And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 31
Dos acidentes...


Notas iniciais do capítulo

^^, gomenasai, eu demoro mas apareço.
Taí mais um cap. e estou muito feliz de estar começando a concluir essa fic.
Muito obrigada e divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6334/chapter/31

- Qual é a sua desculpa agora? Você simplesmente não pode mais dizer que ele é um completo imbecil, não?

- É melhor ficar calada e continuar com suas matérias... Senão fica sem ajuda – Como aquela situação já estava me cansando... Queria resolver meus problemas de uma vez por todas.

Jessica calou-se, mas sabia que ela tornaria a me interrogar, disposta a arrancar mais informações. Ela ficou de cabeça baixa, escrevendo, ou fingindo-o. Olhei pela janela, para a tarde fria que se estendia depois das aulas. Jessica construíra o hábito de vir na minha casa sempre que as aulas terminavam, fosse para almoçar, fosse pra estudar. Ela voltava pra casa bem tarde, geralmente quando seus pais ligavam desesperados à sua procura e minha avó tinha que acalmá-los gentilmente dizendo que Jessica estava estudando comigo.

Reparei que, regularmente, minha colega chegava com o semblante um tanto abatido na escola, mas retomava o bom humor ao decorrer do dia. Porém, a mesma expressão tomava conta de seu rosto no momento em que ela saia pela minha porta.

Não ousei interrogar-lhe sobre o que estava acontecendo, não queria ser inconveniente se isso a perturbasse. Daria um tempo para que a própria me contasse seus motivos, se quisesse. Mas se as coisas continuassem nesse ritmo, certamente eu viria a ser inconveniente sem nenhum remorso e a interrogaria.

Estar usando-a como uma confidente não era muito diferente da relação que eu tinha com Frank. Se bem que ele era um garoto e Jessica uma garota, e em termos simples, era mais fácil contar a ela meus problemas sem medo de represálias do que contar a um Frank que ainda desconfiava muito de mim.

Confesso que a manhã seguinte a do encontro com Jack e Dalton, os dois punks da Saint Louis, deixaram a situação entre mim e o Way um centímetro mais desconfortáveis. Era obvio que ele não comentara sobre o assunto, mas também não sabíamos o que dizer um para o outro. Pelo menos, eu não tinha o que dizer. Não conseguia pensar numa maneira correta de dizer para ele não me interpretar de maneira errônea quanto ao que se sucedera para que pudéssemos sair daquela rua, sem que isso deixasse tudo mais tenso e relativamente mais complicado de se encarar.

Jessica não voltara a me interpelar com o refrão “Agora ele é da sua conta, posso chamar o hospício?”, durante minha narrativa dos fatos da noite anterior, mas escutara tudo com visível curiosidade.

Era evidente que eu não achava mais o Way o completo idiota dos primórdios da minha vinda para Beleville, mas também ele não podia ser encarado como o herói de guerra de um filme épico.

- Natallie? Você tá estranha, tá tudo bem?

Eu encarava a janela, mas não a via. Via Bert, que provavelmente estava dando tudo de si para conseguir sair de seus desagradáveis dias de Newark e voltar para Beleville. Via Way, dono de um jeito que me deixava intrigada. Via Frank, que ainda se perguntava o que eu teria feito.

Um a um, os garotos que ocupavam meus pensamentos por motivos diferentes, iam se transformando em algo que eu já não podia ignorar.

E se fosse para voltar a ter paz de espírito, para ficar de bem comigo mesma, seria sincera de uma vez por todas com um pigmeu chamado Frank Anthony Iero.

- Jessica, você vai ficar para almoçar? – ela estranhou minha pergunta, e até eu duvidei do que falei.

- Hã... Sim, se você deixar.

- Claro... – murmurei distraidamente, ainda observando a janela, que exibia problemas que eu precisava resolver.

Robert McCracken. Ele não merecia tudo isso. Eu não valia tudo isso. Decidira-me: contaria qualquer coisa que eu tivera vontade de omitir anteriormente. Depois... Só o julgamento dele diria. Se me odiasse, eu não o culparia. Se ainda quisesse ficar comigo... Eu me odiaria. Talvez eu também queira salvar um pouco da minha alma.

Por fim, Gerard Arthur Way. Um problema que eu carregava desde o nosso primeiro encontro. Algo que eu tinha que esclarecer definitivamente.

Sim, esclarecer. Porque não posso mais fugir.

Eu decididamente gosto dele. Se for recíproco, não sei, mas não consigo ficar com isso calado na minha garganta. Um ódio tão irrefreável que se transformara em algo que eu já não tinha controle algum.

“Amor?”

Se fosse isso, o que eu ainda sentia por Bert?

“Não isso.”

***

Pov’s Gerard On

Dois dias haviam se passado desde o incidente na Saint Louis. E por que maldições eu ainda não tivera coragem de falar com ela? Realmente não sei. Mas de alguma forma, não quero me aproveitar desse sentimento. Talvez seja a única coisa boa que me resta.

Mas aquela manhã não poderia ter começado de pior forma.

Pra começar com o telefone de Linda Iero às seis da manhã.

- Alô... – disse com voz ainda sonolenta.

- Ah, Gerard – sussurrou a mulher, urgentemente – Eu realmente precisava falar com você...

- O que aconteceu? – perguntei, não fazendo idéia do motivo que teria levado-a a me acordar antes da hora de ir pro colégio.

- Frank. – resumiu ela, com a voz chorosa.

- O que aconteceu? – repeti, mas acordado. Senti uma sensação de mau agouro invadir-me.

-Ele... – a Sra. Iero parecia muito descontrolada agora. – Ele sofreu um acidente...!

