Como recuperar o tempo perdido? escrita por bells


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Já tenho alguns episódios escritos, então vou postar alguns seguidos.



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Acordei ouvindo o barulho dos carros e das pessoas do lado de fora, Los Angeles é uma cidade muito agitada e barulhenta, me espreguicei na cama tentando tirar qualquer vestígio de sono do meu corpo, mas falhei miseravelmente. Sempre fui muito preguiçosa na hora de acordar, dormir é um dos meus prazeres favoritos nesta vida, mais desde que meus filhos nasceram e me vi responsável de duas crianças e tudo mudou. Acordar cedo era parte da minha rotina agora.

Sai da cama e me dirigi ao pequeno e único banheiro do apartamento. Morávamos em um pequeno apartamento de dois quartos em um bairro um tanto suspeito, mas era o único que eu podia pagar. Fiz a minha higiene matinal e me dirigi ao quarto dos meus pequenos, acho que eles herdaram o amor ao sono de mim, já que os acordar de manhã era quase impossível.

_ Bom dia meus amores, hora de acordar. Disse abrindo a cortina do quarto.

Os dois se mexeram e resmungaram uma pouco na cama, mais nem um deles deu sinal de estar acordado.

_ Emma, Noah, é hora de levantar, tenho que levar vocês na creche e ir trabalhar.

Eles nem se mexeram desta vez. Agora teria que ir um por um.

_ Vamos Noah, mamãe precisa ir trabalhar. Disse tirando o cobertor do meu filho e coçando a barriguinha dele.

_ Só mais um pouquinho mamãe. Responde ele sem abrir os olhos.

_ Já estamos atrasados bebê. Levanta e ajuda a mamãe a acordar a Emma. Isso sempre funcionava. Noah odiava ser acordado, mas adorava acordar a irmã.

_ Ok, eu acoldo a Emma! Disse pulando da cama. Eu ri de seu entusiasmo, era sempre assim, mas isso sempre me fazia rir.

_ Muito bem então, você acorda a sua irmã e eu vou pegar os remédios dela. - Disse caminhado em direção à cozinha. Mas antes de sair do quarto pude ouvir Noah chamando a irmã.

_ Vamos Emma deixa de ser pleguiçosa!!!! Não pude evitar rir de novo, no final das contas ele deu o mesmo trabalho para acordar.

Entrei na cozinha e fui em direção à gaveta de remédio da Emma. Ela nasceu com uma deficiência nos pulmões devido a minha desnutrição e falta de cuidados durante a gravidez. Lembro perfeitamente o dia em que meus gêmeos nasceram e como fiquei sabendo da doença de Emma.

FLASH BACK ON

Eu estava com quase 7 meses e não tinha onde ficar, depois da morte de Dona Helena, fui despejada do pequeno quartinho que dividíamos. Não tinha para onde ir nem a quem recorrer, estávamos sozinhos neste mundo, apenas eu e meus bebês. Estava andando na rua a procura de algo para comer quando comecei a sentir uma dor muito forte na parte baixa do meu ventre e de repente senti água escorrendo entre minhas pernas, eu sabia o que estava acontecendo, meus bebês estavam querendo sair e eu precisava correr para um hospital, mas a dor era tanta que eu não conseguia me mexer.

Acabei caindo sentada em um banco do parque enquanto me contorcia de dor. Eu pensei que perderia meus bebês e estava desesperada quando um homem se ajoelhou na minha frente.

_ A senhoria está bem? Perguntou olhando pra mim.

_ Meus bebês estão nascendo... Preciso ir ao hospital.

_ Droga! Precisamos correr, venha eu a ajudo. Ele me levando e eu me apoie nele, mas mesmo assim eu não consegui me mexer. Ele notou isso e me carregou no colo.

_ Meu carro está bem ali, aguente só mais um pouquinho.

Entramos no carro e ele deu partida, eu não me lembro do momento em que chegamos, só me lembro da dor intensa que estava sentindo. Eu nem sabia o nome dele e não tive tempo de agradecer, no minuto seguinte já está na sala de parto trazendo meus filhos ao mundo.

[..]

