Sui Generis escrita por Human Being


Capítulo 7
Lei de Weiler: Nada é impossível... Para quem não tem que fazer pessoalmente.


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior...
Os bravos guerreiros de Ouro e Bronze, acompanhados de sua Deusa protetora na terra, seguem em uma jornada insólita para tentar resolver o... problema do segundo Cavaleiro de Gêmeos. E ao passar pela casa de Sagitário, os cavaleiros despertam a lendária curiosidade do Arqueiro de Ouro. Enquanto isso, Kanon, o cavaleiro suplente de Gêmeos e General Marina de Dragão Marinho, se empenha em explicar sua atual situação para Máscara da Morte, quando são então surpreendidos pelo cavaleiro de Sagitário que novamente estava... averiguando fatos fora de seu escopo de ação.



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Casa de Capricórnio.

— Shura? - Mu chegou chamando pelo colega. - Shura?

— Ué, onde se meteu o espanhol? - Milo inquiriu, em voz baixa. - Até onde me consta, ele deveria estar aqui, não é o turno de guarda dele nem nada...

— Eh? - Shiryu sentiu alguma coisa lhe farejar a perna. Baixou os olhos para ver o que era e... - Um cachorro?

— Hein? - Hyoga olhou incrédulo para o colega. - Um cachorro?

— Woof! - O animal, um pequeno vira-lata amarelo de pelo curto, fez-se notar. - Woof?

— Ai que coisinha mais bonitinha! - Saori adiantou-se para ver o cachorro. - Olha, ele é mansinho! Vem aqui com a titia, vem...

O cachorro obedeceu, evidentemente alegre, e Saori começou a acarinhar o bicho.

— Gente, que cachorro educado! Viu todo esse povo entrar aqui dentro e nem latiu! - Disse Saori, ainda fazendo festinha para o animal.

— Claro! Animais de estimação são proibidos aqui no Santuário! - Disse Shion, visivelmente contrariado. - E eu já disse pra esse espanhol teimoso que eu NÃO QUERO esse saco de pulgas aqui!

— Wooof! Wooof! - O cachorro imediatamente saiu dos braços da deusa para se adiantar em direção ao Grande Mestre, com a língua de fora e abanando o rabo alegremente. - Wowowowowowooof!

— Ai, Shion, mas que rabugice! - Saori fez um muxoxo. - O que é que tem de mais um cachorrinho desses nesse templo tão grande?

— Esse cachorro, nada... - Observou Mu. - Mas se o Shaka descobrir...

— E o que tem o Shaka descobrir? - Perguntou Seiya.

— Bem... - Saga resolveu se pronunciar. - Tudo começou quando alguns cavaleiros resolveram querer criar animais de estimação no Santuário. Acho que foi por essa época aí que o Shura resolveu pegar esse cachorro pra criar. Até aí não tinha problema nenhum, mas aí o Shaka resolveu que iria criar uma vaca.

— Eh?

— É. Uma vaca. Dentro do templo de Virgem, imaginem só. - Shion continuou, contrariado. - Vocês não imaginam o quanto o Shaka atazanou a minha vida.

— Mas era só dizer pra ele que uma vaca é um animal grande demais pra ser criado dentro de uma casa, por maior que a casa seja! - Devolveu Hyoga, no seu habitual tom blasé.

— E você acha que eu não fiz isso? Pois ora, se foi essa a primeira coisa que eu fiz! - Disse Shion, agastado. - Mas então vocês nem imaginam o inferno que ele fez na minha cabeça! Disse que isso era um absurdo, que isso era discriminação, que se os outros cavaleiros fossem criar bichos de estimação ele criaria também, e inclusive me acusou de preconceito religioso! Disse que me processaria! Me ameaçou de processo, vejam vocês!

— ...E então, a saída mais fácil para resolver esse problema foi proibir bichos de estimação de qualquer tipo dentro do Santuário. - Completou Saga.

— Mas, pelo visto, o Shura resolveu burlar essa regrinha. - Mu estava contrariado porque ele fora, na época, integrante do time dos que queriam um bicho de estimação. Ele queria muito ter criado um cachorrinho em sua casa. Isso manteria Kiki bastante ocupado e facilitaria muito sua vida. Mas, claro, Shion o proibiu expressamente.

— Tire as mãos de cima do meu cachorro! - Shura surgiu dos fundos de sua casa como um raio e tirou o cachorro de perto do Grande Mestre.

— Eu não sei se você se lembra, mas eu MANDEI você se livrar desse saco de pulgas!

— Woof! - O cachorro respondeu, alegremente.

— Em primeiro lugar, eu não vou me privar da companhia do meu cachorro só porque Shaka de Virgem encanou que quer criar uma vaca! Mas é o cúmulo! Já me basta a encheção de saco de não poder fazer um reles churrasco no Santuário porque senão aquele indiano pode surtar! Em segundo lugar, PARE DE CHAMAR MEU CACHORRO DE SACO DE PULGAS! Ele já ouviu tanto você chamá-lo assim que está achando que o nome dele É saco de pulgas!

