Sob As Luzes de Paris escrita por Letícia Matias


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, como vocês estão??
Aqui está mais um capítulo!!
Espero que gostem :)



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Na manhã seguinte, acordei primeiro do que Alexander, o que era bem raro, pois ele sempre acordava primeiro do que eu.
Sentei-me na cama e senti o estômago embrulhado e um gosto amargo na boca.
Vesti a camisa amassada de Alexander e fui até o banheiro, cambaleando com a mão na barriga. Encostei a porta do banheiro e me debrucei sob o vaso sanitário. Meu estômago se revirou e eu vomitei. Senti um calafrio percorrer o meu corpo e o suor descer por minha nuca. Que sensação estranha.
Eu não queria vomitar novamente, Alexander acordaria com o barulho. Mas, foi mais forte do que eu e então eu vomitei novamente.
Com o rosto dentro do vaso sanitário, ouvi a porta do banheiro se abrir. Limpei a boca com as costas da mão rapidamente e fechei a tampa do vaso.
– O que está acontecendo? Você está bem? - Alexander perguntou vindo até mim.
Eu estava sentada em cima da tampa do vaso e apertei a descarga.
– Sim. - falei com a voz rouca. - Estou. Acho que não deveria ter comido tanto bolo e as trufas. - dei um sorriso amarelo enquanto ele se agachava a minha frente.
– Você está pálida. Tem certeza de que é só isso?
Assenti.
– Sim. Só vou tomar um banho.
Ele assentiu.
– Tudo bem, vou ficar aqui no banheiro.
– Alexander. - falei e balancei a cabeça. - Que exagero! Não quero que fique aqui.
– Exagero nada. Você não está bem. Vou ficar aqui e se você reclamar, entro no chuveiro com você.
Revirei os olhos. Eu não queria discutir, mas queria privacidade.
– Eu quero privacidade, por favor.
– Não, eu não vou sair do banheiro.
– Porra! - xinguei baixinho ao me levantar.
Ele ouviu, é claro.
– Que atrevida! Talvez eu deva lavar a sua boca com sabão.
– Talvez você deva calar a boca e parar de me irritar. - falei entrando no chuveiro.
Ele não falou mais nada e ficou sentado no vaso, olhando para mim enquanto a água quente caia sobre mim relaxando meus ombros tensos.
Respirei fundo e esfreguei os olhos para livrá-los das gotas de água
– Desculpa. - falei. - Não quis ser grossa.
Ele balançou a cabeça.
–Tudo bem. Eu vou deixar você tomar banho.
O problema é que agora eu me sentia mal e não queria que ele me deixasse ali. Mas, não fiz objeções.
Ele se levantou e se dirigiu em direção a porta e saiu, deixando uma brecha aberta.
Suspirei e sentei-me no chão enquanto a água caía sob minha cabeça. Minha cabeça doía muito, eu sentia náuseas e cansaço, apesar de ter saído da cama menos de dez minutos atrás.
Me demorei o máximo que pude debaixo do chuveiro, até a água começar a ficar fria. Depois, coloquei um roupão e enquanto eu o amarrava, escutei a porta do quarto se fechar.
Franzi o cenho e sai do banheiro. Era o serviço de quarto que tinha trago café da manhã.
– Eu pedi para trazerem pro quarto porque eu imaginei que você não ia querer descer pra tomar café. - Alexander explicou ao ver eu olhando a mesa do café da manhã.
Sorri um sorriso amarelo e andei até ele. Passei os meus braços ao redor do seu pescoço e disse:
– Desculpa pela minha grosseria lá no banheiro.
Ele balançou a cabeça e disse:
– Está tudo bem. É sério.
Sorri e dei um selinho nele.
Olhei para a mesa cheia de coisas gostosas para se comer. Eu estava faminta, mas sem vontade de comer.
– Tenta comer um pouco. - Alexander disse como se tivesse lido meus pensamentos.
Assenti colocando o cabelo atrás das orelhas e sentei-me na cadeira em frente a mesa do café da manhã
Coloquei uma massa de waffle no prato e um pouco de mapple syrup em cima, o que geralmente eu amava comer. Mas, naquele momento, o cheiro me enjoou completamente.
Minha boca estava salivando demais. Engoli a saliva em excesso e respirei fundo.
Cortei um pedaço do waffle e olhei bastante para ele antes de levar o garfo até a boca.
Levei o pedaço de waffle até a boca e mastiguei lentamente. Meu estômago se agitava enquanto eu tentava em vão terminar de comer aquele pedaço pequeno do meu café da manhã.
Com muito custo, engoli em seco. Eu podia ver que Alexander estava me observando enquanto comia ovos mexidos com bacon.
Aquela mistura de cheiros estava me matando. Meu estomago se revirava furiosamente, mas, persisti em comer mais um pedaço de waffle. Era paranoia minha, só podia ser.
Engoli o pedaço que tinha colocado na boca e peguei o copo com suco de laranja. Levei o copo até a boca e tomei dois goles, o que foi suficiente para fazer com que eu levantasse correndo da cadeira, derrubando o garfo no chão e fosse para o banheiro vomitar tudo.
