Escrito nas estrelas. escrita por hollandttinson


Capítulo 4
Next meeting.


Notas iniciais do capítulo

Vamos comemorar porque: ACABOU O ENEMMMM, estou livre para escrever e postar quando eu quiser, estão todos felizes? Aliás, quem tava com saudade da fanfic? Hora de matar essa danada! Capítulo novo e lindo NOW!



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NARRAÇÃO: ISABELLA SWAN.

Acordei com um humor incrível na manhã depois da festa. Apesar de ter ficado acordada até tarde, contando tudo á mamãe, até os mínimos detalhes, da festa de Meredith Stryder, mesmo assim, eu dormi como uma criança pequena. E quando acordei, não senti nenhum vestígio de indisposição recorrente á noite passada. Eu estava em paz.

– Bom dia, querida.- Mamãe me saudou, abrindo as cortinas do meu quarto. Não ficou espantada quando me encontrou já de pé, vestida para um dia. Era comum eu acordar cedo, costumes ganhados com o tempo, acredito que nunca me recuperarei.- Está um belo dia lá fora.

– Eu imagino.- Eu disse, aproximando-me da janela, espiando o lado de fora. A vizinha da frente estava colocando água nas plantas enquanto conversava com a vizinha do lado. Na esquina, uma senhora vinha trazendo um cesto enorme de roupas limpinhas, eu conseguia imaginar o cheiro de rosas.

Algumas crianças estavam brincando de pular corda, apesar do sol. Acho que depois da guerra, todos nós preferimos aproveitar a vida no máximo. Eu gostaria de ser criança, eu gostaria de estar pulando corda, e não estar assistindo tudo. Mamãe colocou a mão no meu ombro gentilmente, pareceu perceber a minha expressão triste, então sorriu gentilmente.

– Planos para o almoço?- Perguntei o mais animada possível. Ela gargalhou, se afastando e me mostrando um cesto, que diferente do da senhora da esquina, trazia roupas sujas.

– A senhorita irá até a lavandaria, as roupas do seu pai estão todas sujas, o pobre coitado está quase sem ter o que usar! E até mesmo nós duas, precisamos de roupas limpinhas, pois não sabemos se você terá algum compromisso no sábado que vem.- Ela disse, piscando para mim. Eu revirei os olhos, ela tinha esperanças de que Edward viesse me chamar para sair novamente, mas eu não acreditava que isso fosse acontecer. Eu não tinha sido gentil o suficiente.

– Espero que a lavandaria esteja vazia, o cheiro daquele lugar me dá náuseas.- Resmunguei, sendo guiada por passos pesados até o cesto no chão. Segurei-o com força, na verdade eu o abracei, e olhei para mamãe. Ela revirou os olhos.

– Espere na fila pacientemente, seja gentil com as senhoras, e não perca o dinheiro pelo caminho. Mamãe ama você, preste atenção no caminho, não fale com estranhos, e me volte antes do almoço. Não vamos almoçar sem você, mas sabe que seu pai fica um pouco... Nervoso quando está com fome.- Mamãe fez uma careta. Ranzinza seria a palavra certa para o que papai fica quando está com fome, mas não era sensato, educado ou respeitoso responder a mãe.

– Tudo bem.- Eu disse, deixando que ela beijasse a minha testa, e descendo a escada lentamente, morrendo de medo de cair. Eu já caí tantas vezes nessa escada, então sempre tomo o máximo de cuidado possível.

As crianças esbarravam em mim, o tempo todo eu imaginava que ia levar um tombo terrível na calçada da rua, mas não aconteceu. Cheguei até a lavandaria em segurança.

Não era uma lavandaria de verdade, para ser sincera, era a casa de uma senhora. Seus filhos e maridos tinham ido para a guerra, e morrido. Ela ficou sozinha, sem ter como se sustentar, então ela lava roupa para as famílias em troca de dinheiro, em sua própria casa. Chamamos de lavandaria por ela realmente reformou toda a casa, fez vários tanque e tem um sistema administrativo das roupas que lava. É bastante bem organizado, e um alívio para as família de baixa renda – como nós – que não têm criadas que lavam as suas roupas.

