Escrito nas estrelas. escrita por hollandttinson


Capítulo 9
Tomorrow you come back.


Notas iniciais do capítulo

Eu estou sem internet por tempo indeterminado, tive que dar meu jeito aqui para postar esse capítulo e atualizar vocês. Mil desculpas, mas dessa vez a culpa não é minha. Fiquem com esse capítulo novo, espero que gostem!



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NARRAÇÃO: EDWARD CULLEN.

O dia foi mais perfeito impossível. Quando eu levei Bella até o lago, eu não imaginava que fosse acontecer metade do que aconteceu. É claro que eu sabia que seria mágico, afinal eu estaria sozinho com ela e o meu paraíso particular... mas não tão mágico quanto foi!

Não imaginava que eu sorriria tanto, que nós chegaríamos á assuntos que eu só cheguei comigo mesmo, nos sonhos que sonho acordado. Como falar de alma gêmea, por exemplo. Eu sou devoto de livros de romance, talvez porque eu vivo numa sociedade onde o adultério prevalece, ainda mais depois da guerra, quando os homens perceberam que casamento fiel é uma perda de tempo. Ainda não consigo encontrar o termo perda de tempo no casamento... Sei que planejava ir para o exército, mas não porque acreditava que matrimônio fosse prisão, mas porque não tinha encontrado nenhuma cela que me alegrasse. Mas aqui está ela: Isabella.

Quando falamos sobre alma gêmea e ela me disse que não tinha nenhuma, eu fiquei um pouco feliz. Ela não tinha conhecido ninguém que a tivesse agradado antes, então eu estava aqui, pronto para ser essa pessoa. Ela estudou fora, ela gosta de saber mais sobre o mundo, não é isso que uma professora sempre quer? Saber sempre mais? Imaginava que ela acreditasse que casamento não fosse tão lucrativo quanto as minhas outras “pretendentes”, mas não em importei com isso. Eu podia mudar sua opinião, se tivesse um pouco mais de tempo. E eu usaria todo o tempo que eu tivesse, inclusive esse.

Quando eu falei que já tinha me apaixonado, ela pareceu surpresa. Não exatamente surpresa, mas abalada. Me convenci de que ela não estava sentindo ciúmes de mim, pois era muito cedo para criar expectativas, eu sou muito bom em não criar sonhos impossíveis, apesar de todos os dias imaginá-la vestida de noiva vindo até mim, dizendo sim para o “até que a morte os separe”.

Quando ela me perguntou onde estava a minha amada, eu olhei para ela, e a única coisa que eu queria dizer naquele momento era “é você, sua boba”. Mas isso a assustaria, e eu não queria que ela se assustasse, muito pelo contrário, queria que ela ficasse ainda mais confortável ao meu lado. Perguntei se ela acreditava em alma gêmea, e, de olhos fechados, ela disse que acreditava que a pessoa por quem eu estava apaixonado não era minha alma gêmea, e a minha primeira reação foi de choque. Eu tinha certeza de que ela era minha alma gêmea... E como ela saberia, se não a conhece? Quer dizer, ao menos não sabe quem é, não sabe que é ela mesma.

Perguntei porque, e ela disse que se fosse mesmo minha alma gêmea, a garota estaria no seu lugar. Ela ainda estava de olhos fechados quando eu percebi que estava perto demais, que seu rosto estava próximo demais, mas meu corpo não quis se afastar, e não se afastou. Então ela abriu os olhos. Seus olhos eram um mar de chocolate, completamente delicioso era olhar para eles. Seu rosto tinha um formato perfeito, nada fora do lugar. Seus lábios não eram finos, mas também não eram fartos, no entanto, seria maravilhoso me mover minimamente, e fazer com que seus lábios rosa se unisse aos meus. Eu engoli em seco, apenas um movimento, um pequeno movimento, realizaria o meu sonho.

Quando eu estava tentando ter forças para me afastar, ou para me unir de vez, um pássaro cantou ao nosso lado, nos tirando a atenção. E então eu percebi como estávamos conectados. Do fundo da minha mente me veio a ideia de mergulhar no lago, tanto para me afastar dela por um curto espaço de tempo, quanto para relaxar o corpo, que estava completamente tenso, em todas as áreas que ele podia estar!

