E Se Fosse Verdade? 3 - A Batalha do Labirinto escrita por PerseuJackson


Capítulo 22
Se tudo pode piorar? Sim!


Notas iniciais do capítulo

volteeeeeeeiiiiii!! Para a alegria de... ninguem. kkkkk Acho!
Boa leitura o/



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Na manhã seguinte, bem cedo, Chuck precisou me arrastar para fora do meu saco de dormir. Precisou me arrastar para o banheiro, para a cozinha, para qualquer lugar. Estava me sentindo mole e fadigado. Meu corpo queria permanecer deitado. Minha cabeça doía. E uma indisposição me acometeu de tal forma, que eu parecia um zumbi que ficara a noite inteira vagando pelas ruas a procura de carne humana para comer, mas que agora estava exausto de tanto procurar — e com fome.

Apesar do que havia decidido ontem à noite, de que iria começar a buscar informações do tal “Acampamento Meio-Sangue”, não estava com a mínima vontade de fazer isso hoje. Tomei o café da manhã em um desânimo completo. Uma hora depois, não me lembrava mais do que havia comido. As preocupações perfuravam minha mente.

Só vim ficar um pouco mais atento quando Chuck avisou-me de algo.

— Todo mundo está falando de você e de Percy. São o assunto do dia.

Franzi a testa, pousando os olhos em Chuck.

— Hã? Como assim?

— Como assim? — a voz dele ficou estridente. — Bem, vamos ver... Vocês saem para o Labirinto quando não deviam. Bancam os macacos quando escalam os muros e penduram Alby. Conseguem sobreviver aos Verdugos e a um... hã... cachorro gigante. Foi isso que Minho disse. Essa parte foi muito louca. E que depois lançaram os Verdugos para o Penhasco. É, não sei por que todos estão falando de vocês dois.

— Nada a ver. — repliquei. — Só fizemos o que qualquer pessoa faria.

— Não venha com essa.

— Além do mais — acrescentei. —, quem teve a ideia de levar os Verdugos para o Penhasco foi Minho. E foi ele que nos salvou de termos sido devorados pelo o Verdugo e o cachorro gigante.

— Não banque o modesto. Nem venha com essa de coitadinho. Vocês dois foram incríveis! E você sabe disso.

— Não, eu não sei! — me levantei, sentindo-me irritado. — Não estou me sentindo incrível! Não estou me sentindo tampouco feliz nesse lixo de lugar!

O silêncio pairou no ambiente.

Chuck baixou os olhos. Voltei-me a me sentar, me sentindo pior do que antes.

Os gritos de Alby voltaram, perfurando meus ouvidos como adagas de gelo, o que me fez tapa-los.

Nesse momento, Newt chegou onde estávamos.

— Aí está... o mais novo herói da Clareira. — disse ele, com um sorriso sarcástico no rosto.

Estava me sentindo bastante irritado, seja lá qual fosse o motivo.

— O que você quer agora? — perguntei a ele.

— Ficou valentinho da noite para o dia, foi? Vim decidir o que fazer com você. Com você e com o outro maldito trolho.

Franzi a testa.

— O que quer dizer?

— Vocês dois viraram essa droga de lugar pelo o avesso. — disse ele, atirando os braços para cima. — Alguns acham que vocês são deuses, outros acham melhor atira-los pelo o Penhasco. Não falta assunto para conversar, Fedelho. Além do mais, se querem saber, a garota ainda não acordou. Ainda está em uma espécie de coma.

Fiquei alguns segundos em silêncio, processando tudo. Aquilo tudo só tinha a piorar, já devia ter percebido isso. Agora, por minha causa, e a de Percy, alguns Clareanos queriam nos atirar pelo Penhasco, sabe-se lá por qual motivo. Mas, uma coisa me incomodava mais que aquilo tudo.

Olhei para Newt.

— Espera, antes de tudo... como Alby está? Não faço ideia de qual é o estado dele.

— Eu não sei, Raphael. — murmurou ele, olhando para o chão. —Também não faço ideia. Aquele besta deve ficar de repouso por alguns dias, quem sabe soltando gritos de vez em quando.

Me sentia totalmente impotente quanto aquilo.

— Só mais uma coisa. Por que chamam mesmo esse negócio de Transformação?

— Não tente mudar de assunto, trolho. Você e o outro pedaço de Plong...

— Não estou mudando de assunto! — interrompi. — Só quero saber o que Alby está passando. Sei que ele é seu amigo e que é uma droga vê-lo passando por isso. Mas, o que acontece de verdade?

