O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 30
"Não entregue o seu coração"


Notas iniciais do capítulo

Hey meus amores! Eu disse que não ia demorar não disse? Então, aqui está o capítulo 30!
O número de comentários por capítulo caiu pela metade :(, mas tudo bem hahaaha
Espero que curtam esse capítulo, eu particularmente achei uma fofura!
Já ia esquecendo de agradecer mil vezes à maravilhosa Katniss Chase por recomendar a fic! Sério mesmo, muito obrigada ><
XOXO



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"A boca pode proferir palavras sábias, mas só os olhos entregam de verdade os sentimentos sentidos"

Ser ou não ser eis a questão. Ir ou não ir, eis outra questão. Confiar ou não confiar, mais uma questão. Amar ou não amar, parece que chegamos ao número de incríveis quatro questões. Eu estava confusa sobre ir ou não para casa de Matt naquele momento, ainda mais depois das coisas que eu havia escutado de Cory e Mike. Ficar com Matt era perigoso, mas as melhores coisas da vida são e as mais óbvias são ainda mais gostosas. Como por exemplo beber refrigerante. Faz mal, mas é muito gostoso e todo mundo bebe. Porém me decidi em não ir e ficar em minha casa por hoje. Eu estava um pouco cansada e então acenei para Matt dando um tchauzinho e em seguida peguei o meu celular que tinha algumas mensagens recém recebidas.

"Ei! Eu estou bem ok? Obrigada por se preocupar comigo, beijos, Nessa." - Vanessa.
"Acho que você não entendeu muito bem. Ser minha amiga é ótimo, mas ser minha inimiga é terrível baby!" - Angela.
"Filha, eu e o seu pai saímos para jantar e eu me esqueci completamente de lhe avisar, tem comida na geladeira, se sentir fome é só esquentar. Cuide de seu irmão cabeça dura! Beijos de sua mãe com tendências adolescentes." - Jade(mãe)

De todas as mensagens que recebi a que mais me causou espanto foi a de Angela. Ela queria uma guerrinha daquele tipo patético de pessoas populares e essas coisinhas infantis e desnecessárias, mas não teria pois me acho adulta demais para essas coisas. Depois de muitos pensamentos desnecessários e de várias olhadas pela janela, me deitei e dormi. Finalmente apagando aquele dia longo de minha mente e desligando um pouco daquele turbilhão de sensações.

"Aquele era o nosso segundo encontro.
Matt vestia uma blusa de futebol da seleção brasileira, a melhor da época. Seus lábios rosados se contraiam e seus míticos olhos azuis pareciam de alguma forma, diferentes. Eles tinham um brilho diferente. Nós havíamos nos acertado fazia pouco tempo e eu estava adorando tê-lo como amigo. No dia anterior ele havia me contado sobre a sua paixonite por Molly e eu havia contado sobre a minha paixonite pelo vizinho. Nós estávamos íntimos e eu sentia que podia lhe contar qualquer coisa, inclusive os meus segredos mais íntimos.

— Sabe o Derick? — perguntei e ele assentiu.

— Eu acho ele um gatinho, mas soube que ele vê vídeos pornô escondido dos pais, o que você acha Matt? — o questionei e ele sorriu, e sim, foi o seu famoso sorriso malicioso.

— Acho que o tio Guire não ia gostar de te ver falando essas coisas...

— Ah Matt! Larga de ser bobo, ele nem sonha que eu falo essas coisas e quer saber? Eu não me importo! Só porque sou menina tenho que me comportar de tal forma? Aff, mas comigo não rola — eu disse muito confiante para uma garota de treze anos.

— Eu sei que você não aceita receber ordens Mel Melada! — ele respondeu sorrindo. — Mas sabe que o tio Guire adora impô-las não é?

Eu assenti.

— É só dançar conforme a música ok? Ninguém precisa saber que você fala essas coisas, mas para que ninguém saiba, você não pode dizê-las ao primeiro idiota por aí, entende?

Concordei novamente e ele se aproximou ainda com um sorriso nos lábios. Matt acariciou minhas bochechas com um carinho que eu nunca imaginei e agora lembrando eu percebi que era nítido que ele gostava de mim, eu é que fui burra e não percebi.