– Bom dia madame Poulain.- Eu sorri gentilmente para a senhora á minha frente. Madame Poulain é uma burguesa mais do que falida. Herdeira de uma fortuna, mas gastou tudo o que tinha com jóias, viagens para a França, Inglaterra, União Soviética, e até mesmo o Japão. Quando voltou, descobriu que não tinha dinheiro para mais nada na vida, e que deveria hipotecar a própria casa. Ela não aceitou isso, então agora está vendendo todas as jóias e roupas, o que é, na minha opinião, uma ironia trágica.

– Bom dia? Bom dia? Como você ousa dar-me bom dia com esse calor infernal que está fazendo nesta cidade? E toda essa poeira? Ah como eu sinto falta de quando não nos preocupávamos com o ar que respirávamos, não tínhamos esses automóveis terríveis que nos fazem sentir falta de ar.- Ela reclamou, enquanto tragava mais um pouco de charuto francês. Eu revirei os olhos. É claro que ela achava isso pois tinha mesmo de ir andando á qualquer lugar, já que não tinha dinheiro para comprar um carro.

– Perdão, eu não sabia que o dia estava tão insatisfatório para a senhorita.- Eu disse, balançando a cabeça e tentando não gargalhar dela. Larguei o cesto no chão e me espreguiçando. Não estava pesado, mas não estava leve. Ela me avaliou de cima á baixo.

– Soube que ontem você se esbaldou com o filho dos Masen. Espertinha você hein? Ninguém imaginaria!- Ela riu da minha cara, cutucando a mulher á sua frente, que acenou para ela, desprezando seu comentário. Eu senti o sangue me subir á cabeça, meus lábios se crisparam instantaneamente, e eu me senti tentada á gritar com ela. Respirei fundo.

– Perdão, eu não sei do que a senhorita está falando. Pode ser mais explícita para mim, por favor?- Pedi, lembrando de todas as regras de etiqueta que a minha mãe tinha levado anos para me ensinar, e que eu não deixaria ir por água á baixo por causa desta mulher desprezível.

– Oh, será que eu estou enganada e você não é Isabella Swan, a garota, a única na cidade, que conseguiu levar Edward Masen para uma festa, e nela, dançar com ele e fazê-lo rir?- Ela questionou, levando a mão ao peito, olhando para mim com escárnio, desprezo. Eu respirei fundo novamente, no fundo eu gostei do seu comentário. Mas não me senti nada feliz por estarem comentando sobre mim.

– Ele é um garoto muito amigável, queria me mostrar como ser uma pessoa normal, em seu âmbito de amigos. Que mal há nisso?- Perguntei, erguendo o queixo com petulância. Ela negou com a cabeça.

– Oh, nenhum! Não há mal nenhum, mas não é muito curioso que você tenha sido a única garota que conseguiu arrancar dele um sorriso sincero, longe dos olhos dos pais? Diga-nos, qual seu feitiço?- Perguntou-me, parecendo realmente interessada na resposta.

– Perdão, madame Poulain, mas não consigo ver como as vidas de Isabella Swan e Edward Masen podem ser de seu interesse. Pelo que eu sei, a senhorita não tem a menor ligação com nenhuma das famílias, então por qual motivo estás á importunar a senhorita Swan?- Perguntou a senhora na frente dela, que finalmente pareceu se incomodar com a questão discutida. Eu sorri para ela.

– Obrigada, senhora.- Eu agradeci. Madame Poulain deu de ombros, virou-se e voltou á fumar seu charuto. Eu balancei a cabeça, olhando ao redor. Demorou bastante até que a minha vez chegasse, e quando finalmente chegou, ainda tive de esperar até que ela terminasse de lavar meu monte de roupas.

Voltei com o cesto, andando com o sol ainda mais quente do que antes, o suor descia pelo meu rosto, me deixando nervosa. Entrei em casa ás pressas, indo direto pelo lado esquerdo da casa, direto para o quintal, onde eu comecei á estender as roupas. Quando terminei, entrei pela porta dos fundos, onde dava para a cozinha. Mamãe estava lá, enfiada no fogão. Virou-se bruscamente para mim, assustada.

