Sob As Luzes de Paris escrita por Letícia Matias


Capítulo 45
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Espero muito que vocês gostem desse capítulo :)
Boa leitura!!



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Alexander e eu estávamos na cozinha, tomando café da manhã quando tia Anne ligou perguntando se já estávamos prontos para ir para Nice. Fiquei em silêncio enquanto Alexander mentia para a tia. Me senti um pouco mal, mas ainda assim não sentia vontade de viajar.
—Eu sei tia, mas está uma nevasca muito forte, a senhora não viu no jornal?(...) Eu sinto muito, mesmo. Justice também queria ir, mas não vai ser possível.
A conversa durou apenas mais alguns minutos e suspiros vindo de Alexander e depois ele desligou.
—Coitada. - eu digo quando ele pousa o celular na mesa. - Ela ficou muito chateada?
—Um pouco. - Alexander suspira e dá de ombros. - Mas está mesmo uma nevasca terrível e os voos estão MESMO sendo cancelados.
Acho que essa ideia nos faz sentir menos culpados.
—Bom, estou ansiosa para saber o que vamos fazer na virada do ano. - tento mudar de assunto.
Alexander sorri.
—Tenho algumas coisas em mente.
Sorrio para ele.
—Mas não vou contar. - ele se apressa a dizer e eu reviro os olhos, mas não deixo de sorrir.
Alexander leva uma garfada de ovos mexidos até a boca e mastiga enquanto mexe em seu IPhone. Eu fico o observando enquanto tomo goladas do café preto que ele fez.
Me pergunto se um dia enjoarei de admirá-lo. Mas tenho a resposta para essa pergunta, e a resposta é nunca. Nunca vou me cansar de admirá-lo. Amo tomar café da manhã com ele usando apenas uma calça de moletom cinza, sem camisa com seus cabelos negros caindo até acima dos ombros. Amo vê-lo distraído com qualquer coisa e o jeito com que ele une as sobrancelhas enquanto está lendo algo. Solto um suspiro alto de admiração, o que arranca Alexander da sua leitura no celular.
—Está tudo bem? - ele pergunta olhando para mim.
Eu faço que sim e sorrio sem mostrar os dentes.
—Só estava... Pensando.
Ele sorri e bloqueia a tela do celular.
—Tanta coisa aconteceu nessas últimas semanas, não é? - pergunto.
Alexander assente mastigando sua ultima garfada de ovos mexidos.
—Mas sabe de uma coisa? - falo e me levanto. Contorno a mesa e Alexander afasta um pouco a meda da cadeira para que eu possa me sentar em seu colo. - Eu não mudaria nada.
Seus olhos castanhos encontram os meus.
—Não mudaria nada porque cada momento que passo com você só me faz ter mais certeza do quanto eu te amo. - concluo e suspiro. -Claro que... Gostaria que algumas coisas não tivessem acontecido. -como perder o bebê - mas mesmo assim, todos esses momentos com você, tuso o que passamos, só faz com que eu te ame mais.
Meus braços estão ao redor do pescoço de Alexander e estou sentada de lado em seu colo, olhando para seu rosto lindo enquanto ele me fita em silêncio. Ele engole em seco e me abraça, um abraço forte, apertando-me contra ele. Sinto seus lábios em meu ombro e depois ele beija minha bochecha e meus lábios.
—Você é maravilhosa, sabia?
Não respondo, apenas retribui o abraço com mais intensidade.
***
Enquanto Alexander está no banho, estou deitada na cama, assistindo ao jornal local que anuncia a pior nevasca dos últimos 2 anos em Paris. Inconsciente do que estou fazendo, levo minha mão até a barriga e por um momento, quase me esqueço de que não há mais ninguém ali.
Suspiro e me levanto da cama. Estou vestindo um suéter cinza de lã de Alexander, que está com o seu cheiro. A porta do quarto está aberta e eu me encaminho até o corredor e paro em frente a porta fechada do quarto de Alexander.
Com um suspiro, eu giro a maçaneta e a porta se abre. O quarto escuro, todo trabalhado em preto e branco, me recebe com um silêncio e cheiro de ambiente recém-limpo. Faz uns dias que não entro ali e sei que Alexander teve que limpar tudo sozinho e se livrar das roupas de cama sujas. Não posso evitar de me chamar de egoísta mentalmente. Realmente, não pensei nele. Imagens do quarto todo destruído me vem à mente. Foi uma cena difícil de presenciar. Alexander estava tão transtornado aquele dia... O quarto estava um verdadeiro caos. E agora, estava tudo limpo e em seu devido lugar, como se nada tivesse acontecido.
Entrei cautelosamente e me dirigi até a cama forrada com um edredom preto. Acho que lençóis e edredons brancos não seriam muito bem vindos ali por um tempo.
Sentei-me na beira da cama e olhei ao redor. Era ruim associar aquele quarto com um acontecimento tão horrível já que eu tive os momentos mais maravilhosos de toda minha existência ali.
Passei a mão pelo edredom preto e macio enquanto me lembrava da primeira vez que estive ali naquele quarto, naquela cama. Fora a melhor manhã da minha vida, sinceramente. Fora incrível. Um sorriso brotou nos meus lábios ao lembrar de tantas coisas maravilhosas que passamos ali, como por exemplo quando Alexander me contou sua história, o acidente de seus pais... Significou tanto para mim conhecê-lo sem ser por uma coluna de fofoca em uma revista qualquer.