— Woof! - Assentiu o canino.

— Viram? - Disse Shura num tom tristonho.

— E, por curiosidade, qual seria o nome do peludinho? - Perguntou Shiryu.

— Tem aqui na coleirinha dele, ó... - Saori abaixou-se para olhar. - Chapolim Colorado(1)? De onde você tirou esse nome?

— Vai me dizer que você não conhece o Chapolim Colorado... - Aiolia estranhou.

— Ah, não conhece não... - Seiya respondeu ao Leão num tom mordaz, levemente fora de lugar nele. - Porque, veja bem, uma menina criada nos melhores colégios e que tinha tudo do bom e do melhor tinha mais o que fazer. Aula de piano, aula de equitação, aula de inglês e de francês, aula de etiqueta...

— Seiya... - Saori, com faíscas nos olhos, advertiu o cavaleiro em voz baixa, o que não o impediu de continuar.

— ...Passeios no shopping center, loja de brinquedos, casa de bonecas, brincar de amazona e cavalgar no Jabu... Enfim, ela tinha coisa muito melhor pra fazer do que ficar assistindo seriados enlatados que não contribuem para o enriquecimento intelectual de uma pessoa. Porque televisão era pra ralé, sabe? E ela, naquele tempo, "não se misturava com essa gentalha".

— Seiya! - Agora Saori não poupou a voz, que saiu num grito.

— Mas vai falar que não é verdade? Hein?

— Isso não muda o fato de que o nome do cachorro é... Kitsch, para colocar as coisas delicadamente. - Hyoga acrescentou, no seu tom habitual.

— Eh? - Seiya e Shiryu olharam o nipo-russo com uma expressão interrogativa. Os outros cavaleiros, por sua vez, dirigiram olhares enfadados para o garoto.

— Pffff... - Hyoga rolou os olhos. - Era esperar demais de vocês que soubessem o que isso significa.

— Sabemos sim, Hyoga. Um bom exemplo são essas... polainas que você usa. Não tem nada mais kitsch do que isso. Isso pra não mencionar toda a coreografia que você montou para disparar o pó de Diamante. - Saga, dolorido e agastado como estava, disparou a resposta destilando ironia, e que imediatamente fez com que os outros abafassem seus risinhos e que Hyoga fechasse a cara, mudando sua expressão blasé para uma genuinamente contrariada.

— Saga, minha coreografia incorpora elementos de dança clássicos e atemporais, e assim não se encaixa nessa sua definição infeliz. - Hyoga levantou o queixo, arrebitando o nariz e arrancando ainda mais risinhos dos presentes. - Eu não tenho culpa se vocês são uns incultos!

— Apesar de te dar razão, pupilo meu, em relação ao nome do cachorro eu lhe previno que se dê por feliz, porque Shura ia chamá-lo de Scooby-Doo. - Eis que entra na casa de Capricórnio o cavaleiro de Aquário, com seu tom de voz usualmente mordaz e sua habitual inexpressão no rosto. - Fui eu quem o demovi da idéia.

— Eu não sei porque vocês estão se incomodando tanto, porque o Chapolim simplesmente não atende pelo nome dele. - Shura respondeu, ainda mantendo o tom tristonho. - Ele só responde se você chamá-lo de saco de pulgas. Tanta vontade que eu tinha de ter um cachorrinho que chamasse Scooby ou Chapolim, e ele só atende por saco de pulgas...

— Woof!

— Eu tinha sugerido um nome muito melhor. - Camus disse, em seu habitual tom blasé, tão parecido com o do pupilo.

— E qual seria? - Aiolia perguntou imitando o tom do aquariano.

— Shaka.

— Ah.

— Mas... - Shura, já com seu bichinho seguro em seus braços, presta atenção no estado dos cavaleiros de Ouro ali presentes. – Vocês tão mais mal amanhados que o habitual. O que foi que houve?

— Bem, aconteceu um probleminha na missão que estávamos empreendendo na China e estamos subindo até o Salão do Grande Mestre para tentar resolvê-lo a contento. - Dohko resolveu tomar a dianteira, antes que Seiya resolvesse falar alguma coisa.

— Ah... tá. - Shura, ao contrário de Aiolos, não era uma criatura (muito) curiosa. Embora sempre desse um jeito de estar por dentro do 'buchicho' ou metido em alguma das confusões do Santuário, graças a sua proximidade com Máscara da Morte, Afrodite, Camus, Saga ou mesmo Aiolos. O que era espantoso, já que ele era um pessimista por natureza e, segundo Máscara da Morte, beirava o insuportável durante seus ataques de depressão.

E ainda por cima havia o assunto de seu cachorro que estava, por assim dizer, pendente. Então ele resolveu não intervir, embora desconfiasse seriamente de que tinha alguma coisa oculta nessa história toda. Mas, pelo bem de Chapolim Colorado, era melhor não caçar confusão... Pelo menos não naquele momento.

Mas Camus, o Cavaleiro de Ouro do Gelo, era outra história. O mordaz e irônico cavaleiro do Gelo não se furtaria de cobrar explicações.