– Que susto!- Ela reclamou, levando a mão ao peito e revirando os olhos aliviada. Eu balancei a cabeça, levando a mão até a testa e limpando o suor.

– O sol está castigante!- Eu disse, me aproximando para olhar o fogão. Mamãe se afastou, indo até a mesa e cortando alguns legumes para pôr no arroz que ela estava preparando.

– Vá para a sala e receba as visitas por mim.- Ela pediu, apontando para a porta. Eu estreitei os olhos.

– Visitas?

– Seu pai, aquele homem abençoado! Convidou os Masen para almoçarem conosco esta tarde, e nem ao menos me avisou! E veja só, eu não tinha nem me organizado para fazer comida em dobro!- Mamãe estava mais do que nervosa, andava de um lado para o outro, como se o mundo estivesse acabando, ou a casa estivesse pegando fogo.

– Os Masen estão aqui?- Eu quase gritei. Senti minha voz mais elevada, mas sabia que não tinha gritado exatamente. Mamãe concordou com a cabeça, nervosa. Meu coração acelerou, meu rosto já estava queimando, e eu não sabia se tinha controle sobre as minhas pernas, se elas iam se mover corretamente. Me apoiei na parede.

– Eu preciso que você ajude o seu pai á recebê-los, foi uma decisão de última hora.- Disse mamãe, se aproximando a colocando uma mão na minha testa, sua expressão era preocupada, eu me sentia doente, imaginei como eu me pareceria. Tentei arrumar minha postura, mas falhei miseravelmente.

– Mamãe, eu não posso aparecer lá. Olhe só para mim!- Eu apontei. Meus cabelo não tinham sido penteados devidamente, minha roupa estava amassada e molhada pela roupa que trouxe. Eu estava parecendo mais pobre do que minha família já é. Mamãe mordeu o lábio inferior enquanto me avaliava de cima á baixo.

– Tem razão, não é sensato que o seu futuro marido a veja assim. Mas eu já os tinha dito que você tinha ido na feira, não acho que eles esperem que você esteja vestida como a rainha da Inglaterra.- Mamãe disse, colocando a mão no meu ombro carinhosamente, apertando-o levemente. Ela sorriu para mim, inclinando a cabeça para o lado. Eu bufei.

– Mamãe, Edward não é meu futuro marido. Acabamos de nos conhecer!- Eu resmunguei, levando a mão á cabeça. Essa paranoia de mamãe acabaria me levando á maus lençóis. Ela deu de ombros deliberadamente, rindo um pouco após o ato.

– Conheço casais que são prósperos com muito menos do que isso, querida. Seus avós não eram melhores amigos quando se casaram.- Mamãe disse, afastando-se de mim para focar na comida que estava sendo cozinhada. Eu revirei os olhos.

– Bem, não está nos meus planos me casar, e muito menos com alguém que eu pouco conheço.- Eu disse. Mamãe abriu um sorriso esplendoroso para mim.

– É por isso que eu e o seu pai estamos tratando para que você e Edward se conheçam bem, ora bolas!- Ela exclamou, como se fosse óbvio. E era, aliás eu já tinha percebido o seu interesse por esse casamento que não aconteceria. Revirei os olhos mais uma vez, eu conseguia ser normal quando estava em casa.

– Vou até a sala, e os receberei com muita delicadeza e educação, mas não quero que a senhora e o papai me arranjem uma dessas tão cedo, estamos entendidas?- Falei, erguendo o queixo. Mamãe revirou os olhos.

– Mãe é neutra, não fazemos acordos. Agora vá.- Ela me expulsou, rindo. Eu bufei, virando-me para a sala.

Andei o mais lentamente possível, tentando fazer com que o meu corpo se preparasse para olhar mais uma vez para o rosto bonito e angelical de Edward Masen. Meu rosto queimou só de lembrar a forma como seus olhos verdes me encaravam, ou como a sua mão era firme nas minhas costas enquanto dançávamos. Lembrei do seu sorriso torto encantador, que me deixava com as pernas tremendo, o coração acelerado e o rosto em chamas. Santo Deus, aquele garoto era uma representação perfeita do pecado!

