Beyond the Eyes of Darkness escrita por Srta Who, Agaya


Capítulo 2
Capitulo 1 - Tifon.


Notas iniciais do capítulo

Srta. Who in: Oi como vai você? Espero que bem, aqui vai mais um capitulo que varamos a noite escrevendo (só que não, só até 1:00 da manhã mesmo) huehuehuehue, espero que gostem, bjos.
Agaya in: Pois é, nois é V1D4 L0K4, kkkkkk, brincadeira, aproveitem, bjos.



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–O-O QUE!?

–Está surda? - Ele disse numa voz insolente. –Tsc... Deveria ter imaginado que algo assim te aconteceria, vivendo num lugar tão imundo quanto este. - Ele se agachou no chão e agarrou um dos livros que estavam lá jogados, seu rosto franziu-se numa carranca ao olhar o titulo. –Além do bem e do Mal. - Ele disse numa voz debochada e depois olhou diretamente para mim que continuava paralisada de medo mesmo lugar, porém meus olhos o seguiam, atentos a cada movimento, me focava nos cabelos bem penteados, no terno bem ajustado, na pele pálida, mas acima de tudo nos olhos...

–Que tipo de lixo vocês andam lendo por aqui hoje em dia? - Ele o segurou com sua mão esquerda de maneira que ele ficasse em pé o encarou por um segundo, não conseguia decifrar sua expressão, ‘’queime’’ ele sussurrou e em pouco menos de dois segundos o livro havia virado pó bem em sua frente, um calafrio percorreu todo o meu corpo, e-era aquilo que ele iria fazer comigo? Me queimar até que só sobrassem as cinzas do corpo que eu um dia habitei? Eu pensei em correr dali, para o mais longe possível, mas minhas pernas não me obedeciam, enquanto eu me desesperava mais e mais a cada momento, naquele segundo minha morte parecia certa.

–Ah qual é, não fique com medo de mim. - Ele disse como se pudesse ler minha mente, eu engoli seco enquanto ele levantava e limpava as mãos e os joelhos das calças. –Eu não iria fazer isso a minha própria irmã.

–O-O que?

–Ah que saco! Só sabe falar isso? Bom... Lendo aquele tipo de coisa não me surpreende que seja tão estúpida... Ah que seja, vai ser mais fácil te mostrar. - Eu não tive tempo de perguntar a ele o que estava acontecendo, ele estalou os dedos, e de repente o cenário havia mudado, estávamos em outro lugar, parecia ser uma espécie de praia, mas a areia era cinza, assim como o céu acima de nós, as únicas árvores a vista estavam distante e eram negras como o breu, lá havia um intenso fedor de podridão, como se tivessem deixado comida fora da geladeira por semanas, eu olhei ao redor assustada, e atrás de mim vi um rio de lava corrente, era de um vermelho vivo, que parecia ser a única cor que havia ali, vi corvos negros voando acima de mim, ouvi vozes ao redor, todas gritando por socorro ou pedindo perdão por alguma coisa, olhei para o lado bem adiante em um arco de pedra acima do rio e da ‘’praia’’ podia ver pessoas acorrentadas, carregando pedras que me pareciam pesadas de mais para elas, e sendo chicoteados pelo que pareciam outros humanos... Não, com certeza não eram humanos... Eram... Demônios? Mas diferente do que estava a minha frente, aqueles tinham asas e chifres, eles voavam acima das pessoas chicoteando ao mínimo som que fosse emitido das bocas deles, eu ouvi um dos humanos gritar e cair para o lado, virei o rosto para não contemplar a cena, mas o fedor de carne queimada misturado ao da podridão era o bastante para eu saber o que tinha acontecido.

–O-Onde estou? - Eu disse olhando para ele novamente.

–Olha! Ela fala. - Ele disse numa admiração fingida.

–O-Onde...?

–Ah desisto! Não consegue ver!? - Meu silêncio deve ter denunciado minha confusão, ele passou a mão pelos cabelos, claramente nervoso com meu não reconhecimento. – Hades, mundo inferior, inferno... Como os mortais queiram chamar, para nós irmãzinha, é o lar doce lar.

–L-Lar? Como assim nosso lar? E-Eu... - Ele revirou os olhos impaciente.