— Gostaria de saber que probleminha foi esse que desconjuntou o Saga, descabelou o Mu, esfolou o braço do Milo e arranhou o Aiolia inteiro... Porque -heh- vocês sabem, nós supostamente somos cavaleiros de Ouro e temos uma reputação a zelar.

— Camus, eu agradeço sua preocupação, mas esse é um problema de ordem privada. - Shion devolveu, no mesmo tom monocórdico porém irônico do aquariano. - Aliás, o que você está fazendo aqui? Não deveria estar em seu templo?

— É, eu deveria. - Camus soltou um suspiro resignado. - Mas agora meu templo está momentaneamente... inabitável.

— Eh?

— É, há uma... situação agora no meu templo. Então resolvi descer até que ela... acabe. - Completou o cavaleiro de gelo, para depois murmurar entre dentes. - Que sorte triste a minha.

— Mas que situação é essa? - Dohko não entendia. - Você perdeu o controle de seus poderes e congelou tudo, ou algo assim?

— Eu nunca perco o controle de meus poderes. - Camus devolveu, estreitando o olhar para o libriano. - Não é uma situação sob meu controle, do contrário ela estaria resolvida. Mas... se estão subindo até o salão do Grande Mestre, vocês passarão por lá e constatarão o meu... problema. Enfim, se vão subir, vamos logo.

Exortado pelo cavaleiro do Gelo, o grupo seguiu até a casa de Aquário.

OOO

Casa de Gêmeos.

Aiolos de Sagitário seguia cercado por Máscara da Morte de Câncer e uma beldade loira que, pelos relatos de Seiya, poderia ser Kanon de Gêmeos.

— O que foi que você ouviu, moleque? -. Aiolos até pensou em protestar sobre o fato de ter sido chamado de moleque, mas achou melhor ficar calado porque o cavaleiro da quarta casa não parecia muito disposto a encarar uma reprimenda de forma pacífica.

— Errr... Eu não ouvi nada, acabei de chegar...

— É mentira. Ele ouviu tudo. - O ex-rapaz estreitou os olhos. - Essa cara amarela dele nunca me enganou. Né, seu projeto de salafrário?

— Ai, não me bate não! - Disse Aiolos, pois agora a loira lhe acertava alguns safanões. Ainda assim Aiolos se empenhou em dar uma boa olhada na bela mulher que Kanon de Gêmeos tinha se tornado, demorando-se longamente nos olhares indiscretos enquanto sentia suas bochechas e suas orelhas arderem como fogo.

Desnecessário dizer que, no auge da revolução hormonal de seus atuais catorze anos, era preciso muito menos do que aquilo que ele via agora para deixá-lo bastante 'impressionado'.

— E o pilantra ainda me tem a coragem de ficar VERMELHO enquanto me olha! - Kanon estava considerando seriamente a possibilidade de matar o sagitariano. Arrancar os olhos de suas órbitas parecia um bom começo. - Só me falta agora esse aí me ficar 'animado'! Mas você que ouse, seu moleque atrevido! Você que ouse! Se eu te pegar assim eu juro que eu pego uma faca e...

— Kanon, deixa o menino e vai colocar uma roupa, vai. - Máscara da Morte afastou o ex-rapaz do então adolescente, que estava vermelhíssimo e evidentemente tentando esconder os sinais de sua excitação. - Dá um desconto também, né? Olha o jeito que você está vestida! Ops, vestido, sei lá...

— Mas esse safado... Qual é, vai defender ele agora?

— Kanon, o menino tem catorze anos! Até parece que você não lembra como era essa época! Aí você quer que o pobre coitado veja uma gostosona só de camisa branca meio transparente e não tenha nenhuma reação? Só se ele fosse frocio!

— Eh? - Aiolos não entendeu a última palavra.

Frocio, boiola, viadinho! Aliás, pra evitar um desfecho desses 'cê bem que anda precisando de uma bela f...

— NÃO fala disso perto do menino! Pelo menos não agora! Eu vou lá tentar achar algo que me vista, que me caiba, sei lá. - Kanon interrompeu o outro. - Mas que m****, viu.

— Ei... - Enquanto Kanon entrava no quarto para vestir-se, Aiolos aproveitou o alívio por estar momentaneamente a salvo e resolveu externar sua insatisfação. - Eu não gosto que vocês fiquem me chamando de menino. Eu só pareço ter catorze anos, mas na verdade era pra eu ser mais velho do que você!

— Mas ora, que moleque abusado! Eu acabo de salvar teu couro e você me vem com essa... Você não tem espelho na tua casa não? Olha bem pra essa tua cara de pivete! Nem barba direito você tem! E, pelo visto, você não anda querendo ficar vivo até que pelo menos esse teu projeto de bigode termine de aparecer nesse rosto! A propósito, se você comentar com alguém sobre o que eu e Kanon falávamos, você é um pivete morto. MORTO, ouviu bem? E dessa vez eu faço o serviço tão bem feito que não vai ter como te trazerem de volta!

— Falar do quê? Eu não ouvi...

