A Princesa de Metal escrita por João Pedro


Capítulo 15
Meias-respostas


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpem pela demora, não tive muito tempo para entrar no Nyah desde o término do desafio, nem arrisquei participar do desse mês kk.
Espero que vocês entendam, nos vemos nos reviews galera, sintam se a vontade para criticar, esse não é um dos melhores capítulos da história na minha opinião



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– Eu não posso mais fazer isso! - disse a garota para o homem que usava uma cartola e cheirava à cafeína.
– Você prometeu. - ele olhou para ambos os lados. - Sabe que não pode mentir para a gente!
Ela engoliu em seco.
– O que vai fazer? Me matar?
A expressão do homem se fechou.
– É claro que não. Você não fez nada de errado, além de faltar com sua palavra.
– Eu disse o que era preciso para que me deixassem sair viva. Não vou roubá-lo, ele já sofre pela morte dela...
– Nós podemos te dar mais um prazo.
– Prometam que não vão matá-lo.
O homem levantou as mãos em gesto de rendição
– Prometo que eu não vou matá-lo.
Ela deu um suspiro.
– Já está bom para um começo. Tenha uma boa noite senhor...
Ao se virar, o homem pousou a mão direita em seu ombro.
– Não vão gostar nada, mas vou te dizer assim mesmo: quando começar, leve seus amados para fora de Londres, será uma chacina, um massacre e todos morrerão.
A cabeça dela pendeu sobre o peito.
– Não foi o que combinamos. Porque me disse isso?
– Não percebeu? Eu amo você, não quero que se machuque.
Ela afastou gentilmente sua mão.
– Como eu estava dizendo, tenha um bom dia, senhor.
~...~
– Então ele teve um ataque cardíaco no sofá de sua casa?
Brandon revirou os olhos.
– Eu disse isso no trem. Não se lembra?
Parecia que fazia anos desde aquilo.
– Não, de nenhuma palavra.
– Por que não se lembra?
– Não desvia o assunto. - Victor deitou se na cama e apoiou os pés na mesa de centro.
– Tá, eu não pergunto mais. - O desanimo de Brandon desapareceu tão rápido quando apareceu. - Então, papai tava morrendo, então ele disse pra eu ler uma carta que estava na minha cama, que mandava ir encontrar o La Fountain aqui na cidade. Disse para depois ir no castelo e virar filho de Vitória, disse que ela ia me aceitar. Pediu também para eu treinar toda sexta feira com Joe para me tornar um cavalheiro pra conseguir ficar bem forte e conseguir conquistar uma dama, pra não ficar solteiro e mal que nem ele.
Victor ouvia atentamente, observando como o homem conhecia ao filho, como ele sabia o que Brandon faria, exatamente como manipulá-lo.
– Então... - continuou Brandon - Achei você no trem e vim pra cá direto.
Victor soltou um bocejo.
– Antes de ser Brandon Áurea, quem você era?
– Brandon Steamford I. Por quê?
– Por que assim eu tenho uma pista de seu pai.
Brandon não estava entendendo.
– Mas ele morreu, e mesmo que tivesse vivo, porque quer acha-lo?
Victor sorriu.
– Fica tranquilo, pirralho. Não vou devolver você. Preciso falar com ele sobre o La Fountain, ele tá trabalhando com o Jack.
Um arrepio percorreu a espinha de Brandon.
– Meu pai?
– Talvez, mas me referia à Sebastian La Fountain. Você ia direto pra ele.
– Então você salvou minha vida...
Brandon abraçou Victor. - Obrigado Victor...
Lágrimas escorriam dos olhos da criança, e uma delas escapou de Victor.
Devia ser demais para a cabecinha do garoto processar, saber que o próprio pai mentiu, mandou-o para a morte....Victor jurou silenciosamente fazer Jack pagar por isso.
– Fica calmo garoto... O que acha de cavalgar no Saul comigo hoje?
Brandon assentiu.
~...~
