Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 36
CAPÍTULO 35


Notas iniciais do capítulo

Presentinho para vocês! Não sei se vou postar de novo antes do Natl, então: FELIZ NATAL PARA TODOS VOCÊS! Espero que gostem do capítulo!



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Estava começando a enlouquecer, tinham se passado horas desde o sequestro de Ana e os meninos e anda não tínhamos nada. Faltavam apenas duas horas até a entrega do dinheiro e estava começando a achar que essa seria a única solução, entregar o dinheiro e esperar que eles cumprissem com o acordo. Para alguém que mantem o controle de tudo na vida, ter que esperar pela ação de outros estava sendo insuportável.

_Senhor, temos notícias sobre a sua ex-mulher. – Disse Taylor sério.

_Fala logo, Taylor. – Falei irritado. Nesta altura eu realmente acreditava que tinha o dedo da minha ex-mulher nisso tudo e se pudéssemos acha-la, acharia Ana e meus filhos.

_Ela está morta, senhor. O corpo dela foi encontrado durante a madrugada, o forense afirma que ela leva morta uma semana. – Congelei com a informação de Taylor. Eu não sentia mais nada por Elena, mas ela era a mãe da minha filha, sempre teríamos esse laço.

_Como? Já encontraram o culpado?

_Ela recebeu um tiro e foi jogada em uma caçamba em um beco. Ainda não acharam o culpado. – Informou sério. _Sinto muito senhor. – EU sabia que ele não estava se desculpando pela morte de Elena e sim por perder mais uma pista do paradeiro de Ana e meus filhos. Eu perdi o controle nesse momento, todo aquele medo e raiva explodiu dentro de mim. Gritei e derrubei todas as coisas que estavam em cima da mesa, logo em seguida caí no chão, derrotado.

_Eu não aguento mais! Preciso deles de volta. – Disse deixando as lagrimas caírem pelos meus olhos.

_Nos vamos encontra-los, senhor. Eu prometo. – Disse Taylor se ajoelhando na minha frente. _Eu prometo fazer tudo o que estiver em minhas mãos para encontra-los.

_Obrigado, Taylor. Acho que perdi o controle. – Disse me levantando e colocando uma mão no ombro de Taylor. Ele é um dos meus empregados mais antigos, esteve comigo desde antes de conhecer Ana. Meu pai o contratou para que fosse meu guarda-costas pessoal e desde então estamos juntos.

_Senhor Grey! – Entrou um dos seguranças em minha sala agitado. “Novidades” – Pensei. _Temos uma ligação.

Corri até a sala onde os policiais e seguranças tinham montado nossa “base”. Um deles segurava meu celular e assim que cheguei perto, ele o estendeu pra mim.

_Alô? – Perguntei.

_Christian Grey? – Perguntou uma voz no outro lado da linha. Diferente da anterior, era uma voz normal, sem alteração.

_Sim, ele está falando. Quem é?

_Não posso dizer meu nome, mas eu liguei para dizer a localização de sua mulher e seus filhos. – Disse baixinho, ele parecia estar falando escondido. _Eu errei muito, não sabia no que estava me metendo... – Começou a dizer apresado.

_Não tem problema, está fazendo a coisa certa agora. Por favor, me diga onde eles estão. – Supliquei.

A pessoa no outro lado do telefone ficou em silencio por alguns segundos, ele parecia estar pensando se era realmente a coisa certa a se fazer. Cada segundo parecia uma eternidade para mim. Queria gritar e exigir que ele me desse um endereço, mas eu sabia que não podia assusta-lo, devia deixa-lo tomar a decisão por ele mesmo. Depois de segundos intermináveis, ele finalmente nos deu um endereço e desligou logo em seguida.

_Senhor, Grey. Não pode ir conosco, pode ser perigoso. – Disse um dos policiais.

_Não espere que eu fique aqui. Minha mulher e meus filhos estão lá. Eu vou! – Afirmei sem deixar espaço para argumentos.

_Tudo bem, mas faça o que mandarmos e mantenha-se afastado. – Eu apenas assenti sabendo que serio o único jeito deles me deixarem ir.

Saímos rapidamente do apartamento, os policiais estavam em duas viaturas, mas chamaram reforços. Eu e Taylor íamos juntos em outro carro com outros seguranças. Andar pela cidade com uma escolta de policiais era muito mais fácil, não precisávamos parar nem obedecer às regras de transito, e, mesmo assim, sentia que o caminho era longo demais. Saímos da cidade e pegamos um caminho no meio da floresta. Cada minuto que passava no carro aumenta minha ansiedade e nervosismo.