Papai estava sentado em sua costumeira poltrona, que parecia ter sido buscada no lixo, quando me lembro dos móveis importados da casa dos Masen. Ele conversava animadamente com o Sr. Masen, que estava sendo segurado pelo braço pela Sra. Masen, que exibia um sorriso educado e modesto nos lábios, como se estivesse confortável com a conversa dos dois, apesar de eu saber distinguir quando uma mulher está fingindo confortabilidade, sou boa em fingir esse tipo de coisa.

Do outro lado de papai, segurando um copo com água fresca, estava o filho dos Masen. Se possível, ainda mais bonito do que de costume. Ele não estava de paletó dessa vez, apenas com um sobretudo azul marinho e uma camisa de algodão, branca. Não usava chapéu, seu cabelo estava penteado comportadamente para trás, fazendo ondas. Seu rosto era sereno, e ao mesmo tempo parecia que divagava por outro mundo, longe do qual estamos. Estava lindo.

– Oh, finalmente! Bella, querida!- Papai me saudou quando percebeu a minha chegada, chamando a minha atenção. Todos olharam para mim, e meu rosto pareceu ferver ainda mais. Tentei agir naturalmente, indo em direção á papai. Me inclinei para que ele me desse o costumeiro beijo na testa, e fiquei ao seu lado, esperando que ele falasse, como sempre.

– É um prazer vê-la novamente, senhorita.- Foi o Sr. Masen quem falou, se aproximando de mim, estendendo a mão para que a beijasse. A senhora Masen sorriu para mim, dessa vez parecia estar mesmo feliz em mim, o que me fez feliz. Olhei para o filho deles, que estava com o queixo travado, me observando fixadamente. Quando percebeu meu olhar, sorriu minimamente. Mordi o lábio inferior, ele não parecia feliz.

– Perdão pela demora, eu tinha...- Eu comecei á falar, mas papai me interrompeu, o que é uma atitude muito mal educada, mas todos nós achamos melhor ignorar.

– Na feira, sabemos. Entendemos, inclusive.- Papai disse, dando tapinhas leves nas minhas costas e voltando á sentar-se em seguida. Os três convidados o imitaram, sentando-se também. Vi Edward colocar o colo d'água intacto sobre uma mesinha que tínhamos ao lado do sofá, e aproveitei a oportunidade para pegá-lo e levá-lo á cozinha, para fugir.

– Preciso falar com você.- Ele sussurrou, acredito que ninguém o tenha escutado, olhei para ele para saber se ele tinha falado mesmo, ou eu estava ficando maluca, mas a expressão dele me fez pensar que ele tinha falado mesmo. Concordei minimamente e me afastei, pedindo licença para sair da sala.

– E então?- Perguntou mamãe quando me viu. Percebi que o almoço já estava pronto e agora ela organizava os melhores conjuntos de mesas que nós tínhamos. Eu suspirei, balançando a cabeça.

– Bem, quanto ao Sr. e Sra. Masen, parecem estar confortáveis, o que é uma surpresa tendo em vista que papai não é o melhor anfitrião do mundo. Mas com relação á Edward... Bem, ele parece estar... Estranho.- Eu disse. Mamãe estreitou os olhos.

– Estranho? Em qual sentido da palavra? Você precisa ser mais explícita, meu amor.- Mamãe disse, ela sempre reclamava quando eu não era clara o suficiente. Eu suspirei, mordendo o lábio inferior. Como explicar que ele parecia não lembrar-se da maravilhosa noite que tivemos ontem? Que ele me tratou como a estranha que eu sei que sou?

– Bem, nada. É apenas paranoia minha, deixe-me que lhe ajude com isso.- Me ofereci para levar a comida para a sala de jantar, para que pudesse esquecer o assunto.

