Clockwork Souls escrita por helden


Capítulo 5
Capítulo 5




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Satine Willers correu apressadamente pelos corredores do castelo em direção ao quarto da Rainha Timeny. Estava atrasada e só de pensar no que a Rainha falaria quando ela chegasse engoliu em seco. O castelo havia ficado um caos depois do suposto envenenamento do rei e Satine estava lá quando aconteceu. O banquete possuía comidas variadas, o que era um exagero, ja que só quem comeria era o Rei e a Rainha. Na mesa também se encontrava o Copeiro real – homem que provava comida e bebida para impedir o envenenamento do rei – porém, Rei Cornelius, inocente como era, sempre eliminava a possibilidade de alguém querer o envenenar. Essa teimosia quase lhe custou a vida. O Rei começou a comer antes da hora e só quando o Copeiro começou a se engasgar e ofegar a procura de ar, o Rei notou o que estava acontecendo e imediatamente pediu por ajuda. Em menos de 10 minutos, Norman Kohut estava no castelo, o alquimista da região, dando ao Rei uma de suas poções. Ele ja fora acusado de bruxaria e chamado de demônio por grande parte da população, mas era pra ele que as pessoas corriam quando precisavam de ajuda. O rei ficou 3 dias sob o cuidado de Norman, enquanto o pobre Copeiro do Rei sofreu uma morte agonizante e dolorosa.

Satine finalmente entrou na suíte da Rainha, com um ar amargo no rosto, lembrando daquela cena horrível. A Rainha olhou para ela e começou e falar.

– Chega atrasada e ainda com essa cara horrível. Não quero ouvir justificativas para sua incompetência. Pegue aquele espelho em cima da bancada e traga até mim.— disse Timeny.

Satine acenou a cabeça indo buscar o espelho. ”Até que ela está dócil hoje”, pensou.

A Rainha estava em pé em cima de um banco, experimentando o vestido que mandara fazer. Junto com ela estava uma costureira, enfiando alfinetes para fazer reparos. A pobre costureira provavelmente deveria ter espetado acidentalmente a Rainha com um dos alfinetes, pois ela soltou um grito.

– Tome isto, vê se gosta!- disse Timeny, pegando um dos alfinetes e enfiando na mulher, que imediatamente saiu do quarto.

Satine soltou um grito de horror.

– Oh Satine, querida. Venha me ajudar com esse vestido.- disse a Rainha, com um sorriso falso.- Por acaso não desconfia de quem tenha colocado o veneno na comida de Cornelius? Sabe que nunca confiei em ninguém que trabalha na cozinha.

Satine fez que não com a cabeça.

Todos os funcionários haviam passado por um longo interrogatório após o incidente, e o Rei tinha dobrado a segurança do castelo. No dia seguinte ele faria uma reunião como todos os lordes da região, pedindo a eles informações de qualquer atitude suspeita que acontecesse em suas terras.

Satine pediu licença e saiu dos aposentos da Rainha.

Estava atravessando o jardim quando escutou uma voz feminina chamando seu nome. Imediatamente virou e reconheceu uma das criadas.

– O Rei pede a sua presença.- ela falou.

Satine franziu o cenho, confusa. O Rei raramente se dirigia à ela, e quando o fazia falava frases de no máximo 5 palavras, ou então lhe pedia informações sobre sua mulher. Satine foi ao encontro do Rei, e quando chegou ele a estava esperando.

...

– Mandou me chamar, Sua Alteza?-

O Rei Cornelius tinha cabelos grisalhos e a pele branca. Satine nunca o tinha visto tão abatido em todos esses anos que trabalhava ali. O Rei possuía olheiras embaixo dos olhos e tinha o olhar cansado e triste. Em comparação aos outros homens de 58 anos, ele estava bem para a idade, notou Satine. Imaginou como ele deveria ser quando mais jovem, mas quando percebeu o que estava pensando, tirou aquele pensamento da cabeça imediatamente.

– Sim. Você tem sido muito prestativa nesse último ano. Principalmente no acontecimento do ano passado.- O Rei estava se referindo ao verão do ano passado. A Rainha Timeny sofreu um aborto espontâneo. Ela, Satine e o Rei Cornelius eram os únicos que sabiam. Por sorte, o Rei ainda não tinha anunciado a gravidez, senão seria capaz de a Rainha o culpar mais do que já o culpa. Ela fizera Satine jurar que não contaria pra ninguém. A ameaçou, pra falar a verdade.

– Estava pensando em lhe colocar pra ser responsável pelos preparativos de amanhã. Você já provou que é capaz, e trabalha aqui há muito tempo. O castelo está precisando de pessoas eficientes, e não acho que você deva ser desperdiçada apenas preparando os banhos de minha mulher e ouvindo suas grosserias. Para falar a verdade, nem sei como consegue. Estou casado com ela há alguns anos e sinto que estou prestes a explodir.

Satine não sabia o que falar. Nem sabia porquê o Rei estava lhe contando tudo aquilo. Cornelius provavelmente percebeu a expressão confusa de Satine e logo começou a falar.

– Perdão. Não deveria estar lhe incomodando com meus pensamentos enquanto você tem trabalho a fazer. Se não tiver nenhuma objeção a fazer, pode se retirar agora.

– Obrigada, Sua Alteza. É muito gentil de sua parte.- falou Satine, saindo da sala com um sorriso de canto.

...

Todos os convidados estavam no salão de festas. A reunião ja havia acabado há mais de meia hora e um banquete com uma diversidade enorme de comidas e bebidas fora preparado. Satine sorria ao ver que tudo que organizou deu certo. O Rei confiou nela, e ela não poderia desapontá-lo. Estava esperando receber um elogio do Rei por ter feito tudo mas logo tirou essa idéia da cabeça.

Ao lado direito do Rei, estava a Rainha, com um olhar esnobe e de superioridade para as pessoas do salão. Ela estava com um vestido vermelho e dourado, que destacava suas curvas, e estava usando uma coroa dourada que era composta por engrenagens.

O Rei havia tentado inúmeras vezes puxar assunto, mas Timeny sempre respondia com respostas curtas e em seguida virava a cabeça. Satine se perguntou se ela sempre foi assim, ou se adquiriu esse comportamento graças ao casamento forçado.

Ao lado esquerdo do Rei, estava o Lorde Belchior Baxendale, que estava olhando com cara de reprovação para a filha, Carlotta, enquanto ela dava um discurso falando sobre os direitos que deviam ser dados às mulheres. A cada frase que ela falava, o grupo de mulheres sentadas ao seu redor batia palmas e acenavam positivamente com a cabeça. Satine sempre pensou um pouco como ela, mas não tinha coragem de falar isso pra todos.

O barulho de pessoas falando e rindo cessaou as poucos quando um grupo de três soldados adentrou no salão. Eles pararam em frente à mesa em que o rei se encontrava. Um homem, que parecia ser o líder deles, deu um passo à frente.

– Encontramos algo, Sua Majestade.-disse o homem.- Um dos funcionários do castelo foi morto.

O homem estendeu a mão para um soldado que estava atrás e recebeu um frasco pequeno que continha um líquido vermelho.

– Esse frasco foi encontrado nas coisas dele, junto com mais ou menos 100 vinx. Acreditamos que seja o mesmo veneno que quase o matou.

Satine observava atentamente a cena, estupefata. A respiração pesada do Rei era o único som que havia no salão que agora estava em absoluto silêncio.

– Como o homem foi morto?- perguntou o Rei, visivelmente abalado.

– Três flechas no peito. Achamos que ele foi pago. Pago e morto pela pessoa que quase matou Sua Alteza envenenado.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem :)



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