Pretending escrita por Aline Song


Capítulo 2
Primeiro dia, último ano


Notas iniciais do capítulo

Então, como eu disse, voltei rapidinho com o primeiro capítulo de fato. Eu pretendo não demorar muito pra postar, já estou com alguns capítulos prontos, o que facilita bastante, e estou de férias, o que também ajuda haha mas mesmo quando as aulas voltarem, prometo aparecer pelo menos uma vez por semana pra atualizar a história. Sou leitora também e sei como é chato ficar esperando capítulos, por isso, não pretendo demorar.
Queria agradecer muito a quem comentou, mesmo que tenham sido poucos comentários, me deixaram imensamente feliz! E pra quem ta lendo e não comentou ainda, por favor, comentem! Significa muito e me estimula a escrever cada vez mais e melhor pra vocês.
Agora sem mais enrolação, vamos ao capítulo.



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Capítulo 1

POV Luke

– Então quer dizer que, depois de todos esses anos, assim sem mais nem menos, a Georgina terminou tudo entre vocês? – Mason pergunta, com a boca cheia de um pedaço de pizza de calabresa.

– Cara, você não pode mastigar primeiro e falar depois? – sou obrigado a perguntar, porque isso é nojento.

– Não. Agora explica essa história direito.

– Eu já expliquei. Fui até a casa dela hoje antes da aula, ela estava me esperando, mas estava muito estranha, e assim, de repente, disse que não queria mais namorar.

– E ela não te deu um motivo?

– Disse que não se sente mais como antes. Que quer aproveitar o último ano com as amigas. Eu não sei, não entendi nada, para ser sincero. Nós tínhamos feito planos para esse ano, juntos. Mas parece que algo mudou para ela.

Mason toma um longo gole de seu suco e depois se recosta na cadeira, me observando pensativo, como se estivesse considerando se vai ou não me dizer o que está pensando em dizer.

– Fala logo, Mason. – ele respira fundo, e se desencosta da cadeira novamente.

– Olha, Luke, você é meu melhor amigo, por isso não quero esconder nada de você. Mesmo sem saber se essa história é realmente verdadeira, acho melhor que saiba por mim. Andei conversando com Vicky mais cedo e – Vicky é uma das líderes de torcida, quase namorada de Mason e pseudoamiga de Georgina. Digo pseudo porque as únicas pessoas que ela considera amiga de verdade são Lily e Kate, que ela carrega por ai feito chaveiros. – o que ela me disse não foi nada legal.

– Você vai falar o que interessa ou não?

– Bom, parece que Georgina está saindo com outra pessoa. – Mason faz uma pausa e me encara, para checar como vou reagir à notícia. – Os dois se conheceram naquela viagem que a Georgina fez há algumas semanas. Pelo que Vicky disse, embora o tal cara já esteja na faculdade, agora que as aulas voltaram, eles pretendem continuar se vendo.

Mason termina de falar e eu desejo que ele desapareça. Desejo que todos desapareçam porque tenho vontade de sair chutando e quebrando tudo que está na minha frente, mas estamos no refeitório, bem na hora do almoço, e se fizer isso, serei suspenso logo no primeiro dia.

– Droga! – dou um murro na mesa e minha bandeja e a de Mason balançam no mesmo instante. Algumas garotas que estão sentadas próximas a nós se assustam, mas eu agradeço por elas serem as únicas, e por exatamente hoje nós termos decidido nos sentar sozinhos ao invés de nos juntar ao resto do time. – Georgina é uma vadia. Estive namorando uma vadia por dois anos!

– Calma, cara. Você não sabe se é verdade, talvez Vicky esteja errada.

– Ela não está, Mason. – Infelizmente, sei que Vicky está certa. Sei porque conheço minha namorada, ou melhor, minha ex-namorada, há muito tempo. Sei quando ela está diferente, sei quando está mentindo para mim. – Conheço Georgina, sei que tudo que me disse hoje cedo foram só desculpas esfarrapadas, nenhuma delas é suficiente para ela querer terminar. Mas outro cara na jogada é.

– Eu sinto muito, Luke.