Mas ela veio comigo para a água, não no mesmo momento, pois eu entrei primeiro depois de tirar a camisa. Fiquei debaixo da água por um tempo, sem respirar lá embaixo, pensando na grande besteira que eu teria feito se aquele pássaro não tivesse cantado. Quando voltei á superfície, ela tinha acabado de mergulhar, fui até ela, esperando que ela voltasse. Quando voltou, eu perguntei a primeira coisa que me veio á mente.

— A água não está maravilhosa?- Perguntei sorrindo. Ela estava apenas com a roupa de baixo, eu sabia disso porque não estava mais com seu vestido florido, que estava jogado do outro lado. Mas fui cavalheiro e não permiti que meus olhos vagassem pelo seu corpo, afinal de contas ela era uma dama. A mais importante de todas elas.

— Está.- Ela sorriu de volta, percebi que ela estava nervosa, então mergulhei novamente, e quando voltei, joguei água no seu rosto sem querer, então ela jogou no meu. Começamos á brincar na água, nos escondíamos por lá, o que era idiota já que a água era cristalina. Em algum momento eu fiquei lá por tempo demais, esperando ela me procurar, mas ela não parecia me achar. Ouvi sua voz abafada do lado de fora, então eu sai. Ela estava de costas, fui até ela e a abracei por trás, mantendo a distância que precisava. Puxei-a para baixo e abri os olhos dentro da água, ela estava sorrindo e me olhava também, pois tinha virado de frente para mim enquanto imergíamos.

Quando voltamos para a superfície, ela enlaçou os braços no meu pescoço, e minhas mãos foram uma para a sua cintura, e a outra para suas costas. Nossas respirações estavam aceleradas, provavelmente pelo cansaço e a falta de fôlego. Eu podia sentir cada centímetro do seu corpo, estávamos muito próximos. Seus seios estavam grudados no meu corpo, e eu podia senti-los, e isso me causou sensações estranhas, que eu fiz questão de ignorar. Estávamos muito próximos!

Uma mecha de cabelo estava grudada na sua bochecha, e eu lentamente a tirei de lá, acariciando o local em seguida, apreciando a forma como ela fechou os olhos para desfrutar do carinho, deixando que a minha mão ficasse na sua nuca quando acabei, ela tremeu, mas eu estava pensando em outra coisa quando me aproximei e uni as nossas testas, aproveitando o momento. Como eu disse, eu aproveitaria todo o tempo que tivesse com ela.

— Eu acredito em alma gêmea.- Eu disse baixinho, mas tinha certeza de que ela podia ouvir. Completamente dominado por qualquer instinto masculino que eu tenho certeza que está vivo, e até demais em mim nesse momento, eu fechei os olhos e rocei meu nariz no dela. Não me lembro onde eu aprendi isso, mas me dizia que era algo bom, e realmente foi. Apesar de singelo e calmo, era bom. Ela concordou com a cabeça e eu abri os olhos.- Acho que você é a minha.- Eu falei sem pensar, e sem pensar mais ainda, uni nossos lábios.

Fiz isso lentamente, com calma e suavemente, por vários motivos. Primeiro: eu nunca tinha feito isso antes, e não tinha a menor ideia do que estava fazendo, apesar de que, eu acho que beijar é algo que faz parte do ser humano, nascemos sabendo. Segundo: seus lábios eram tão delicados e macios que eu queria desfrutar de cada texturinha deles, e não dá para fazer isso quando se está com pressa. Aliás, não tem um pingo de pressa em mim, podia ficar aqui fazendo isso para sempre. Mas meu corpo falou mais alto e eu a puxei para mais perto, ela tremeu com o contato mais forte do nosso corpo, eu ignorei a sensação maravilhosa de ter seu corpo mais perto do meu... Parcialmente.