_Bom dia senhora Steele, eu sou Doutor Jenks. Como está se sentindo? Perguntou um médico entrando do meu quarto.

Eu tinha chegado durante a noite no hospital, foi um parto difícil e demorado, meus filhos nasceram durante a madrugada me deixando exausta.

_ Estou um pouco cansada, mas bem. Como estão meus filhos? - Perguntei preocupada já que não os tinha visto desde hora do parto. O médico tinha um olhar carregado de tristeza e isso me deixou apavorada. Será que aconteceu alguma coisa com meus bebês? Eu não poderia superar perde-los. Era tudo o que me restava, precisava deles para seguir vivendo.

_ Senhora Steele os seus filhos nasceram prematuros e muito a abaixo do peso.

_ Mas eles estão bem não? Quer dizer, muitos bebês nascem prematuros e eles sempre ficam bem, eles só precisam ficar na incubadora certo? Eu precisava ouvir que tudo iria ficar bem, que meus bebês iriam ficar bem.

_ Bom, o menino está bem, a pesar de ser prematuro, é uma criança forte e com grandes chances, mas... Porque? Porque sempre tem que existir um, "mas"? _ A menina nasceu com uma deficiência nos pulmões. Quando nasceu não conseguia respirar e tivemos que reanima-la. Agora ela está na incubadora respirando com a ajuda de maquinas.

Eu não queria acreditar no que estava ouvindo, minha pequena mal tinha chegado
a este mundo e já tinha que passar por tudo isso. Não era justo, ela era só um bebê.

_ Mas ela vai ficar bem não vai? Perguntei me segurando no que restava da minha esperança.

_Não quero mentir pra Senhora, o caso de sua filha é muito grave e o fato dela ser prematura só piora a situação. As chances dela sobreviver são poucas, mas faremos tudo o que estiver em nossas mãos para salvar a sua filha.

Nesse momento eu desabei. Ter que encara a realidade e aceitar que eu poderia perder um pedacinho de mim era devastador. Meus olhos estavam marejados e as lagrimas caiam pelo meu rosto sem parar. Quanto sofrimento uma pessoa é capaz de aguentar? Eu estava no meu limite e sabia que se meu bebê morresse eu não suportaria a dor.

_ A senhora precisa se acalmar, ainda tem um bebê saudável que precisa de você. Escutar isso machucou muito, eu não tinha um bebê, tinha dois e eu sairia com os dois daquele hospital.

_ NÃO! EU TENHO DOIS BEBÊS, DOIS FILHOS E EU SEI QUE OS DOIS VÃO FICAR BEM! Sei que não deveria ter gritado com o médico mais no momento não me importei com nada, o único que eu queria eram meus dois bebês comigo.

_ Desculpe, não foi o que eu quis dizer. Mas a senhora precisa ficar bem, quando eles saírem daqui vão precisar da senhora. Tem alguém que a senhora gostaria de chamar? Família ou amigos?

_ Não, eu não tenho ninguém, só meus filhos.

FLASK BACK OFF

Mas Emma era uma menininha forte e ela conseguiu sobreviver, mas sua doença era algo com o que ela deveria lutar para sempre. Desde então Emma toma um monte de remédios todos os dias. Mesmo não sendo o tratamento correto, já que o que ela precisa é caro demais pra mim, os remédios a mantém estável sem cura-la por completo. Parte meu coração não poder dar o tratamento correto para minha filha, mas por enquanto era o que podia dar a ela, talvez algum dia eu seja capaz de dar o que ela merece.

Peguei a caixinha de remédio, um copo de água e voltei para o quarto de meus filhos, os dois estavam sentados na cama de Emma, ela parecia um pouco irritada e Noah tinha um rosto de trabalho cumprido. A pesar de serem gêmeos os dois eram muito diferentes, não só fisicamente, mas em questão de personalidade também.

Emma é uma cópia minha, cabelos castanhos claros, com cachinhos nas pontas e olhos marrons, enquanto Noah, por mais que eu resista em admitir, era a viva imagem do pai, cabelos escuros e lisos, com olhos tão azuis quanto o mar. Quem os olhasse não acharia que os dois são irmãos, muito menos gêmeos.

