Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse, já tenho alguns capítulos escritos, mas estou mudando algumas coisas, por isso não posso postar tudo muito rápido. Espero que gostem deste capítulo!



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_Ana, fala comigo, por favor. – Disse Leo ajoelhado na minha frente. Eu escutava ele falando mas não conseguia responder. _Amor? – Perguntou mais uma vez.

_Ana? Você está bem? O que está acontecendo? Aquele cara perguntou por você e... – Disse Kate entrando no sala como um furacão.

_Ele perguntou por ela? – Perguntou Leo.

_Sim, mas eu disse que ela não trabalhava aqui e que eu nem a conhecia.

_Maldito, desgraçado! – Bramou Leo.

_Alguém pode me dizer o que está acontecendo? Quem é aquele homem? – Perguntou Kate, querendo explicações.

_O pai dos meninos. – Eu disse me levantando e Kate tampo a boca com a mão devia à surpresa. _Aquele homem é o pai dos meus filhos. – Expliquei de novo, tentando digerir, eu mesma, a informação.

_Mas... como? Você disse que ele tinha saído do país. – Disse Kate confusa. _Que diabos ele está fazendo aqui?

_Infernizar a minha vida! É isso que ele está fazendo aqui. – Respondi. _Aquele filho da puta aparece depois de anos só para inferniza minha vida, para estragar minha felicidade e minha paz! – Disse quase gritando.

_Amor você precisa se acalmar. – Disse Leo segurando meu ombro com uma das mãos.

_Me acalmar? Como você quer que eu me acalme, se a única pessoa que pode estragar minha felicidade está sentada há menos de cem metros de mim? - Os dois olharam pra mim sem dizer nada. _Ele pode acabar com a minha vida com apenas um estalar de dedos.

_Ele não pode fazer nada contra você, Ana. – Disse Leo. Eu olhei pra ele querendo acreditar em suas palavras, mas sabia que isso não era verdade, se ele quisesse poderia acabar comigo em segundos.

_E se ele quiser tirar meus filhos? – Perguntei com medo.

_Bom, ele não sabe sobre as crianças.... – Disse Kate tentando me tranquilizar, mas não conseguiu.

_Ainda, ele ainda não sabe. Se ele descobrir...

_Se ele descobrir, a gente vai lutar, você é a mãe deles e tem prioridade. - Disse Leo. Se fosse contra alguém normal, eu até acreditaria, mas estávamos falando de Christian Grey.

_Eu não sou ninguém comparada a uma pessoa poderosa como ele... – Disse abaixando a cabeça.

_Poderosa? Ana, quem é esse homem? – Perguntou Kate.

_Você nunca nos disse o nome dele. – Completou Leo.

_Christian Grey. O nome dele é Christian Grey. – nunca quis contar quem era o pai dos meninos, mas acho que agora isso não importava mais.

_O BILHONARIO, CHRISTIAN GREY?! – Perguntou Kate aos gritos. _Você está de brincadeira. – Balancei a cabeça negando.

_Eu gostaria que fosse brincadeira, mas não é.

_Eu...- Leo estava prestes a dizer alguma coisa, mas foi interrompido por um dos garçons.

_Leo, o cliente da mesa 16 está pedindo para falar com o gerente. – Não achei que pudesse ficar mais nervosa, mas nesse momento fiquei gelada. Christian queria falar com o Leo.

_Eu já estou indo. – Respondeu Leo e o garçom saiu.

_Leo... – Disse segurando seu braço, eu não queria que ele fosse.

_Ana? Olha pra mim. – Disse segurando meu rosto com as duas mãos. _Vai dar tudo certo, prometo. - Disse me dando um beijo. _Kate, fica com ela, já volto. – Disse saindo pela porta.

_Leo tem razão, ai dar tudo certo, estamos com você e não vamos deixar que nada aconteça, nem com você e nem com as crianças. – Disse Kate, me abraçando.

_Obrigada Kate, vocês são incríveis.

Kate e eu ficamos sentadas no chão em silencio, apenas esperando. Foram apenas alguns minutos até Leo voltar, mas para mim pareceu uma eternidade. Queria saber sobre o que eles estavam falando. Mas antes de que a minha imaginação começasse a fervilhar, Leo entrou pela porta e nos encarou. Ambas levantamos rapidamente e olhamos para ele em busca de informações.

_O que o babaca queria? – Perguntou Kate, se adiantando.

Leo suspirou profundamente e sentou em uma das cadeiras acomodadas na sala, parecia cansado e chateado.

_Ele perguntou por você. – Disse.

_Ele sabia que eu trabalhava aqui. – Afirmei. Isso só complicava as coisas.

_Eu não sei, ele pode só ter te visto. – Disse Leo. Realmente esperava que ele estivesse certo.

_O que você disse à ele? – Perguntou Kate.

