And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 27
Ponte Até Ele (Parte II) - Julgamento de Frankie?


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!!!
Voltei, hein?
Nussa, eu já tenho uma media de mais de 1000 leitores???
Só tenho uma coisa pra dizer: Amo vcs!!!
Gee: Na verdade, foram duas coisas...
Ò.Ó... nÃO liguem...



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- Não está com fome, Natallie?

- Hã? Desculpa, vó... Tô com uma dor de cabeça horrível - que mentira estúpida.

- Sei - é, sei que dona Elisabeth me conhecia bem - Ah, esqueci de dizer quando chegou da escola... O Bert ligou.

Eu, que segurava o garfo frouxamente na mão, deixei-o cair no chão com estrepito.

- E o que ele queria? - droga, tô ficando paranóica...

- Falar com você, o quê mais? - ela riu com o semblante sereno - Natallie, não quer um remédio?

- Não - respondi, levantando da mesa - Acho que vou dormir um pouco. Obrigada pelo almoço, vó.

Sequer comera a metade da comida.

- Vai ligar para o Bert? - por que ela foi lembrar???

- Talvez - disse vagamente, deixando a cozinha.

Eram três horas da tarde. Não sei se ligaria para o Bert, mas a minha consciência realmente me importunaria até que eu decidisse que sim... Depois que fui pro meu quarto, me joguei sem cerimônia na cama, querendo por todos os poderes de Gresham (é assim que se escreve? O.o) que aquele dia acabasse. Eu já discutira com o Way (será que é culpa o que eu sinto?) e também conversara friamente com o Frank (desse aí, culpa nenhuma). Jessica não apoiava essas novas atitudes e disse que isso era coisa de criança, que eu devia ir até o Frank e abrir o jogo com ele. Isso me deixou bastante irritada e é lógico que não dei ouvidos à ela.

Sentia que eu também a ferira, mas nada tão dramático.

As reviravoltas que meu cérebro estavam me matavam como gás venenoso, pois eu recusava-me a dar o braço a torcer. Odiava-me por todo aquele orgulho que me consumia devagar e sem deixar saídas. Precisava tomar serias providencias quanto a isso, senão eu enlouqueceria.

"Será que eu briguei com o Way à toa?"

"Será que eu deveria ligar para o Bert, mesmo sabendo que poderia falar algo comprometedor?"

"Será que eu conto toda a verdade pro Frank?"

Esses malditos "serás" espocavam na minha cabeça, como milhares de pipocas rebeldes ou como fagulhas de lava que anunciam a erupção de um vulcão!

"Mesmo assim, não precisa ser tão dramática...".

É chato comparar como eu era feliz quando não precisava me preocupar com a existência da Way & Company ou mesmo com o próprio Gerard Way. Parecia que a minha vida estava sofrendo grandes transformações desde o segundo em que vira o Way chamando Frank pela primeira vez.

Mas... Talvez fosse uma injustiça não confiar inteiramente na pessoa que, até bem pouco tempo atrás, fora meu único e melhor amigo.

"Que sono...". Conseguira adormecer após uma batalha devastadora com meus próprios sentimentos.

***

-Parte narrada por Gerard-

- Dá pra parar de escutar essa merda de musica e nos escutar?!

- Não enche, magrela.

- Ô, rato de laboratório, menos!

- Ei, mocinhas, parem de brigar pela nova boneca Barbie...

- Sabe Bob, eu prefiro quando você fica calado.

- Nem ligo.

Três da tarde. Nem eu, nem Mikey ou Frank, Ray e Bob queríamos voltar para casa. Sentávamos sempre no mesmo banco no Parque de Beleville, vadiando ou discutindo o que faríamos a seguir na escola. Claro que em nossos planos não havia nada de bom...

"Como eu sou diabólico...!"

Mas, excepcionalmente hoje, tô sem cabeça pra inventar alguma coisa. E também me sinto meio ressentido pelo o que acontecera mais cedo na escola. Mais uma vez eu brigara com a Natallie. E dessa vez por causa do estúpido do Frank que quis saber demais.

Eu e ela tínhamos concordado de não falar nada do sábado (N/a: É sábado porque já era meia-noite quando eles se beijaram... Ah, vocês me entenderam!). Realmente não havia por que falar, já que isso não era da conta de ninguém. De qualquer forma, voltamos pra estaca zero, e pior, ela acha que eu sou culpada pela desconfiança do Iero-anão-de-jardim... Ele tinha me enchido a paciência querendo saber qual fora o motivo pelo qual eu não ficara zangado por nosso plano não ter dado certo...

                                         ***

- Flashback On -


- Gerard? Ei, Gerard... GERARD, PORRA!

- Que é?!

- Vai ficar o domingo todo com essa cara de peixe-morto? Estamos com uma situação critica aqui! - Cara, às vezes fico abismado diante da seriedade com que meu irmão trata as nossas armações do colégio...