Alexander veio atrás de mim. Enquanto eu estava abaixada, com a cara dentro do vaso sanitário e ele tentava se aproximar de mim, eu o empurrei fracamente com uma mão
– Não. - gemi. - Sai daqui, você não tem que ver isso.
– Ah Justice, não seja criança. - ele respondeu exasperado.
Antes que eu pudesse falar algo mais ou tentar empurrá-lo em vão, tornei a vomitar. Alexander segurou meus cabelos e eu fechei os olhos, esperando que o mal estar passasse.
– Nós vamos para o hospital. - ele disse. - Se troca, agora.
Suspirei.
Eu não queria ir para hospital nenhum, eu só queria dormir. Eu estava me sentindo exausta.
– Deve ser só uma intoxicação alimentar. - falei gemendo.
– Intoxicação alimentar é uma coisa séria. Vamos, sua teimosa.
Ele me ajudou a levantar do chão e me levou para o quarto. Lá, ele dr trocou e ajudou-me a me trocar.
***
O caminho até um hospital mais próximo, não foi muito longo. O trajeto inteiro, permaneci de olhos fechados, sonolenta, com a testa grudada no vidro do carro, que Alexander tinha que devolver, por sinal.
Chegando no hospital grande e surpreendentemente praticamente vazio, fomos atendidos na recepção por uma mulher de meia idade morena.
Enquanto esperávamos eu ser chamada pelo médico, ou médica, fechei os olhos e apoiei a cabeça no ombro de Alexander.
– Estou preocupado com você. - ele sussurrou.
Não pude deixar de sorrir, amareladamente, mas sorri.
– Não é nada, não se preocupe. - respondi sem me mover, por mais que eu quisesse olhar para seu rosto.
Depois de poucos minutos, meu nome foi chamado por um médico alto de meia-idade, que usava óculos e era calvo.
Entramos em seu escritório e então ele começou a fazer-me perguntas do tipo: "quando os sintomas apareceram?", "você comeu algo diferente nesses dias?", "você é alérgica a algum alimento?".
Após pacientemente responder todas as perguntas do médico, ele pediu um exame de sangue e me encaminhou para um laboratório onde uma enfermeira boazinha e jovem fez a coleta, enquanto ruborizava ao olhar de relance para Alexander. Geralmente, eu olharia de cara feia para ela, mas, eu estava passando muito mal para fazer um esforço para repreendê-la com o olhar por estar olhando para o meu Alexander.
Depois da coleta, tivemos que esperar uma hora mais ou menos para o resultado sair. Enquanto esperávamos, eu tomava soro na veia junto com um remédio para cessar meu enjoo.
Esses remédios davam mais sono ainda e tive que fazer muito esforço para manter-me acordada.
Alexander não falava nada, apenas acariciava meus cabelos, enquanto eu, de olhos fechados, tentava não adormecer. O que foi em vão, porque eu adormeci enquanto tomava o soro.
***
Fui acordada por Alexander quando uma outra enfermeira estava tirando o soro da minha veia e colava um esparadrapo pequeno e quadrado onde ela meu braço tinha sido furado.
Levantei-me da maca e Alexander passou o braço em volta da minha cintura me conduzindo pelo corredor até a sala do médico novamente.
Quando entramos, sentamo-nos um do lado do outro. Li no crachá pendurado no jaleco do doutor que ele se chamava John Fisher. Este, olhou para mim e depois para Alexander enquanto segurava o resultado do exame de sangue nas mãos.
– Srta. Campbell, eu sei que a senhora está cansada, mas, vou ter que pedir para que a senhora se deite na maca para eu poder lhe mostrar algo no monitor.
Franzi o cenho e assenti.
Levantei-me da cadeira e deitei-me na maca. O doutor John pediu para que Alexander ficasse do lado da maca e então disse:
– Levante a blusa por favor, srta. Campbell.
Eu estava começando a ficar assustada. Será que eu estava doente? Era algo grave?
Levantei minha blusa deixando minha barriga a mostra e então, o doutor Fisher apagou a luz do consultório e ligou um monitor.
Engoli em seco quando ele colocou um gel gelado no pé da minha barriga e começou a passear o transdutor ultrassônico por ela. Rapidamente o monitor revelou uma imagem em preto e branco.
Permanecemos em silêncio, por mais que eu quisesse perguntar o que ele estava procurando.
Antes que eu pudesse fizer algo, ele congelou a imagem e disse, apontando o dedo indicador na tela:
– Estão vendo isso? - ele perguntou sem olhar para mim ou para Alexander. - Isso é a prova de que você está grávida, srta. Campbell.



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Notas finais do capítulo

E aí, vocês estão surpresos? Vocês gostaram? Espero que sim!!
Grande beijo e até o próximo capítulo!!!



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