Em questão de personalidade, eles também eram muito diferentes. A pesar da doença, Emma era uma menina muito sapeca e adorava aprontar, quando começava a falar não existia ninguém na terra capaz e fazê-la parar, adorava conhecer pessoas novas e sempre encantava todo mundo com seu jeito maduro de agir, ninguém acreditava que ele tinha apenas 3 anos. Noah era o muito parecido comigo, completamente o oposto da irmã. Com pessoas que ele conhecia era uma criança muito brincalhona, nem de longe como a irmã, mas era muito tímido perto de estranhos. Ele é um irmãozinho perfeito, sempre cuidando de Emma, nunca deixava que estranhos chegassem perto dela. Meus dois pequenos eram adoráveis e todos meus amigos morriam de amores por eles.

_ O que foi bebê? Já acordou emburradinha, foi? Perguntei para minha pequena, que lançava olhares nada amigáveis ao irmão.

_ O Noah me acoldou! Disse fazendo birra.

_ Ele te acordou por que eu pedi meu amor, já estamos atrasados e vocês ainda tem que tomar café da manhã.

_ Tudo bem, eu te peldou desta vez Noah, mais só desta, ouviu? - Tive que rir da bronca que minha pequena dava ao irmão.

_ Hora de tomar os remédios, Emma. Entreguei todas as capsulas que ele tinha que tomar e o copo de água. Ele toma remédios desde que nasceu então acabou se acostumando.

_ Obligada mamãe.

Enquanto Emma tomava seus remédios eu fui ao armário pegar roupa para os dois. Tinha que correr já que estava com o tempo apertado. Tinha que deixar os meninos na creche e corre para o trabalho. Na creche todos os professores sabiam sobre a doença de Emma, então todos eles ficavam de olho nela. Além dos remédios, Emma não podia fazer atividades físicas muito pesadas já que ela ficava cansada rapidamente, e também não podia ter emoções muito fortes, porque podia desencadear uma parada respiratória. Além dos professores Noah estava sempre do lado dela, muitas vezes ele preferia ficar sentado com a irmã a brincar com as outras crianças, meu bebe é um amor de criança.

_ Pronto? Tomou tudo? Pergunte pra Emma

_ Sim! Todinho, mamãe.

_ Ok, então hora de lavar os dentes e trocar de roupa. Os dois para o banheiro! assim que eu falei os dois saíram correndo para o banheiro.

Depois de limpos e trocados, fomos tomar café da manhã. Noah, como sempre, comeu tudo. Já Emma deu um pouquinho de trabalho, devido a sua doença, ela levava uma dieta especial e às vezes ela reclamava por ter que comer aquela comida. Mas no final das contas acabava comendo tudo.

A creche deles era perto de casa e dava para ir andando, isso facilitava muito minha vida. Depois de deixar meus bebês eu corria para o trabalho.

_ Bom dia! Disse entrando no restaurante.

_ Bom dia Anastácia. Responderam todos em coro.

_ Anaaaaaaaaaaaa!!!! Preciso falar com você! Disse Kate correndo na minha direção.

_ Bom dia pra você também Kate. A que se deve tanta pressa?

Kate Kavanagh é minha melhor amiga e madrinha dos meus filhos. Ela também é garçonete e somos amigas desde que comecei a trabalhar aqui, pode se dizer que foi amor a primeira vista. Ela é apaixonada pelos gêmeos e vive enchendo eles de mimos. Ela trabalha de dia e estuda arquitetura na universidade à noite, mas o verdadeiro sonho dela é ser decoradora de interiores.

_ Lembra-se do cliente gato de ontem que ficou me paquerando? perguntou com brilho nos olhos

_ Sim, o cara loiro.

_ Exatamente! Bom ele passou aqui a pouco tempo e me chamou pra sair!

_ E você aceitou?

_ Claro que sim! Ele é lindo!

_ Não sei se é uma boa ideia você sair com um cliente, Kate.

_ Para de ser chata Ana, eu não tô pensando em casar com ele, só vou sair e ver se rola alguma coisa.

