Melodia e Sentimento escrita por Felipe Martins


Capítulo 1
Desgoverno


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Melodia e Sentimento
Capítulo 1 – Desgoverno
(Clique aqui para ouvir a música usada como inspiração ao texto a seguir)

Certas músicas parecem ser ideais a certos momentos. Traduzem com maestria nossos pensamentos e transformam em arte nossos desejos, anseios e segredos. Trazem à vida aquilo que, por vezes, considerava-se ser apenas mais um fardo inútil e Severino usado primordialmente ao mal-estar. Sua beleza, interpretada assim, vem à tona e se mostra uma das coisas mais importantes da vida: o contrapeso.

“Contrapeso”, apesar de ser algo que aparenta ser negativo e ruim à sua vida, funciona como regulador desta para que você consiga ter acesso àquilo que tanto gosta: a felicidade. Porque, apesar de esse fardo soar deveras pesado e desnecessário, é ele que funciona como prova de que você possui condições de alcançar aquilo que tanto almeja sem problemas. É uma peça importante na sua história, seja ela notada ou não; valorizada ou não; reconhecida ou não.

Esse juiz de palavras traz consigo todos os pesos, é verdade; mas também carrega junto a si a possibilidade de diminuí-los, com o tempo, indicando o que deve ser feito para que isso aconteça. Cabe a você, caro leitor, decidir se deve agir frente a uma situação dessas e como fazê-lo da melhor forma possível (já que, sim, há mais de um caminho possível, mas o que terá o melhor resultado é único).

A própria melodia traz consigo aquilo que nós sentimos: no ritmo, encontra-se o furor dos corações agitados ou calmos, batendo constantemente compassados com o seu guia ― o coração. Nos acordes, cada nota tem o seu papel fundamental de, numa perfeita harmonia e junto às outras, mesclar intensa, precisa e musicalmente os inúmeros sentimentos ocultos diante de olhares cerrados e sorrisos falsos, escondendo aquilo que só é percebido durante tal musicalidade, que traz a real dinâmica entre os instrumentos e suas respectivas partituras.

Durante a execução da música, é possível sentir, se você prestar bastante atenção, os instrumentos se fundindo, as semínimas se juntando, tendo inclusive uma leve sobreposição, a depender de qual é a voz a que aquela figura de som pertence. Quando tudo parece perfeito, impecavelmente sintonizado, uma aparente ruptura em uma das sequências de notas: são as pausas, conhecidas pela sua ausência de som, o que pode sutilmente transmitir a sensação de insegurança aos outros. Porém, com a confiança e conhecimento de que aquela interrupção é algo finito, passageiro, as vozes presentes continuam a traduzir as notas dispostas sobre o pentagrama em seus respectivos instrumentos, o que permite a todos, logo mais, a volta da segurança antes duvidada.

Depois, é possível perceber que aquela pausa que um dia causou tamanha tribulação e aparente desespero, agora era a responsável pela dinâmica da canção sendo executada, que lentamente cria a sua "forma musical" e traz, então, todo o seu significado em algo mais visual e interpretativo. As curvas, traços e afins são todos definidos pela forma como você executa a sua música: quanto mais preciso e não-intimidado, melhor aquele “desenho musical” será formado, o que facilita a interpretação e sensibilidade ao que é exposto.

Da mesma forma, sentimo-nos ameaçados pelas pausas da vida, em que tudo parece que vai desmoronar e nossas famílias desequilibrar-se-ão. A melodia não é mais a mesma (afinal, o(s) acorde(s) foi(foram) modificado(s)), mas a harmonia deve superar qualquer indício antimelódico para que, assim, tais situações sejam compreendidas, estudadas e principalmente resolvidas. Não é a velocidade que o controla, pois o ritmo é constante; não há dinheiro que lhe pague, pois a partitura da Vida nunca pode ser comprada; não são sequer os sentimentos bons, unicamente, que a fazem bem – sem os ruins, você não saberia como distinguir o Bem e o Mal. Por isso, é importante sempre ter em mente que “tudo faz parte do show”: somos os artistas, então sabemos muito bem que acidentes podem acontecer a qualquer momento. Entretanto, o que diferencia uns aos outros é a coragem e braveza em encarar aquilo com naturalidade e fazer o possível para seguir a vida tranquilamente.

Tenha coragem. Seja forte. Retome a harmonia da sua melodia e, se tudo estiver muito monótono, arrisque uma apogiatura: o importante, sem dúvidas, é manter harmônicos e bem-afinados todos os instrumentos e lembrar-se sempre que a vida, apesar de melódica, pode ter seus altos e baixos, com momentos mais intensos ou não. Respeite e se adeque ao que está sendo tocado; seja feliz!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? *3* Comentem, plz!

Até a próxima! ^o^



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