— Não se faça de desentendido pra cima de mim não, que eu sei MUITO BEM que você escutou tudo. Então BICO CALADO, capisce?

— Mas... Ah, tá bom, vai. - Suspirou o outro. - Mas você também, hein? Não sabe o que é camisinha não?

— E você sabe, virgenzinho? Aposto que se alguma vez na sua vida você precisasse usar uma, era capaz de se enrolar todo e acabar broxando!

— Ei! - Aiolos ficou subitamente vermelho como um pimentão. - Não é bem assim, eu...

— Morreu donzelo que eu sei! E está invicto até hoje! Há, e agora quer vir falar dos outros! Eu pelo menos sei MUITO BEM o que é bom, e você fica aí só na vontade!

— EEEI! - Aiolos empertigou-se, ainda mais vermelho do que antes. - Olha aqui, seu carcamano de uma...

— Ei, vocês dois, VAMOS PARAR COM A PALHAÇADA? - Gritou Kanon, saindo do quarto vestindo uma de suas camisetas azuis mais escuras e um short de corrida, ambos atualmente enormes para seu atual corpo. - Tipo, que se dane se um é virgem e o outro não consegue manter o peru dentro das calças, que quem está com um problema de verdade aqui sou eu!

— Gente, e eu que achava que era conversa do Seiya... - Aiolos disse para si mesmo.

— Aquele palhaço está falando pra todo mundo, né? - Kanon assumiu um ar desgostoso.

— Pra mim ele não falou. - Máscara da Morte acrescentou, num tom indiferente. - Eu vim porque vi o Shaka passando furibundo para vir te dar um sabão, e não pretendia perder a cena. Mas, enfim, o Seiya não me disse nada.

— Claro, ele não vai com a sua cara. - Devolveu Aiolos. - Mas ele também só me disse porque eu perguntei.

— E o que é que você não pergunta, hein? Nunca vi uma pessoa pra perguntar tanto! Criatura curiosa dos infernos... Mas vá, eu nem sei por que eu esperava que fosse diferente. A Saori tem razão, vai ser impossível manter uma coisa dessas em segredo. - Kanon sentou-se em uma cadeira, suspirando longamente. - Daqui a pouco eu vou virar uma atração de circo!

— Olá, nós podemos passar... Nossa! - A voz de Marin de Águia interrompeu o ex-rapaz, na medida em que ela e a colega Shina de Cobra entravam no templo de Gêmeos. - Er... Kanon?

— O Seiya falou pra vocês também, não foi?

— Bem... É, ele disse... Gente, isso é... Inacreditável! - Marin estava estupefata. - Shina, olha pra isso, é uma mulher mesmo!

Shina, tão surpresa quanto a outra, estava sem palavras.

— Então, virei ou não virei uma atração de circo? Mas que inferno... - Suspirou Kanon. - Não dou cinco minutos pro resto do Santuário estar aqui.

— Ué... Onde estavam vocês duas? - Perguntou Aiolos.

— Na casa do teu irmãozinho, pivete. - Respondeu Máscara da Morte. - As duas subiram pra fazer eu sei lá o quê lá no templo de Leão, umas duas horas antes da 'comitiva da alegria' passar pela minha casa.

— E desde quando elas duas são amiguinhas desse jeito? - Kanon levantou uma sobrancelha. - Porque até onde eu sei a Shina e a Marin não são exatamente 'melhores amigas para sempre', nem a Shina topa muito a cara do Leão...

— A Marin me... convenceu a ajudá-la. - Respondeu Shina, secamente. - Ela precisava de alguém que a ajudasse com algumas arrumações na casa de Leão, e eu estava devendo uns favores a ela.

— Que tipo de favores? - Perguntou Aiolos.

— O tipo de favor que não é da tua conta, Aiolos. - Devolveu a italiana, mais secamente ainda.

— Nossa, só perguntei por perguntar, não precisava ser tão grossa.

— Mas Kanon, que diabo de roupa é essa que você está vestindo?

— É tipo de roupa que me serviu, Shina. Não é que eu tenha um closet cheio de roupas femininas no último grito da moda dentro da minha casa, entende?

— Realmente, você vai precisar de umas roupas que te caibam... - Marin observou. - Afinal, uma moça não devia andar vestida desse jeito.

— EU NÃO SOU UMA MOÇA! EU SOU HOMEM!

— Altamente discutível, no momento. - Shina completou o raciocínio da 'amiga'. - Kanon, até onde eu entendi a história, me parece que nem eles e nem você tem a mínima ideia de como reverter isso... Verdade?

— É...

— Então, não vai dar pra você ficar por aí no Santuário vestindo um camisetão e um short de corridas três vezes maior do que você.

— E o que vocês me sugerem? Uma tarde de passeio no Shopping para comprar um novo guarda-roupa?

— Pelo menos algumas, pra começo de conversa. - Shina meneou a cabeça. - E uma roupa pra treinar, que com essa daí você não vai conseguir praticar é nada.

— Eu NÃO VOU descer na arena pra treinar desse jeito. Nem vem.

