And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 34
Transição


Notas iniciais do capítulo

pois é, aproveitando esse feriado não-oficializado, aproveitei a canja pra escrever mais um capítulo!
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6334/chapter/34

Fazia uma semana desde que Frankie e eu saímos do hospital, convalescidos e com uma daquelas botas ortopédica pra imobilização. Ficamos aliviados de sair daquele mundinho de paredes brancas e doenças mortais, porque quase enlouquecemos com tantos cuidados.

   Minha avó, Gerard e a mãe do Frankie estavam a nossa espera na porta do hospital, todos precisando de uma boa noite de sono após aquela intensa vigília.

- E aí, como estão? – perguntou Gerard animado quando nos viu.

- Prontos pra outra, cara. – respondeu Frankie, sorridente.

- Não haverá “outra”, Frank Anthony Iero. – disse Linda Iero com os dentes cerrados – Não se depender de mim. – e me lançou um olhar de profundo desgosto.

Fingi não entender e me aproximei um pouco mais de Elisabeth e Gerard.

- Você não devia estar na escola? – puxei assunto com Gerard.

- E perder a oportunidade de te ver desse jeito? – ele deu um meio sorriso, observando a bota – As aulas podem esperar.

- Bom, vamos pra casa, então? – sugeriu minha avó com energia.

- É, vamos. – concordou Gerard – Vai querer comida na boca, Natallie? – acrescentou pra mim.

- Vá à merda, Way.

  Frankie acenou uma triste despedida antes de entrar no carro de sua mãe, e esta sorriu bondosamente para Gerard antes de ir.

Minha avó nos chamou e vi um táxi nos esperando. Ela decidiu ir ao lado do motorista, enquanto que Gerard e eu sentamos no banco de trás.

- Até a mãe do Frankie você já conquistou? – sussurrei assombrada.

- Fazer o quê, né? – sussurrou ele em resposta – Sou o filho que toda a mãe sonha...

“Convencido...”, pensei, irritada com a injustiça de certas pessoas.

  ***

   Então aqui estou depois disso. Retornei à escola e com Bert (que parecia mais distraído que o normal), voltei para as minhas fórmulas e teorias, mas nada disso me proporcionava o mesmo interesse de antes.

   Eu vivia agora para os intervalos, onde podia conversar com Frankie no laboratório de química ou com todos da Way & Company perto do muro do colégio.

   A introdução daqueles garotos esquisitos na minha vida foi algo significativo, já que Bert sempre arrumava algo pra fazer na hora do intervalo e Jessica não conversava comigo com a mesma freqüência. (Suspeitava que tivesse algo a ver com sua família.)

   Mikey, Ray e Bob gostaram da minha experiência de “quase-morte” e pediram para eu contar como era ser atropelada; deixei que o fizessem, me sentindo uma sobrevivente de guerra. Nessas horas, Frankie reclamava em voz alta a falta de solidariedade para com ele.

- Você fala como se estivesse carente, mas olha quem vem aí. – disse Mikey Way naquela manhã.

Todos nós olhamos: Jamia Nestor traçava uma reta até nós.

E me fulminava com os olhos.

(Como se eu já não estivesse acostumada com isso...)

- É melhor irmos dando o fora. – recomendou Bob para mim, Mikey, Ray e Gerard – Tenho medo dessa doida...

Íamos nos afastando de Frankie quando Jamia falou em voz forte e clara.

 - Quero falar com você, Hill.

Estaquei e olhei para Frankie. Ele também parecia confuso.

- Mas Jamia... – começou ele.

- Hill. – repetiu ela autoritariamente – Quero falar com ela.

Fiz menção de andar, mas Gerard me segurou pelo ombro.

- O que você quer com ela? – perguntou secamente à Jamia.

- Acho que isso é da minha conta, Way. – respondeu ela igualmente seca.

Olhei para Gerard tranqüilizando-o, e fui até àquela estressante garota.

- Vou ficar por perto. – ouvi Gerard dizer.

   Ela e eu nos afastamos o suficiente para que tivéssemos uma conversa particular. Ela parou e colocou uma mecha de cabelos curto pra trás da orelha.

- Como está a perna, Hill? – perguntou, desinteressada.

- Os médicos disseram que vou viver. – respondi, tentando ser agradável – E você? Está tudo bem com você e o Frankie?

  Seus olhos estreitaram-se, como seu tivesse acabado de entrar em um campo minado.

- Você sabe que não, Hill.

- Eu sei? – deixei escapar, surpresa.

  Jamia se aproximou e percebi naquele instante que ela não era daquele tipo de gente que faz escândalos públicos, mas sim das que falam na cara e em particular.

- Quem você acha que engana, hein, Hill? – sibilou em voz baixa.

- Dá pra ser mais clara?

- Por trás dessa máscara de boa-moça, você esconde a víbora que é. – disse ela com um sorriso maldoso – Primeiro o Frank, depois o McCracken e agora o Way... Imagino o que você faz para...

  Aquilo foi impensável, mas não tava nem aí que estivessem olhando; uma energia deslocou-se com uma incrível violência para meu braço direito no instante em que minha mão chocou-se com o rosto de Jamia Nestor.

- Natallie?! – senti as pessoas se aproximando, querendo saber o que acontecera. Jamia fora parar no chão, comprimindo o rosto com as mãos.

- SUA MALUCA! – gritava ela em desespero. Algumas garotas (seriam de sua sala?) vieram socorrê-la. – MALUCA!

- Por que fez isso, Hill?! – perguntavam histéricas. Jamia me lançou um olhar furtivo e contemplei-a do alto.

- Tenho pena de você, Nestor. – as gélidas palavras saíram da minha boca, antes de eu ir embora.

- Natallie! – chamaram-me, mas não consegui olhar pra trás.

  Fugi para o estacionamento, onde filhinhos-de-papai como Nestor estacionavam seus caríssimos carros.

  Geralmente ninguém ficava lá durante o intervalo.

  Geralmente.

  Infelizmente, hoje não estava do jeito que eu tinha imaginado, porque havia duas pessoas encostadas em uma parede. Fiquei agradecido por não terem me visto.

   Num abraço apertado, seus corpos parecendo dividir um único espaço, estavam Jessica...

  ...E Bert.

  O sinal do fim do intervalo pareceu soar longínquo. Eu quase não ouvi nada, mas fiz o que pude pra sair despercebida.

  E traída.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hm... Já estou providenciando uma continuação!
O circo vai pegar fogo!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "And In This Pool Of Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.