O que é Beijo:
O beijo é uma demonstração de afeto entre as pessoas e existem diversos tipos de beijos. O beijo na orelha, por exemplo, é mais dado entre casais, mas também existe o beijo no nariz, no olho, no queixo, e muitos outros.

O beijo na boca é o maior gesto de demonstração de carinho, amor e paixão entre um casal, desde o simples tocar de lábios até o beijo mais intenso e apaixonado. Por que comecei o capítulo com outra definição? Porque ela será importante aqui.

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Os macios lábios de Mike ainda estavam nos meus e eu já estava me deixando levar pelas sensações que aquele beijo estava me causando. Eu havia acabado de me declarar para Matt e tinha certeza de que o amava mais do que qualquer coisa, mas quando se recebe atenção de seu antigo amor platônico é difícil não recebê-la. Meus olhos estavam fechados e tudo o que eu fazia era sentir aquele beijo que aos poucos foi se tornando tedioso para mim. Havia um problema ali e esse problema nunca poderia ser resolvido. Ele não era Matt, então eu não conseguiria beijá-lo.

— Para com isso Mike! — falei finalmente me soltando e saindo daquele beijo.

— Por que eu pararia? Eu não sou o seu príncipe encantado? — ele perguntou com um sorriso cínico nos lábios e eu senti vontade de socá-lo naquele instante.

Eu tive que me segurar para não acabar de fato, socando o rosto de Mike. Que diabos ele estava pensando quando disse aquilo? Certamente que havia perdido o juízo. Caminhei para longe do loiro que continuou parado e então abri a porta e recebi um olhar que parecia dizer "vou te comer". É nessas horas que eu me pergunto, o que aconteceu com o garoto que mal tinha boa vontade de me beijar? Provavelmente o vento levou.

— Não estou afim de discutir com você, então saia antes que eu perca a minha paciência — falei decidida e ele pareceu surpreso.

— Eu não vou sair daqui enquanto não responder se aceita ou não ser minha namorada.

— Mike, eu não vou te responder nada ok? Por favor, saia daqui antes que meu irmão venha aqui e faça um escândalo. Nós acabamos de brigar e eu não quero piorar as coisas, ok? Outro dia conversamos, eu prometo.

Então ele finalmente se mexeu, mas quando eu pensava que ele finalmente fosse ir embora, ele se aproximou de mim e me fitou com seus olhos verde-oliva. Eles eram lindos e eu não podia negar, mas eu não conseguia parar de pensar nos olhos azuis de Matt. Não tinha mais o que fazer, eu agora era de Matt e Mike já não significava nada. Eu tinha que dizer isso para ele, porém as palavras não saíam de minha boca. Eu tinha medo de acabar magoando um garoto que nunca me fez mal. Um garoto que, diferente de Matt, nunca havia me deixado triste ou nada assim.

Eu olhei para a janela que tinha as cortinas fechadas e pensei em Matt. Pensei em suas adoráveis bochechas rosadas e seus amáveis olhinhos azuis de quando ele era apenas uma criança, e uma criança insuportável por sinal. Pensei em sua magreza excessiva em sua pré puberdade e finalmente pensei no Matt de agora, o homem alto de tatuagens espalhadas pela corpo e de uma habilidade incontestável. Em seguida me peguei pensando no loiro que estava diante de meus olhos. Corpo invejável, olhos lindos e cabelo incrivelmente sexy. Ele era uma garoto fofo, ele havia me enviado uma linda carta e eu não esqueceria daquele gesto. Mike não fazia o meu tipo, mas considerando que o meu tipo é Matt, nenhuma outra pessoa além dele fazia.

— Sinceramente? Acha que o Matt vai te levar a sério? — o loiro falou parecendo irritado e eu revirei os olhos.

Quem ele pensava que era pra falar sobre a minha vida daquela forma? Se tem algo que eu valorizo é o meu livre arbítrio. Ninguém tem direito de opinar na minha vida, mesmo que eu esteja fazendo burradas. A burrada é minha e as consequências também, mas por favor, não se meta.

— Sinceramente? Acho que não é da sua conta — respondi já enfurecida.

O loiro se aproximou novamente e eu dei alguns passos para trás tentando me afastar dele e foi assim que eu quase caí tropeçando no tapete.

— Melanie, eu te amo! Fique comigo! O Matt não merece nem o prato que come, esqueceu do que aconteceu com a Katherine? — ele começou a falar e suas palavras adentraram a minha mente com total fúria.

Era difícil não pensar na loira que havia sumido da minha vida desde que tinha acabado com a peça. Ela sempre foi vingativa e aquilo estava me assustando, mas se eu parasse para pensar por alguns segundos eu podia notar facilmente que Matt foi cruel com Katherine. Ela gostava dele, gostava de toda a escola também, mas dele acho que era de verdade. Eu havia me metido entre os dois e talvez merecesse uma punição por isso. Ela não era exatamente a vilã da minha história, era mais como uma garota que sabia pouco e da vida e por isso cometia erros. Mike estava certo pela primeira vez do dia e eu tive que concordar com ele. Matt não era exatamente um bom garoto, mesmo assim meu coração era dele e eu não tinha o que fazer.

