Caroline e Enzo já estavam na metade do caminho quando o celular dela tocou. A medida que a pessoa ia falando com ela, as lágrimas rolavam em seu rosto e pareciam nunca cessar.
– Caroline, fala alguma coisa! - Enzo se desesperou.
– O Klaus sofreu um acidente de carro. - estava tremendo - Não posso ir, preciso ver como eles está. Enzo, por favor, volte.
Ele respirou fundo e pegou o primeiro retorno na estrada. Chegaram na porta do hospital pouco tempo depois. Caroline entrou desesperada pela porta principal, onde encontrou Esther aos prantos na sala de espera. Abraçou-a, também aos prantos.
– O que houve? - perguntou em desespero.
– Calma... - Mikael estava com uma voz péssima e nitidamente abatido - Ele está desacordado e está fazendo uma tomografia.
– Um carro avançou o sinal e colidiu de frente com o carro do Klaus, que estava em velocidade maior do que a permitida. - Elijah explicou.
– Senhor Mikaelson? - um médico o chamou - Sou o Dr. Nichols. - apertou a mão dele - O Sr. Niklaus Mikaelson só sofreu uma pancada forte e ainda está desacordado. A tomografia não deu nada. Só tem alguns ferimentos no rosto e fratura no braço esquerdo. O air bag e o cinto definitivamente salvaram a vida dele.
– Quando ele vai acordar? - Caroline quase implorou uma resposta.
– Em breve. Os resultados são para ser celebrados. Ele teve muita sorte. - confortou a todos - Daqui a pouco ele estará no quarto e já poderão entrar.
– Ligue para Rebekah, agora. - Esther pediu a Mikael - Tranquilize ela e Hayley.
– Caroline, sei que o momento não é oportuno, mas quando Rebekah pediu que passasse lá em casa era para que eu e Hayley fizéssemos o convite de ser madrinha no nosso bebê. Você e Klaus.
– Elijah, é claro que eu aceito. - sorriu em meio as lágrimas que ainda insistiam em cair de seu rosto
Depois de meia hora, liberaram as visitas. Esther e Mikael foram os primeiros a entrarem e ficaram por cerca de meia hora. Logo foi a vez de Caroline. Elijah fez questão de deixar que ela entrasse sozinha, cedendo parte de sua vez a ela.
Assim que entrou, deparou-se com o rosto dele com algumas partes ainda sujas de sangue e curativos, seu braço imobilizado pelo gesso e fios que estavam por todo o corpo dele. Sentou-se na cadeira ao lado da cama e segurou sua mão.
– Oi. - desatou a chorar tudo de novo - Não sei se pode me escutar, mas quero que saiba que eu te amo. Sempre foi você. Eu fiz a escolha errada. - apoiou a testa na mão dele - Eu te amo... Elijah me disse que foi até Dublin e achou que tinha me perdido. Você está completamente errado, bobo. Eu vou estar aqui te esperando, sempre vou estar aqui. Se eu estiver do seu lado, não preciso de mais nada. - se controlava para não perder o ar - Acorda. Vamos ser padrinhos do casamento e do bebê do seu irmão e da Hayley, preciso de você do meu lado. Me desculpe por tudo... Eu devia ter te contado da viagem, devia ter terminado com o Enzo e voltado para você, mas eu... Eu fui orgulhosa. Só preciso que você acorde, por favor. - acariciou seus cabelos - Eu te amo.
Ficou encarando-o como se ele fosse abrir os olhos e responder a tudo que ela havia exposto e mencionado. Observava-o em seu profundo sono, desejando que tudo isso simplesmente passasse. Foi interrompida por Elijah.
– Faltam só mais dez minutos. Se importa se eu ficar?
– Não. - enxugou as lágrimas - Já falei tudo que eu tinha pra falar, eu acho. Claro que tenho muito mais coisas pra falar, mas posso dizer quando ele acordar.
Foi ao encontro dos pais de Klaus.
– Obrigada por voltar. - Esther segurou as mãos dela
– Eu nunca deveria ter cogitado ir. - balançou a cabeça - A pior coisa foi tentar seguir minha vida sem o Klaus.
– Ele vai ficar feliz em ouvir isso. - Mikael a abraçou - Amanhã a visita é de manhã e à noite. Quando pode vir?
– Posso passar à noite. Vou ajeitar minhas coisas ainda hoje e é só falar o horário que estarei aqui.
Despediu-se de Esther e Mikael com um abraço e seguiu para a saída do hospital, onde o carro de Enzo ainda estava estacionado e ele estava encostado na porta.
– O que ainda está fazendo aqui? - cruzou os braços, tentando se aquecer do vento frio que a incomodava
– Pelo visto não vamos viajar. - deduziu pelo rosto inchado da loira.
– Enzo, foi ótimo esse tempo que estivemos juntos. Não pense que não te amei, muito pelo contrário. Você foi uma pessoa muito especial na minha vida e sou muito grata pelo que fez e faz por mim, mas acho que não podemos continuar com isso. - começou a chorar - Nesse tempo, eu estive com Klaus. Quando digo estive, quis dizer que nós...