As sirenes e luzes das viaturas foram desligados e eu sabia que estávamos perto. Não queríamos que eles soubessem que estávamos chegando. As viaturas pararam de repente e nós fizemos o mesmo.

_O local está logo a frente, vamos dividir duas equipes e tentar chegar perto, temos que analisar o local antes de agir. – Disse o sargento responsável assim que saímos todos dos carros. _Senhor Grey, preciso que se mantenha afastado, não queremos mais reféns. – Disse sério. Eu apenas acenei com a cabeça.

Começamos a andar no meio da floresta até que chegamos a uma casa, ela era grande e elegante, mas podíamos ver que estava abandonada e destruída. Mesmo distantes podíamos ver luzes e movimento dentro da casa, não sabíamos quantos pessoas estavam lá dentro, nem quem era responsável por tudo isso, mas eu não pararia até recuperar minha família e nem a polícia conseguiria me deter.

Estávamos escondidos na floresta, mas alguém dever ter percebido nossa presença porque as coisas mudaram repentinamente. Pessoas começaram a gritar e correr dentro da casa, eles estavam em pânico, assim como eu. A polícia decidiu agir, considerando a situação. As coisas ficaram confusas, haviam muitas pessoas correndo, alguns se entregaram sem ao menos lutar, outros corriam e atiravam em nossa direção, assim como os policiais. Eu estava desesperado, queria entrar na casa e procura-los eu mesmo, mas não me foi permitido.

Estava perto de uma das viaturas, meus seguranças estavam ao redor, me mantendo seguro, quando vi duas figuras saindo da casa, forcei minha visão me surpreendi ao ver Ana correndo com Noah nos braços, seguida por um homem. No mesmo instante corri em sua direção, mesmo contra as indicações dos seguranças. Ana não me viu chegando e ficou surpresa quando a peguei em meus braços. Uma onda de felicidade e alivio invadiu meu corpo, tê-la em meus braços depois dessas terríveis horas era a melhor coisa do mundo. Mas a calma não durou muito.

_Sofia! Ela pegou Sofia, Christian. – Disse Ana desesperada e chorando.

_Preciso que você fique aqui, não se separe de Taylor. Eu já volto. – Respondi juntado forças para me separar dela e de meu filho. Não queria me separar deles, mas minha filha precisava de mim.

_Por favor, traz ela de volta. – Pediu Ana chorando. Eu sabia o quanto ela estava sofrendo também. Dei um beijo em sua testa e na do meu filho.

Levantei e comecei a andar em direção à casa, sem me importar com os gritos ou pedidos dos policiais e seguranças, apenas corri sem olhar para atrás. Entrei na casa, tudo estava escuro e não restava ninguém lá dentro, a maioria deles tinham sido presos e outros tinham conseguido fugir. Andei pelos corredores sem encontrar sinal da minha filha, estava começando a achar que tinham conseguido fugir com ela, me levando ao desespero. Mas antes de que perdesse o controle ouvi algo que devolveu minhas esperanças, o choro de um bebê, minha filha. Corri seguindo o barulho até chegar na parte traseira da casa, havia um grande jardim seguido de um lago. Andei em direção ao lago, de onde vinha o choro.

Quando cheguei na beira do lago encontrei uma mulher sentada no chão, segurando Sofia que chorava desesperadamente, me aproximei devagar, não queria assusta-la.

_Amanda? – Perguntei chegando perto.

_Senhor Grey. – Disse ficando de pé. _Eu tentei fugir, peguei Sofia e corri, não consegui salvar a senhorita Ana nem o Noah. – Disse chorando. Ela achava que Ana e Noah estavam mortos? Porque? Ana disse que “ela” tinha levado Sofia... tinha algo que não encaixava.

_Está tudo bem Amanda, Ana e Noah estão bem. – Os olhos de Amanda se abriram em surpresa. _Eu preciso que me entregue Sofia, precisamos sair daqui. – Falei calmamente. Sofia se remexia em seu colo e esticava os bracinhos para que eu a pegasse.

_Não é possível! Ela deveria estar morta, os dois deveriam estar! – Disse gritando. Ela parecia transtornada.

_Amanda? – Tentei me aproximar de novo, mas ela deu um passo para atrás e começou a gritar de novo.