Pelo canto do olho, vejo uma silhueta parada na porta. Olho para Alexander que está com o corpo apoiado no batente da porta. Seus braços estão cruzados em frente ao peito nú que escorre algumas gotas de água. A toalha branca está enrolada em sua cintura. Sua expressão mostra um pouco de preocupação, mas a minha não mostra tristeza e acho que é por isso que ele fica preocupado.
—Acho que deveríamos voltar a dormir aqui. - digo.
Alexander entra no quarto e vem até a cama. Senta-se ao meu lado e olha ao redor antes de olhar para o meu rosto. Ele tem um cheiro maravilhoso de quem acabou de tomar banho com sabonetes caros. Sorrio com esse pensamento.
—Você acha? Por que?
Olho para seu rosto e suspiro.
—Porque nós temos mais lembranças boas do que lembranças ruins aqui. Acho que não preciso citar todas.
Ele sorri meu sorriso preferido e eu passo o braço ao redor dos seus ombros. Seu cabelo preto está úmido e sua pele está quente por causa da água do banho.
—Você pode citar só uma se quiser.
Dou risada e ele ri baixinho.
—Acho que você sabe qual é a mais importante pra mim.
Ele fica em silêncio, mas ele sabe.
—A primeira vez que dormimos juntos. Sinceramente Alexander, foi um dos melhores momentos da minha vida. - digo e passo a mão por seu cabelo úmido. - É... Uma coisa que eu nunca vou esquecer.
Ele sorri de lado, sem mostrar seus dentes bonitos e alinhados, mas mesmo assim é um sorriso lindo.
—Também acho que deveríamos voltar a dormir aqui. - ele diz. - Você tem razão. Temos mais lembranças boas do que ruins aqui.
Faço que sim com a cabeça.
—Meu Deus. - balanço a cabeça lentamente.
— O quê?
—Eu te amo tanto.
Dou um beijo em sua bochecha, muito próximo a sua boca. Alexander fecha os olhos e respira fundo. Quando torna a abri-los, olha para mim e eu digo:
—Vou tomar um banho, tudo bem?
Ele faz que sim com a cabeça e eu me levanto da cama. Me dirijo até a porta aberta e quando chego nela, olho para o homem sentado na cama me olhando com um sorriso suave no rosto. Sorrio para ele e volto para o quarto de hóspedes. Entro no banheiro coberto de vapor e fecho a porta. Tiro o suéter de Alexander e o coloco no cesto de roupas sujas. Entro no box e fecho a porta. Ligo o chuveiro e logo a água quente cai em meus ombros, me relaxando por completo.
***
Quando saio do banheiro, não vejo Alexander no quarto de hóspedes. Eu arrumo a cama, esticando o edredom branco sobre o colchão e depois cruzo o corredor até o quarto preto.
Alexander está vestindo uma calça de moletom preta e está deitado na cama com os braços cruzados atrás da cabeça. Eu vesti uma blusa de manga cumprida cinza e um short da mesma cor. O aquecedor da casa está ligado então não é preciso se agasalhar muito.
Sento-me ao seu lado na cama, a televisão está ligada no silencioso. Ele olha para mim e ficamos nos olhando em silêncio por um instante.
—O que você quer do seu futuro?
Essa pergunta me pega de surpresa e eu franzo o cenho. Pisco algumas vezes pensando na resposta e ela é resumida a uma pessoa: Alexander.
—Quero ficar com você. Todos os dias, pra sempre.
Ele balança a cabeça, mas sorri.
—Seu futuro acadêmico, quero dizer.
Suspiro e me deito ao seu lado. Apoio minha cabeça em minha mão.
—Sabe, até alguns dias atrás, eu estava me preocupando muito com isso. Mas, não estou mais. Sinceramente, não ligo mais para ir para Florença e tocar em uma orquestra com Scott ou Lottie. Não me importo mais com isso. Não é meu grande objetivo. Eu... Não sei mais o que eu quero. - dou de ombros. - Não nessa parte da minha vida.
Ele me ouve com atenção e fica em silêncio por alguns minutos.
—Justice, você é muito talentosa. Você pode conseguir ser muito famosa e...
—Sinceramente isso não me chama atenção mais. - dou de ombros. - Talvez... Eu poderia compor algo. Mas, não quero ser um prodígio ou coisa do tipo. Eu amo musica, amo tocar, amo violoncelo, mas, meus planos mudaram muito. Minhas vontades não são mais as mesmas, Alexander.
—Compõe uma música. - ele diz. - Só uma. Eu sei o que fazer. Mas você vai se apresentar em Florença e depois nós vamos assumir nosso relacionamento para Deus e o mundo.
Aquelas palavras fizeram meu coração saltar. Ele estava mesmo falando sério.
Sorri e lhe dei um beijo lento e demorado.
—Eu te amo.





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Notas finais do capítulo

Awwn pessoal!! Que fofo *-*
Eu espero que vocês tenham gostado muito desse capítulo. Tenho que dizer que estamos caminhando para a reta final da história... Mas calma, vai demorar um pouquinho ainda!
Peço perdão se houve algum erro de digitação.
Um grande beijo e até o próximo capítulo! Amo vocês



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