, você merece um pouco de descanso depois dessa noite longa... Amanhã você pode chegar mais tarde. Fritz ficou em pé e ainda abalado foi indo até a saída... Eu estava do lado de fora observando a rua e então eu o vi. Não tinha expressão nenhuma em seu rosto, ele não estava nem triste nem furioso.

— Obrigado... — O abracei e ele também me abraçou. E depois foi até seu carro e dirigiu para sua casa.

— Vou e levar para casa Carlos, mas deixe amanhecer só faltam alguns minutos, pois a rua é escura. — Dormi na cadeira de cansaço e quando acordei já estava de manhã e as pessoas andando nas ruas.

— Você tem que se levantar... — Falou o Plushbear.

— Você já pode sair, mas tem que se apressar... — Levantei e fui até o lado de fora, Charles estava ligando o carro e tinha um garoto brincando com uma pelúcia.

— Onde está sua pelúcia? — Perguntou ele. — O meu é o SpringBonnie. Um pai disse que tenho que ter cuidado com o brinquedo ou a pelúcia vai arrancar meu dedo, é uma armadilha de dedo ele disse. — Não entendi o que ele disse, talvez pelo fato de que a pelúcia tenha dentes muito duros e perigosos. Não sei.

Uma menina conhecida minha parou em frente à pizzaria e foi até mim:

— É melhor ficar atento! Ouvi que eles ganham vida à noite... E se você morrer, eles escondem seu corpo e não contam a ninguém. Por que você está preocupado? Te vejo na festa! Hahahaha. — Festa? Que festa? E como assim eles ganham vida à noite? Também não entendi que ela falou.

— Venha! — Entrei no carro e fomos até minha casa, ao chegar já tinham crianças brincando na rua. Desci do carro e um garoto que estava sentado na calçada começou a rir de mim.

— Você não é o garoto que sempre se esconde debaixo da mesa e grita? Hahaha ninguém tem medo! E por que você tem? Pare de ser um bebê. — Charles olhou feio para ele e falou para entrarmos, entramos e minha mãe me abraçou:

— Onde você estava? O que aconteceu? — Charles se aproximou e pediu para conversarem a sós e foi o que ela fez. Plushbear apareceu no sofá... Resolvi ir para o meu quarto descansar, mas o estranho foi perceber que meu irmão não estava em casa. Antes de ir para meu quarto Plushbear falou com uma voz misteriosa:

— Seja cuidadoso... — Fui até meu quarto e Plushbear apareceu na minha cama me seguindo como sempre. Ao entrar e pronto a me deitar, Henry saiu debaixo da cama com sua máscara de Foxy que sempre me causava medo e por isso mais um susto.

— Hahahaha, esse foi muito bom! — Falou meu irmão. Eu dei um grito alto e comecei a chorar mais do que a última vez, ele não sabia o mal que estava fazendo comigo.

— Amanhã é um outro dia... — Fiquei triste por ele ter feito isso, acreditava que ele poderia mudar, mas pelo visto ele nunca vai mudar o seu jeito. Charles e mina mãe vieram até o quarto e me viram derramando lágrimas enquanto ele caia na gargalhada.

— Essa é a última vez! — Charles se despediu e foi embora, minha mãe puxou Henry para o quarto e trancou a porta. Só ouvia ela gritar brigando com ele...

— Anime-se... Seu aniversário está perto. — Aí que eu lembrei do meu aniversário, será que é por isso que todo mundo está falando de uma festa? Será que é para mim? Talvez, mas no momento estava preocupado com outra coisa...