–Aquela humana imunda nunca te contou nada sobre isso huh? Nunca se sentiu diferente? Como se não se encaixasse em lugar algum? Pessoas olhando estranho para você por aí? Como se tudo ao seu redor estivesse errado? Como se seu lugar não fosse aquela cidade moribunda? - Eu engoli seco, tudo aquilo era verdade, eu já havia sentido tudo, e uma vez quando eu era bem pequena vi algumas garotas sussurrarem sobre mim, elas dizia que eu era estranha, e logo depois disso toda escola passou a não falar comigo e a me ignorar, e eu fique sozinha desde então, eu cerrei meus punhos com aquelas lembranças, todos eles... Me ignoraram, durante TODA A MINHA VIDA, como uma espécie de monstro do qual precisavam manter distância, com nojo, como se eu fosse queima-los ou contaminá-los se chegassem perto, eu fui tratada como uma doença, e mantida em quarentena por todo esse tempo, as lágrimas começavam a escorrer dos meus olhos, tudo aquilo era tão doloroso que eu ignorei, mas eu sempre... Sempre achei muito difícil de aceitar...

–Ah qual é, vamos, não fique assim... É sua raiva aflorando, e desabrochando em outros sentimento, como um rio em delta. Deixe ela te consumir, se entregue a ela, é sua verdadeira natureza.

–Q-Quem... Quem é você? - Finalmente tive coragem de perguntar, até mesmo falei com uma certa autoridade.

–Meu nome e o de qualquer outro aqui é impronunciável para qualquer ser que não conheça nosso dialeto, a tradução mais humana seria Tifon, sou o demônio das secas, e seu irmão. - Os olhos dele brilharam tanto naquele instante que tudo ao redor parecia ter desaparecido, e ficado mais escuro que noite, e tudo que eu podia ver eram os olhos, exatamente como em meus pesadelos, eles brilhavam para mim com uma expressão obscena neles, e pareciam prontos para me devorar ao minímo sinal. Depois de um momento que pareceu demorar horas tudo voltou ao normal, eu cerrei os punhos mais uma vez tentando arranjar coragem dentro de mim, e então tudo explodiu.

–Seus olhos, você... Você me perseguiu durante minha vida inteira... 16 anos! 16 ANOS! O QUE VOCÊ QUER DE MIM!? - Eu gritei.

–Ah por todos os demônios, eu não estava perseguindo você! Estava tentando te encontrar! Mas aquela maldita humana imunda e ridícula sempre te escondia quando eu estava perto de descobrir, pode imaginar como é passar 16 anos procurando por alguém? - Ele segurou seu osso nasal entre o polegar e o indicador, abaixou a cabeça e começou a balança-la em sinal de negação. - É estúpido! Mas eu realmente tive de fazê-lo.

–Mas... Minha mãe... Ela... - minha confusão estava voltando, o medo estava prestes a tomar minha voz novamente.

–Hmmm? - Ele indagou um confuso levantando o olhar de volta par mim.

–Não fale nunca mais assim da minha mãe... O ONDE ELA ESTÁ SEU INÚTIL!?

–Que importância isso tem Lilith!? Olhe ao redor, você parece mais a vontade aqui do que jamais esteve em sua vida, tudo dentro de você está aflorando, estamos em casa! Nos domínios de nosso pai, Samael o rei do tempo, aquela mulher deveria ser completamente irrelevante para você agora, serviu seu proposito de carregar você dentro dela, e depois a roubou de nós, agora eu te trouxe para casa ponto! ESQUEÇA-A! - ele começou a andar de um lado para o outro enquanto falava, estava perdendo a paciência.

–Ela não me roubou! Ela é minha mãe! E aqui não é e JAMAIS vai ser minha casa! ME LEVE DE VOLTA!

–Tsc! Eu avisei a ele que seria uma perda gigante de um tempo tão precioso...

–O... -Eu não tive tempo de acabar de falar ele se aproximou e segurou meus pulsos com muita força, eu tentei soltar e gritar contra. –Eu tentei ser o irmão bonzinho... E pegar leve com você...

–Me solta! - Eu digo desesperada tentando me desvencilhar do aperto, em reflexo ele me segurou ainda mais forte e me puxou, deixando nossos rostos mais próximos para falar mais perto de mim.