_ Bom... só toma cuidado ok? não sei se era meu instinto maternal ou simplesmente por que gostava muito da Kate, mas eu sempre me sentia responsável de cuidar dela.
Kate é uma mulher linda, ela tem 25 anos e é o sonho de qualquer homem. Loira de olhos azuis e um corpo de dar inveja à qualquer modelo, por isso sempre atraia a atenção dos homens e sendo ela do jeito que ela é, eu tinha medo que ela saísse machucada. Kate tinha um coração de ouro e ela sempre me ajudou com as crianças, mas tem vezes que eu acho que ela também é uma criança, mesmo sendo mais velha que eu.

_ Sempre tomo cuidado amiga! Agora me conte. Como estão meus afilhados lindos?

_ Me deixando de cabelos brancos como sempre. Kate gargalhou alto.

_ Para de reclamar dos meus pequenos, eles são crianças incríveis. agora foi minha vez de rir.

_ Eu sei que eles são. Eu os amo, jamais os trocaria por nada.

_ Eu vou dar uma passada na sua casa antes de ir para a universidade, estou morrendo de saudades deles.

_ Você pode ir pegar eles na creche comigo, podíamos jantar juntos.

_ Excelente ideia!!!

_Alguém falou em jantar? ouvi uma voz saindo da cozinha.

_ Sim, eu vou jantar com meus afilhados hoje! disse Kate sorrindo.

_ Bom, já que eles são meus afilhados também, acho que tenho o direito de ir com vocês!

_ Você é sempre bem-vindo Leo. disse a ele e o sorriso dele aumentou.

Leo era o gerente do restaurante e o homem que me ajudou quando meus filhos estavam nascendo. Eu poderia dizer que ele é meu anjo da guarda, já que além de salvar a vida dos meus filhos, me deu emprego e me ajudou a encontrar um lugar onde morar. Se não fosse por ele, não sei o que seria de mim e de meus filhos, então nada mais justo que ele ser o padrinho.

FLASH BACK ON

_ Desculpe, não foi o que eu quis dizer. Mas a senhora precisa ficar bem, quando eles saírem daqui vão precisar da senhora. Tem alguém que a senhora gostaria de chamar? Família ou amigos?

_ Não, eu não tenho ninguém, só meus filhos.

_ Bom tem um cavalheiro lá fora esperando, foi o homem que a trousse para o hospital.

_ Ele ficou aqui a noite inteira? não podia acreditar que ele tivesse ficado eu precisava agradecer.

_ Sim, ele parecia muito preocupado.

_ O senhor pode pedir pra ele entrar?

_ Claro. disse saindo pela porta, mas antes dele ir eu precisava perguntar algo.

_ Doutor, quando eu vou poder ver meus filhos?

_ Bom, eles estão UTI neonatal, por enquanto eles vão ter que ficar na incubadora, mas a senhora pode velos pelo vidro. Quando as coisas se estabilizarem eu vou liberar sua entrada para que possa vê-los mais de perto.

_ Obrigada doutor e, por favor, cuide bem dos meus bebês. Eu sei que minha pequena vai conseguir.

_ Prometo fazer tudo o possível. Agora vou chamar o jovem lá fora.

_Obrigada de novo.

Alguns segundos depois que o doutor saiu, um homem apareceu na porta. Ele parecia ser jovem tinha cabelos castanhos e os olhos eram de uma tonalidade verde que eu jamais tinha visto. Eu estava com tanta dor na hora que nem reparei no homem que me ajudou.

_ Oi. disse tímido entrando no quarto

_ Oi. eu respondi

_ Como você está? Não deve ser fácil trazer duas crianças ao mundo.

_ Não, não é. depois disso nos dois ficamos em silencio.

_ Desculpa... nos dois dizemos ao mesmo tempo. Nos dois sorrimos pela coincidência.

_ Pode falar primeiro. eu disse.

_ Bom, e que... eu sei que você não me conhece, mais como você estava sozinha achei melhor ficar. Mas se você quiser eu posso ir embora.

_ Não, claro que não. Quer dizer... você salvou minha vida e a dos meus filhos. Eu queria te agradecer mais eu nem sei seu nome. me aprecei a dizer, não queria que ele se sentisse mal por estar aqui.

