Marauder's Love escrita por Sunshine


Capítulo 5
Capítulo Quatro — Tirando satisfações




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No dia seguinte, Remus resolveu conversar com Sirius sobre o que Megan tinha falado com ele na noite anterior. Apenas duas coisas atrapalhavam o garoto: James e sua incapacidade de guardar segredos e Sirius cabeça-dura. Ele teria que encontrar uma desculpa muito bem feita para despistar o amigo sem levantar suspeitas, e precisaria usar argumentos planejados para que o outro amigo não o enrolasse ou respondesse coisas sem nexo.

Os Marotos andavam pelos corredores de Hogwarts para que aquela longa tarde de domingo passasse mais rápido, James e Sirius bolavam mais uma pegadinha para fazerem com Filch e Remus só concordava ou falava que eles estavam indo longe demais com uma coisa ou outra.

– Eu não quero falar do Amus, Marlene! – exclamou Lilian irritada, passando na frente dos Marotos, ao lado de sua melhor amiga, Marlene Mckinnon, uma loira com os cabelos até um pouco abaixo da linha da cintura e de olhos castanhos que um dia fora mais uma das peguetes de Sirius – Ele é um idiota, não me faça mais perguntas. – murmurou ela enquanto se afastavam.

James rapidamente as seguiu, provavelmente bolava um plano para se aproximar de Lilian, mesmo contra a vontade da garota. Antes que Sirius pudesse segui-lo, Remus o segurou pelo colarinho da camiseta: - Ei! O que aconteceu? Não vai me levar para um cantinho não é? Você sabe, eu gosto de garotas, e você também. E de uma menina em particular.

– Só quero te fazer uma pergunta – respondeu o loiro revirando os olhos.

– E precisava esperar James ir igual a um cachorro esfomeado atrás da Lily para me fazer essa pergunta? Estou...

– Era você o cara que salvou a Morgana? – perguntou Remus, cortando-o no meio de sua frase. Sirius engasgou com a própria saliva e arregalou os olhos mexendo a boca sem conseguir proferir nenhuma palavra – É, foi você mesmo.

– Do que está falando Aluado? Eu não encontrei a Morgana ontem em Hogsmeade e, porque eu a salvaria? Por mim ela poderia ter sido pega por aqueles comensais, eu não ligo.

Remus revirou os olhos, cansado: - Por Merlin Almofadinhas, você sabe do que eu estou falando. E você a salvaria sim, seu lado grifinório inconsequente não a deixaria em apuros. Você, Sirius Black, depois de ter dezenas de garotas aos seus pés, está começando a virar gente e dar bola apenas para uma?

Sirius fingiu indiferença: - Dane-se meu lado “grifinório inconsequente” – resmungou – E eu... Como assim “virar gente”? Claro que eu sempre tive várias garotas aos meus pés, eu sou Sirius Black, o Maroto, o garoto mais gato de Hogwarts, e você também tem várias garotas suspirando por você pelos corredores.

– Você está desviando o foco e ainda não me respondeu. – retrucou Remus fingindo não ouvir a última frase – Tudo bem, você não é o tal “cara mascarado de olho cinza” que salvou a Morgana e que ela agora está suspirando...

– Ela está? – perguntou Sirius se arrependendo imediatamente de ter aberto a boca “Quando é pra calar a boca, você não cala, animal” se repreendeu “Provavelmente foi por causa do beijo” pensou deixando sua mente vagar aos finos e gélidos lábios de Morgana e do selinho (bem demorado até) que eles tinham dado aquela tarde em Hogsmeade.

Ele não gostava de Morgana, não podia gostar dela; a garota era uma Malfoy e, apesar de suas famílias serem até que próximas Sirius não era um Black “comum” – motivo de desonra para o sangue, de acordo com sua mãe, a querida tia de Morgana – e era muito egocêntrico para admitir que nutria sentimentos diferentes em relação a garota dos cabelos brancos.

– VOCÊ O QUÊ?! – gritou uma conhecida voz feminina, tirando-o de seus devaneios, que vinha da porta ao lado. Ele tocou a mão na fria maçaneta de metal e estava prestes a abri-la quando Remus segurou a porta com a mão, fingindo se apoiar e sorrindo de maneira maliciosa e descontraída.