O almoço seguiu-se com conversas paralelas entre mamãe e a Sra. Masen, papai e o Sr. Masen. Eu e Edward não falamos em nenhum momento, e eu já estava mais do que constrangida, pois ele estava sentado de frente para mim, me encarando. A situação era terrível para mim, e eu queria muito que ele parasse.

Depois, a Sra. Masen se ofereceu á ajudar mamãe na cozinha, e apesar de ela ter recusado como manda a etiqueta, a Sra. Masen não se deu por vencida. Papai chamou o Sr. Masen para ir ao seu escritório para que eles conversassem sobre alguma coisa que eu não entendi direito, pois percebi que eu e Edward ficaríamos sozinhos. Ele pareceu perceber e ergueu uma sobrancelha para mim, quando o silêncio se instalou.

– O senhor deseja alguma coisa?- Ofereci, bem se ele queria me tratar como uma estranha, eu faria o mesmo. Ele fez uma careta, balançando a cabeça lentamente. Vi ele levantar a mão e passar os dedos vagarosamente pelos cabelos castanhos, que mais pareciam bronze. Depois ele passou a mão pelo queixo, coçando a barba invisível. Suspirou e olhou para mim novamente.

– Foi á feira esta manhã?- Ele perguntou. Eu mordi o lábio inferior, não queria mentir, mas também não queria desmentir mamãe.

– Algum problema com a feira?- Imaginei que houvesse algo sobre a feira que eu devesse saber, então eu apenas perguntei. Aprendi, na Inglaterra, que responder uma pergunta desconfortável com outra pergunta, ás vezes é uma fuga genial.

– Eu estive na feira esta manhã, e não a vi.- Ele respondeu apenas. Eu engoli em seco.

– Isso é mais comum do que imagina. Mas o que um garoto com você estaria fazendo na feira?- Perguntei. Ele bufou baixinho, mas eu ouvi, e me segurei para não rir. Não fazia muito o tipo dele, bufar como um garoto mal educado. Aposto que a sua mãe brigaria.

– Eu só fui acompanhar a minha mãe. Não é sobre isso que nós estamos falando... Eu estive na feira hoje, e me pareceu que você não precisa mais da minha ajuda para fazer amigos, já que toda a cidade já parece conhecer-te bem.- Ele disse, erguendo uma sobrancelha para mim mais uma vez. Eu estreitei os olhos.

– Perdão?

– Bem, parece que nós fomos muitos... Não sei a palavra para usar, para explicar que as pessoas acreditam que eu e você... Nós estamos... Somos...- Ele estava tendo um certo problema com as palavras, gesticulava nervosamente, e eu ri da sua cara, só porque não consegui conter o nervosismo. Ele não gostou de saber que as pessoas achavam que eu e ele estávamos noivos, como especulavam. Tudo bem que eu também não gostei, mas ele não gostar é outra coisa.

– Eu sei do que você está falando. Eu não fui á feira esta manhã, na verdade fui á lavandaria. Uma senhora me importunou sobre nós dois, mas eu deixei claro que nós dois não temos nada.- Eu expliquei, balançando as mãos na frente do meu corpo. Ele concordou com a cabeça, suspirando aliviado.

– Não quero que pense que para mim é uma afronta que achem que você e eu tenhamos qualquer coisa. Na verdade, é para mim uma honra que pensem que eu seria digno de ser seu companheiro. Apenas gosto de deixar todas as coisas ás claras, não sou adepto á mentiras, e não gosto que inventem coisas á meu respeito.- Ele disse, mais uma vez parecendo nervoso enquanto falava. Eu não foquei em mais nada do que ele disse depois de “é para mim uma honra que pensem que eu seria digno de ser seu companheiro”.

– Na verdade, as senhoras querem saber o que eu fiz, que suas filhas não fizeram, para conseguir ter você como noivo.- Eu disse, mordendo o lábio inferior. Ele riu, balançando a cabeça incrédulo.

– As senhoras dessa cidade são loucas!

– Ah não seja tão rude! Elas apenas querem ver as filhas casadas com um bom partido.- Eu disse, percebendo que essa era a situação de mamãe também. Ele revirou os olhos.