–Eu nunca te quis aqui. - Ele grunhiu. –Mas o velho quis, e me fez passar dezesseis anos... dezesseis anos da minha preciosa existência, atrás de uma bastarda fútil e mimada, e agora que finalmente eu te achei, querendo ou não você vai ficar, é a minha palavra, e você bastardinha vai obedecer, porque é assim que eu quero. Entendeu? - Eu não consegui me mexer ou falar, minhas pernas tremiam abaixo de mim. –VOCÊ ENTENDEU!?– Ele grunhiu mais uma vez apertando meu pulso ainda mais forte, balancei a cabeça positivamente com medo do que ele pudesse fazer. –Ótimo... - Ele me soltou, jogando meu pulso para trás com tanta força que eu caí durante o processo. Ele estalou os dedos, e atrás dele apareceu um enorme trono negro, feito de ossos e caveiras, o estofado era todo trabalhado em preto, ele sentou pondo as costas no braço esquerdo, e jogando as pernas cruzadas em cima do braço direito do assento, depois estalou os dedos de novo, e uma imagem apareceu a sua frente,creio que outro demônio.

–Prepare nossa viagem de volta. - O monstro assentiu com um aceno de cabeça, depois Tifon fez um gesto para que ele se fosse e assim ele fez.

–P-Pensei que já estávamos no inferno... -Eu disse fazendo uso da palavra pela qual aquele lugar era mais conhecido na Terra atualmente. Ele virou a cabeça para me olhar, fazendo seu cabelo cair para um lado e deu um sorriso cínico.

–Fique quieta. - Ele estalou os dedos eu tentei retrucar, mas de repente de minha boca não saia nenhum som, por mais que eu tentasse, ele levantou-se, e o trono desapareceu em suas costas, ele estava rindo alto. –Divertido, muito divertido. - Ele se aproximou de mim e começou a me rodear, estalou os dedos novamente e um tronco apareceu em minhas costas, antes que eu percebesse estava acorrentada a ele. –Você é tão fraca que nem parece da minha família. - Ele deu ênfase no ‘’minha’’ de uma forma opressora. –Vai ser divertido ter você como empregada. - Agora ele estava de frente para mim, eu não conseguia encara-lo então virei o rosto, ele o segurou com as mãos. –Na verdade, faz um bom tempo que os demônios do palácio não têm divisão... Talvez você possa nos ajudar com isso. - Ele disse sombriamente. Aquilo não podia estar acontecendo comigo, era impossível, eu não podia falar nada, então gritei em silêncio dentro da minha mente, porque sabia que ele faria aquilo pior que a morte, eu queria que algo me salvasse dali, um Deus ex-machine, queria fugir, mas estava presa, uma lágrima solitária escorreu de meu olho esquerdo, pois parecia o fim.

–Mas acho que preciso de uma prova antes... Quem sabe seu sangue seja tão bom quanto o da vadia da sua mãe... Estalou os dedos de novo, e em sua mão apareceu uma faca negra em sua mão. –Não se importe se eu errar e cortar um pouco mais do que preciso... É que eu estou muito cansado de toda essa busca. - Ele riu profundamente, eu comecei a mexer a cabeça e o corpo de um lado para o outro tentando escapar, mas as correntes eram muito fortes, e o máximo que eu consegui foi perder tempo, ele segurou meus cabelos e os puxou para cima para deixar meu pescoço mais á mostra e continuou aproximando a lâmina do meu pescoço. Meu coração pulava no peito e dentro da minha cabeça aqueles olhos começaram a aparecer e sussurrar coisas que prefiro não repetir... “Po-Por favor...PARA” gritei em minha mente.

E então, houve um estrondo, como o sol nascendo ao meu redor, com exceção dele, todo aquele mundo havia desaparecido, eu estava de volta em casa, eu olhei ao redor e vi uma janela quebrada, e os estilhaços no chão, procurei saber o que estava acontecendo, eu olhei em volta.

–O que diabo... - Ele disse.

–Tsc... Vejo que saiu para brincar hoje Tifon... - Aquela voz, eu já a tinha ouvido, uma vez, apenas uma, mas não podia ser.

–Mostre-se... - Ele estalou os dedos. E então lá estava Kristen, a garota da escola, ela tinha uma arma negra gigantesca, que era quase do tamanho de seu braço, meus olhos se arregalaram aquilo tudo era surreal, de mais para eu processar.

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E quando o céu começar a cair enquanto atravesso só por essa temível cidade, cobrirei meus olhos antes da escuridão, assim não verei o fogo perfurar mais almas que se perderam em meio as sombras....


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado, comentem se gostaram e nos vemos no próximo ;)



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