– Então? Você ainda não me respondeu. – comentou como se fosse mais uma conversa casual de “quem vai ser o alvo de nossas pegadinhas de hoje?”. Sirius cerrou os punhos, socando a parede e se arrependendo profundamente disso segundos depois, olhando com raiva para o amigo, que ainda lhe lançava um olhar acusativo, e suspirou vencido – Então? – voltou a perguntar Remus com uma sobrancelha erguida.

– Tá bom, fui eu. Eu salvei a Malfoy do ataque dos comensais. Eu a levei para aquele prédio abandonado perto do Cabeça de Javali. E eu a beijei também e...

– VOCÊ BEIJOU A MORGANA MALFOY? – gritou ele sem acreditar no que acabara de ouvir. Sirius socara novamente a parede e, daquela vez, quis sumir ou, simplesmente, bater a cabeça na maçaneta e acordar em sua cama, como se aquilo fosse apenas um terrível pesadelo. – Puta que pariu Sirius, você beijou a... Porra...

– Cala a boca idiota – resmungou Sirius empurrando-o com as bochechas começando a ficarem vermelhas – Quer que o mundo escute isso? Caralho.

Remus soltou uma risada: - Depois de longos cinco anos ouvindo você falando que a odiava... Que não a suportava... Que queria que ela fosse para o inferno e coisas piores... Você vem e me fala que beijo a Morgana Malfoy?

– Mas eu a odeio! – retrucou Sirius em resposta, com, novamente, a vontade de bater a cabeça na parede o atingindo – E, foi ela que me beijou. E nem foi aquele beijo, beijo, foi só um beijo, um selinho. Além do mais, foi ela que me beijou, e não o contrário... – ele tentou contornar, mas era difícil negar, ele não tinha feito nada para impedi-la e o pior, ele gostara do beijo e dos poucos segundos que passaram.

– Você não a odeia de verdade – comentou Remus ainda em choque com o que ele tinha acabado de ouvir – Megan me disse que o ódio e o amor andam de mãos dadas e essa coisa de ditado trouxa, vocês parecem... Sei lá, Romeu e Julieta do livro que ela está lendo e... – Sirius lhe lançou um olhar malicioso e Remus se arrependeu de dizer o que tinha dito.

Tudo que ele falava, tinha que ter algo em referencia à Megan. Sempre.

Sirius soltou uma gargalhada histérica, feliz em saber que ele não era o único apaixonado... Não, ele não estava apaixonado... O que ele estava pensando? Sirius Black odeia Morgana Malfoy e é assim que deve ser.

– Tem um lobisomem apaixonado entre nós. – comentou dando tapinhas amigáveis no ombro do amigo, fazendo-o fazer uma careta de desgosto aparecer no rosto de Remus. – Ela também gosta de você meu caro amigo. Toda Hogwarts sabe disso. E a Meggy é uma garota incrível, não vai se afastar de você ou coisa do tipo se descobrir desse seu “probleminha peludo”.

– É impressionante como vocês fazem parecer não ser tão horrível. – sussurrou Remus consigo mesmo com um leve sorriso se formando em seus lábios.

Os amigos o tinham aceitado como ele era, faziam piadas sobre seu “probleminha peludo” e até tinham se tornado animagos para ajuda-lo... Mas Megan era diferente, ela era mais do que sua amiga; ele confiava sua vida a ela e ele sabia que ela também, e não podia se confiar a vida em alguém que pode acabar com ela em poucos segundos em uma lua cheia.

Sirius abrira a boca para falar, quando foi interrompido por umas risadinhas e uma voz conhecida falando: - Eu não sei o que me deu. Eu só... Ergui o cachecol e dei um beijo nele. Não foi um beijo, sabe? Foi mais um selinho, mas mesmo assim. Ele não recuou como eu pensei que faria.

– É a...? – perguntou Sirius já sabendo da resposta sem conseguir evitar com que um sorriso bobo se formasse em seu rosto. Então ela também se lembrava e, assim como ele, gostara do que fizera. Antes que Remus pudesse impedi-lo novamente de abrir a porta, o moreno já tinha o feito, revelando as duas garotas sentadas nas mesas da sala de aula vazia.

– E-eu... Sim, eu gosto do Remus.

(...)

Dentro da sala, Morgana esperava ansiosamente por Megan, que apareceu alguns minutos depois do combinado. A sonserina a recebeu com um sorriso gigante de “Se prepare para minhas perguntas” e Megan deu um risada nervosa, fechando a porta atrás de si silenciosamente e se sentou em uma das mesas, encarando a sonserina.