_Disse que você não trabalhava aqui, mas ele ficou irritadinho. Disse que eu estava mentindo e tentou entrar na cozinha. – Fiquei nervosa só de imaginar a cena. _Mas eu ameacei chamar a polícia e o amigo dele o levou embora.

_Eles foram embora, então? – Perguntei me sentindo um pouco mais aliviada, apenas um pouco.

_Sim, pedi pro Erick segui-los para ter certeza de que tinham ido mesmo.

_O que eu vou fazer agora?- Perguntei desabando de novo. _Ele já sabe onde trabalho e se ele estiver morando na cidade, as probabilidades de nos encontrarmos é muito grande. As probabilidades dele encontrar as crianças são maiores. – Disse me sentindo perdida.

_Fica calma, não sabemos nada, nem o que ele quer, nem por que ele está aqui. – Disse Kate. _Ele pode estar, apenas, de passagem e foi uma coincidência ter te encontrado aqui.

_E se não for? E se ele voltar? – Tinha muitas perguntas e muito medo.

_Vamos resolvendo as coisas a medida que forem aparecendo, ok? – Disse Leo, se levantando da cadeira. _Por enquanto precisamos manter você afastada do restaurante, ele já sabe que pode te encontrar aqui.

_Mas eu preciso trabalhar Leo. – Não podia simplesmente largar meu emprego, tinha duas crianças para cuidar.

_Você não vai largar o emprego, só vai tomar umas férias até descobrir o que ele quer e o que vamos fazer. – Insistiu Leo.

_Ferias?

_Sim, férias. Quando foi a última vez que você saiu de férias?

_Eu não sei. – Respondi.

_Nunca, você nunca tirou férias. - Nunca tinha parado para pensar nisso. A única coisa na qual eu pensava era em cuidar dos meus filhos e devolver tudo o que o Leo tinha me dado. _Isso não é um assunto a se discutir, você vai tirar férias, passar tempo com as crianças e tentar esfriar a cabeça.

_Tudo bem. – Eu não iria discutir, eles tinham razão, eu precisava de um tempo.

_Kate, você levar a Ana pra casa? Pode pegar meu carro. Eu preciso resolver algumas coisas, mas assim que eu terminar vou pra lá.

_Claro. Vamos Ana. – Disse Kate passando seu braço ao redor dos meus ombros.

_Eu vou assim que eu terminar, prometo. – Disse Leo, me beijando em seguida.

_Estarei te esperando.

[...]

Já tinha passado uma semana desde o inesperado encontro no restaurante. Naquele dia, Kate e eu pegamos os meninos e fomos pra casa. Tentei ficar calma para não assustar as crianças, mas estava sendo difícil. Leo chegou de noite e ficou conosco até tarde, mas teve que ir pra casa por falta de espaço no apartamento da Kate.

Kate tentava me acalmar dizendo que ele não me procuraria, já que não tinha nenhum motivo para isso, até onde sabemos, ele não sabe nada sobre as crianças e eu pretendo que as coisas continuem assim. Mas tinha uma coisa que estava me incomodando ainda mais. A pesar de toda a dor e decepções que Christian causou, eu fiquei mexida ao vê-lo. Não sei explicar, mas saber que ele estava tão perto e tê-lo visto depois de tanto tempo fez como que algo dentro de mim acordasse. Passei anos me convencendo de o que o odiava, anos sendo incapaz de abrir o meu coração para mais ninguém. Mas de um momento para o outro todas as lembranças, que eu tinha guardado no fundo do meu ser, começavam a surgir para me atormentar novamente. Mas eu me recusava a pensar nisso, demorei muito tempo para me sentir bem novamente, não vou deixar ele arruinar minha vida novamente.

Já era sexta feira e eu e meus pequenos estávamos em casa. Emma acordou cheia de manha devido aos efeitos colaterais dos remédios. Ontem ela passou mal e vomitou quase o dia todo, então eu decidi que ficaríamos em casa, nos três. Noah amou a ideia, claro. Sempre que pode ele tenta fugir de ir pra escolinha.

Kate estava trabalhando, e por ser sexta, provavelmente ela chegaria tarde. Leo prometeu nos visitar no final do trabalho e as crianças prometeram esperar, mas eu sei que eles vão cair no sono bem antes disso.

_ Mamãe to com fomeeeeeeee! – Noah veio correndo pelo corredor gritando.

Já eram umas 11 e meia, o que significa que meus filhotes já estavam morrendo de fome.

_ Você sempre está com fome meu amor. Mamãe está quase terminando o almoço.

_ A Emma falo que ela também ta com fome. A gente pode come biscoito?

_Não, não pode! O almoço está quase pronto, vocês só vão comer biscoito depois que comerem tudo! Entendido?

_ Sim mamãe.