– Existem muitos outros garotos solteiros na cidade, e homens dispostos á desposar suas filhas. Não entendo a fixação que elas têm por mim.- Ele disse, depois fez uma careta.- É por isso que eu quero ir para o exército.

– Você não é muito novo para ir para o exército?- Perguntei sem pensar. Ele ergueu uma sobrancelha para mim.

– Não é incrível que eu seja muito novo para servir ao país, mas não muito novo para casar, ter filhos e assumir uma empresa?- Ele perguntou, parecendo indignado. Eu mordi um lábio inferior.

– Você nos faz pensar que a vida está sendo injusta com você, mas tento pensar em todos os homens que morreram na guerra, e em como eles só queriam ter a sua sorte.- Eu disse, balançando a cabeça. Ele deu de ombros.

– Bem, eu adoraria dar minha sorte para eles, e ter tido a honra, de pelo menos uma vez, ter servido o meu país como ele merece.- Edward disse, levantando-se do sofá e enfiando as mãos nos bolsos. Não entendi porque ele ficou de pé, mas me levantei também.

– E deixar sua família desamparada? Sem um primogênito?- Perguntei, começando á ficar irritada com a sua fixação pela guerra. Ele mordeu o lábio inferior.

– Talvez eu sobrevivesse.

– Ou talvez não! Vale á pena arriscar?- Eu perguntei erguendo uma sobrancelha. Ele estreitou os olhos.

– Porque isso a incomoda tanto?- Perguntou, me encarando. Eu mordi o lábio inferior, essa era uma ótima pergunta.

– Bem, eu não sei. Acho que, se eu fosse mãe e meu filho quisesse ir para a guerra ao invés de me dar netos, e de me deixar ver minha família crescer... Acho que eu também não permitiria. Deve ser terrível criar um filho com tanto amor e carinho, para vê-lo morrer de forma tão bruta.- Eu disse, pensando sobre o assunto. Sentei-me novamente. Vi-o sentar-se também.

– Eu morreria de forma honrada. Mamãe entenderia.

– Será mesmo?- Ergui uma sobrancelha.

– Você sentiria orgulho de mim? Se eu morresse, e você soubesse que foi pelo nosso país?- Ele perguntou, e pela sua expressão, percebi que a situação o incomodava. Que ele queria mesmo saber a resposta. Eu pensei um pouco antes de responder.

– Eu lamentaria muito que um homem com princípios tão dignos e belos, tenha seguido os ideias mais insanos, em troca de algo que ele conseguiria quase da mesma forma, se tivesse ficado ao lado da família.- Eu disse.

– Você seguiu seus sonhos indo estudar no exterior.- Ele observou. Eu concordei com a cabeça.

– Você perguntou a minha opinião.- Eu respondeu.

– Acha que meus ideais são insanos?- Ele perguntou. Eu dei de ombros.

– É o que eu acho.- Eu disse. Ele demorou um tempo olhando para mim fixadamente, depois sorriu abertamente.

– É por isso que eu gosto de você, Isabella Swan. Você é uma garota incrível. Eu entendo porque todas as garotas estão morrendo de ciúmes de você, é realmente fácil saber quem eu escolheria, se existisse uma competição. Apesar de eu achar que não seria uma competição justa, qualquer uma em que você estivesse.- Ele disse, inclinando a cabeça lentamente. Seu sorriso torto brincava nos seus lábios, e brincava com a pulsação do meu coração, que bateu enlouquecido. Meu rosto queimou, eu estava em chamas por completo. Não consegui conter o sorriso, abaixei a cabeça constrangida.

– É muito gentil da sua parte.- Foi a única coisa que eu consegui responder. Levantei a cabeça, pois não era educado não olhar para a pessoa com quem se conversa. Observei ele lamber os lábios e sorrir novamente, passando as mãos no cabelo.

– Mas e quanto ao nosso próximo encontro, quando será? Meredith terá de dar outra festa para que eu tenha a honra de tê-la uma noite comigo novamente?- Ele perguntou, me fazendo gargalhar.

(…)


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