Bastão/Espada na mão, adversários/inimigos a sua frente, destruição correndo por suas veias. Yamamoto Takeshi precisava mostrar a seu deus que ele podia destruir por amor.

Rebatida (sangue se espalha pelo chão), a multidão grita (Os olhos de fogo estão grudados nele. Esperando. Um desafio silencioso.). Seus companheiros comemoram (os guardiões se mantém em silêncio. Eles sabem a sensação de querer se provar dignos e não ousam interferir.).

Yamamoto luta da mesma maneira que joga. Com amor, adoração e sede de vitória. Seu fogo está na sua maneira de ganhar. E ele precisa mostrar para as eternas campeãs douradas que a sua chuva também podia ganhar.

Há gritos por todos os lados (a maioria são de dor e raiva, mas há essa batida em sua cabeça que não o permiti ouvir nada) e bandeiras se agitam no ar (chamas, chamas, chamas...). Seu treinador grita para ele instruções. Mas ele não as houve, Yamamoto não precisa delas. O seu campeão já lhe ensinou as jogadas corretas e a maneira de se manter acima do mundo.

Rebatidas, pontos, os olhos castanhos olham para ele. Há dourado debaixo da inocência, assim como a sangue e glória na risada alegre. Existe caos na harmonia que é a relação do céu com sua chuva. E, Deus, Yamamoto adora isso.

Outra batida. O moreno ainda podia sentir o poder da espada correndo por suas veias. O faz sentir tonto. Ele se pergunta se Tsuna se impressionou com sua batalha. Será que o menor se apaixonou pela calma azul do seu fogo da mesma maneira que Yamamoto fez pela terrível e deliciosa destruidora dourada?

O jogo está chegando ao fim. Eles estão ganhando. No meio dos gritos da multidão, ele pode ouvir o rugido contente das chamas laranjas de Tsuna. Yamamoto não pode parar de rir. Tão pouco. Falta tão pouco para ele provar que seu espírito estava pronto para se juntar ao pódio dos vencedores, acima do mundo em chamas abaixo dele.

Uma última jogada. (A espada é firme em suas mãos, o sangue corre como água, as chamas cobrem a impureza e Tsuna brilha de orgulho) Suas mãos não tremem, seu coração não gagueja. Ele esta calmo, sempre em harmonia com o céu. Yamamoto sabe que pode confiar no destino.

E ele não o decepciona. Eles ganharam e o rugido da multidão soa como fogo crepitando. Seu sorriso é selvagem e seus olhos estão acesos como uma fogueira. Yamamoto corre para longe de seus companheiros (Pessoas fracas de vontade. Impuros, tão diferentes de seu Senhor do fogo...) e chega até os guardiões.

Eles o observavam com olhos calculados. Não tomarão a decisão de se aproximar dele até terem a aceitação de seu rei. E ela não demora.

Tsuna pula em seus braços, uma comemoração em seus lábios e um paraíso de fogo em seus olhos. A risada de Yamamoto é aliviada, amorosa e calmante. Ele aperta seus braços sobre o corpo fino e poderoso. E sente-se tremer quando as palavras de seu deus chegam até ele.

(Eu sempre soube que você ganharia por mim.

O sussurro ecoa pela sala silenciosa e gotejante. Yamamoto sorri, em meio ao sangue e o fogo. Sentindo-se simplesmente em êxtase.)

Yamamoto Takeshi era o campeão de um deus do fogo e nada poderia lhe dar mais prazer do que destruir tudo no caminho das chamas de ouro.