Eu o guiei até dentro da minha casa, porém ele parecia desconfortável. O convidei para sentar, e ele sentou timidamente, corando. Acho que ele era tímido. Me dirigi até um armário e o abri. Peguei uma garrafa de Lon Lon Milk e dei para ele, inclinando a cabeça para ele beber. Devagar e discretamente, Dark começou a beber. Acabou bebendo tudo, e, quando sua boca se afastou da garrafa, ele estava com um bigode de leite. Eu ri baixinho e ele percebeu, lambendo.

-E então, por que você está procurando Link? - Eu perguntei, fazendo um rubor se espalhar por seu rosto.

-E-eu...

-Vocês estão em um relacionamento amoroso? -perguntei, e ele arregalou os olhos, ficando mais vermelho.

-N-não!!! Eu só... hum... queria vê-lo... - Dark puxou a barra da túnica e mexeu as orelhas. Ownt!

- Ele deve estar no castelo de Zelda, você poderia ir lá. - Sorri e coloquei Lon Lon Milk em uma tigela para sua aranha.

-Zelda? - Ele perguntou.

-A princesa.

-Não sei onde é. - Ele balançou a cabeça de um lado para o outro de olhos fechados.

- Eu poderia te levar lá, terei que acordar meu pai provavelmente mesmo. Ele sempre dorme no trabalho! -peguei a mão dele, o puxando até porta. Então, lembrei dos ferimentos. -Espere! Você não está machucado? -aproximei minhas mãos da borda de sua blusa, mas ele recuou, os olhos bem abertos.

-N-não!!! -estranhei. O que ele tem para esconder?

-Vamos, me deixe ver. - eu fui chegando mais perto, e ele recuando, até que ficou encurralado. Peguei em sua mão.

-N-não, p-por favor...

-Tudo bem... - eu suspirei, saindo de Lon Lon Ranch com Dark.

POV Dark Link

Eu baixei minha cabeça, seguindo ela. O que tem de errado comigo? Por que eu não sou como as outras pessoas? Meus olhos se encheram novamente de água, e eu reprimi. Eu não sabia o porque disso, mas acontece de vez em quando. Principalmente quando penso demais em Link. Link... meu herói loiro. Será que você se lembra de mim? Você me odeia, Link? Senti algo molhando em meu rosto, e percebi que estava saindo água de meus olhos novamente. Toquei no fino Rio que se formou em meu rosto, fungando baixinho. Mesmo assim, Malon escutou e se virou para mim. Ela parou de caminhar.

-Ei, o que está errado, Darky? -veio até mim.

-N-nada. - Eu respondo fungando mais alto.

-Por que está chorando, bebê? - Ela começou a acariciar minha cabeça por cima do chapéu.

- Eu não estou. -sequei meu rosto e sorri.

-Tem certeza? - eu acabei com a cabeça e continuei andando.

Não nos falamos o resto do caminho, não apareceu necessidade. O caminho não era muito longo, e logo chegamos a uma vila, como Malon chamou. Eu não sabia bem ainda o que era uma vila. Haviam alguns bolinhos de pessoas espalhados, um cara correndo por aí com uma sacola, uma mulher pequena correndo atrás de um bicho, algumas coisas com asas voando e um animal correndo por aí, quase me fazendo cair. Era bonito, mas eu sentia um pouco de medo. Me agarrei ao braço de Malon, e ela percebeu, me dizendo que estava tudo bem. Ela perguntou se eu queria alguma coisa, e eu disse que não. Eu olhei para o lado, vendo a mulher pequena correndo até outra.

-Mãe! Mamãe! Olha o cucco que eu encontrei!

-Que lindo, filha! Mas é melhor deixá-lo solto.

-Claro, mãe. - Ela soltou o tal cucco e reiniciou a corrida atrás dele.

-Malon? - eu chamei, e ela virou a cabeça. -O que é uma mãe? - eu perguntei.

-Ahn... - ela pareceu desconfortável. -Bem... é uma mulher que cuida de você, te ama, dá carinho, amor, se preocupa com você, e sempre se certifica de que você não precisa de algo. - eu pensei um pouco, antes de perguntar outra coisa...

-Malon... Eu posso te chamar de mãe então? - um vermelho clarinho ficou nas bochechas dela, e começou a sair um pouco de sangue do seu nariz.

-Owww! Mas é claro que pode, pequeno! - ela colocou os braços em volta de mim, me abraçando. - Meu fofucho!

-M-mãe... todos estão olhando para nós... - ela olhou em volta parando de me abraçar e voltando a caminhar até um lugar cheio de marrom e um pouco de verde.

Nos aproximamos de um homem vestido de cinza, não gostei muito dele e agarrei o braço de Malon novamente. Eu sentia que isso não seria bom, mas, mesmo assim continuei andando até

-Bom dia senhor guarda! Nós precisamos falar com Link, o senhor poderia ser bondoso e deixar?

-Ha, garotinha. Por que não vai brincar com as outras crianças?

-Então, poderia deixar pelo menos ele entrar? -o homem olhou para mim, e eu me encolhi abaixando minhas orelhas.

-Um fã, eu vejo? Claro que não! Link tem coisas mais importantes para fazer! Nem que eu quisesse eu poderia deixar. Afinal, Link nem está aqui. - ele disse rudemente apontando para mim. Senti meus olhos ficarem molhados.

-Vamos embora, mamãe. - eu disse puxando Malon para longe dali.

- Eu não acredito que ele disse isso! Isso não vai ficar assim! Quando ele tiver filhos ele vai entender! - Larguei ela, vendo que ela estava um pouco irritada.

Eu acabei sem olhar para onde ia, e trombei com alguém, caindo no chão. Esfreguei minha cabeça, pedindo desculpas com um pouco de medo.