— Kanon, o metabolismo das mulheres é diferente do dos homens. - Marin explicou, em um tom quase maternal. - Nós precisamos de atividade física pra manter a forma e...

— O que a Marin está docemente querendo dizer é que se você não treinar duro a partir de agora, você pode acabar ficando gorda. - Shina acrescentou, interrompendo a colega e fazendo com que o ex-rapaz levantasse as duas sobrancelhas. - E isso você não quer, não é?

— Kanon, pensa bem, elas tem razão! - Máscara da Morte se pronunciou. - Seria um verdadeiro pecado ver um corpão desses se estragar com gordura e celulite.

— Carcamano filho de uma égua, se você continuar falando assim eu furo seus olhos. - Kanon estreitou os olhos. - Mas Shina, eu até te dou razão, mas realmente eu pretendo arrumar essa situação em muito, muito pouco tempo.

— Bom, mas até lá, a gente pode te arranjar umas roupas. - Marin acrescentou, solícita, atraindo a atenção do ex-rapaz.

— Marin, eu agradeço sua atenção, mas mesmo agora eu ainda sou mais alto do que vocês. Suas roupas, ou as da Cobra, não caberiam em mim.

— As malhas de ginástica que nós usamos para treinar são tamanho único. Lycra, né?

— Nem morto eu uso uma malha de ginástica. Nem morto e enterrado umas mil vezes. Muito embora... Eu tenha corpo pra isso. Mas vai que eu mato os pivetes do coração.

— Ah, mas o Aiolos aqui, por exemplo, promete que vai manter a compostura. - Máscara da Morte gracejou, batendo de leve no ombro no arqueiro adolescente que estava vermelhíssimo. - Kanon, deixa de orgulho besta. Você sabe, melhor do que ninguém, que vai precisar de roupas para treinar. E por que recusar a ajuda de duas amazonas tão prestativas? Não é como se isso acontecesse todo dia. Pelo menos da parte da Shina, eu garanto que não...

— Máscara, se você não estivesse advogando em causa própria o Kanon poderia até pensar que você é um bom amigo, sabia? - Aiolos irritou-se.

Ma che, e o que te faz pensar que eu estaria pensando em mim mesmo num momento como esses?- Máscara rebateu, com indignação fingida.

— Sua história pregressa? - Aiolos replicou.

— Bom... - Marin tentava interromper o grupo. - Eu e a Shina vamos descer até nossos alojamentos, então a gente pega por lá umas roupas pra você experimentar. Não custa, né?

— Bem... Custar não custa mesmo. Até porque eu não estou gostando nada de ter que depender daquele bando de idiotas pra resolver o meu problema. Vou ter que tomar o assunto nas minhas próprias mãos. Nem que pra isso... Eu tenha que usar roupas de mulher. Por um tempo. Breve, o mais breve possível. - Kanon concluiu seu raciocínio, para depois suspirar desconsolado. - Que m****, viu.

OOO

Casa de Aquário

Era fato conhecido no Santuário de Atena que, pese o fato de que a casa de Aquário não era a mais espaçosa e nem a mais ricamente decorada, ela era o reduto de uma das mais impressionantes coleções de livros, músicas e... bebidas alcoólicas dos arredores. Isso pelo empenho do seu guardião, Camus de Aquário, em manter a impressionante coleção de discos, livros e... aperitivos das mais variadas categorias. O cavaleiro de Aquário podia ter vários defeitos; mas era um homem refinado, mais do que a média para sua idade, o que explicava os livros e os discos. As bebidas... Bem, o homem morou anos na Rússia, não? Lá ele adquiriu o gosto local por bebidas destiladas e uma tolerância ao álcool que rivalizava apenas com Aldebaran, Máscara da Morte e Kanon.

Enfim. De todas as formas, Camus de Aquário tinha, em sua morada, tudo que ele considerava essencial para a sobrevivência humana: Frio, bons livros, bons discos e um estoque invejável de vodca russa de primeira. Isso fazia com que as ocasiões em que o guardião da casa de Aquário deixava o conforto de seu lar fossem raras o suficiente para causar estranheza aos outros. Portanto, era de se admirar que Camus fosse encontrado dentro da casa de Capricórnio, fora de seu habitat natural.

— Não estou vendo nada de errado, Camus... - Dohko disse quando entrou na área privativa do templo de Aquário. - Além, claro, do fato de que você mantém esse lugar gelado como um frigorífico.

— O clima temperado permite a vida inteligente nos trópicos, Libra. Ninguém pode me obrigar a viver nesse calor insuportável ao qual vocês estão acostumados.

— Que seja, Camus. Mas ainda estou tentando entender o que tornou seu templo tão inabitável a ponto de te mandar dar uma volta na casa de Capricórnio, já que... Eh?

"Jitterbug
Jitterbug
Jitterbug
Jitterbug"

Aiolia foi interrompido pelo som de uma música alta e alegre, que aparentemente vinha do templo de Peixes.

"You put the boom boom into my heart
You send my soul sky high when your loving starts
Jitterbug into my brain
Goes a bang bang bang till my feet do the same
If something's bugging you
If something ain't right
My best friend told me what you did last night
Left me sleeping in my bed
I was dreaming but I should have been with you instead"

O que é isso? - Mu perguntou.