Ele deu um suspiro, e me olhou.

— Ela provoca lembranças da sua antiga vida, antes de vir para esse lugar horrível. São apenas fragmentos, mais são muito nítidos. Todos os que passam por isso agem de um jeito maluco quando acaba. Não tão maluco quanto o pobre do Ben. É como se alguém deixasse você ver a sua vida de antigamente, como se devolvesse ela por uns instantes... só para depois arrancá-la de volta.

— Mas... como assim? — insisti. — Eles ficam malucos por que querem voltar para a sua vida antiga... ou por que viram que a vida de antigamente não era tão maravilhosa assim quanto esse lugar?

— Não sei. Os trolhos que passam por isso nunca falam como é. Eles ficam... diferentes. Desagradáveis. Existem vários deles pela Clareira.

— O Gally é o pior de todos. — disse Chuck.

Newt fez que sim.

— Gally? — sussurrei. Depois falei em voz alta. — Ele fica dizendo que já me viu antes. Diz que sabe quem eu sou e outras coisas desse tipo. Ele já passou pela Transformação, não é?

— Sim. — respondeu Chuck.

— Então quer dizer que ele me viu...

— Cale essa boca! — disse Newt, educadamente. — Deixe de mudar de assunto. — ele apontou o dedo pra mim. — Você e o seu amiguinho, estejam acordados amanhã cedo.

— Amanhã? Por quê?

— Convoquei um Conclave. E vocês vão participar. Vamos decidir o que fazer com vocês.

***

Horas mais tarde, estava conversando com Percy junto a arvore rugosa que havia perto do imenso muro coberto de hera. Havia lhe contado sobre o que Newt havia me dito, e ele ficara tão confuso quanto eu. Conversamos também sobre Ben, e sobre o que Newt e os demais Encarregados fariam com ele.

— Tive um sonho ontem à noite. — revelou ele, em tom soturno. — Na verdade, tive vários sonhos essas noites.

— Se fosse só você. — murmurei. Foi quando me lembrei de que eu precisava descobrir sobre o tal acampamento. Mas, primeiro, deixaria ele contar os sonhos. — O que foi que você sonhou?

— Cara, coisas muito estranhas. — resmungou ele. — Não sei como explicar. Ontem sonhei com um garoto andando por não sei aonde. Ele estava com um pedaço de bambu nas mãos e dizia que estava me procurando. Dizia que era para eu ficar onde estava que chegaria até aqui. E... a coisa mais horrível era que ele tinha pernas de bode.

Eu ri.

— O quê? Está brincando.

— É sério. Ele tinha pernas de bode. E não foi só isso. Algumas noites atrás, sonhei com um homem forte, alto e com uma barba preta. Tinha olhos verdes e uma espécie de gafo gigante nas mãos...

— Opa, opa! — ergui as mãos, pedindo para ele parar. — Sério? Você também?

— Eu também... o quê?

Fiquei uns segundos em silêncio antes de continuar.

— Eu também sonhei com esse cara. Esse mesmo cara com o gafo gigante. E ele me disse...

Prepare-se! — adivinhou Percy.

A gente se entreolhou, achando aquilo confuso.

— Quem será esse cara? — perguntei.

Percy balançou a cabeça, atordoado.

— Esses sonhos me dão dor de cabeça. Sonhei com vários monstros também. Horríveis! E...

Antes que ele pudesse continuar, Thomas chegou onde estávamos.

— Hã... desculpa interromper, mas... viram o Chuck?

— Não. — disse eu. — Eu o vi pela manhã.

— Ah. — ele parecia não saber o que fazer.

Percy o convidou a se sentar com a gente.

— E aí? Como está indo?

— Bem, eu acho. — respondeu ele, com um ar ausente. Seus olhos estavam vazios e distantes.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Percy.

Ele deu um sorriso irônico.

— Se aconteceu alguma coisa? Sim. — ele ergueu os braços em volta da Clareira. — Issoaconteceu.

Depois de alguns segundos em silêncio, ele voltou a falar.

— Ontem, antes de dormir, eu... senti uma coisa. — ficamos olhando para ele, esperando que continuasse. — Os muros, o Labirinto, a Caixa e a Clareira, tudo me pareceu familiar por um instante. Fiquei mais confortável. Não sei o que houve, mas era como se... — ele suspirou. — Não sei. Mas, eu... eu acho que já estive aqui antes.


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