_Leila! Meu nome é Leila. – Fiquei congelado ao ouvir esse nome, fazia anos que não o ouvia. _Ela vai estragar tudo de novo, ela deveria morrer para que nós pudéssemos ficar juntos! – Amanda se aproximava cada vez mais do lago enquanto gritava.

_Leila, eu lembro de você. – Disse tentando tranquiliza-la. Talvez pudesse convence-la a parar com tudo. _Por que está fazendo isto?

_Por nós! Pelo nosso futuro, nós devemos ficar juntos. Mas ela atrapalhou tudo! – Podia ver que ela tinha perdido o controle, a insanidade tinha tomado conta dela. Precisava pensar com calma.

_Está tudo bem, Leila. Eu vou ficar com você, podemos ficar juntos. Ninguém vai nos atrapalhar. – Menti descaradamente.

_Você está falando sério? – Ela pareceu se acalmar.

_Sim, eu sempre quis ficar com você Leila, mas pessoas nos atrapalharam. Agora que estamos aqui, podemos ficar juntos. – Consegui chegar mais perto dela.

_E Ana?

_Ela não vai atrapalhar, é só a mãe de meus filhos. Estava com ela só por isso. Podemos viver juntos e ela fica com as crianças. – Leila e eu estávamos a apenas um passo de distância. Estava quase pegando minha filha no colo quando alguém apareceu atrás de mim.

_Você é mesmo muito ingênua Leila! Acha mesmo que ele vai largar tudo para ficar com você? – Me virei e encontrei Jack atrás de mim.

_Você deveria estar morto. – Disse surpreso.

_Não morro tão facilmente, senhor Grey. – Disse sorrindo.

_O que faz aqui Jack! Você não fez sua parte do trato! – Gritou Leila.

_Nosso trato não existe mais Leila. Agora eu tenho o controle. – Disse tirando uma arma de sua cintura. _E vou matar Christian Grey a concluir minha vingança.

_NÃO! – Gritou Leila. _Você não vai encostar nele, ele é meu! – Minha preocupação aumento nesse momento, não me importava com a minha segurança, mas Sofia estava no meio dessa loucura.

_Ele não te quer sua imbecil! Ele está apenas fingindo para conseguir o que quer e só você não percebe.

_Não escuta ele Leila. Eu estou dizendo a verdade, se você quiser, podemos sair juntos daqui e deixar toda esta história no passado. – Leila pareceu acredita em mim.

_Lamento dizer que isso não vai acontecer. – Disse Jack apontando a arma em minha direção.

Tudo aconteceu muito rápido, meu único pensamento era proteger Sofia, então me virei e tirei minha filha das mãos de Leila e tentei protegê-la com meu corpo, no segundo seguinte ouvi o barulho do tiro. Olhei para o lado e Leila estava jogada no chão em cima de uma poça de sangue.

_Garota idiota, mas ela recebeu o que merecia. Agora é a sua vez. Você vai pagar pelo que tirou de mim. – Eu sabia que não tinha o que fazer, apenas fechei os olhos e rezei para que Sofia ficasse bem. Então o tiro veio. Esperei sentir alguma coisa, mas nada...

_Senhor, Grey? Está bem? – Perguntou um policial se aproximando de mim.

_Estou. - Jack estava no chão ao lado de Laila.

_Cheguei na hora certa. Temos que sair daqui, conseguimos pegar todos, senhor.

_Obrigado. – Agradeci sem olhar pra ele, porque toda a minha atenção estava na minha filha, que ainda chorava e se segurava fortemente em mim. _Está tudo bem, meu amor. Já acabou. – Falei lhe dando um beijinho na testa. _Vamos pra casa.

Andamos até a parte da frente da casa onde todos estavam reunidos. A única coisa que queria no momento era ter a minha família junta de novo. Assim que chegamos na parte da frente, Ana correu em nossa direção, me abraçou e logo em seguida tirou Sofia do meu colo e a segurou com força.

_Graças a Deus vocês estão bem, estava tão preocupada.

_Estamos bem, amor. –Ana examinava cada parte de Sofia. _Isto é sangue? Oh Meu Deus. – Ana pareceu desesperada achando que Sofia tinha se machucado, mas o sangue não era dela. Senti uma pontada na lateral do meu corpo e cai em meus joelhos.

_Acho que é minha. – Disse colocando a mão no local de onde veio a pontada e percebendo o sangue saindo.

_TAYLOR! ALGUÉM AJUDA! – Gritou Ana e eu me perdi na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Espero pelos seus comentario!