É a minha sina, toda quinta-feira. - Camus suspirou resignado. - Que sorte triste a minha.

"Wake me up before you go-go
Don't leave me hanging on like a yo-yo
Wake me up before you go-go
I don't want to miss it when you hit that high
Wake me up before you go-go
'Cause I'm not planning on going solo"

Ei, eu conheço essa música! - Saori exclamou, exultante. - É do Wham(2)! É uma banda super legal! Inclusive, o vocalista, o George Michael, é meio grego! Ele é tão lindo, canta tão bem, dança tão bem...

Senhorita Saori, me desculpe aí, mas aquele cara é uma bichona! Aiolia protestou imediatamente.

— E você conhece o cara assim tão bem pra saber isso como, exatamente? - Milo perguntou, irônico.

Eu também conheço essa banda. A Marin queria me arrastar pra um show dessas pragas aí. Até brigou comigo, só porque eu me recusei terminantemente a ir num show de uns caras de shortinho cantando e dançando. Vê se pode?

Mas vocês são terríveis mesmo, né? Um homem não pode ser bonito, bem sucedido e talentoso que vocês já vem logo falando que ele tem que ser gay! Que absurdo! Isso é fazer intriga da oposição, sabia? - Saori protestou.

"Wake me up before you go-go
Take me dancing tonight
I wanna hit that hiiigh
yeah, yeah, yeah"

— Nossa, que falsete másculo! - Milo disse num tom discretamente jocoso, enquanto a música entrava numa parte instrumental com alguns trompetes.

— O que mais me intriga não é isso... - Saga ponderou. - O que me intriga é por que o Afrodite estaria ouvindo uma coisa dessas?

— Isso só mostra que ele é uma pessoa antenada, Saga. Aliás, o que tem de mais o Afrodite ouvir Wham, hein? - Saori perguntou, ainda meio indignada. – Sério, tem hora que eu fico pra desistir de vocês.

— Semana passada foi um disco da Barbra Streisand. Na retrasada, foi a trilha sonora da Noviça Rebelde... - Camus acrescentou, no seu habitual tom monocórdico que deixava dúvidas se ele estava sendo irônico ou não, enquanto Dohko coçava a cabeça, Shion suspirava e os outros rapazes torciam o nariz.

— Eca, é sério? - Milo perguntou para o amigo. - Meus sentimentos, Camus...

— Tanta coisa boa pra se escutar, tantas obras de Mozart, Beethoven, Chopin... E ele escuta isso. E o pior de tudo, me faz escutar também. Mas hoje... Hoje ele se superou.

— E depois vocês falam do Andrômeda... - Hyoga não conseguia conter o tom vitorioso. - Mas na verdade isso é que é absolutamente desconcertante.

— Eu vou ter que te lembrar de novo do episódio da Casa de Libra? - Milo levantou uma sobrancelha.

— Eu já falei mais de mil vezes que não aconteceu nada de mais na Casa de Libra. O Shun apenas usou seu cosmo para reaquecer meu coração.

— Hyoga... Você percebe que por as coisas nesses termos não te favorece em nada, né? - Shiryu colocou, balançando a cabeça negativamente, enquanto os outros disfarçavam os risinhos e Camus fechava ainda mais a cara. - Usar o cosmo pra aquecer seu coração... Tsc, tsc...

— Olha, vocês ficam positivamente irritantes quando começam com esse machismos idiotas. Aliás, por que é que vocês insistem tanto em fazer esse juízo do Shun, hein? - Saori disse, irritada. - Ele é um dos seletos cavaleiros que tem uma admiradora fiel, sabia?

— Tinha. - Corrigiu Shiryu. - A June não está mais a fim dele.

— Hein? Que June? - Milo se interessou.

— A June, Milo, amazona de Camaleão. - Camus entrou na conversa. - Você conheceu, quando foi enviado à Ilha de Andrômeda... Não lembra? Loira, magra, usava um chicote...

— A... Ah! Lembrei. Mas... Aquela gat... Digo, aquela amazona era a fim do Shun?

— É, veja você.

— E por que não é mais?

— Vai ver ela se cansou de esperar que saísse algum coelho daquele mato... - Camus ponderou, em voz baixa, o que fez com que Hyoga e Seiya o olhassem com irritação.

— Ei, o Shun é nosso amigo, não falem assim dele. - Seiya fechou a cara. - Mas agora ela está na de outro cara, parece. Um absurdo que ela tenha trocado o Shun por aquele traste de quem ela está a fim agora.

— E quem seria o outro? - Milo perguntou, algo curioso.

— Misty de Lagarto.

Momento desconfortável de sala.

— Uiii... Por que vocês fazem isso comigo, hein?

— Isso o quê, Saga? - Seiya perguntou.

— Eu não tô podendo rir. - Disse Saga, agora tentando não rir.

— O que tem pra rir nisso? - Pégaso levantou uma sobrancelha.