A proximidade mexeu com o meu corpo, e o beijo deixou de ser tão suave, e eu estava movendo os nossos lábios, nossos corpos. Suas mãos estavam na minha nuca, elas parecia nervosas, mas a sensação era boa. Tinha lido em algum lugar sobre colocar a língua no beijo, então eu o fiz, e a sensação foi boa, pelo menos para mim. Mas admito que não estava realmente preocupado com o que ela estava sentindo no momento, o meu prazer era a prioridade. E ele era tão grande! Mas em algum momento eu fiquei sem fôlego, e acredito que ela também, pois nos afastamos, mas mantive nossas testas unidas.

Estávamos respirando descompassadamente, como se tivéssemos corrido quarteirões, e eu realmente me sentia como se tivesse corrido do paraíso até aqui, mas isso pareceu tão poético á ponto de ser utopia, e isso aqui não era utopia. Isso é real, aconteceu de verdade. Eu estava sorrindo quando a ouvi perguntar se era a minha alma gêmea. Será que alguém que não é nossa alma gêmea nos faria se sentir tão bem? Se eu tinha dúvidas, agora não tenho mais. Concordei com a cabeça ainda de olhos fechados, e ela suspirou. Abri os olhos para saber que tipo de suspiro era.

— Que alívio.- Ela falou, e eu ri, balançando a cabeça.

— Você é absurda.- Disse antes de imergir na água. Precisava pensar um pouco sozinho sobre tudo, fiquei lá embaixo pensando sobre como era maravilhoso beijá-la e como eu queria fazer isso mais vezes. Mas pensei em algo ainda mais preocupante: não devíamos ter feito isso.

Ela é uma moça de respeito, eu a tratei como se ela não fosse. Tentei ser cavalheiro, mas meti os pés pelas mãos e usaria a desculpa de que “sou homem” para isso, mas que desculpa ela podia usar? Se as pessoas soubessem o que aconteceu aqui, ou desconfiassem, ela seria a garota mais falada de Chicago, seu pai a mataria! Quando voltei á superfície, ela estava sentada do lado de fora, com o vestido sobre o corpo, o rosto completamente vermelho. Provavelmente ela também tinha tido um choque de consciência, o que não é tão bom quanto eu gostaria. Saí da água e fui ao seu encontro, ela evitou olhar para mim, o que era pior ainda.

— Perdão pela minha atitude na água, sei que foi imperdoável, não quero que pense que eu a desrespeitei, apesar de tê-lo feito. Eu não sei com o que estava na cabeça... Eu posso levá-la para casa agora, se quiser. E eu juro que nunca mais vou me aproximar de você, eu... Isabella, me perdoe.- Eu disse quando me sentei ao seu lado. Minha voz deixava claro todo o meu desespero para que ela entendesse que eu não queria que ela se sentisse desonrada ou que eu não estava sendo cavalheiro com ela, pois a última coisa que eu queria era que ela me odiasse, pois a amava. Ela olhou para mim, e riu. Sim, riu!

— Você fica demasiadamente apreciativo quando está nervoso, sabia disso?- Ela perguntou, ainda divertida. Eu engoli em seco, ela estava maluca? Balancei a cabeça.

— Você devia estar me dando tapas, e não rindo. O que eu fiz foi... Não tenho palavras!- Eu disse, ainda nervoso para que ela entendesse a gravidade da situação, apesar de que, nessa altura do campeonato, acredito que ela já tenha percebido que estamos com problemas. Eu desviei o olhar dela, pois estava constrangido por ter sido tão irresponsável, imaginei que meu rosto estivesse vermelho, mas não quis escondê-lo com as mãos, não tenho mais 5 anos de idade, afinal de contas, mordi o lábio inferior, eu sou adulto.

— Mas foi engraçado.- Ela disse, percebi que ela tinha dado de ombros, mas olhei para ela só para saber se era sério mesmo. Ela começou á analisar meu rosto minuciosamente, mas eu não estava prestando atenção no caminho dos seus olhos, sua boca estava vermelha demais e eu... Deus, eu queria de novo.

