Only you escrita por YammyCipher


Capítulo 1
My love, my life.




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Eu já não sei a quanto tempo eu estou aqui. Podem ter se passado segundos, horas, dias, meses, ou até anos. Não tenho noção do tempo, nem como passá-lo. Chegaria a ser intediante lá, mas eu tenho algo muito importante para fazer lá. Pelo menos, eu considero tão importante quanto respirar. Eu não me importaria em passar o resto da minha vida inútil tentando lembrar. Afinal, é isso que me mantém vivo. Não sei se seria capaz de continuar se as minhas lembranças dele se fosse.
Minha memória dele se apaga cada vez mais. Eu luto, luto para poder me lembrar dele cada dia. Ah, aqueles olhos... Me concentro neles segundo por segundo, minuto por minuto, hora por hora, dia pós dia. Lembrar deles, para mim, é essencial. Não posso esquecer deles, nem de nada. Se bem que, a cada vez que me desconcentro, uma memória sua é perdida. Sua voz. Ah, era tão doce... pena que não sei mais como ela soa. Seu nome. Eu não me lembro dele. E não posso me forçar a lembrar. Outras memórias sumirão se não me concentrar nelas.
Eu penso comigo, o que será que ele está fazendo agora? Poderia ele ter construído uma família? Nah. Claro que não. Tão independente... e, também é como uma jóia rara. Tão rara que ninguém é digno de sequer tocar, principalmente eu. Ninguém merece ele. Nem mesmo a mais pura ou melhor das pessoas poderia sequer pensar nisso. Ele me deixou vivo, poupou-me da morte. Por que? Eu sou tão mau. Não merecia viver.
Já considerei várias vezes sair dali, tentar encontrá-lo. Mas eu tinha tanto medo... tanto medo de que minhas memórias suas se fossem. Aquele lugar, me fazia lembrar dele. Eu conseguia visualizar de vez em quando nossa luta. Também tinha tanto medo de encontrar ele... sim, estranho, eu sei. Mas, o que eu iria dizer a ele? O que ele faria ao me ver? E se e ele não gostasse de me ver? E se ele me mandasse embora? Pra onde eu iria? E se fosse o contrário? Como eu diria o que eu sentia? Será que ele também se sente assim? Tão assustador! A idéia de sair por aquela porta era aterrorizante. Sempre era descartada.
Além disso, não sei se meus machucados deixariam. Meu tornozelo ainda dói quando piso no chão, não estou no meu melhor para seja lá o que eu encontrar. Quase nenhum deles foram feitos por ele, quando lutamos. Ganondorf me puniu por deixá-lo ir, eu ainda tenho os machucados. Mas, alguns cortes, foram feitos por mim mesmo. Um dia, sem querer me cortei com a espada. Percebi que isso amenizava o aperto em meu coração. Desde então, venho fazendo isso. Não dói, depois de tudo. De vez em quando, faço em outros lugares, geralmente quando meus braços estão cheios demais.
Minha memória dele estava esvaecendo, contra minha vontade. Suspirei. Eu não poderia aguentar isso por muito mais tempo. Meus olhos percorreram o lugar, parando na porta. Eu deveria? Eles se baixaram, observando a água, e, eventualmente, meu reflexo. Sorri, mudando as cores em minha mente. Ah, sim. Eu tinha que vê-lo novamente.
Me levantei, engolindo o medo e a dor. Soltei um grito quando o pé do meu tornozelo machucado tocou o chão. Mordendo o lábio inferior, meus olhos começaram a lacrimejar. Respirei fundo várias vezes, não poderia ser. Já deveria estar melhor, eu acho. Bem, de qualquer forma eu mereci. Tentei andar esses dias, fracassei. Dei um passo e comecei a ofegar novamente. Eu pensei que se fosse rápido, a dor não seria tanta. Estava errado. Gemia ou gritava de dor de vez em quando. Peguei minha espada, sentindo uma sensação ruim. Abri a porta de uma vez.
Pude ver algo inesplicável. Uma ameba, talvez? Eu não sabia. Ela se inclinou para mim, e eu pulei para cima de uma estátua, dando um grito nada masculino. Choraminguei, vendo que só haveria um jeito de passar. Ataquei a ameba com a minha espada, incrivelmente funcionou. Me aproximei de novo, mas ela quase me engoliu. Então, ataquei uma última vez. Ela derreteu, eu acho, e desapareceu. Mesmo assim evitei passar por ali.
Suspirei, gemendo de dor. Era insuportável. Me apoeiei em meus joelhos, arfando. A maioria de meus hematomas e cortes doíam, menos aqueles que eu mesmo fiz. Só em olhar os espinhos em minha frente, os hematomas pulsavam. Como eu passaria? Estava pensativo, quando algo pulou em minha frente. Caí no chão, gemendo. Olhei para o que tinha me empurrado. Era um ser com duas patas de cada lado, um grande olho.
Balancei a cabeça negando. Eu não poderia fazer isso. Aliás, nem sei se o ser conseguiria aguentar meu peso. Mas não custava tentar. Tirei meu cinto. Não era tão grande, mas era o suficiente. Andei por trás dela, em silêncio. Contei até três, pulando em cima dele e o montando. Ele relutou, me levando para cima e para baixo. Com meu cinto, me amarrei no animal. Felizmente ele desistiu.Suspirei, conversando com ele e carinhosamente esfregando minha mão em sua cabeça. Rafaela, o nome que eu dei a ela, pareceu entender e pulou os espinhos.
- Muito obrigado, Rafaela. - eu ia nos soltar, mas ela continuou pulando.
Me agarrei nela, enquanto ela passava por aquela sala. Rafaela estava me levando até a saída. Haviam outros animais iguais a ela nos perseguindo, mas eu não me importei. Minha garota parou em um lugar com uma passagem coberta com água. Percebi que ela não poderia passar.
-Rafaela, você foi o melhor animal que eu já tive. -soltei nós dois, colocando meu cinto de volta no lugar.
Em resposta, ela esfregou a cabeça na minha mão. Sorri fracamente enquanto observava a água. Não era só ela que não sabia nadar. Começamos a ouvir os outros vindo em nossa direção. Ela me empurrou na água, mas eu não poderia deixar ela. Foi a única, além do dono daqueles belos olhos azuis, que me mostrou compaixão. Puxei-a para dentro da água, tentando nadar para a saída. Meu ar já havia acabado quando finalmente alcançamos terra. Arfei, engasgado com água. Tossi um pouco, recuperando o ar.
Eu nunca tinha visto como era aqui fora. Mas, agora que pude ver... lindo e impressionante. Havia uma luz brilhando no alto, e acho que era de dia. Tudo estava calmo, e um calor confortável bateu em meu rosto. Algo verde e bonito no chão, balançava e fazia cócegas em meus dedos. Rafaela também parecia impeessionada. Foi quando meus machucados começaram a doer e eu lembrei do motivo de estar aqui.
-Rafaela. Vamos procurar aquele garoto! -disse puxando a barra de minha túnica negra.


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