— Falando sério, Seiya... Misty de Lagarto? -Ai- Pra usar uma das frases do Kanon, é trocar seis por meia dúzia!

— Como assim?

— É... Ah, esquece. - Saga respirou fundo, fazendo uma careta de dor que ajudou a desvanecer o riso. - 'Vambora logo pra Peixes, vai, nem que seja pra desligar esse som.

— Melhor mesmo, porque ele ainda não colocou pra ouvir o disco da Cyndi Lauper. E esse ele coloca alto mesmo. - Camus acrescentou, seguindo a trupe em direção a saída.

— Você vem junto? - Perguntou Milo.

Bien sûr, mon ami. Vocês realmente acharam que se livrariam de me prestar explicações? - Camus arqueou uma sobrancelha enquanto o grupo seguia para as escadarias em direção a Peixes.

OOO

Casa de Peixes.

"I come home in the morning light
My mother says when you gonna live your life right
Oh mother dear we're not the fortunate ones
And girls they wanna have fun
Oh girls just wanna have fun"

— Eu avisei. - Disse Camus, enquanto era quase ensurdecido pelo volume da música no jardim de Peixes. - Cyndi Lauper (3), em toda sua glória.

"The phone rings in the middle of the night
My father yells what you gonna do with your life
Oh daddy dear you know you're still number one
But girls they wanna have fun
Oh girls just wanna have-

That's all they really want
Some fun
When the working day is done
Girls- they wanna have fun
Oh girls just wanna have fun!"

Por todos os deuses do Olimpo... Saori-san, você tem que fazer alguma coisa. - Seiya interpelou a Deusa adolescente.

— Eu vou... - Respodeu Saori. - Eu vou pegar esses discos emprestados. O Tatsume não conseguiu de jeito nenhum comprar o original desse single da Cyndi Lauper, e olha que eu fiz ele procurar em todos os lugares! Mas também esgotou tudo, nunca que eu ia achar no Japão... Será esse é o single original ou é uma cópia em fita cassete?

Seiya deu uma palmada na testa.

— Bom, em se tratando de Afrodite de Peixes, deve ser uma cópia original de tiragem limitada... - Continuava Saori. - Será que... Ele me empresta?

— Afroditeeee! - Mu gritou alto, mas era praticamente impossível fazer-se ouvir no meio daquela música. Com um suspiro, embrenhou-se pelo jardim de Peixes esperando encontrar o cavaleiro, no que foi seguido pela trupe. Acabou o encontrando trabalhando distraidamente em um dos roseirais próximos a entrada de sua casa, junto com a vitrola e as potentes caixas de som a alguns metros da sua porta ligadas por uma extensão que se perdia por dentro da casa.

— That's all they really want... Some fun... When the working day is done, girls-they want to have fun... Oh girls just want to have fun, they wanna have fun, they wanna have fu-un... - Cantarolava alegremente o cavaleiro da décima segunda casa enquanto balançava a cabeça de um lado para outro jogando os cabelos louros e sedosos num movimento fluido, alheio a chegada do grupo atrás de si.

Camus, deixando transparecer a irritação pela sua máscara de indiferença, avançou em direção à vitrola e tirou a agulha do disco num movimento rápido, interrompendo a música.

— Mas... AAAHH! - Afrodite soltou um grito de surpresa ao se virar para a vitrola e finalmente perceber o numeroso grupo que estava na porta da entrada de sua casa. - Mas o que é que vocês estão fazendo aqui?

— Agora nós temos a sua atenção? - Camus levantou uma sobrancelha. - Precisa colocar esse tipo de música nesse volume absurdo?

— Francês, se você riscou meu disco da Cyndi Lauper eu vou arrancar cada cabelinho ruivo dessa sua cabeça! E a música nem está tão alta assim. É que a acústica desse lugar é terrível.

— Poxa vida, Afrodite? - Milo exasperou-se. - Bem que a gente tenta te defender, mas às vezes fica difícil, sabe?

— Me defender do quê? - O pisciano perguntou com a voz algo afetada, enquanto Milo dava uma olhada sugestiva para Hyoga, que revirou os olhos em claro sinal de desdém. - Ah, você acha que eu estou me importando com o que esses desclassificadinhos falam sobre a minha pessoa?

— Olha, Peixes, não dá pra negar que bem que você dá motivo pro povo ficar por aí falando de você. Cyndi Lauper, p****? - Aiolia reiterou.

— Que é que tem? Se eu, que sou eu, não tou nem aí, por que é que vocês estariam? Humph... - Afrodite levantou-se e ajeitou os cabelos para trás, num movimento até rude para um rapaz de aparência delicada como a dele. - Esses pivetes aí mal saíram dos cueiros e nem sabem direito o que é uma garota, e vem falar de mim! Logo eu, Afrodite de Peixes, com o... currículo que eu tenho!

— Pronto, agora vem a parte que ele se gaba de ter pego as mulheres mais lindas da galáxia. - Camus fez um muxoxo.

— Pois sim, Camus, eu evidentemente não me gabo disso à toa, sabe? - Afrodite deu um sorrisinho de lado. - Já vocês se contentam com qualquer coisa, literalmente.