— Quer que eu leve você para casa?- Perguntei rapidamente, querendo fugir daquela tentação. Ela ficou vermelha e engoliu em seco, eu também, mas menos ruidosamente do que ela. Ela estava mais nervosa agora do que á minutos atrás. Acho que consegui assustá-la, finalmente.

— Ainda tem tanta comida aqui, não quero que estrague.- Ela disse, esticando o braço para pegar um pedaço de bolo, eu concordei com a cabeça para ser gentil, mas, na verdade, eu queria que ela me pedisse para sair correndo dali com ela, para nunca mais vê-la. A culpa seria bem menor.

— Eu vou ficar de costas para que você possa se vestir.- Eu disse, mas, na verdade, eu só queria não ter mais que olhar em seus olhos provocativos por uns minutos, queria me acalmar mais, então me virei enquanto falava, para não lhe dar tempo para protestar.

— Você pode me ajudar?- A sua voz me chamou antes do que eu imaginava, e eu me virei por instinto. Ela estava de costas, os botões do vestido estavam abertos. Eu engoli em seco, droga. Mas eu os fechei, tanto porque ela pediu, quanto porque eu realmente queria tocar nela, mesmo que minimamente.- Obrigada.- Ela disse baixinho, virando novamente.

— É sério, Bella. Eu estou mesmo morrendo de vergonha pela minha atitude.- Eu disse rapidamente, não sei porque eu estava tão nervoso para fazer ela entender isso, mas eu estava, principalmente porque mais uma vez ela estava perto demais para o meu gosto. Porque ela não se afastava? Porque a atitude inicial de se afastar tinha que vir de mim? Será que não se pré-entende-se que eu não tenho força suficiente para me afastar dessa garota? Deus do céu.

— Eu não estou irritada com você, de verdade.- Ela sorriu, dificultando qualquer tipo de oportunidade de pensamento racional que eu tivesse. Eu engoli em seco, mas eu estava aliviado por ela não estar irritada comigo, assim apenas eu me irritava comigo mesmo, e era mais fácil lidar com isso, já estou acostumado. Suspirei aliviado, me afastando, como eu devia ter feito desde o princípio.

— Está bom?- Perguntei quando começou á ficar silencioso demais, não queria que ficasse constrangedora a situação, e apontei para o suco de laranja que ela estava começando á beber. Ela concordou com a cabeça e eu suspirei. Ela podia falar também, certo? Ajudava muito.

— Você não precisa ser tagarela, eu não estou constrangida.- Ela disse, sorrindo confiante, eu queria estar tão confiante assim. Mordi o lábio inferior antes de responder morto de vergonha e covardia:

— Eu estou, muito.- Quando eu disse isso, ela ficou quieta. Muito quieta. Se eu estava com medo de deixar que o silêncio predominasse, agora eu estava desesperado!- No que você está pensando?- Perguntei, ansioso. Ela olhou para mim, suspirou e negou com a cabeça rapidamente, me fazendo revirar os olhos. Ela não facilitava nunca?- Se você não falar nada eu vou ficar ainda mais nervoso do que já estou.- Ameacei.

— Eu não tenho nada para dizer, Edward.- Seu tom de voz foi seco o suficiente para fazer com que eu me encolhesse por instinto, pura defesa. Ela mordeu o lábio inferior, percebendo.- Desculpa, eu não quis ser grossa.

— Tudo bem.- Eu disse, apesar de não estar nada bem. Olhei para o lago pois sabia que ela perceberia a minha mentira se me encarasse. Ouvi-a suspirar.

— Você não vai comer?- Neguei com a cabeça.- Mas está tão gostoso...

— Coma, então.- Foi a minha vez de ser seco, e quando eu ia me desculpar, ela suspirou e falou a coisa mais absurda que já podia ter saído da sua boca maravilhosa:

— Você sempre fica estranho após beijar uma garota, ou é só quando ela não te satisfaz como você espera?- Eu ri, muito mesmo, gargalhei alto, de uma forma que eu não me permitia á séculos por causa da etiqueta. Quando me controlei, olhei para ela e perguntei de sobrancelhas erguidas:

— Você está brincando, certo?- Ela mordeu o lábio inferior e abaixou a cabeça, seu rosto estava escarlate. É, ela não estava brincando, o que tornava tudo ainda mais absurdo.

