O primeiro dia de julho havia chegado. As temperaturas em Nova York aumentavam consideravelmente nessa época do ano. A cidade já estava sendo enfeitada para a comemoração do 4 de julho, dia da Independência dos Estados Unidos. Bandeiras eram colocadas nas ruas com a decoração tradicional, deixando a cidade mais animada do que normalmente era. Caroline admirava cada esquina de cada quarteirão, não conseguindo conter a animação para o feriado que mais gosta e sempre comemorava com a família e amigos. Seguia para o mercado com Stefan e Elena para comprar ingredientes para a reunião que seria feita no feriado.

– Elena, não consigo achar canela. - Caroline lia a pequena lista que havia feito antes de sair de casa - Só falta isso para a minha torta de maçã.

– Serve essa embalagem amarela que está atrás de você? - ela apontou, fazendo a loira suspirar aliviada.

– Aonde Stefan se meteu? Preciso dele para pegar as caixas de cerveja. - ela rodou o ambiente com os olhos, à procura do amigo - Lá está ele, já na parte das bebidas.

Pegaram algumas embalagens de cerveja, alguns outros ingredientes, foram até o caixa e depois seguiram até a casa dos Mikaelson, onde seria a comemoração desse ano. Apenas Esther, a matriarca da família, estava presente. Abriu a porta com um sorriso no rosto pedindo que entrassem. Quando avistou Caroline, seu sorriso ficou maior ainda. Deu um longo abraço nela e fez diversas perguntas sobre a viagem, tornando a rápida visita em uma conversa de horas.

– Rebekah me disse que vai fazer uma coluna semanal no "New York Times". - Esther comentou - Um sonho, não?

– Com certeza! - sorriu - Cresci muito nesses dois anos, nada mais justo do que minha vez chegasse.

– Querida, não sabe a falta que fez. É tão bom ter você de volta! - ela abraçou Caroline

– Esther, aonde podemos deixar essas bebidas? - Stefan apareceu na sala, interrompendo a conversa.

– Pode colocar na despensa, depois Elijah vai arrumar aquela zona.

De repente, o barulho de chave abrindo a porta tomou a sala que havia ficado em silêncio após a resposta de Esther. Rebekah entrou, seguida de Elijah. A britânica jogou a bolsa em cima da mesa, correndo para abraçar a amiga. Elijah sorriu para Caroline e a abraçou também.

– Fomos até o buffet do almoço e está tudo certo para daqui a três dias. - Rebekah disse aliviada - Elijah dirigiu tão lentamente que quase desisti e fui voando.

– Caso não saiba, ainda não acoplaram hélices nos carros. Não posso simplesmente passar por cima do engarrafamento. - ele esclareceu

– O importante é que chegaram lá no horário. - Esther

– Faltando vinte minutos para fechar, mas chegamos.

– O que a senhorita já está reclamando por ai? - Stefan escutou a voz da namorada e apareceu na sala – Elijah, pode terminar de arrumar as bebidas?

– Ai amor, só você para aparecer agora. - ela correu para os braços do namorado - Vamos ao cinema?

Stefan aceitou a proposta da namorada e logo saíram novamente. Elena e Caroline se juntaram a Esther para fazer uma pequena lista do que cada uma levaria. Elijah atarefou-se com a arrumação da despensa a pedido de Stefan.

– Vou fazer minha torta de maçã. - Caroline tomou nota - Sei que todos gostam.

– É uma pena que Mikael não esteja aqui. Ele ia acabar com ela em um instante! - Esther lamentou

– Ele está viajando?

– Sim, foi a Londres assinar alguns papeis e ver como anda a empresa por lá.

– Vou fazer pretzel. - Elena pegou o bloco e a caneta da mão da amiga e anotou - Esther se incomoda de fazer os cupcakes?

– Nem um pouco!

Caroline observou Elijah deixando a despensa. Pediu licença da cozinha e foi em direção a ele, que subia as escadas.

– Elijah! - ela chamou e ele parou no quinto degrau, esperando que ela continuasse a fala - Podemos conversar?

– Claro.

Ele desceu os degraus que havia subido e levou Caroline para a sala de televisão. A loira estava apreensiva, sabia que o Mikaelson já imaginava qual assunto seria. Sentou-se no sofá, ainda tensa. Seus músculos estavam contraídos e suas mãos suavam frio, como se estivesse frente a frente com ele.

– Acho melhor sermos diretos, não? - ele sentou ao lado dela

– Rebekah disse que ele tomou a decisão de não aparecer lá, não foi nenhum imprevisto.

– Meu pai tinha a viagem marcada para o dia da sua chegada. Klaus não ia com ele, mas quando soube que chegaria...

– Ele resolveu ir. - ela deduziu

– Sim. - ele segurou as mãos de Caroline - Eu o alertei que só está evitando o inevitável, mas sabe como Niklaus é.

– E quando ele chega?

– Dia cinco.

– Obrigada. - ela o abraçou - Por favor, não conte a ninguém que tivemos essa conversa.

– E não conte a ninguém o que vou te falar agora, mas ele foi atrás de você em Dublin.

Ela congelou, ficando sem fala. Levou as mãos a boca, não acreditando no que Elijah havia acabado de dizer. Levantou-se e andava em círculos em volta do sofá, como se a estivesse à procura de algo. Parou em frente a ele, incentivando-o a falar mais.

– Dois meses depois que partiu, ele foi até lá. Voltou no dia seguinte dizendo que você já tinha superado tudo e sua vida já estava feita.

– Ele me viu e não foi falar comigo? Só pensou nele, como sempre! - balançou a cabeça em negativa - Como teve a coragem de não se aproximar de mim?

– Admita que ele fez o mais correto. E se vocês voltassem? Teria esse emprego que tem agora? Sua vida estaria a mesma? - ele a encarava firmemente - São coisas a serem pensadas antes de qualquer impulso. Não o julgo por ter feito o que fez, talvez tivesse feito o mesmo.

No final, Caroline compreendeu o que Elijah queria dizer. Se ficou magoada? Sim, um pouco. Mas ele tinha razão, Klaus tinha tomado a decisão correta. Agradeceu ao britânico pelas palavras e pelo esclarecimento da situação que havia deixado-a chateada e um pouco magoada.

Voltou para a cozinha, pegando sua bolsa e chave do carro. Despediu-se de Esther e ofereceu carona à Elena. Assim que deixou a amiga em casa, foi até a praia de Coney Island. A viagem durou cerca de uma hora, mas a loira não viu o tempo passar. Chegando lá, ligou para Liz avisando sobre sua ida até a praia e se deparou com o ambiente um pouco vazio do que era acostumada a ver dois anos atrás. Pessoas caminhavam, andavam de patins, tomavam sorvete e usufruíam da roda gigante e da pequena montanha russa que havia antes da areia. Sentou-se num banco, encarando as ondas e observando as pessoas em sua rotina. Acabou almoçando por lá e passando mais um tempo embaixo de um sol que parecia aquecer até partes do corpo que ela não sabia que existiam. Era inevitável estar naquele lugar e não se lembrar dos dias que havia passado lá com Klaus e com os amigos. Fechou os olhos e deixou a brisa bater em seus cabelos cacheados que ficavam mais loiros ainda com o sol batendo, fazendo com que seu corpo ficasse casa vez mais leve e sua respiração mais tranquila. Deixou o local logo após uma chamada de Bill, já preocupado com a demora da filha.

– Tirou o dia para ir à praia, foi? - seu pai a repreendeu assim que abriu a porta da frente, lhe dando um beijo na testa.

– Eu precisava espairecer. - ela disse - E agora preciso de um banho.