Os raios de sol entravam pela janela aberta do quarto de Claire, me levantei para poder vê-la. Ela ainda dormia profundamente. Cumpri minhas nessecidades matinais e desci as escadas, a casa estava bem silênciosa. Fui até a cozinha e encotrei Emily bebendo um copo de suco de laranja na bancada. Ela sorriu assim que me viu.

-Nessie, bom dia! - ela pegou outro copo de suco de laranja e um prato de torradas e os deu para mim.

-Bom dia! - eu sorri em troca - Humm...obriga, Emily. Não precisa de café...eu vou caçar hoje.

-Nada disso, senhorita Cullen! - ela falava autorritária, por um momento lembrei de Bella, ela sempre brigava comigo daquele jeito - Prometi a seus pais que você iria tomar o café da manhã.

Dei um risada abafada e me sentei na mesa para iniciar a minha refeição. Emily se sentou ao meu lado, agora com um copo d' água e dois comprimidos. A fitei curiosa e ela deu de ombros.

-Esses comprimidos fazem parte da nutrição do bebê. - ela afagou a barriga gentilmente e eu pude ouvir o bebê se mexendo. Eu fiz um carinho na barriga dela e o bebê se contraiu entusiasmado.

-Hey! O bebê gostou de mim! - eu sorri encarando a barriga de Emily, como se o bebê pudesse me ver ou saber quem eu sou.

-Ele está crescendo rápido, daqui a alguns meses ele já vai estar nos meus braços. Ela olhava com devoção e carinho para sua barriga.

-Ele? É um menino? - perguntei enquanto empurrava uma torrada pela minha boca, minha garganta parecia seca e arranhada, a sede de sangue aumentava a cada minuto. Ela acentiu e engoliu os comprimidos, seguido do copo d' água.

-Emily...er...eu tenho que ir. Daqui a alguns minutos eu volto. - senti minha garganta ferver. Ela me olhou confusa - Eu vou chamar Jake para ir comigo. Volto de tarde. - ela acentiu mais uma vez e se levantou da cadeira para pegar outro copo de suco.

Saí pela casa quase que correndo, de tanta a urgência. Fui até a casa de Jacob e a janela estava fechada, com certeza deveria estar com a matilha. Revirei meus olhos e corri com toda a velocidade que tinha para dentro da floresta. Ouvi três corações vibrando, apurei meu olfato e reconheci imediatamente, eram três cervos. Com a fome que eu estava poderia comer os três de uma vez. Rodeei estratégicamente os cervos e antes que eles pudessem correr pulei em cima de um, rolando com ele no chão. Ele em uma inútil tentativa de escapar arranhou minha bochecha, que ficou um pouco vermelha e as gotas de sangue caíram na terra. Rosnei furiosa para ele o mordi o seu pescoço, com tamanha velocidade e ferocidade que eu desconhecia em mim mesma. Ele gemeu de dor agoniando. Suguei todo o seu sangue e ele finalmente ficou paralisado no chão, seu coração não batia mais. Limpei a minha boca com a mão e pasei os dedos no corte da bochecha. O sangue escorria em uma quantidade maior. Droga, Edward iria me matar quando visse isso!

-Nessie...quanto tempo! - ouvi uma voz feminina conhecida atrás de mim. Me virei e vi Emma sorrindo apoiada em uma árvore.

-Emma! - eu corri para abraçá-la e ela retribuiu - Por que você sumiu? Nunca mais vi você depois da conversa com meus pais!

-Eu tive que resolver alguns problemas fora da cidade. - ela olhou para baixo e pressionou a mão contra a árvore, como se estivesse furiosa com algo.

-Aconteceu alguma coisa? Você está bem? - eu me aproximei ainda mais dela e toquei em seus ombros levemente.

-Sim, estou ótima. - ela se recompos rapidamente. Estranho... - Só preciso resolver o meu probleminha em Forks. - ela me fitava com os olhos brilhando.

-Eu posso ajudar em alguma coisa?

-Claro, que pode...se você puder se matar pra mim.

-O que? Me matar? - me afastei um pouco dela, suas feições estavam assustadoras. O que estava acontecendo com Emma? Ela era a minha melhor amiga...

-Sim, eu quero te matar da forma mais cruel possível. - ela deu de ombros e fez um sorriso, como se dissese a coisa mais normal do mundo. Olhei cheia de pavor para ela e saiu um riso estridente da sua boca. Tentei correr mais duas mãos seguraram os meus braços.