— Eu sei que as coisas em Chicago são diferente das em Londres, principalmente para os garotos. E você é tão disputado...- Ela começou á falar, e eu me senti no direito de impedi-la de falar mais besteira. Santo Deus de onde ela tira essas coisas? Segurei suas mãos e esperei que ela me olhasse, para que eu pudesse sorrir gentilmente para ela.

— Não existe disputa diante de você, Isabella. Não existe, não existiu e nunca existirá ninguém além de você. Meus lábios nunca tocaram outros lábios, que não os seus. Meu coração nunca foi de ninguém, apenas de você. E sempre será seu, Isabella.- Eu sinceramente não sei de onde tirei isso, acho que eu estava tão completamente desesperado para que ela soubesse que foi a única na minha vida, que eu simplesmente não me importei de ser bobo novamente. Me aproximei lentamente, dessa vez sem ter mesmo noção alguma disso, simplesmente fui conduzido para mais perto.

— Você falou sério mesmo? Quando falou da alma gêmea?- Ela perguntou, mordendo o lábio inferior. Eu concordei com a cabeça, mas meus olhos estavam focados nos seus lábios se movendo enquanto ela falava, e mordendo os lábios, e agora parados enquanto ela tinha parado de falar.

— Nunca falei tão sério. Eu desisti do exército só para ficar com você, se você quiser viajar o mundo, tudo bem, eu vou com você. Sempre gostei de aventuras mesmo, ir para o exercito não é uma?- Eu ri nervosamente, encostando a minha testa na dela, fechando os olhos. Adorei ficar assim, acabei de descobrir um novo porto seguro. Não que eu tivesse um antigo, mas...- E se você não quiser que eu vá com você, tudo bem, eu vou ficar aqui esperando você, e se você não voltar nunca, tudo bem, eu... Eu acho que nunca vou me sentir assim novamente. Você é a minha alma gêmea.- Eu não quero que ela vá á lugar nenhum, mas seria bom que ela achasse que tinha alguma escolha... Eu iria atrás dela onde fosse, nunca seria distante demais.

— Não vou a lugar nenhum sem você, seu bobo.- Ela disse, ela afastou nossas testas para me dar um beijinho na bochecha. Eu suspirei e sorri, porque era tão singelo que só podia ter vindo dela. E também porque ela não ia para lugar nenhum mesmo, eu estava me preocupando e fazendo planos malucos á toa, afinal de contas.

— Que bom!- Eu disse, dando um beijinho leve nos seus lábios, um beijinho amigável, só para que meu corpo não dissesse que não teve esse último prazer.- Está ficando muito tarde, quer que eu leve você para casa agora?- Perguntei, começando á arrumar as coisas sem esperar sua resposta, mas ela começou á arrumar comigo, então eu apenas segurei a sua mão e a guiei até o automóvel. Ficamos em silêncio o caminho todo, mas nos olhávamos de tempos em tempos. Quando parei o carro na frente de sua casa, eu queria que o caminho fosse mais longo, para ficar mais tempo com ela.

— Quer entrar? Tenho certeza de que mamãe vai amar ter você para o jantar, não vai ser um banquete como é na sua casa, mas vai ser gostoso, mamãe cozinha bem.- Ela estava tão animada que mesmo que eu não quisesse, o que não era o caso, eu não teria coragem de lhe negar isso. Sorri.

— Será um prazer.- Desci do carro e fui buscá-la do outro lado, sorri gentilmente quando abri a porta.- Madame?- Reverenciei estendendo a mão para ela, que sorriu.

— Senhor.- Ela disse e eu fiz uma careta. Seu cabelo ainda estava molhado, mas a roupa não estava mais. Minha calça ainda estava úmida, mas era escura o suficiente para disfarçar. Eu caminhei ao seu lado, de braços dados, e ela abriu a porta, espiando para ver.- Mamãe, papai, temos visita.