─ Pode me contar tudo agora, Megan Figg. ─ a sonserina tentou parecer séria mas uma risada animada saiu de seus lábios. Com Megan era assim, Morgana só conseguia ser ela mesma, sem ser Morgana Malfoy. Só Morgana.

─ Oi pra você também, querida amiga. ─ Megan desconversou acompanhando a risada da sonserina e sentiu seu rosto esquentar com a forma direta da amiga. Não estava pronta para explicações ainda.

─ Oi. ─ Morgana abriu um sorriso angelical que a sonserina conseguia fazer extremamente bem, assim como diversas outras feições. Megan se perguntava se ela treinava na frente do espelho ou alguma coisa, era completamente natural, naquele momento, quase podia ouvir os anjos cantando pelo sorriso de santa. ─ Agora conta. ─ a loira riu baixinho, apoiando os cotovelos nos joelhos e o rosto nas mãos prestando completa atenção nas feições e nas palavras de Megan, Morgana sabia muito bem como as feições de Megan a entregavam as vezes.

A morena sorriu, colocando uma mecha atrás da orelha e encolheu os ombros, tentando parecer o mais desentendida possível e rezou para que suas capacidades disso fossem boas apesar de saber que não adiantava mentir para Morgana, ela sempre saberia a verdade.

Morgana ergueu uma sobrancelha, abrindo um sorriso malicioso e safado para a amiga como se dissesse apenas com o olhar: Vou ter que citar?

─ Você e o Remus. Não adianta enrolar, eu vi vocês dois. Ôh, se vi. Ele tava praticamente te comendo! ─ Megan arregalou os olhos, ficando vermelha como um pimentão e Morgana gargalhou alto, mordendo o lábio inferior na tentativa de ser mais discreta ─ Okay, não te comendo, mas você me entendeu? Mãos dadas? Braço em volta do pescoço? Sussurros no ouvido? Olhares furtivos no jantar? ─ ela citou, estendendo um dedo a cada item e Megan escondeu o rosto nas mãos, com o pescoço começando a ficar vermelho também.

─ Você está maluca, Morg ─ ela murmurou abrindo os dedos levemente para deixar seus olhos a mostra e Morgana revirou os seus, se colocando de pé e andando de um lado para o outro, como se estivesse impaciente.

─ Você gosta dele, tenho certeza absoluta. Todo mundo já sabe. ─ Morgana falou com mais um de seus sorrisos nada santos e encostou os dedos parecendo bolar um plano maligno.

Megan mordiscou o lábio, a seguindo com os olhos e tentou evitar corar. Não havia se tocado de que estava tão na cara. Jurava que sempre que o loiro estava por perto se controlava perfeitamente, mantendo a postura e agindo como se fossem ótimos amigos. Como se fossem apenas amigos.

─ Mas e você, hein? Não tem venha com essa de que eu sou a única apaixonada por aqui. Sei muito bem que você vêm suspirando por um certo par de olhos cinzas. ─ Com a menção ao seu ponto fraco, Morgana mordeu o lábio e deu mais voltas frenéticas, como se só aquelas palavras a deixassem mais ansiosa que o normal. ─ Não consegui encontrar nada, a propósito. Nada de olhos cinzas na Corvinal. ─ Megan pensou um pouquinho, olhando o teto e mordiscou o interior da bochecha, repassando a lista mental de todos os garotos de olhos cinzas que encontrou. O que mais se destacou em sua mente ela, claro, não ousou colocar pra fora. ─ Pra falar a verdade, ─ Megan ergueu um indicador, como se tivesse uma ideia brilhante e Morgana virou sua atenção para a corvina imediatamente, subtamente interessada no assunto ─ tem o Ektor, mas ele é completamente estranho e sinistro, e não faz muito o tipo “Vou salvar aquela jovem em apuros”. ─ Morgana se encostou na parede, soltando um suspiro e levou a mão aos lábios, como se só aquele seu toque fosse capaz de trazer de volta a memória do dia anterior.

─ Pode soar estúpido, Meg, mas eu não sei de onde eu tirei isso. E sei que é completamente idiota, irracional, estúpido, infantil e sem sentido, mas eu gostaria pelo menos de saber quem ele é. Pra... Agradecer, entende? Pra ter um parâmetro e... Não sei. Me explicar pela grosseria de o ter beijado sem...