Maria Alice estava parada na porta da sala de Alberto, com uma bandeja com duas xícaras de chá nas mãos. Ela não sabia que precisaria de três. O que antes era uma inocente conversa, agora se tornara algo mais.
Havia uma moça beijando o príncipe, uma moça que não era Vitória.
O que estava acontecendo ali?
O cérebro de engrenagens de Maria Alice acelerou se, de modo a buscar uma resposta. Nada.
Aquele momento, fez Maria descobrir algo sobre si mesma.
Seus olhinhos de metal de repente ficaram molhados e, ao secar as lágrimas, ela pois ver tudo o que acontecia no quarto, como se sua vista fosse a de uma águia.
Victor se preocupara a toa aquele dia. Parece que Isabel não queria fofocar com Alberto.
Eles estavam tirando as roupas, mas... Por quê?
Cristine dissera a ela, quando a ensinou a vestir, que homens não podiam ver mulheres sem nenhuma peça de roupa... Alberto estava tanto vendo quanto tocando.
Maria Alice se sentiu mal em ver aquilo por motivos desconhecidos, nada que seus 218 terabytes de memória tivesse armazenado.
Na parte em que Isabel retirava o cordão da calça de Alberto, alguém tocou em seu ombro.
– Victor! Brandon... Ainda bem que são vocês.
– Maria... Você tá bem? - perguntou Brandon tocando o rosto da garota. - Está vermelha... E quente.
Ela não pôde notar o sorriso de escárnio se formando no rosto do médico.
– Sim, Brandon estou bem. - Ela deu lhe um beijo na testa. - Obrigado por se preocupar comigo.
Depois voltou se pra Victor.
– O que eles estavam fazendo?
Victor encostou a porta, de modo que nenhuma fresta conduzisse olhinhos curiosos na direção da cena que estava acontecendo lá dentro.
– Você não devia estar vendo essas coisas.
– Não tive a intenção. Vim trazer chá e conversar com meu pai, mas ela estava lá.
– Ela quem? - Perguntou Brandon.
–Isabel. Victor, responde logo, o que estão fazendo ali?
O médico deu de ombros.
– Provavelmente um bastardo. Se a senhorita nos honrar com sua companhia em uma cavalgada, terei prazer em responder qualquer pergunta que tenha.
Maria Alice colocou a bandeja de chá no chão e segurou a mão de Victor, que gentilmente conduziu- a até Brandon.
A mente robotica de Alice capturou tensão no rosto de Victor, talvez ele quisesse cavalgar apenas para aliviar tal sentimento. Era uma maneira estranha de o fazer, mas ninguém entendia realmente os métodos de Victor Áurea, talvez nem ele mesmo.
~...~
Isabel saiu suada e com os cabelos despenteados da sala, seu corpo estava dolorido.
Era tão excitante ser a amante do rei, mais excitante que beijar Victor Áurea, e se tudo desse certo, ela carregaria um filho dele no ventre.
Ele não teria direito ao trono, porém naquela época, nomes tinham poder, muito poder. Por exemplo: se alguém entrasse em uma igreja dizendo que se chamava Áurea, seria expulso automaticamente. Porém, se alguém do mesmo nome quisesse entrar em um pub lotado, o proprietário expulsaria qualquer outro para que ela pudesse frequentar o lugar.
Isabel nem imaginava o poder que um Coburgo-gota teria.
A mulher abriu a porta. Um barulho de algo metálico batendo no chão foi ouvido e depois pisou com os pés descalços em um líquido quente. Aquilo era... Chá? Meu deus, alguém vira o que aconteceu, com a pressa de contar para Vitória, deixou a bandeja ali. Calafrios percorreram todo o corpo da empregada, ela sabia muito bem do que Vitória era capaz, as vezes parecia que seu coração era feito de pedra, ou pior, de metal.
– Alberto... - A garota disse sem desviar o olhar. - Alguém esteve aqui, acho que ele nos viu.


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