Leila está realmente nervosa. Não era uma caçadora tão boa quanto Malaika -não a ponto de alimentar todo o grupo sozinha- , mas mesmo assim, teria de tentar. 

A maior parte das presas estava migrando para o norte em busca de uma alimentação melhor. Restavam apenas umas poucas manadas. Ela sai, em busca delas. Desta vez, a jornada seria um pouco mais longa, mas Leila faria qualquer coisa para alimentar seus filhotes.

Enquanto caminha, ela reconhece um guepardo, que carrega entre os dentes uma gazela pelo pescoço. Tendo aprendido a lição, o felino pintado rapidamente sobe em uma arvore. Leila desiste antes mesmo de tentar, pois sabe que ele não descerá de lá tão cedo.

Ela ruge, clamando pela ajuda dos filhotes, mas apenas três deles aparecem. A caçada terá de ser apenas com eles.  

Malaika faz seus esforços. Ela guia os outros jovens na direção em que Leila foi, apenas para ficarem mais próximos uns dos outros.

Leila avista uma manada de zebras um pouco atrasadas na grande migração anual. Com certeza poderão abater uma delas. 

A esquerda da campina, havia trechos de grama alta, e é lá que a leoa se esconde. Os filhotes tentam fazer algo parecido, mas ela apenas os instrui a ficarem quietos.

Depois de poucos minutos de observação, ela escolhe uma zebra que aparenta ser mais frágil. Ela ataca.

Alguma coisa não está certa. 

Quando ela salta, a zebra recua um pouco, mas é o suficiente. Leila mal arranha seu lombo antes de tombar no chão. A grama alta, semelhante as listras da presa, a fez calcular mal a localização do alvo.

Ela resmunga e rosna, frustrada. Se quisesse pegar uma presa, teria de abrir mão de sua camuflagem!

Ela permanece bloqueando a passagem da manada pela esquerda, enquanto sacode a cauda impaciente.

O grupo está alerta à ela, mas também estão impacientes e não tem a mínima intenção de dar a volta pela campina. Um macho avança, pretendendo afastá-la a coices, mas para quando um dos filhotes, -uma fêmea- vindo da grama rala da direita, salta sobre uma das zebras.

Ela faz seu maior esforço para cravar suas garras nos ombros da presa, e consegue , mas não sabe como se contorcer o suficiente para abocanhar a traqueia de sua vítima. 

Mas isso não é problema, pois outro filhote faz isso. E mais outro.

Como quem não quer nada, Leila vai até eles, ignorando a manada, que prossegue com seu caminho mesmo sem um dos membros.

A leoa os ajuda a terminar de sufocar a zebra e finalmente param para tomar fôlego diante de seu grande prêmio. 

A apenas meio quilometro dali, outro animal procura comida para seu grupo. É uma hiena. E ela sente o cheiro de carne fresca de zebra.