A Princesa de Metal escrita por João Pedro


Capítulo 7
Último suspiro


Notas iniciais do capítulo

Leitores fantasmas que eu amo, amaria muito mais se vocês se manifestassem o/ dedico esse capítulo especialmente para vocês



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Victor Victor penteara os cabelos e estava com um terno novo, já que precisara rasgar o outro. Ele ia lembrar Joe que lhe devia um terno novo.
Por mais saudades que ele tinha de Alberto, não pode se segurar e queria tirar Anne e Melbourne da cabeça.
Desde que chegara no palácio, Victor não vira Melbourne, mas ainda assim queria arrancar aquela cabeça loira e jogar da Elizabeth tower direto em uma estaca.
Ele chamara Cristine mais por birra que por atração, podia se arrepender essa noite.
Cristine estava demorando, Victor estava esperando a na frente do hall em uma carruagem puxada por cavalos mecânicos. Ele pensou que seria mais agradável que andar em um daqueles carros, mas pelo visto só o impaciente cocheiro faria companhia à ele essa noite. Pelas regras de etiqueta, formuladas pela rainha, atrasar 15 minutos era considerado formal. Victor odiava esperar.
– Senhor, - Victor saiu do veículo. - Espere minha parceira aqui, leve a para o restaurante Daemon Arthur na cidade. Sabe onde fica?
O velho que Victor podia jurar que já vira antes assentiu.
– Não aceite o dinheiro se ela tentar te pagar.
Victor entregou um saco cheio de moedas para o cocheiro e saiu andando rumo ao portão. Em 15 minutos ele chegaria e faria o pedido, também teria tempo de inventar algum assunto.
Quinze minutos depois, Cristine estava descendo as escadas. Ela usava um vestido azul justo na cintura e saltos da mesma cor. Ela não usava nenhum corpete, mas se esforçava para a postura ficar correta a cada passo. Seus cabelos castanhos caíam sobre seus ombros, ela usava um batom rosa claro e a maquiagem quase não podia ser notada.
Cristine esperava ver Victor ali esperando por ela como o cavalheiro que ela imaginava que ele fosse, mas só encontrou um velho, que ela já vira próximo ao palácio várias vezes. O homem velho caminhou até ela.
– Srt.ª Cristine Von Stockmar? - chamou com a voz cansada e falhando.
– Sim. E quem seria o senhor?
– O homem que está à serviços de Victor Von Áurea. Devo acompanhar vossa senhoria ao restaurante Daemon Arthur. Queira me acompanhar milayde.
A garota seguiu o velho até uma carruagem puxada por dois cavalos mecânicos tão imponentes quando impacientes.
– Victor? - chamou batendo na porta.
– O senhor Victor te deixou aos meus cuidados senhorita. Ele espera você em Daemon Arthur.
" Ele é sempre assim com as mulheres?" pensou.
Cristine entrou na carruagem. Era bem confortável. Havia lugar para duas pessoas, castiçais iluminando e fornecendo calor nas paredes, uma mesa de centro e um balde de prata com gelo e garrafas de vinho estava a sua frente. Havia uma toalha quadrada sobre a mesa e duas taças de vidro.
Victor pensara em tudo, mas onde ele estava? Aquele lugar seria bem menos assustador e deprimente com ele ali.
Cristine Stockmar abriu uma garrafa de vinho, mas não se serviu. Ela não confiava no velho, pois tinha certeza que Victor não sabia seu sobrenome.
Ela derramou um pouco de vinho sobre a toalha da mesa, que de esfumaçou.
Ela ia falar sobre isso com Victor depois.
A carruagem parou. Lady Cristine se deitou no banco como se estivesse morta, queria ver a reação do homem velho.
O cocheiro abriu a porta e a viu caída sobre o banco.
– Srtª Cristine, acorde. Nós chegamos. - então ele ficou preocupado. - Srtª? Está tudo bem?
Então ele viu o líquido corroendo a mesa.
Cristine ouviu passos indo, mas logo voltando. Eram sons distintos agora, havia mais alguém.
– Cristine! - disse uma voz grave e assustada. - Cristine acorda!
Era Victor Áurea.
Cristine abriu os olhos e foi recebida com um abraço apertado.
– Pensei que estivesse morta. Nunca mais faça isso.
– O vinho... - Ela disse sonolenta.
Victor olhou para a mesa. Agora faltava um pedaço dela.
– Ácido Nítrico... Bem, eu estou com você agora, não vamos deixar isso estragar a nossa noite.
Victor saiu da carruagem para recebê-la da maneira correta.
– Milayde... - ele se curvou e estendeu a mão para ajudá-la a descer.
Cristine esqueceu o susto e desceu com ele.