– É, eu também. Mas isso não vai ficar assim. – me levanto da mesa, arrastando a cadeira com tudo e atraindo mais olhares em minha direção. – Georgina vai se arrepender, pode escrever.

– O que você vai fazer, Luke? E pra onde você vai agora?

– Eu ainda não sei o que vou fazer, só sei que não posso deixá-la enfeitar minha cabeça desse jeito e ainda me trocar por outro sem fazer nada. – tento respirar fundo e dizer a mim mesmo que não quero fazer uma cena ali no refeitório e nem que mais pessoas escutem o quanto esse momento é patético. – Estou indo embora. Não quero correr o risco de encontrar Georgina e falar umas verdades na cara dela.

– Você não pode ir agora, esqueceu que ainda tem aula?

– E desde quando eu me importo com as aulas?

Mason ri, e eu já estou quase me irritando e perguntando do que ele está rindo, porque eu realmente não vejo graça nenhuma nessa situação, quando ele me lembra de que esse dia de merda não está nem perto de acabar.

– Não é dessa aula que eu estou falando. Já se esqueceu das aulas particulares que a senhorita Herrera conseguiu para você? – Mason ri ainda mais, provavelmente da cara de desgosto que faço quando lembro que minha primeira monitoria seria logo depois do primeiro dia de aula. – Não é agora à tarde?

– Que droga! Será que ainda tem como esse dia ficar pior?

– Com certeza cara, você ainda nem sabe quem vai ser a sua professora particular.

– Vai se ferrar, Mason.

Com essa, Mason cai na gargalhada de vez, e eu saio do refeitório. Não volto para assistir às aulas. Apenas quando meu relógio marca três e dez da tarde desligo o som do carro e caminho lentamente para biblioteca, desejando que meu atraso faça com que a tal garota desista e me deixe ter uma tarde de paz.

POV Tracey

– Argh! Eu já disse o quanto odeio educação física?

– Não nos últimos dez minutos.

– Tá, porque eu odeio educação física. – digo enquanto passo creme de pentear em meus cabelos de frente para o espelho. Assim, molhados eles ficam quase negros, mas na verdade são castanhos bem escuros. Passo o pente nos fios e agradeço mentalmente por eles não estarem tão embaraçados. – Eu não sei qual a finalidade de ficarmos correndo atrás de uma bola por quase quarenta minutos, correndo o risco de nos machucarmos e não poder assistir as aulas depois. Não é como se alguma de nós vá querer seguir a carreira de atleta. As que querem já estão nos times.

– Por que você é sempre tão exagerada? – Mollie implica, e me empurra da frente do espelho para poder ver a trança que acabou de fazer em seus cabelos. Os cabelos de Mollie são castanhos, mas bem mais claros que os meus, e chegam até a cintura, também diferentemente dos meus, que chegam apenas até abaixo dos ombros. – Nós precisamos praticar esportes porque exercícios são importantes, e porque assim aprendemos a trabalhar em equipe e blábláblá.

– Você andou lendo a cartilha que eles entregaram na primeira aula?

Mollie mostra a língua para mim e se volta para o espelho novamente. Me sento em um dos bancos do vestiário e começo a mexer em minha bolsa enquanto espero que ela termine de se arrumar, quando a sinto chutar minha bota por baixo do banco. Olho imediatamente para ela, e Mollie me indica com o olhar as três garotas que acabaram de entrar. As três estão vestidas com uniformes das líderes de torcida, a mais bonita delas, é loira e está com os cabelos presos em uma fita azul, a cor principal de nosso colégio. As outras duas não são tão bonitas quanto ela, apesar de se esforçarem bastante. Uma delas é morena e tem os cabelos cortados na altura do queixo, a outra é ruiva com os cabelos mais incrivelmente lisos que já vi. São Georgina Harper e suas fiéis escudeiras, Lily Martinz e Kate Scott.

– E quando é que vocês vão se ver de novo? – Kate pergunta saltitante, quase se pendurando nos ombros de Georgina, que sorri com a mesma expressão de nojenta de sempre.

– Nesse fim de semana. Meu pai liberou a casa da praia, ou seja, vamos dar uma festa!