-Renesmee, eu tenho que te contar uma coisa. - ela tocou minha testa e sorriu maléficamente. Uma voz dentro da minha cabeça me gritava que era para sair, correr, pular, tentar qualquer coisa para sair dali. - Sabe...no primeiro dia que te conheci eu me apaixonei a primeira vista por seu pai. Eu tentei de tudo para fazer ele ficar comigo, até a sua mãe intrometida eu consegui tirar de casa. Ele já seria meu, a cada beijo que eu dava ele se rendia. - eu fiz um sinal negativo com a cabeça compulsivamente e ela aumentou o sorriso. Não podia ser! Meu pai beijou Emma?! Como ele pode...?! Não! Ela está mentindo! - Mas...ela voltou. Sua mãe ridícula voltou! Ela conseguiu tirar Edward de mim, ele me expulsou de sua vida. Por enquanto. Eu sou a mulher ideal para ele! Bella não poderia roubar o meu vampiro e ficar por isso mesmo, não é?! Eu tinha que ter uma vingança... Pensei em matar ela mas isso seria fácil demais. Aí eu pensei : "O que seria a pior coisa na vida de Bella, além de perder Edward?". Você! A filhinha perfeita de Bella...tão inocente e tímida que me fez conseguir estar frente-a-frente com você hoje, sem a pertubação de seus pais nem do seu namorado idiota. A propósito, ele e a matilha devem estar seguindo agora um de meus amiguinhos para distraí-los enquanto eu executo o trabalho mais prazeroso do plano, te sequestrar.

-V-v-v-você vai me matar? - as lágrimas me invadiam, deixando a minha visão totalmente embassada.

-Não, isso seria fácil demais. Eu não vou te matar, outra pessoa muito especial vai fazer isso por mim. Você vai descobrir quem é na hora certa.

Eu me sacudi e as mãos geladas de um vampiro me apertaram ainda mais, quase expremendo meus ossos. Gritei de dor, ele ria acompanhado de Emma a cada grito que eu dava. A dor era tão forte que eu quase não sentia meus braços.

-Pode parar, Ethan. Assim vai acabar com toda a diversão. - ela fez uma careta e ele riu. - Nessie, esse é o Ethan, acho que vocês são bem ligados! - ela riu alto.

-Meu pai vai descobrir tudo, Emma! Os Cullens vão vir aqui me buscar! Para qualquer lugar que vocês me levarem eles vão me econtrar! - eu cuspi entre dentes para ela. Emma era a minha melhor amiga! Como ela ousou fazer tudo isso no casamento de Bella e Edward?! Eu tinha uma vontade incontrolável de matá-la.

-Acho que será bem difícil deles nos achar. Ethan tem o poder de encobrir qualquer cheiro, incluindo o seu querida Renesmee e o de todos nós. Por causa que você é híbrida e por meus poderes serem os contrários de Alice, ela não pode nos ver, nem sequer um borrão. E como o seu pai poderá ler a sua mente se estaremos bem longe? Nessie, desista. Você será o começo de uma grande vingaça contra Bella.

Ethan me amarrou e me jogou em um carro preto, perto da floresta. Tentei gritar mas estava fraca, minha cabeça rodava e eu quase não conseguia respirar direito. O meu corpo dava sinais de que logo iria desmaiar. Emma dirijia e Ethan me vigiava. Depois de longas horas, o carro para e a porta se abre.

-Chegamos, Renesmee! - ela me puxou para fora do carro e eu caí no chão, não aguentando o peso do meu próprio corpo. - Oh, você está fraca! Híbridos são tão inúteis! - ela revirou os olhos e Ethan me carregou para a ''cabana''.

O lugar era grotesco, coberto por teia de aranhas, e um pouco pequeno. Tinha três cômodos: sala, cozinha e banheiro. Eles me jogaram numa cama velha com um coxão esburacado e me prenderam com correntes de metal, que eu facilmente quebraria a não ser se estivesse em um estado tão fraco do quanto estou agora.

-Fique quietinha, Bryan irá te vigiar enquanto eu vou resolver outros problemas. Não se esforçe muito, você só poderá comer uma vez ao dia e a quantidade é pouca. - ela riu alto e um cara alto, cabelo preto curto e olhos vermelhos me observava. - Pode vir, Bryan. Ela é toda sua, só não esqueça do combinado. - ela o fitou séria e ele acentiu.

-Renesmee...eu ouvi falar muito sobre você.

-Por favor, me tire daqui antes que ela volte. Eu lhe dou tudo o que você quiser...Por favor, Bryan... - minha voz não passava de um sussuro.

-Desculpe, Renesmee...sua vida agora faz parte da vingança de Emma, eu não posso fazer mais nada. - ele acariciou a minha bochecha e eu virei, com nojo do seu toque - Se é assim que prefere...

Ele saiu da sala e em poucos segundos já estava de volta com uma garrafa de um líquido preto na mão.

-O que é isso? - eu perguntei assustuda.

-Esse é o seu tranquilizante. - ele abriu a garrafa e apertou a minha mandíbula, me forçando a abrir a boca. Ele jogou o líquido gosmento na minha garganta e eu me senti leve. Os meus olhos estavam quase fechando quando ele deu um beijo em minhas mãos - Tenha bons sonhos. 

Essas foram as últimas palavras que eu pude ouvir antes de ser levada ao mundo dos sonhos. Algo me dizia que o pesadelo só estava começando.