─ VOCÊ O QUÊ?! – Megan arregalou os olhos, se pondo de pé e interrompeu Morgana no meio da frase. A sonserina só se deu conta do que havia dito depois dessa reação e levou a mão a boca, como se pudesse evitar de que mais bobagens saíssem dali.

Um sorriso brotou na cara de Megan, ficando maior a cada segundo chegando ao ponto em que Morgana pensou que a amiga tinha virado uma pscicopata. A sonserina abaixou os ombros, ficando vermelha até a raiz dos cabelos brancos e mordeu com força o lábio inferior para conter um sorriso. Megan começou a dar pulinhos animados pela sala, repetindo “Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus” diversas vezes. Sabia muito bem que a amiga nunca tinha feito nada parecido com ninguém e se virou para a loira, pulando no mesmo lugar diversas vezes.

Morgana soltou uma risada divertida, escondendo o rosto nas mãos e mordiscou o lábio mais uma vez.

─ AAAAH! Conta tudo! Quero detalhes, me ouviu? De-ta-lhes! ─ Megan disse pausadamente, se sentando mais próxima da sonserina que se sentou na mesa a sua frente. Depois de alguns segundos de silencio, Morgana abriu a boca para falar.

─ VOCÊ BEIJOU A MORGANA MALFOY? ─ O grito fez a loira congelar no mesmo lugar e Megan arregalar os olhos em pânico.

─ Ai meu Deus... ─ Morgana sussurrou por ironia a frase que a amiga repetia a poucos segundos atrás cheia de ânimo. Megan reconheceu a voz de imediato e praguejou mentalmente, querendo dar a ele um... “Babaca” risonho e um beijo em seguida por ser tão discreto. Não conseguiria ficar brava com ele.

Morgana ainda estava congelada no mesmo lugar, encarando a porta e lentamente, como se fosse a garota do Exorcista, aquele filme de terror trouxa, voltou a encarar Megan. A corvina viu que o sangue do rosto da loira foi completamente drenado de seu rosto, e pela forma como esfregava um dedo no outro, devia estar com as mãos geladas.

─ Puta que pariu. ─ a sonserina murmurou ainda chocada demais e fitou o nada por alguns segundos ─ Acabaram de gritar que alguém me beijou... ─ Ela sussurrou de forma quase inaudível ─ Puta que pariu. Puta que pariu, Megan. Acabaram de falar que alguém me beijou! – dessa vez Morgana quase gritou e sacudiu Megan pelos ombros, agora sorrindo como uma babaca. ─ É ele! Ele deve ter passado aqui e... Puta que pariu, Megan! ─ Morgana riu e se controlou para não abrir a porta.

─ Respira, bobona. ─ Megan riu baixinho, mordendo o lábio ao ver a felicidade da amiga e depois de alguns minutos em um silêncio histérico pela parte de Morgana, uma risada parecida com um latido de cachorro tirou a sonserina de seus devaneios.

─ Ok, preciso agora de uma explicação completa disso ai. ─ Megan sorriu com um brilho nos olhos, fazendo a sonserina dar um sorriso travesso.

─ Só se prometer que depois você vai me contar os detalhes do Remus. Feito? ─ a loira ergueu a mão, como se fosse fazer um trato e depois de poucos segundos de hesitação Megan se rendeu, apertando a mão de Morgana. Ela não poderia esconder nada daquela garota de cabelos brancos.

─ Feito. ─ ambas sorriram e Morgana adquiriu uma postura de negócios.

─ Você sabe, eu tava lá e ai do nada teve o ataque. Tive quase certeza de que eles vieram por minha causa ou porque novas famílias fizeram o pacto. Mas enfim, eu fiquei com muito medo, Meg. Você sabe o quanto eu... ─ a loira encolheu os ombros envergonhada e Megan apenas concordou com a cabeça ─ Enfim, ele apareceu e me arrastou, e até certo ponto eu pensei que fosse um Comensal, mas ai percebi que ele estava me ajudando a fugir. E que o rosto dele tava coberto e todo sujo de fuligem porque tinha muita coisa pegando fogo. De qualquer forma, eu tive uma crise de asma. Das fortes. Ai a gente teve que se esconder e ele, pausa dramática, ─ Morgana deu um sorriso e deixou exatos três segundos separarem a continuação, sua ansiedade não deixava mais tempo pra isso ­─ me pegou no colo! – Megan deixou seu queixo cair e Morgana contou todo o resto da história. A corvina prestou atenção em tudo, deixando alguns suspiros e risadas escaparem e no final de tudo, Morgana corou como uma pimenta. ─ Eu não sei o que me deu. Eu só... Ergui o cachecol e dei um beijo nele. Não foi um beijo, sabe? Foi mais um selinho, mas mesmo assim. Ele não recuoou como eu pensei que faria. Sua vez. ─ Megan riu bobamente, enrolando o cabelo e colocando fios atrás da orelha como se isso fosse capaz de adiar o momento.