– Está torta. - Ela sorriu olhando para a gravata.
– Sempre me esqueço como essa coisa coisa é importante. Impossível usá-la da maneira correta.
Ela arrumou-lhe a gravata.
– Então você sabe ressuscitar alguém mas não sabe dar um nó na gravata?
Victor segurou a mão dela e a guiou para a porta do restaurante.
– Como sabe disso? - Ele perguntou surpreso.
– Vitória nos apresentou a jovem hoje. Ela é encantadora por sinal.
Victor parou e abriu a porta para que Cristine pudesse passar.
O lugar se destacava da escuridão lá fora. Era como um pub, só que muito maior. Haviam apenas cinco mesas ocupadas no local. Foi apenas quando eles entraram que Victor reparou o quanto a mulher estava linda. Ele teve prazer em dizer isso a ela.
– Obrigada, Anne me ajudou um pouco, ela parece saber do que você gosta.
Victor levou a até a mesa e afastou a cadeira para que ela se sentasse.
Talvez Cristine estivesse enganada e ele realmente fosse um cavalheiro. Ela quase esquecera o que passara antes de chegar ali, quase.
– Ela sabe um pouco - Ele deu de ombros. - Mas não muita coisa.
– O que ela não sabe?
– O quanto eu gosto de morenas. E o quanto gostei de você.
Ela cruzou os braços.
– Não precisa mentir, eu sei que prefere as loiras.
Victor retirou a cartola e se sentou.
– Como pode pensar tal coisa?
Ela retribuiu o sorriso.
– Anne, a tal Jessie... Elas são loiras e você parece amá-las até demais...
– Você ficou com ciúmes? - ele provocou.
– Talvez um pouquinho. - ela olhou para ele envergonhada.
Victor olhou para ela também.
– Belos brincos. - Ele reparou. - Quartzo?
– Esmeralda. - ela corrigiu. - Se interessa por pedras?
– Sim, mas eu não as conheço muito bem... Algum valor sentimental?
– Como você... - Começou a dizer, mas então entendeu. - Ah, o vestido.
– Por mais incrível que pareça, é uma boa combinação. Atrai o olhar para esse seu rosto lindo. Não é inglesa não é?
– Não. - Ela sorriu. - Assim como você. Sou do novo mundo.
– Eu sou Alemão, mas nunca pisei na Alemanha. - Ele deu de ombros. - Aquele lugar é deprimente. Como é no novo mundo?
– Lá é lindo, o céu é todo azul, diferente aqui de Londres, e lá não tem muito metal...
Victor podia sonhar com aquilo. Um mundo sem metal... Sem vapor...
– Deve ser maravilhoso. Porque saiu de lá? - perguntou curioso.
Ela ia responder, mas o garçom chegou nesse momento, trazendo um prato estranho e vinho. Cristine olhou com uma estranha expressão.
– Vinho não, por favor. - Disse Victor, ignorando a insistência do garçom.
Victor olhou o prato.
– Cristine... - Ele sussurrou. - Não coma.
– O que tem de errado?
– Cianeto, o mesmo veneno do vinho. - Ele disse baixinho. - Alguém nos quer mortos, ele sabe que estamos aqui.
– Ele quem? - ela disse no mesmo tom.
– O pai de Brandon, Jack...
Victor viu que não tinha mais ninguém ocupando as mesas.
De repente viu algo pelo canto dos olhos, o garçom usava uma máscara de gás.
– Prende a respiração, é Sarin!- Ele gritou a a pegou no colo, correndo porta a fora. O gás venenoso aos poucos tomava conta do lugar, mas Victor e Cristine saíram a tempo.
– Arma, ash&dash 1856, mão do velho. - Disse a garota para Victor quando este a pôs no chão.
Victor sacou a espada, que de algum modo mantivera escondida sob a roupa e andou de vagar até o velho que estava de costas.
– Senhor, - Ele chamou. - Nos leve de volta ao palácio!
Assim que o velho se virou, Victor perfurou a mão direita dele com a espada, fazendo a arma cair.
–Você vem com a gente! - Exclamou pegando a arma.
– Victor, atrás de você! - Gritou Cristine.
Victor se virou com a espada em punho e desenhou um arco no ar, arrancando o braço de alguém. Essa foi a deixa para o velho correr. Victor deu três tiros às cegas, não conseguiu acertar. Ele estava começando a sentir falta de ar, sabia que não podia ficar mais tempo ali, ou acabaria morrendo.
Victor jogou a arma para Cristine.
– Sabe atirar? - perguntou enquanto desamarrava um cavalo.
– Não tenho certeza! - Ela respondeu.
Victor ajudou a dama a subir no cavalo atrás dele, em meio a tiros de quatro pessoas, as mesmas que estavam no restaurante.
– Se abaixa. - Ele sorriu. - Isso vai ficar muito perigoso!
Victor bateu com as rédeas o mais forte possível no cavalo, que galopou como se dez carros corressem juntos atrás ele ouvia os sons dos tiros que Cristine disparava, pelo que parecia ela acertara um.