— Não, eu não esqueci — respondi com o olhar sério. — Mas acho que não pode falar muito, já que também a namorou e você não foi muito diferente que ele.

Mike negou com a cabeça.

— Não, eu não fui como Matt e mesmo se tivesse sido, eu me redimi, acredite — ele falou pausadamente, como se soubesse do que estava falando. — Lembra da festa da Angela?

— Lembro.

— Quem foi que a levou para casa? Quem foi que cuidou dela quando a humilharam? — Mike perguntou com um meio sorriso no rosto. — Eu não sou um monstro como o Hamilton. Eu tenho sentimentos.

As coisas que Mike falavam estavam cada vez mais fazendo sentido e eu estava me estressando com aquilo. Então fiz a coisa mais improvável do mundo para calar a sua boca. Voltei a beijá-lo. Dessa vez nosso beijo foi desesperado. Não porquê eu queria muito beijá-lo, longe disso, mas eu queria fazê-lo fechar a boca e essa parecia a única maneira sensata. Eu estava apenas mexendo a boca de um lado para o outro, eu queria que o beijo fosse muito ruim, tão ruim a ponto de ele nunca mais querer me beijar. No entanto não pareceu dar certo. Eu conseguia sentir o quanto Mike estava gostando daquilo e ele não fazia questão de disfarçar. Ele me apertou contra seu corpo e me fez soltar um leve suspiro. Suas mãos desceram para as minhas coxas e ele as apertou com força. Guardei a minha raiva e continuei com aquilo, era só eu cometer alguma gafe e ele pararia com aquilo.

Enquanto Mike ainda se entretia com as minhas coxas, mordi seu lábio e não, não foi nada sexy, foi algo proposital e provavelmente deve ter doído. Mas ele não pareceu sentir dor, pelo contrário, pareceu gostar pois me apertou mais ainda contra o seu corpo e deu um leve sorriso de lado. Suas mãos agora estavam em meu bumbum e eu as afastei por impulso. Estava passando dos limites. Por que garotos gostam tanto de bunda? Aff, tem coisas melhores.

— Você é quente Mel — ele sussurrou ainda com as mãos em mim.

Eu estava começando a me irritar com aquilo e comecei a pensar em simplesmente o insultar até que ele fosse embora, mas ele não tinha culpa de dizer as coisas certas na hora errada. Voltei a beijá-lo e dessa vez um barulho na porta me salvou. Fui calmamente abrir a porta e logo me deparei com um irmão gêmeo irritado.

O otário do Cory vestia uma calça jeans escura e uma blusa branca e parecia pronto para sair. Quantas vezes aquele garoto trocava de roupa por dia? Ele era bem pior que eu nesse aspecto. Nesse aspecto.

— Oi Cory.

— Oi Melanie, pode me explicar o porque de você ir até o meu quarto e fazer um escândalo por eu trazer uma garota para cá, quando você faz o mesmo e o melhor, depois de uma tarde de sexo na casa do vizinho? — ele falou e eu corei no mesmo instante.

— Eu e o Mike só estávamos conversando — menti e Mike sorriu.

— Eu te conheço Melanie e conheço o seu fogo no rabo que é tanto que não se contenta só com o Hamilton. Tem que chamar o coleguinho do time também e cara, eu não vou me assustar se depois que o Mike for embora, eu encontrar o Gabriel aqui ou até mesmo o Renan... — Cory falou e eu senti vontade de lhe dar um belo tapa.

Levantei a mão e já estava preparando o tapa quando Mike a segurou e me impediu de levar aquilo a diante. O olhei confusa e ele parecia sem expressão.

— Não se estrague com isso Mel, eu já vou indo.

Então Mike saiu de meu quarto deixando apenas nós, os gêmeos Clarckson.

Cory ainda me olhava e eu revirei os olhos com a sua presença ali, aquele era o meu território e quando ele estava lá eu me sentia atacada de alguma forma. Finalmente olhei para os seus pés e ele agora calçava sapatos decentes. Ele estava arrumado demais e eu logo pensei em algumas possibilidades interessantes, mas as guardei em minha mente fértil.

— Onde você vai? — perguntei e ele me olhou parecendo irritado.

— Não é da sua conta!

— Você está passando dos limites comigo Cory! — me irritei e gritei.

Ele veio em um impulso e ficou há alguns centímetros de mim. Eu conseguia sentir a sua respiração pesada e eu jurava que nós fossemos ter uma briga de tapas naquele momento.

— Não grite comigo, me ouviu bem? — Cory falou olhando em meus olhos. — Não sou nenhum dos seus parceiros de foda.

Eu o empurrei para longe e respirei fundo. Cory queria uma guerra e ele conseguiria facilmente se portando daquela forma.

— Claro que não é. Eles são bem mais bonitos e muito mais educados que você.

— Fale bastante, continue assim! Você sabe muito bem que o Matt vai foder com você e não será apenas no sentido literal da palavra — Cory falou e saiu da porta a fechando com força.

Suspirei e continuei parada. Um dia e vários avisos, mas acho que já perceberam que nunca os escuto não é? Foi por isso que eu abri a janela e acenei para o meu vizinho dos olhos azuis e ele me respondeu e em seguida me chamou.