─ Tá... Aquilo das mãos foi instinto de sobrevivência contra o Matt mas... E-eu... Sim, eu gosto do Remus. ─ ela tentou deixar a voz mais alta e Morgana praticamente se derreteu na cadeira, fazendo sua maior cara de “Awn, amiga”, quando a porta foi aberta de supetão.

O coração de ambas congelou em uma batida e o sangue também pareceu parar em suas veias. Morgana virou o rosto para a porta primeiro, arregalando os olhos assim que seus olhos decaíram no rosto que a focava. O cabelo cacheado estava bagunçado de um jeito charmoso, e ao invés do sorriso malicioso de sempre, Sirius estava tão chocado quanto ela, a encarava confuso e Morgana ferveu de raiva por ele estar ouvindo atrás de uma maldita porta e agora saber do que ela sentia com exatidão. Desde quando ele estaria ouvindo?

Ela brigaria com ele se não fosse por quem estava bem atrás dele, encarando uma Megan chocada. Todos ali naquela sala estavam chocados, mas o olhar que Remus e Megan mantinham não era... Tão chocado. Era um misto de vergonha e um prazer revelador. Megan estava vermelha como um pimentão e Remus entrou devagar na sala. Para os dois não parecia existir mais ninguém ali.

Remus nem notou seus pés caminhando pela sala até que estava bem a frente de Megan. Por estar sentada na mesa a corvina se encontrava um pouco mais alta e seus olhos estavam focados nos olhos cor de âmbar de Remus. Ele ergueu a mão e acariciou as bochechas coradas de Megan, seu indicador percorreu da têmpora esquerda da corvina até seu queixo e finalmente seus lábios. Ele quebrou a conexão de olhares apenas para olhar aqueles lábios com que ele já havia sonhado tanto e por tanto tempo. Megan entreabriu os lábios ao leve toque dele e seu rosto deixou de esquentar, agora ela estava compenetrada demais com aquele toque e aquela proximidade.

O grifinório voltou os olhos aos da menina e a morena ergueu o braço para a nuca dele, onde fez um leve carinho e o puxou para baixo em um pedido silencioso. Seus lábios se encostaram de forma carinhosa e lenta e Megan sentiu seu corpo inteiro balançar e derreter, como se fosse feito de gelatina. Remus por outro lado, teve um arrepio por seu corpo, e levou as mãos ao cabelo da garota, onde cravou os dedos carinhosamente e a puxou mais para perto.

Morgana observou tudo depois de desviar os olhos de Sirius e ainda assim ela conseguia sentir os olhos do garoto cravados em seu rosto. Ela deu um leve sorriso ao perceber a conexão entre os dois e silenciosamente desceu da mesa, indo em direção a porta. Sirius pareceu ficar nervoso, tropeçando no curto passo que deu para abrir espaço para ela e Morgana o fuzilou com o olhar, bufando ao passar por ele. Depois de virar as costas e dar três passos para longe dali, a garota decidiu falar.

─ Não devia ouvir atrás de portas. Existem coisas que não te dizem respeito, o mundo não gira ao seu redor, Black. ─ ela sibilou para ele, escondendo toda a vergonha que sentia por ele a ter escutado e o garoto pareceu ficar confuso por algum tempo, abrindo e fechando a boca mas antes que pudesse falar alguma coisa, os cabelos brancos já viravam o corredor.

Sirius encarou o corredor vazio, esperando que ela voltasse como fez da última vez em que estiveram juntos mas ela não o fez. Ótimo, ele pensou se recuperando do susto e dando risada de si mesmo. Que estúpido, como pôde pensar algo assim? Morgana e Sirius foram feitos para se odiar, é assim que as coisas têm de ser. É assim que as coisas sempre foram. Nada mudaria com um simples beijo.

─ Arrumem um quarto. ─ ele resmungou mal humorado e se virou na direção oposta, deixando a sala para trás.


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