Georgina continua sorrindo, e as amigas comemoram atrás dela. Mollie revira os olhos para mim, e num gesto automático, acabo fazendo o mesmo. Todos nós sabemos bem como são as festas de Georgina ou de qualquer garota da torcida ou de algum dos garotos do time, porém, eu e Mollie nunca fomos a uma delas.

– E o Luke? – Lily pergunta e no mesmo instante a felicidade de Georgina se esvai.

– O que tem ele?

– Vai convidá-lo?

Georgina parece pensar, o que me deixa confusa, já que ela e Luke Crawford são namorados.

– Bom, ele pode ir se quiser. Todos os nossos amigos estarão lá e jamais irei proibi-lo de ir a minha casa. Além do mais, espero já ter falado sobre Henry com ele até o fim de semana.

As três somem entre as cabines do vestiário, e percebendo a confusão em meu rosto, Mollie se senta ao meu lado para cochichar.

– Não soube que a Barbie e o Ken terminaram o namoro?

– O que? Georgina e Luke terminaram?

– Fale baixo.

– Foi mal. Agora conta.

– Parece que ela terminou com ele essa manhã. – Mollie olha em volta, se assegurando de que ninguém está nos ouvindo fofocar. – E terminou porque está ficando com outro.

Não consigo segurar uma gargalhada e acabo jogando minha cabeça para trás de tanto rir. No fim, Mollie acaba me acompanhando também.

– Tracey! Pare de ser má!

– Não estou sendo má. Aposto que todos no colégio tiveram vontade de fazer o mesmo que eu, só não tiveram coragem de admitir. – Isso porque Georgina e Luke, às vezes, ou quase sempre, são insuportáveis, principalmente quando estão juntos. – Não, agora falando sério, me sinto triste por eles terem se separado.

– Ah, é?

– É. Afinal de contas, eu tinha certeza que os dois iam se casar um dia sabe? Luke e Georgina são feitos um para o outro. Igualmente egoístas, igualmente prepotentes, igualmente convencidos...

– Igualmente lindos. – Mollie diz fazendo uma careta, como se fosse duro admitir, mas é a verdade.

– É, isso também.

– Não sente pena de Luke? Afinal, Georgina colocou um belo par de chifres na testa dele.

– Não me importo com Luke o suficiente para sentir qualquer coisa por ele, nem mesmo pena.

– Vocês eram amigos.

– Você sabe que não é bem assim, Mollie. Nossas mães nos obrigavam a conviver, mas isso foi há muito tempo, e tudo mudou quando você chegou e eu finalmente consegui uma amiga de verdade.

Abraço Mollie desajeitadamente e tento dar um beijo em seu rosto, mas ela me empurra, sorrindo.

– Vou me lembrar de cobrar por esse favor.

Me preparo para dizer qualquer gracinha apenas para retrucar e continuar a discussão, quando lembro que tenho compromisso para depois da aula. Um compromisso que eu bem gostaria de esquecer, mas que, pelo bem da minha futura vaga em uma boa universidade, não posso.

– Hey, que horas são?

– Cinco para as três.

Arregalo meus olhos e Mollie parece não entender no começo, mas logo se lembra também. Alcanço minha bolsa, dou um beijo em seu rosto, tão rápido que dessa vez ela mal pode tentar se esquivar, e saio correndo do vestiário.

– Te vejo mais tarde.

***

POV Luke

Chego à biblioteca ás três e quatorze, torcendo internamente para que não tenha ninguém esperando por mim. Começo a procurar entre as mesas e estou quase me virando para ir embora, aliviado, pois estão todas vazias, quando noto que, na última delas, lá no fundo do saguão, há uma garota sentada, folheando um livro grosso. Bufo de raiva e frustração, desejando que o tempo passe rápido, e que ela não seja tão chata e nem tão feia pra que eu possa aguentar essas duas horas que me aguardam. Mas quando me aproximo o suficiente, reconheço perfeitamente o jeito com que a garota enrola uma mecha de seu cabelo entre os dedos, e tenho vontade de ir até a sala da senhorita Herrera e implorar pra que ela encontre qualquer outra forma de me manter no time de lacrosse, que não seja ter monitoria com Tracey Morgan.