Deixei o telefone cair da minha mão, tal foi meu espanto.

Comecei a imaginar mil coisas, das mais leves até as mais mortíferas. O que teria acontecido de verdade? Em que estado Frank estaria agora?

Desacordado? Em coma? Á beira da morte? (N/a: Eu, hein???)

Corri escada acima e irrompi pela porta do quarto do Mikey, que acordou sobressaltado.

- Que merda é essa?! – berrou ele, rudemente.

- Temos que sair agora. – respondi rouco. A idéia de Frank acamado era terrível.

- Quê? Ainda não é hora de ir pra escola... – resmungou ele, querendo voltar pra debaixo das cobertas.

- Seu idiota! A mãe do Frank acabou de ligar! – gritei, irritado com o descaso de meu irmão mais novo.

- O quê?

- Ele tá no hospital! – e sai correndo para meu quarto. Qualquer ressentimento infantil que guardasse dele parecia algo muito ridículo agora.

Porque ele era meu amigo...?

Porque a batalha que eu travava agora não era com ele e sim com um cara mal-humorado chamado Robert McCracken.

Pov’s Gerard Off

***

Quando entrei na sala do 3º ano às 8 horas da manhã, meu espírito ficou subitamente agitado quando dei por falta de Gerard Way. Por alguns instantes olhei para o corredor na esperança de vê-lo, mas não. Ele não estava lá.

- O que foi? – perguntou Jessica, ao ver que eu ainda estava parada no portal – Entra logo.

Sentei ao seu lado, esperando mais um pouco.

Veio então a primeira aula, com a professora Rachel, que decidamente parecia bem melhor nas últimas semanas. Fora uma aula agradável, como não havia há tempos.

O segundo horário começou, e ele não apareceu. Comecei a ficar apreensivo e a não prestar atenção no professor de Sociologia, então Jessica me bateu de leve no meu ombro.

- Você está bem, Natallie? – talvez fosse essa a pergunta que eu devia fazer para ela, pois minha amiga não poderia estar mais abatida.

Concordei mudamente, para não deixá-la preocupada e fingi estar lendo o capítulo que o professor nos indicara.

Quando bateu o sinal do intervalo, meu coração estava aos saltos. Sentia uma tontura terrível, uma sensação de desorientação.

“Cadê você, Way?”

Saí andando com Jessica, procurando por um rosto a quem devesse explicações. Não achei Frank.

Não achara Way.

- Natallie – comentou Jessica, distante -, estranho o Way não ter vindo hoje, não é?

Talvez ela estivesse dizendo aquilo para me provocar, mas não obteria a reação esperada.

Passamos pela diretoria. Vi um homem alto e de cabelos curtos, com um ar sério sair da sala da diretora. No momento em que ele fechou a porta, ainda dizia alguma coisa para a senhora Anders.

-... Dará o meu aviso? Muito obrigada! Não esqueça que o nome da aluna é Natallie Alice Hill.

Okay... Era o meu nome.

- Hã? – esqueci momentaneamente os meus esforços para encontrar Frank ou Gerard e corri até o rapaz, que já estava saindo no meio da multidão de alunos.

Jessica correu atrás de mim, mas eu alcançara quase que rapidamente o rapaz.

- Senhor...! - puxei-o pelo braço, alterada demais.

Ele pareceu assustado quando meus olhos encontraram os dele.

- Sim?

- O que você quer comigo? – perguntei. Jessica parou do meu lado.

- Como assim? – ele ficou um pouco mais assustado – Você é Natallie Alice H...?

- É, sou eu sim! – cortei-o, sem educação alguma.

- Erm... Não sabia que encontraria a senhorita tão cedo...

- O QUÊ VOCÊ QUER COMIGO? – juro que estava a ponto de atacá-lo.

Jessica me puxou pelo uniforme, pedindo calma. O rapaz arregalou os olhos.

- B-bem – gaguejou -, vim informar-lhe que sua avó, Elisabeth Alice Blaine, teve um pequeno desmaio de manhã, mas não se preocupe, na verdade...

Não o deixei terminar. Desvencilhei-me de Jessica, cada vez mais desorientada.

Como eu pude estar tão atenta ao Way?

Meu coração pulsava como nunca, desesperado.

Estava tão acostumada com ela... Minha única família.

Não podia perdê-la.

- NATALLIE...! – o chamado de Jessica era inútil. Eu não pararia de correr, eu morreria aos poucos até alcançar aquela senhora que me acolhera.

Sai pelo portão, sem me importar com vozes indistinguíveis para mim.

Ficara tão desesperada que não terminara de ouvir o que o médico tinha a me dizer.

Talvez eu pudesse ter evitado muita dor.

Corri para a rua.

- NATALLIE...!

Aquela voz era diferente.

Quem sabe eu pudesse ter apreciado a sua volta se tivesse visto aquele grande carro vindo na minha direção.

Repito: eu REALMENTE podia ter evitado muita dor.

Lembro de ter encarado um céu igual ao da noite em que meus pais morreram.

Desmaiei antes que meu corpo pudesse bater no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

-Nos bastidores-
Frank: Grande autora você é!Como é que sai por aí matando seus personagens???
Eu: que mané personagens! Eu nã matei ninguém... AINDA!
Gerard: Como é que você me acorda às SEIS da manhã???
*indignado*
Mikey: como é que você faz ELE me acordar às SEIS da manhã?
Frank: não tinha um horário mais conveniente?
Figurante Médico: eu que o diga...
Todos: Cala a boca!
Eu: vamo parar com essa fuzarca, senão ninguém ganha Bono!
*todos sentadinhos*
Eu: Bem melhor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "And In This Pool Of Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.