— Eu sou um garoto, mas não sou um garoto babaca como esses por aí. Sou seu amigo e por isso o que me contar ficará guardado comigo, mas o mundo é machista Melzinha... talvez se você falar essas coisas com o Derick ou com qualquer outro, eles podem acabar dizendo coisas estúpidas sobre você e não é isso o que eu quero. Garotos são crúeis, não entregue seu coração para eles. Viva com eles, converse com eles e até beije eles, mas nunca entregue seu coração. Ele é algo que vale muito e você não é uma garota comum, é a garota mais extraordinária que conheço e por isso estou aqui te falando essas babozeiras que li em uma revista de minha mãe — ele terminou seu discurso e eu fiquei boquiaberta. Como ele conseguia ser um idiota e ao mesmo tempo ser o garoto mais incrível que eu já havia conhecido?

Eu sorri debochada e em seguida caí na gargalhada. A coisa toda estava muito engraçada. Matt dando conselhos amorosos? Isso só podia ser o fim dos tempos.

— Sabia que só podia ter lido algo, pareceu algo muito inteligente para sair de sua pequena e frágil mente! — o provoquei e ele gargalhou junto comigo.

Sabe aquelas risadas gostosas que damos? Então, era uma daquelas que eu estava dando no momento e recebendo de volta de Matt. Nós éramos bons amigos, uma pena que isso tenha se transformado em algo ruim.

— Não me subestime, minha velha amiga — ele falou ainda rindo.

— Velha amiga? Fala sério Matt cara de metAL! Nós somos amigos tem apenas um dia — respondi risonha e ele ficou sério, ou melhor, fingiu estar sério.

— Você sempre acaba com a graça Mel cara de pastel.

— Shiu Matt cara de chiclete com gosto de vinagrete e cabelo cortado com gilette! — falei aquele apelido ridículo e sem sentido inventado na hora e nós rimos novamente. Rimos como duas crianças que éramos.

Matt se levantou devagar e já ia em direção à porta quando o gritei.

— Ei Matt omelete! Volte aqui.

O garoto voltou e parou com o rosto sério bem na minha frente. Naquela época ele já era bem maior que eu e isso era engraçado.

— O que eu faço se eu não conseguir esquecer? — perguntei confusa.

— Esquecer o quê?

— Ora bolas! O garoto.

— Você vai esquecê-lo Melanie, você ainda é criança e não sabe o que sente. — ele falou pausadamente e completamente sério. — Mas se isso não der certo, então você...

— Então eu... — repeti e ele voltou a sorrir deixando a seriedade de lado.

— Você pega no pescoço dele assim ó.

Ele falou pondo as mãos em meu pescoço e eu tive de conter a risada.

— Joga ele no chão.

Matt me deitou no chão com delicadeza e se pôs em cima de mim, segurando seu corpo no ar enquanto apoiava suas mãos naquele chão de madeira.

— E o distrai.

Ele falou colocando suas mãos frias em minha testa. Olhei para eles por alguns segundos e por aqueles segundos me distraí. Então Matt apoiou suas mãos fortemente contra meu peito e sorriu debochado.

— Por fim você dá o golpe final que é uma punhalada no peito, mas não vou fazer isso com você porque não deve ser tão divertido assim para vocês mulheres. — ele concluiu se levantando e me dando a sua mão como apoio para que eu fizesse o mesmo.

Novamente caí na gargalhada. Ele era tão divertido naquela idade que não entendi o motivo de não ter me apaixonado por ele ainda naquela época. Sorri com a lembrança, mas logo a minha consciência veio me lembrar do que aconteceu semanas depois, logo já não pensava mais da mesma forma.

— Você está falando sério que tenho que matar o garoto por quem eu me apaixonar? — perguntei ainda confusa e ele piscou um de seus adoráveis olhos azuis.

— Claro que não. É só brincadeira, vai que você se apaixona por alguém que gosta muito e essa pessoa não percebe, você conseguiria matá-la? Eu não conseguiria, por mais que eu saiba que sofreria menos se não tivesse que a vê-la todo dia.

— Mas o que faria Matt? Eu preciso saber!

— Se isso realmente acontecer Melanie, que seja com um garoto legal e que não te faça sofrer, mas ele não for assim... então você foge e não pense duas vezes em fugir. Guarde esse conselho de um conhecedor nato das mulheres, beijos e até a próxima, honey.

Ele falou e me jogou um beijo que peguei no ar e colei no meu coração. Desde pequeno tão apaixonante. Mas foi aí que eu acordei, acordei de meu sonho e caí na vida real. No presente.

