Mandamentos de Kentin: como conquistar uma garota escrita por Brenda


Capítulo 1
Mandamento 1




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Mandamento 1: Mude sua forma de pensar, ser e agir. Mas não mude por alguém, nem mesmo pela pessoa que deseja conquistar, mude por você mesmo. Aprenda a se valorizar e a querer seu próprio bem antes de amar alguém.

Eu não queria sentir tudo que sinto por Lynn. Juro que não queria. Não é como se uma bela manhã eu chegasse e falasse: "oi, hoje vou me apaixonar por você", não, não foi assim. Simplesmente aconteceu quando coloquei meus olhos nelas - sim, meus quatros olhos. Por trás das lentes dos óculos eu a achava linda, depois que parei de usá-los, a achei mais linda ainda.

Tudo começou na primeira série, eu era o mais baixinho da sala e estava sozinho, perdido entre todos aqueles alunos mais velhos do fundamental. Não percebi a aproximação de Lynn, mas ela se aproximou. No meio de toda aquela multidão de pirralhos, ela me viu; ela entendeu meu desespero. Foi a primeiro vez que me ajudou de muitas outras. Me acompanhou até a minha nova sala e se sentou ao meu lado. Na hora que fomos nos apresentar, ela me olhou e sorriu, me incentivando. E foi aí que aconteceu, achei Lynn a pirralha mais linda daquela escola. Daquele mundo.

Depois disso já sabe, minha paixão só aumentou. E eu não sabia administrar isso muito bem, então, vezes em sempre, fazia alguma besteira achando que estava conquistando a garota. Apesar de tudo, Lynn nunca me tratou mal. Mesmo eu a envergonhando mostrando meus sentimentos pra todos, mesmo todos me zoando e zoando a ela. Lynn parecia um anjo para mim.

Na terceira série fiquei chateado por ter me saído mal numa prova prática de educação física. Fui atingindo diversas vezes pela bola - propositalmente, claro -, sem contar nas minhas quedas e no fato de eu ter quebrado meu óculos. Teria sido um péssimo dia, não fosse Lynn. Ela fez questão de me procurar depois da aula, eu tinha me isolado e ela me achou. Não foi sozinha, foi com os malditos biscoitos de chocolate. Depois daquele dia, nunca mais parei de comê-los pelo simples fato de me lembrar aquele momento com a única pessoa que talvez entendesse minha paixão por biscoitos.

Conforme o tempo passava, mais minha paixão crescia. Logo, não me via mais sem a presença dela. Podem chamar de loucura, mas não é ; é o tipo mais puro de amor. Ou melhor dizendo, o começo de um amor, já que eu não tinha muita noção dessas coisas naquela época. No ensino médio as coisas continuaram ruim, mal sabia eu que iria piorar quando Lynn anunciasse que mudaria de escola. E, certamente, não pensei duas vezes antes de segui-la até o Sweet Amoris. Como poderia eu deixar a minha única amiga e paixão ir embora? Como poderia chegar naquela escola e não ver mais seu sorriso, seus cabelos, olhos e jeito de me animar? Como poderia eu suportar a Letty sozinho? Precisava de Lynn de um jeito que nunca pensei que precisaria.

A cara dela foi ótima quando me viu em sua nova escola. Até hoje não sei se foi de felicidade ou apenas surpresa, mas ela me recebeu com carinho. Ao contrário de Ambre, a pessoa que faria o pobre Ken virar Kentin. Ah, Ambre...o que eu poderia falar dela? Nada, só posso falar que eu já era acostumado a valentões como o Castiel, mas não a valentonas patricinha. E foi aí que a história ficou ruim para o meu lado: meu pai descobriu tudo e, com toda razão, falou que o filho dele não apanharia mais de garotinhas. Não deu outra: só pude ficar pouco tempo com Lynn. Uma pena, eu sabia que já tinha alguns caras de olho nela. Queria protegê-la deles, proteger seu coração de todo mal do mundo, inclusive do veneno de Ambre. Mas, como poderia fazer isso sem mesmo me saber defender? E essa foi minha inspiração para aguentar o inferno da vida militar. Antes de ir, fiz questão de deixar um pedacinho de mim com Lynn, o ursinho de pelúcia; era um presente simples, mas meu caro, você não imagina o quanto de carinho tinha nele.

Eu mudei. Meus músculos se desenvolveram, minha altura também; tirei os óculos e passei a usar lentes, e ali estavam meus olhos verdes. Mudei minhas roupas, cortei os cabelos e, cá entre nós, fiquei...bom, atraente. Porém, minha melhor mudança foi psicologicamente. Nesse tempo amadureci meus pensamentos, percebi que estava fazendo tudo errado. Incrivelmente, passei a amar mais ainda Lynn ao perceber que mesmo eu sendo insuportável todo aquele tempo, ela nunca me destratou. Talvez ela sentisse algo por mim, e se não sentisse, eu não a culparia. No fim, cheguei a conclusão que minhas mudanças não foram por causa de Ambre, do meu pai, Lynn ou qualquer outra pessoa. Foi por mim. Eu precisava disso.

E quando percebi isso, voltei a Sweet Amoris. Claro que eu não poderia voltar sem me vingar de Ambre, sei que foi errado, mas...não resisti, e olha que tentei. Tá, não tentei, mas me arrependi de ter beijado ela, principalmente depois que descobri que Lynn estava olhando. Novamente, me deparei com o olhar de surpresa dela. E meu coração queria sair pela boca, e eu queria lhe abraçar, falar que senti sua falta, mas guardei tudo para mim. Afinal, era exatamente isso que fiz enquanto passei o tempo fora: aprendi a guardar tudo para mim.

Como adivinhei, o coração de Lynn estava bem concorrido. E, por incrível que pareça, não me senti inseguro. Pois eu sabia como conquistá-la.


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