— Edward querido!- Sua mãe, que era sempre um amor comigo, veio me dar um abraço. Ela estreitou os olhos para mim.- Você está...

— O lago.- Eu expliquei rapidamente, ela deu de ombros e olhou Isabella de cima á baixo.

— Você também?- Ergueu uma sobrancelha. Eu prendi a respiração torcendo para que ela não desconfiasse de nada e não me impedisse de ver a sua filha, apesar de ser a atitude que toda mãe devia ter.

— A senhora pode cuidar do Edward enquanto eu subo para trocar de roupa?- Isabella perguntou, se afastando do meu braço, que sentiu a sua falta rapidamente. Eu mordi o lábio inferior.

— Fique com Charlie, certo? Vou ajudar Bella.- A mãe dela me apontou o sofá, onde meu futuro sogro estava sentado, lendo um jornal.

Ele ficou falando sobre economia nacional, mas eu não prestei atenção, apesar de ter concordado com a cabeça várias vezes, e ter sorrido gentilmente quando ele sorria sobre algo. Minha barriga começou á roncar exatamente no momento em que elas desceram. Bella estava com os cabelos trançados ao lado do ombro, um vestido amarelo que lhe dava um ar mais jovial. Ela sorriu para mim, mas ficou vermelha quando a mãe se prostrou ao seu lado.

— Hora do jantar!- Ela cantarolou.

Foi um jantar animado, eles perguntaram sobre a nossa tarde, e Isabella foi quem falou. Ela pulou a parte que nos beijamos e falou apenas sobre termos tomado o banho de lago e nos divertido com as conversas. Ela estava feliz, eu percebi. E eu também estava. Imaginei que eles estavam notando a diferença em nós dois, estávamos felizes demais. Talvez não Charlie, mas com certeza a mãe de Isabella tinha notado algo.

— E então, já sabem quando será o próximo encontro?- Perguntou ela quando acabamos de comer, mas continuamos á mesa. Eu olhei para Isabella, que olhou para mim. Devia ser minha obrigação falar sobre isso, mas eu tinha esquecido completamente.

— Acho que o Edward vai ter de pesquisar mais lugares fantásticos para me levar, não temos tanto por aqui, e se nós quisermos continuar nos vendo... Bem.- Isabella disse sorrindo, eu concordei com a cabeça. Apesar de que qualquer lugar seria fantástico com ela ao meu lado.

— Prometo de aviso com antecedência.- Eu disse, sorrindo. Ela concordou com a cabeça.

— Não está muito tarde? Seus pais devem estar preocupados.- Disse Charlie, eu neguei com a cabeça e expliquei que eles sabiam que eu estaria com Isabella, então deviam desconfiar que eu jantaria em sua casa.

— É uma honra tê-lo aqui, pode vir sempre que quiser.- A mãe de Bella disse animada, percebi-a cutucando Bella, ela foi discreta, mas eu estava prestando atenção sobre qualquer coisa que envolvesse Bella, então sorri.

— Eu vou querer muitas vezes.- Disse sem pensar. Bella ficou vermelha, e Charlie percebeu, porque ergueu uma sobrancelha.

— É mesmo?- Ele perguntou pretensiosamente. Eu engoli em seco, Bella suspirou.

— Imagino que vocês tenham virado grandes amigos.- A mãe de Bella nos deu cobertura, então eu percebi que sim, ela sabia que alguma coisa tinha acontecido, e faria Bella lhe confessar tudo, queria ser uma mosca para ver essa cena, mas vai se impossível. Eu dei de ombros.

— Sim, não imagino ninguém mais perfeita para tirar meu tédio natural de sábado e domingo.- Eu sorri para Bella, que sorriu para mim também.

— Então amanhã você virá?- Charlie perguntou, não havia mais desconfiança em sua voz. Eu dei de ombros, olhei para Bella.

— O que você acha de passear um pouco pelas ruas, longe do automóvel? Ele nos prende um pouco.- Eu disse, ela concordou com a cabeça rapidamente e eu queria revirar os olhos. Ela não sabe disfarçar nadinha.- Então eu virei amanhã sim, senhor.

(…)


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