— Nós vamos mesmo entrar nessa discussão? - Saga estava se irritando.

— Já dizia o sábio... Ah, eu sei lá quem disse isso! Mas Afrodite, entenda que pegar a Kelly LeBrock(4) qualquer um pega! Já os que realmente gostam de mulher...  - Aiolia estufou o peito.

— Como você, por exemplo, que se contentou com aquela imitação japonesa barata de Molly Ringwald (5). - Afrodite jogou novamente os cabelos para trás, num cacoete, enquanto Aiolia endurecia o rosto numa expressão irritada. - Me desculpem por ter padrões mais altos, mas é porque eu posso, e vocês não.

— Gente, vamos parar com essa conversa sem futuro e vamos ao que interessa, por favor? - Saga estava agora visivelmente irritado, e finalmente Afrodite se pôs a prestar atenção no grupo.

— Mas... O que diabos fizeram com vocês? Vamos ter guerra santa de novo ou o quê?

— Não é nada disso, é que... Ah, esquece. Estamos precisando passar. - Shion disse revirando os olhos.

— Por quê? - Afrodite não estava disposto a ceder assim tão facilmente.

— Ah, quer saber mesmo? Aconteceu um problema com o Kanon. - Saga exasperou-se. - E a gente está precisando subir até o Salão do Grande Mestre para resolver.

— E desde quando um problema com seu irmão faz você se abalar até o Salão do Grande Mestre?

— O que você está querendo dizer, exatamente?

— Que você e seu irmão não são exatamente um exemplo de amor fraternal, né... - Saga, ao ouvir isso, imediatamente fechou ainda mais a cara. - Ah, esquece. Passem logo, vai. Eu tenho que terminar meu serviço aqui nos meus roseirais.

Enquanto os outros passavam e Mu meio que arrastava Saga, que encarava Afrodite com cara de pouquíssimos amigos, Saori se aproximou discretamente do Cavaleiro de Peixes.

— Sim, senhorita?

— Er... Afrodite, depois você me empresta esse seu disco da Cyndi Lauper?

OOO

 

Conseguirão os cavaleiros de Ouro e Bronze, juntamente com sua Deusa Protetora, adentrar no Salão do Grande Mestre e encontrar uma solução para o problema de Kanon de Gêmeos? Conseguirá o ex-rapaz e segundo cavaleiro da terceira casa se adaptar a sua nova situação e enfrentar todo o Santuário na forma feminina? Conseguirá Shura de Capricórnio convencer seu animal de estimação a atender pelo seu próprio nome? Conseguirá Camus de Aquário superar o trauma de ouvir as setlists preferidas de Afrodite de Peixes?

Tudo isso e muito mais nos próximos capítulos!

Stay tuned!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

1 - Chapolim Colorado DISPENSA APRESENTAÇÕES. O que pouca gente sabe é que no fim da década de 70 e início da década de 80, ele foi exibido, junto com Chaves, em vários países; inclusive Japão e Grécia. Obviamente, o mesmo vale para os desenhos de Hanna Barbera.

2 - Momento Direto do Túnel do Tempo (só para constar, a história de CDZ, segundo a Wiki, se passa em 1986): A banda Wham foi formada em 1981 por Andrew Ridgeley e George Michael; e na época símbolo sexual que fazia um sucesso enorme com as menininhas. A banda fez muito sucesso na década de 80 graças ao sex appeal de George, com músicas como Wake me up before you go-go (a música que Afrodite está ouvindo), Everything she wants e Careless Whisper (este último um single solo de Michael, antes de sair do Wham). Depois o grego saiu em carreira solo ainda mantendo a fama de sex symbol, principalmente no início dos anos 90, com videoclipes épicos (Freedom, com ele e um monte de supermodels, quem lembra?). Mas, no ocaso de sua carreira, foi pego em um banheiro público fazendo coisas não tão públicas com outro cara (Já posso ouvir os gritos de Aiolia bradando que ele tinha razão), e a fama de sex symbol sofreu um golpe fatal. Mais informações, procurem na Wiki ou no Youtube, onde vcs poderão ver a performance dos rapazes no clipe da música.

3- Girls Just Wanna Have Fun, da (eterna!) Cyndi Lauper, foi lançado em 1983, e foi uma FEBRE. Tocou mais do que hino nacional em época de copa do mundo. Naquela época longínqua, não havia CD, e muito menos MP3, então conseguir músicas era bem mais difícil.
Quanto a Saori gostar das músicas, bem... Por deusa que ela seja, ela ainda é uma adolescente, né? Nada mais normal que ela ainda tenha seus momentos girlies, de vez em quando!

4- Kelly Le Brock: Atriz americana famosa por atuar em filmes dos '80 como A Dama de Vermelho e Garota nota 1000, que a catapultaram para o status de sex symbol da época.

5 - Molly Ringwald: Atriz de filmes como Gatinhas e Gatões, A Garota de Rosa Shocking e outros. E, particularmente, na minha cabeça seria a viva imagem de Marin de Águia.



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