_ Bom, meu nome é Leonidas Reed, mas pode me chamar de Leo. disse sorrindo.

_ Prazer Leo, meu nome é Anastácia, mas pode me chamar de Ana. Eu não sei como agradecer o que você fez por mim. Você terá minha gratidão para sempre.

_ Eu só fiz o que qualquer um teria feito.

_ Qualquer um não teria ficado até agora. Muito obrigada mesmo.

_ Não precisa agradecer, só achei que você precisasse de alguém. Você quer que eu ligue para alguém? Seu marido, família? essa pergunta de novo, admitir que estar sozinha no mundo era difícil.

_ Não, somo só eu e meus bebês. ele pareceu um chocado com minha resposta.

_ Eu sei que não é da minha conta, mas quantos anos você tem?

_ 19. foi o único que respondi.

_ E você não tem ninguém?

_ Não, minha mãe morreu quando eu era muito nova e meu pai... bom ele não aceitou muito bem a história da gravidez e me botou pra fora de casa.

_ Eu sinto muito... Ana, você tem onde ficar? a pergunta dele lembrou-me que eu não teria onde ir depois de sair do hospital. A onde eu iria? A onde levaria meus bebês? Não podia criar eles na rua. Sem notar eu já estava chorando de novo, nesse momento eu percebi que meu pesadelo estava apenas começando, estava sozinha no mundo com duas crianças e sem ter para onde ir.

_ Vou tomar isso como um não. disse Leo se aproximando da cama e limpando minhas lagrimas. _ Olha eu sei que você não me conhece e vai parecer estranho, mas eu quero te ajudar. as palavras dele pareciam sinceras. _ Eu sou gerente de um restaurante aqui em Los Angeles, se você aceitar você pode trabalhar lá como garçonete. Enquanto a onde você e os bebês vão ficar, vocês podem ficar na minha casa até encontrarem um lugar onde ficar.

_ Eu... não sei o que dizer. Porque você faria isso? Você nem me conhece, eu poderia ser uma maluca ou drogada.

_ Você é alguma dessas coisas?

_ Não, mas... ele me impediu de continuar falando.

_ Mas nada, não me pergunte o porquê, mas eu realmente quero te ajudar. Minha mãe me criou sozinha, sem a ajuda do meu pai e ela sofreu muito. Eu não consigo imaginar você sozinha com duas crianças na rua. eu não conseguia responder nada, só conseguia chorar, logo quando achei que estava perdida, um anjo chegou até mim.

_ Imagino que você também não tenha nada para bebês.

_ Apenas algumas roupinhas e fraldas de pano na mochila.

_ Bom teremos que comprar algumas coisas. disse ele sorrindo. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Ele realmente está se oferecendo para compra coisas para meus bebes?

_ Eu não posso deixar você fazer isso. É muito dinheiro... ele me interrompeu novamente.

_ Você pode me pagar depois. O restaurante é bem badalado e o salário é muito bom, as gorjetas são boas também.

_ Se antes eu achava que estava em dívida com você, agora eu vejo que jamais serei capaz de pagar por tudo que você fez por mim e por meus bebês. ele me deu o sorriso mais lindo da terra.

_ É o mínimo que posso fazer pelos meus afilhados! espera... o que? Ele disse afilhados?? Como assim? Bom eu jamais negaria isso, mais ele realmente quer ser o padrinho dos meus filhos? Ele percebeu minha surpresa e correu para se explicar.
_ Se você quiser é claro... quero dizer, eles precisam de um padrinho e... bom eu achei que... ele parecia muito nervoso e constrangido, eu tive que rir disso.

_ Depois de tudo que você fez e vai fazer por eles, não teria como negar isso a você. Será uma honra ter você como padrinho dos meus filhos, só não achei que você quisesse isso.

_ Que alivio, por que eu realmente já me sinto o padrinho deles! O médico me disse que você teve um casal.

_ Sim, meu lindo casalzinho!

_ E você já sabe os nomes?

_ Sim, o nome do menino é Noah e o da menina é Emma.