– Chega. - ele abriu a porta do carro com raiva - Não preciso ouvir mais isso, não posso ouvir mais nada disso. Bastava falar que não queria mais, não precisava me chifrar.
– Por favor, podemos conversar depois? - pediu já quase implorando - Klaus está desacordado e não sabemos quando ele vai abrir os olhos, não estou em um bom momento com diálogos.
– Espero que ele melhore. - bateu a porta e abriu o vidro - Pegue a sua mala por favor. Tenho uma viagem a fazer, agora com atraso e sozinho.
– Só me diz que vamos conversar. - pegou a mala.
– Não temos nada para conversar. Passar bem.
Ela avistou o carro sumir por entre os outros e ali ficou, estática, abraçando-se para tentar driblar o frio.
– Quer carona? - Elijah perguntou, surpreendendo-a.
– Acho que realmente vou precisar, só que pra casa dos meus pais.
Ela foi para o lugar onde acharia as pessoas que com certeza lhe dariam o maior apoio em qualquer circunstância.
Ao chegar, foi abraçada pelos pais. Ela chorava descontroladamente, como se não fizesse isso há tempos. Sentou-se no sofá da sala, sendo acalmada pela mãe enquanto seu pai estava na cozinha preparando algo para ela comer com um copo de água. Caroline ainda estava muito nervosa, tremendo como se fosse feita de papel. Contou tudo que aconteceu para seus pais, que já imaginavam a proporção do desespero dela.
– Calma, meu amor. - Liz acariciava seus cabelos - Ele vai se recuperar.
– Eu sei que vai, mas isso é culpa minha...
– Não se culpe por isso. - Bill chegou com um sanduíche - Precisa comer e ficar forte depois de tudo isso. Klaus é persistente, logo logo ele vai sair dessa.
– Ou ele sai ou eu mesma vou arrancar ele de lá. - disse com raiva de si
– Vá descansar. - Liz pediu - Fique aqui por um tempo, acho que vai precisar. Pelo menos até Klaus sair do hospital.
Ela assentiu. Comeu o sanduíche e foi até seu quarto tomar um banho. Suas lágrimas persistentes misturaram-se à água quente que caía da ducha, fazendo-a tirar um pouco do cansaço que seu corpo ainda sentia. Ficou lá pensando na hora que Klaus acordasse. Não iria perder mais tempo, já havia perdido demais.
Almoçou logo depois pela insistência de seus pais, que ainda estavam preocupados com o humor e estado da filha. Ela ainda estava muito abatida com todo o acontecimento e assim ficaria até ver Klaus fora daquele hospital. Não demorou muito para que pegasse no sono.
*
Damon e Elena estavam na casa dos Mikaelson. Hayley havia passado mal depois que soube do acidente e Rebekah havia ficado para ajudá-la no que precisasse. Esther havia se trancado no quarto, de onde não sairia tão cedo. Elijah conversava com os homens sobre o estado de Klaus.
– Ele está desacordado, mas a qualquer momento isso pode mudar. - explicou o britânico - E não tem como avaliar sequelas nesse estado. Acho que é isso que mais preocupa minha mãe.
– Ele vai sair dessa. - Stefan disse - Até parece que não conhecem Niklaus Mikaelson.
– E como está a Barbie? - Damon
– Elena disse que ligou para o celular dela, mas só da desligado. - Elijah - Pelo que eu entendi ela tinha uma viagem marcada com o Enzo, mas depois disso tudo acho que eles terminaram.
– Viagem com ele? Por que ela não falou nada? - Stefan cruzou os braços
– Eu acho que eles estavam juntos. - Damon concluiu - Lembra quando ele disse no bar aquelas coisas? - dirigiu a pergunta as Stefan - Ele estava muito feliz.
– Eles se beijaram no meu escritório. Eu não vi, mas eles estavam ofegantes e começaram a agir estranho... - deduziu - Será?
– Não duvido muito não. Sabemos como Klaus é e quando se trata da Caroline tocamos no ponto fraco dele.
– Isso é verdade. - Stefan
Passado o dia, as notícias que foram tendo de Klaus eram animadoras. Ele ainda não havia acordado, mas os resultados dos exames realizados eram para ser celebrados.
Já era de manhã quando Esther e Mikael estavam no hospital. Dessa vez, Rebekah havia ido com eles. Precisava pelo menos ver o irmão para ficar mais tranquila em relação a tudo. Esperava que os pais saíssem do quarto para que tivesse seu momento com ele.
– Pode entrar. - Mikael fez um sinal com a cabeça para Rebekah.
Assim que ela entrou, começou a chorar. Sentou-se na cadeira que ficava ao lado da cama e avaliava o estado dele.
– Você é muito cabeça dura. - segurou a mão dele - Teve sorte de só ter esse braço quebrado. Ai de você que me apronte de novo... Acho que não quer o outro braço impossibilitado de movimentos. - sorriu - Acorda logo, vai? Está fazendo tanta falta em casa...
Ao falar isso, surpreendeu-se ao ver um par de olhos azuis esverdeados se abrindo e ficando confusos. Ele havia acordado.