- Que situação critica? Não foi nada de mais! - Mais que panaca! Eu tava quase tendo uma das minhas alucinações com a Natallie...

(N/a: O.o?)

Sábado de tarde. Eu dormira mais ou menos até uma da tarde e não estava tão disposto a aturar aquele bando de marmanjo na sala de casa criando um tribunal para julgar o fato de o Frank ter andado pra trás por causa da Nestor... Quanta tempestade num copo d\'água!

- E quem vai ser o juiz? - perguntou o Ray, largado no sofá, ao meu lado.

- Eu, ora - respondeu Mikey "humildemente".

- Proclame-se logo o presidente dos E.U.A, é mais sensato - murmurei entediado.

- Chega de palhaçada, eu coloco a ordem aqui! - exclamou meu irmão com os olhos brilhantes - Na verdade, EU sou a ordem! Bwawawaa!!!

Ray aproximou-se de mim e cochichou:

- Ele não tem tomado os remédios direito, né?

Sacudi a cabeça, sorrindo.

- Quem dá o primeiro soco, você ou eu? - sugeri.

- Vocês dois!!! - disse Mikey, apontando o dedo para mim e o Ray - Acabou-se os cochichos! Estamos num tribunal! Acusado, aproxime-se!

- Acho que eu quero dar o primeiro soco - respondeu Ray sombriamente - Aí a gente joga ele na piscina e culpa o jardineiro.

- Boa idéia.

Frank levantou-se do sofá com o semblante angustiado e chegou perto da poltrona onde Mikey estabelecera seu posto de juiz.

- Okay, estamos aqui para decidir qual será nossa sentença em relação ao acusado Frank Anthony Iero que por motivos desconhecidos, nos traiu!

- Mikey, menos... Bem menos - disse Bob, bocejando.

- O quê você tem a nos dizer, réu?

- Erm... - Frank engoliu em seco, torcendo as mãos convulsivamente - Tudo o que eu queria é pedir desculpas. Realmente eu agi mal com vocês, mas... Eu tenho as minhas razões!

- E quais seriam? - perguntei, já sabendo o que ele responderia.

- Desde o começo eu não queria participar desse plano - respondeu o garoto - Só que, com o passar do tempo eu... fui me envolvendo com o alvo... Eu não queria, mas... Me apaixonei pela Jamia.

Ray arregalou os olhos de espanto, como se tivesse ouvido a noticia de vacas voavam. Bob, ao contrario, ficou com uma expressão de quem custa pra entender alguma coisa. Mas eu sabia que aquele panaca tinha gostado da Nestor, pois Natallie me contara isso e sabia que não era brincadeira.

- Mesmo assim - retomou Mikey, sério - Você devia ter nos contada esse acidente!

- Você teria ficado fulo de qualquer jeito, magrela - comentei, cruzando os braços.

- Tá defendendo ele? - perguntou meu irmão - Ele nos privou da maior diversão que nos já planejamos! Cheguei a sonhar com a cara da Nestor quando ela descobrisse o plano! É claro que fiquei puto com isso!

- Eu já disse que me desculpo - murmurou Frank, de cabeça baixa - Foi sem querer, quando eu vi... Já tava gostando dela e fiquei com medo da reação de vocês... Principalmente você, Gerard...

- Eu? Por quê?

- Pensei que seria quem ficaria mais zangado com tudo isso...

- Que tipo de imagem você tá passando pra ele, mano? - perguntou Mikey assombrado.

- O soldado do inferno? - sugeriu Bob.

Todo mundo olhou pra ele com um "O.o?".

- Qualé? - parecia aquele (a) lobo mau do Sherek...

- Erm, onde eu estava mesmo? - inquiriu o magrela, recuperando o fio do pensamento.

- Aí na poltrona, panaca - respondeu Ray.

- Eu não admito isso! - protestou o outro - EU sou a LEI, esqueceu?

- Pra mim, você tá é perdido no tempo... O poder subiu à sua cabeça...

- Vamos ao que interessa! A sentença! - de repente, seus olhos brilharam sadicamente.

- Vocês são parentes distantes do Hitler? - cochichou Ray novamente.

- Que eu saiba não - respondi, estranhando a pergunta.

- Qual será a sentença, Lei... quer dizer... Mikey? - perguntou Bob, ainda com sua expressão desentendida.

- A sentença é...

Frank aguardou por um minuto, angustiado para saber a decisão do magrela.

-... Ele terá que nos pagar TRÊS, repito, TRÊS rodadas de pizza!

- O quê? Isso é um assalto! Quero recorrer da decisão! - exclamou Frank.

- Bem, a gente pode te amarrar e te jogar no rio, ou obrigar você a andar sem roupa pela escola, ‘cê que escolhe...

- Fico com a pizza, obrigado.

E literalmente, tudo terminou em pizza.