Se eu realmente fosse seguir a lógica de Matt, eu teria que me afastar justamente dele, já que ele não é um garoto legal e muito provavelmente me fará sofrer e sofrer bastante. Mas acho que não seria capaz de fugir dele e também acho que serei capaz de recolher cada caquinho de meu coração, caso ele o quebre. Meus olhos ainda estavam sonolentos e eu só naquela hora havia percebido que o sol já estava brilhando, eu havia dormido feito uma pedra e com aqueles sonhos seria difícil despertar. Minha mente ainda estava em Matt, eu realmente estava apaixonada por ele e apaixonada demais. Nunca imaginei que iria acordar pensando em alguém além de sonhar com esta pessoa. Nunca pensei que você engolir o meu orgulho e viver uma paixão que tem tudo para dar errado. Nunca imaginaria que me apaixonaria pelo garoto que me humilhou e me fez perder a fé nos homens. Eu nunca imaginaria que me apaixonaria por Matthew Hamilton, o garoto dos olhos azuis e das bochechas rosadas, ou melhor, o jogador de vôlei alto e cheio de músculos.

Alguns barulhos no corredor me fizeram levantar e ver do que se tratava e não me assustei muito ao escutar a voz de Cory pela casa e depois de alguns segundos prestando bem atenção, pude reconhecer a voz de outra pessoa, a voz de Breeze. É, a ruiva estava ali e ela não saíria de lá sem escutar poucas e boas. Me levantei e fui até o banheiro, lentamente penteei meus cabelos e lavei meu rosto, em seguida entrei no chuveiro e calmamente deixei a água escorrer pelo meu corpo. Saí enrolada na toalha molhando tudo e abri a minha gaveta, vesti uma calça jeans pelo dia que estava frio e uma blusa de lã branca. Meus cabelos ainda estavam molhados e meus olhos pareciam inchados como os de um panda, mas não me importei muito. Nos pés eu calçava uma simples sapatilha azul escuro com um laço bege e nas costas a minha mochila da escola.

Desci as escadas lentamente, cada degrau parecia uma tortura, eu queria ver a ruiva azeda. Quando finalmente desci o último degrau, eu já esperava encontrá-la, mas minhas expectativas se foram quando um carro esportivo e prateado passou como um tiro na frente de minha casa e dentro dele estavam eles, Cory e Breeze. Bufei de raiva e corri para a cozinha, apenas meu pai se encontrava lá e ele vestia a sua habitual roupa. Terno e gravata, a gravata de hoje era marrom e combinava com seus olhos castanhos. Seus cabelos grisalhos já estavam milimetricamente penteados e seus sapatos perfeitamente ajustados. Ele era o perfeito Peter Guire que eu conhecia. Em uma de suas mãos estava uma mala preta e em outra, uma xícara de café que tinha os dizeres: "Super-pai". Ele havia ganhado de Cory e ele tinha me enchido o saco esfregando na minha cara o quanto o Cory se importava com ele por uma semana. Mas por obra divina, ele parecia estar finalmente enxergando as falhas de Cory.

— O que está acontecendo com seu irmão? Ele parece irritado — meu pai falou e eu sorri por dentro, no entanto continuei séria.

— Acho que é a ruivinha.

A minha resposta pareceu causar efeito já que ele soltou a xícara na pia e não voltou a me olhar.

— Estou atrasado, se puder lavar a xícara para mim agradecerei — ele falou correndo da cozinha, mas o segui é claro.

— Eu sei que concorda comigo pai e nós podemos fazer ele esquecer a perua — falei e meu pai sorriu parecendo se divertir com o assunto.

— Não vamos nos meter ok? Eu também não vou muito com a cara do Matthew.

"É, eu sei" pensei, mas não disse nada.

— Nem eu vou pra falar a verdade, mas sabe como é né? Assuntos do coração! — disse dando ênfase no coração e ele riu e se aproximou de mim.

— O coração ás vezes faz burradas, algumas dão certo como por exemplo eu e sua mãe, mas acredite filha, elas são raras. Tenha um bom dia, eu te amo — ele respondeu me dando um beijinho na testa e saindo em seguida.


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Notas finais do capítulo

Já vou pedindo desculpas pelos erros hahaha
Quero que comentem o que estão achando da história agora que ela já está no meio
Beijocas da tia!