_ Muito bem, agora vai brincar com sua irmã, quando tudo estiver pronto eu chamo vocês, ok?

Ele balançou a cabeça e correu de volta pelo caminho que veio. Segundos depois eu podia ouvir os dois gritando no quarto.

Já estava quase tudo pronto. Já tinha retirado o frango do forno e o arroz já estava pronto na panela, só faltava terminar a salada. Estava contando os tomates quando escuto a campainha. Estava com tanta pressa que nem me deu ao trabalho de perguntar quem era e simplesmente abri a porta. Me arrependi imediatamente quando vi quem estava atrás da porta. Meu coração parou quando vi Christian Grey parado na minha frente, com seu terno de grife e seus frios olhos azuis, que no momento pareciam cheios de raiva.

Sem dizer nada ele entrou no apartamento, eu queria impedi-lo, mas meu corpo não me obedecia, estava simplesmente congelada. Ele estava no mesmo espaço que eu, depois de anos ele estava na minha frente e o pior de tudo, ele estava muito perto dos meus filhos.

_ Você vai ficar ai de pé pra sempre o vai fechar a porta? – Perguntou, quebrando o silencio.

_ O que você está fazendo aqui? Como sabia que eu morava aqui? – Perguntei o mais baixo possível.

_ Tenho meus meios e estou aqui porque precisamos falar. – Disse frio sem olhar pra mim.

_ Não temos nada pra falar! Agora, por favor, vai embora!

Ele me olhou e soltou um riso debochado, chegou perto de mim e eu tremi pela proximidade, mas ele só fechou a porta com força e saiu andando pela sala. Ele parecia um maluco rindo e andado pela sala. E eu só rezava para que as crianças ficassem no quarto.

_ NÃO TEMOS NADA PRA FALAR? ISSO É SERIO? – Gritou me assustando.

_ Por favor fala mais bai... – ele não me deixou terminar.

_ POIS EU ACHO QUE O FATO DE TERMOS DOIS FILHOS É UM EXELENTE MOTIVO PARA TERMOS UMA CONVERSA!

Essas palavras foram como um soco no estomago, ele sabia sobre meus filhos. Pior, ele sabia que os filhos eram dele, mas como?

_ Eu já falei que tenho meus meios. – Respondeu ele como se tivesse ouvido minha pergunta mental.

_ Eu prometo falar com você, mas por favor agora só vai embora. – estava aterrada com o que ele poderia fazer. Se ele tentasse tirar meus filhos ele provavelmente conseguiria. Mas no momento eu só queria preservar meus filhos, eles não mereciam saber de tudo desse jeito. Tinha que tirar ele de lá o mais rápido possível, mas ele não parecia me ouvir.

_ EU NÃO VOU A LUGAR ALGUM!! NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FUGIR DE NOVO!!! VOCÊ REALMENTE ACHOU QUE EU NUNCA DESCUBRIRIA?! – Ele continuava gritando e eu só conseguia pensar em meus filhos e pedindo mentalmente pra eles não saíssem do quarto.

Nesse momento olhei pra ele e pedi para que falasse baixo novamente, mas o único que ele fez foi chegar perto de mim e me pegar pelos ombros. O contato me fez sentir uma corrente elétrica que percorreu todo meu corpo. Minha cabeça gritava para fugir, mas meu corpo não obedecia.

_ Nós vamos falar e vamos falar agora. Eu já perdi muito tempo longe deles, não vou mais! – Disse friamente olhando nos meus olhos.

_ Eu... – estava prestes a responder, mas antes de dizer outra palavra outra voz no interrompeu.

_ SOLTA MINHA MAMÃE!

Meus dois pequenos estava em frente de nos dois. Ambos estavam com os olhos molhados de lagrimas e pareciam muito assustados. O grito que ouvimos veio da Emma, que além de assustada parecia muito chateada. Noah estava na frente como se quisesse protegê-la.

Ao notar a presença de meus filhos, Christian me soltou e olhou pra eles. Ele parecia surpreso, mas ao mesmo tempo seus olhos brilharam e um sorriso apareceu em seu rosto, como se tivesse visto a coisa mais maravilhosa do mundo.

Eu me afastei dele e tentei chegar perto dos meus filhos pra dizer que estava tudo bem, poder abraça-los e tranquilizá-los. Mas antes que eu conseguisse vi minha pequena desabar no chão. Meu coração se deteve ao ver minha filha caindo no chão. Sem pensar corri até ela e a segurei no colo. Ela olhava pra mim assustada seus olhinhos estavam cheios de lagrimas e, o pior, ela não estava conseguindo respirar. Da última vez que isso aconteceu ela tenha um ano e eu quase perdi ela. Meu pânico só aumentava, mas eu tinha que ficar calma por ela. Eu não podia perder minha filha!


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