_ Os nomes são lindos... ele pareceu pensar um pouco antes de continuar a falar. _ Olha não quero que você fique chateada, mas quando eu trousse você aqui o médico achou que eu era o pai então quando ele saiu da sala de cirurgia me contou sobre a Emma... eu engoli em seco, será que ele descriminaria minha pequena por ser doente?

_ Sei que vai ser difícil, mas eu acredito que ela vai ficar bem e prometo te ajudar no que puder. Ela é tão linda, na verdade os dois são. Tenho certeza que vai dar tudo certo. eu não acreditava no que estava ouvindo, suas palavras tocaram meu coração, ele era mesmo uma pessoa maravilhosa, por um segundo desejei que ele fosse o pai dos meus bebês. Espera ele disse que meus bebês eram lindos. Ele os tinha visto?

_ Você viu os meus bebês?

_ Bom, sim. respondei coçando a nuca. _ O médico me levou até a UTI neonatal... ele achava que eu era o pai, lembra?

_ Eu quero vê-los, eu preciso vê-los.

_ Tudo bem, eu levo você até lá, tem certeza que pode andar?

_ Sim, vamos...

FLASH BACK OFF

Desde aquele dia Leo ficou do meu lado me ajudando com meus bebês. Ele era meu melhor amigo, a pesar dele ter demonstrado várias vezes querer mais que isso. Mas eu não era mais capaz de amar, não daquele jeito. Meu coração esteve morto por muito tempo e só voltou a vida quando olhei para meus filhos, mas jamais voltaria a amar um homem daquela forma. Me sentia mal por não corresponde o amor de Leo, mas me sentiria muito pior enganando ele e me enganando a mim mesma. Leo entendeu isso e continuou do meu lado.

Fiquei na casa dele até os gêmeos completarem 1 ano, depois achei meu próprio lugar. Se dependesse dele eu continuaria morando em sua casa, mas achava injusto continuar morando com Leo sem poder dar a ele o que ele queria. Mesmo não morando mais juntos ele sempre aparecia em casa para ver os meninos, no final das contas ele era única imagem paterna que eles tinham, a pesar deles saberem que Leo não era pai deles, eles o tratavam como se fosse. Meus filhos amavam o Leo e eu me sentia feliz por isso. Talvez algum dia eles encontrem o pai deles, mas tenho certeza que Leo sempre será o pai do coração e ele com certeza merece esse título.

_ Vocês estão com sorte por que não preciso ficar até tarde hoje, vão poder desfrutar de minha companhia! disse se gabando, eu comecei a rir e kate parecia chateada.

_ Você sempre quer roubar meu tempo com meus afilhados! Isso não é justo!

_ Para de reclamar Kate, eles também são meus afilhados e eu estou morrendo de saudades dos meus pequenos. respondeu ele fazendo um bico engraçado, adultos não deveriam ser autorização de fazer isso, ele estava parecendo o Noah quando queria mis chocolate.

_ VOCÊ OS VIU ONTEM!! gritou Kate.

_ Você não deveria gritar com seu chefe, Kate. disse Leo seriamente olhando pra ela.

Olivia deu a língua pra ele e sai andando em direção à cozinha. Eles pareciam duas crianças brigando. Desde o batizado dos meninos, eles brigam para ter a atenção dos afilhados.

_ Vocês dois parecem a Emma e o Noah brigando por um brinquedo. disse rindo da ceninha deles.

Leo riu e me deu um beijo na testa. Eu sempre ficava constrangida quando ele fazia isso, principalmente quando estávamos no trabalho.

_ Temos muito a fazer hoje, então vai trabalhar Ana. disse se fingindo de sério.

_ Sim senhor! disse batendo continência e fazendo-o rir.

O dia no trabalho foi tranquilo e como o prometido Kate, Leo e eu fomos pegar meus pequenos na creche e jantar juntos. Eles ficaram muito felizes ao ver os padrinhos, Emma não parou de falar um minuto e Noah passou a noite reclamando que Emma falava demais. Mas a noite foi incrível. Mais um dia com meus pequenos. Mais um dia com minha pequena Emma sorrindo pra mim, mesmo quando os médicos falaram que ela não chegaria nem ao ano. Espero ter muitos mais anos ao lado dos meus dois bebês e eu farei de tudo pra que assim seja.


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