Então veio uma dor agoniante no braço esquerdo, fora atingido de raspão por uma bala.
Victor não parou de cavalgar, estavam próximos ao palácio.
No quarto de Victor, Jessie e Brandon estavam entediados.
– Joe, você é muito sem graça. - Disse Jessie.
– Eu não sou sempre assim, ordens de Victor.
– Desde quando um medico manda em guarda?
Joe sorriu.
– Acho que você não percebeu que ele não é só um médico.
– Eu sei o que é. - disse Brandon. - o ex barão Von Áurea da Inglaterra.
– Isso mesmo, também medico, detetive, inventor e especialista em veneno. O nome Áurea já foi muito valioso.
– Tá, mas isso não explica o poder dele sobre você. - Disse Jessie cruzando os pés sobre a mesa de centro. Aprendera aquilo com Victor.
– Ele salvou minha vida. Que outro motivo você precisa?
– Ele meio que é um medico, é isso o que eles fazem. Só que ele também ensina a matar.
Ela sacou a arma.
– Victor me deu isso hoje, pra caso de algum estuprador ou assassino aparecer. Ele não confia muito em você Joe.
Brandon olhou para o espelho. Podia jurar que tinha uma pintura horrorosa ali.
– O que é um estuprador? - Perguntou confuso.
Jessie e Joe trocaram olhares como se dissessem: " quem vai contar?"
– Sabe garoto... - Jessie começou - quando duas pessoas se amam muito elas...
– Querem ir tomar um ar lá fora? - Joe interrompeu. - Jessie eu deixo você atirar, pirralho, vem também.
Jessie praticamente pulou de alegria.
Ao sair perguntou ao Brandon:
– Como acha que Victor está se divertindo?
Brandon olhou nos olhos dela.
– Do jeito que eu queria me divertir agora com você.
A garota sorriu surpresa, Brandon talvez nem soubesse do que estava falando.
– Um dia a gente vai se divertir assim tá?
– Promete?
– Não... E se você não crescer a tempo?
Brandon pareceu pensar.
– Tem a mesinha de Victor.
Jessie sorriu, Brandon não entendeu qual era a graça, mas ele gostou de vê-la sorrir. Era algo raro desde que ela chegara. Ele nem imaginava o porque.
– O que é aquilo? - Ele perguntou apontando para o portão.
Os dois olharam e viram. Um casal, um cavalo e dois carros atrás, atirando.
– Voltem para dentro! - Joe gritou.
– Não mesmo. - Disseram os dois juntos, sacando as Armas que Victor lhes entregara. Joe sacou sua própria e mirou.
Jessie esperou, com a arma na frente do corpo, Brandon estava ao seu lado com a espada em punho.
Quando Victor e Cristine caíram do cavalo no chão duro de pedra do palácio - Victor por baixo, de algum modo conseguia ser sempre um cavalheiro. - começou o tiroteio.
Jessie atirou na cabeça de um dos homens no carro. O motorista parou e começou a atirar. Aquilo era laser? Brandon desistiu de saber o que era e se deitou no chão, se rastejando até o carro. O homem estava ocupado trocando tiro com Jessie, então Brandon conseguiu se aproximar e enterrar sua espada em movimento na barriga do homem, que logo depois teve a cabeça explodida por uma bala de chumbo.
Brandon retirou a espada e atrás dele havia um dos homens, com a espada pronta para descer sobre o rosto do garoto. Brandon ficou paralisado de horror e a espada desceu.
O garoto estava esperando a morte, mas o som foi muito diferente. Ele abriu os olhos a tempo de ver a espada de Victor desviando a lâmina do assassino e depois girando, mandando a espada para o ar.
Os olhos do homem exalava medo, mas Victor não teve piedade.
A espada saiu cheia de sangue do outro lado do corpo. Victor segurou a gola de sua camisa e olhou dentro dos olhos dele.
– Me escuta enquanto pode, - vociferou. - Ninguém machuca o meu filho.
Victor girou a espada e o homem caiu morto, sem conseguir gritar.
–Victor... Tudo bem? - perguntou Brandon.
O médico caiu de costas, mas Cristine o segurou.
– Ele não está respirando!
– Jessie, Brandon, Vão chamar Stalin!- gritou Joe. - Victor, aguenta cara...
– Joe... - disse fracamente. - você me deve um terno novo.
Foi a última coisa que o médico disse antes de sua vista escurecer e seu mundo se banhar em trevas.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Kk não prometo surpresas nos próximos, mas talvez... Me contem o que acharam e o que vai acontecer nos reviews bjs sweets



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