Aos 16 escrita por RKéthully


Capítulo 8
Capítulo VII - Ameaça


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde...

Eu queria me desculpar pelo capítulo anterior, de vez em quando o Nyah apronta isso comigo e retira os travessões das falas, mas vou consertar...

Esse capítulo vou dedicar a Firebird que gosta muito de ver "treta" kkkk
Espero que gostem...

Boa leitura!!!!



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– Não aconteceu nada senhor Jean. – disse Cassandra com um sorriso delicado. Engraçado como ela se transformou de Chucky¹ á Ursinhos Carinhosos² em questão de segundos.

Jean era um senhor franzino e careca, ele era francês e mesmo que falasse nosso idioma corretamente, seu sotaque deixava transparecer sua nacionalidade.

– Como não, solicitaram a minha presença aqui dizendo que duas garotas estavam brigando no jardim.

– Certamente foi um equivoco. – comecei. – Eu estava ajudando a minha amiga Cassandra... – dei uma ênfase na palavra "amiga", ela sorriu como se confirmasse. – ...a regar o jardim, mas sem querer acabamos nos molhando.

– Regar o jardim? E porque vocês fariam isso? – perguntou não muito convencido pela mentira.

– Aula de biologia, estávamos tentando saber mais sobre a fotossíntese das plantas. – Cassandra pensou rápido.

O inspetor nos olhou desconfiado, mas não insistiu na discussão.

– Tudo bem, essa eu vou deixar passar, mas não quero vocês duas. – ele apontou para nós. – Nenhum de vocês. – disse passando as vistas pelos alunos que se aglomeravam por ali. – Regando, plantando, mexendo ou que seja nos jardins, temos jardineiros para isso, me entenderam?

Assentimos e ele se retirou. Cassandra olhou para mim mortalmente e tombou comigo, sussurrando perto do meu ouvido.

– Isso não vai ficar assim. – e também foi embora, sendo seguida por Lili.

Suspirei pesado, eu não tinha medo dela, só esperava que as coisas não se complicassem para o meu lado. Fui em direção ao portão e dei de cara com a minha mãe e pela sua expressão ela havia acompanhado o ocorrido.

– Será que dá para você me explicar o que aconteceu mocinha?

– Nada, só um trabalho de biologia que deu errado. - dei de ombros.

Vendo que não arrancaria mais nada de mim, ela se deu por vencida. Antes que eu chegasse no carro, Monique me alcançou e me deu um abraço.

– Obrigada. – sussurrou em meu ouvido.

Eu sabia que eu estava ferrada, Cassandra não iria me deixar em paz depois do que fiz, mas pelo sorriso estampado no rosto de Monique eu percebi que tinha feito a coisa certa, mesmo sabendo que as consequências seriam drásticas.

***

Como acabei passando muito tempo com as roupas molhadas já que minha mãe ainda teve que passar no mercado para comprar frutas, quando cheguei em casa já podia sentir minha garganta se fechar. Tomei um banho quente e uma aspirina e me deitei pelo resto da tarde, minha mãe ainda estava preocupada pelo meu suposto desmaio e não me pressionou sobre o ocorrido de hoje. Graças a Deus, não queria ter que mentir novamente.

Heloisa minha irmã caçula de nove anos chegou da aula de balé e se jogou em cima de mim me acordando, ela era idêntica a mim, uma mini-Lise em proporções menores, me levantei e resolvi fazer o dever de casa, principalmente o do professor Erico, precisava recuperar aquele ponto que perdi por causa de Ian.

Lembrar desse indigente, me fez querer saber o que ele e Monique conversaram, e não vou negar que a curiosidade estava me matando, principalmente aquele sorriso, o que ele quis dizer com aquilo? Involuntariamente minha boca se curvou e quando dei por mim estava rindo feito uma boba. Meu Deus, o que estou fazendo? Ian é um aproveitador, é isso o que ele é, se aproveitou de mim para ajudá-lo e no final não cumpriu sua parte.

Respirei fundo, ele não ia me enganar de novo.

– Lise, o jantar estar na mesa. - chamou a minha mãe e sai do quarto.

Meu pai já havia chegado do trabalho, e como qualquer família normal jantávamos todos juntos.

– Como vão as minhas princesinhas? – perguntou beijando a minha testa e a de Heloisa. Para depois dar um beijo na mamãe.

Ele era bancário, tínhamos uma boa vida, mas com o salário que ganhava não podia pagar um colégio como o Santa Mônica e sustentar a casa.

– Bem. - respondi enquanto Heloísa só balançava a cabeça confirmando.

No meu caso era uma tremenda mentira, mas eu não iria expor para os meus pais meus problemas adolescentes. O jantar se seguiu tranquilo, espirrei algumas vezes, minha mãe me olhou de soslaio, mas não falou nada, brinquei um pouco com Heloisa depois da jantar e fui me deitar. Amanhã seria um novo dia.

***

Minha garganta doía um pouco, mas nada que viesse a me alarmar, até porque de tantos remédios que tomei para não gripar ficou difícil o vírus sobreviver.

Assim que pisei no colégio meu olhar se encontrou com o de Cassandra, ela estava sentada no ultimo degrau da enorme escadaria que dava para os corredores, com várias garotas ao seu redor, ver essa cena me fez rir, e acabei lembrando de Blair de Gossip Girl. Sério? Isso era tão clichê. Ela aparentava não estar bem e quando subi as escadas ouvi o primeiro espirro.

Antes que eu pudesse alcançar os corredores, ela me interceptou, me fazendo parar dois degraus antes do fim.

– Eu serei direta. – disse com a voz fanha, em seguida espirrou, cruzei os braços, essa eu queria ver. – Só te darei.. – espirro. – ...mas uma... – espirro. - ...chance. Se você... – espirro. - ... atravessar meu caminho, vai... – espirro. - ...se arrepender.

– Isso é para ser uma ameaça? – se essa era a sua intenção não funcionou, comecei a rir, ela se irritou e segurou firme em meu braço.

– Estou falando sério. – bradou e olhou para a enorme escada que se seguia.

Segui seu olhar. Ela ia me empurrar?


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Notas finais do capítulo

¹ Chucky: boneco assassino (filme)
² Ursinhos Carinhosos: desenhos animados.

Comentem... Talvez poste mais um hoje, talvez...
Bjos!!!

Outras fics: Aluga-se um quarto

Tudo o que Anastásia queria era esquecer sua antiga vida, ficar longe do seu pai e de seus negócios, não queria mais participar de todas as coisas erradas que ele fazia.
Seu desejo era ir para a faculdade e se formar em Veterinária então decidiu fugir de casa e realizar o seu sonho. Por um tempo ela conseguiu se esconder até seu pai encontrá-la, depois de uma discussão acirrada, eles entraram num acordo e ela aceitou suas condições.
Trabalhando num bar a noite para se manter - pois não quer depender de seu pai - Ana se ver obrigada a alugar o quarto de hospedes de seu apartamento devido a sua situação financeira.
Um misterioso rapaz aparece em sua porta, se dizendo aluno da universidade e lhe oferecendo mais do que ela pedira pelo quarto, devido a sua circunstância ela não tem outra opção se não aceitar, mesmo sabendo no seu interior que aquela não é uma decisão sábia.



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