Quando voltávamos da pizzaria, cada indo pro seu caminho, Frank me puxou pro lado e perguntou como quem não quer nada:

- Fala sério, Gerard, o que aconteceu pra você nem ligar mais pra Jamia?

Pensei, pensei, querendo lhe responder algo que não me queimasse demais.

- Algo interessante - respondi não querendo deixar implícito o quão interessante fora beijar a melhor amiga dele.

- Alguém estaria envolvido nisso?

- Talvez... Tem alguém em mente? - já torcia pra me livrar dele.

- É claro que sim - disse ele friamente - Bem, tenho que ir nessa, Thau, Gerard.

- Thau.

- Thau e obrigada pela pizza! - gritou Mikey quando ele já ia longe.


-Flashback Off-

Já eram umas cinco horas quando eu e Mikey voltamos pra casa e, sinceramente, já estava ficando enjoado com os roncos que o estomago dele produzia. Cheguei em casa e rumei pro meu quarto, mais por que estava sem fome do que por qualquer outra coisa.

"Natallie Alice Hill, não me canso dessas suas respostas...".


- Fim da parte narrada pelo Gerard -

***

Quando acordei, me sentia mais descansada desse longo dia que eu tivera. Ao olhar a janela, vi o céu adquirindo aquela tonalidade azul-escura da noite. Bocejei e me levantei da cama, desinteressada pra vida. Fora por aquela mesma janela que Frank entrara, bêbado, há algum tempo.

Fui tomar banho, dessa vez nem ligando pra água gelada. Talvez eu falasse com o Bert mais tarde...

Ao voltar do banho, vesti uma jeans qualquer e desci para a sala, encontrando minha avó falando no telefone.

-... Ah, claro, ela está bem aqui! - E colocou a mão no fone - Natallie, é o Bert.

- Hã? Okay... - e peguei o telefone, indo pra cozinha, para que ela não me ouvisse - Bert?

- Até que enfim, hein? - reclamou ele - Tá fugindo de mim, é?

- Claro que não... Tava com saudades de você.

- Serio? Bem, não tá faltando muito mais pra eu voltar pra aí... Também quero ver você... Ah, quase ia me esquecendo: Como foi a festa do Frankie?

- Legal - respondi com a voz rouca - E o seu pai, tá bem?

- É, ele não vai morrer tão cedo... E as aulas, vão continuar?

- Se você quiser... - eu assumia um tom descontraído, não vendo qualquer sinal que encaminhasse a conversa para o Way. - Mas você tá estudando, né?

­- Ah... Sim, eu tô estudando muiitooo...

- Isso não foi muito convincente, Robert McCracken.

- Você venceu... - em seguida, uma voz chamou-o ao fundo.

- Quem é?­

- Meu pai... Bem, vou ter que desligar agora. Mas foi ótimo poder te ouvir de novo.

- Tudo bem. Beijos.

- Pra você também. Thau.

 Desliguei o telefone, a culpa apoderando-se de mim. Parecia que eu estava enclausurada, presa, sufocada... Tinha vontade de fugir. Mas aonde se vai quando se sente essas coisas?

Tive uma súbita idéia.

Deixei o telefone na mesa e andei em direção à porta.

- Vai pra algum lugar, Natallie?

- Sim - respondi, olhando para Elisabeth - Preciso respirar um pouco.

- Não demora - recomendou ela, dando um profundo suspiro enquanto eu fechava a porta com um estalo.

Andei, andei, confusa e irritada. Nem aquela neve profusa incomodava-me.

Em poucos minutos estava no cais de Beleville. Aquele era um lugar em que iam basicamente turistas e afins, que só estavam de passagem pela cidade. Lembrei que ia todo domingo lá quando era pequena. Somente eu, minha avó e... Frank.

Mas, parecia que meus problemas sempre diminuíam se eu pudesse contemplar aquele mar tão bonito. Entre as muitas barracas e restaurante que existiam ali, gostava da ponte e do parapeito de madeira antiga e firme.

Aproximei-me do parapeito, respirando o ar frio da noite. Antes, eu nem conseguia alcançar o topo da madeira, mas agora... Havia uma singular diferença entre a Natallie que eu fora quando chegara a Beleville e Natallie que eu era neste instante...

Respirar... como eu queria ser a pequena de antes...

- Sabe, você não tem cara de quem vem aqui...

Não acreditava na voz que eu acabara de ouvir.

- Mesmo assim, boa-noite Natallie.

- Por que está aqui? - desviei contrariadamente os olhos daquele mar para encarar Gerard Way.

- Mera coincidência. Também preciso respirar de vez em quando.


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Notas finais do capítulo

Hoje não tem historinha, viu?
Tô mto sobrecarregada...
Gee: traduzindo... Não tá fazendo merda nenhuma.
Frank: eu entedi um "tô com preguiça"...
Aff... preciso arranjar outro emprego...



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