– Tracey – eu falo devagar, e ela dá um salto na cadeira com o susto antes de se virar para trás para me encarar. – por favor, me diga que não está aqui porque a senhorita Herrera pediu para que me ajudasse a melhorar minhas notas.

Tracey se remexe na cadeira, claramente desconfortável, depois endireita a postura e me olha com o nariz empinado, do mesmo jeito que fazia quando éramos crianças.

– A senhorita Herrera me pediu que eu ajudasse um dos jogadores de lacrosse a estudar, mas ela não disse que esse jogador era Lucas Crawford, porque se ela tivesse dito, nem uma vaga na melhor universidade do mundo me faria aceitar.

Do que é que essa louca está falando?

– Primeiro, o meu nome é Luke, Luke. E segundo, eu também não sabia que seria você a monitora, senão teria menos motivos ainda para estar aqui.

Tracey estreita os olhos, me encarando com raiva e eu quase consigo sorrir. Entre Tracey e eu sempre foi assim. Apesar de não trocarmos mais que três palavras há muito tempo, quando éramos crianças e nossas mães nos obrigavam a brincarmos juntos, passávamos a maior parte do tempo discutindo e nos desafiando de alguma maneira. Depois de algum tempo, quando crescemos, tanto minha mãe quanto a dela finalmente entenderam que nunca seríamos amigos, mas a rivalidade entre nós já estava lá, e mesmo sem precisar dirigir uma palavra ao outro, ela sempre existiu. Não gosto do jeito de Tracey, não gosto de como ela sempre é a primeira a levantar a mão quando o professor faz uma pergunta, não gosto de como ela nunca falta aula, não gosto de como ela sempre se sai bem nas provas e de como os professores a adoram. Tracey é irritante, e conviver com ela em sala de aula já é o suficiente para me aborrecer o bastante, mas a senhorita Herrera parece não pensar assim, e decidiu que precisamos de mais algumas horas semanais juntos. Posso ver nos olhos de Tracey que ela também não gosta nenhum pouco de mim, e que não está nada satisfeita com isso.

– Não seja burro, seu nome não é Luke. Luke é apelido, mas se prefere ser chamado assim, que seja. – ela revira os olhos para mim e eu tenho vontade de mandá-la calar a boca de uma vez – E saiba que você deveria agradecer à senhorita Herrera por ter escolhido a mim. Ninguém iria te ensinar melhor.

Solto uma gargalhada alta e logo ouvimos a bibliotecária nos mandar fazer silêncio.

– Você se acha não é garota?

– Não sou eu que estou precisando de ajuda para melhorar minhas notas.

– Olha só Tracey, sei que você também não quer perder duas tardes da sua semana aqui, então não podemos simplesmente fingir que estamos estudando juntos?

Ela pensa e eu começo a me preparar para finalmente ir embora.

– Não. – merda! Por que Tracey sempre tem que dificultar tudo? – Porque eu te conheço, e sei que não vai estudar por conta própria, então, quando suas notas continuarem um desastre, a senhorita Herrera vai querer saber o que aconteceu.

Tenho vontade de dizer a ela que minhas notas não são um desastre, mas a quem eu estou querendo enganar?

– Ai eu digo a ela que a culpa foi minha, que eu a convenci a fazer isso.

– Ela não vai acreditar, Luke. E eu não posso manchar minha imagem com ela. A senhorita Herrera espera trapaças como essa de você, não de mim.

– Meça suas palavras para falar de mim, Tracey.

Tracey revira os olhos de novo, o que começa a me deixar irritado de verdade, e olha que eu achei que já estivesse irritado. Pelo jeito ela não vai ceder. Tento pensar em algo que possa convencê-la, mas se tem uma coisa que me lembro sobre ela, é que quando Tracey coloca uma coisa na cabeça, nada a faz mudar de ideia.

– Olha, eu também não estou com a mínima vontade de passar mais tempo com você do que já sou obrigada a passar todos os dias, mas se temos mesmo que fazer isso, vamos fazer logo. Quem sabe a gente não descobre um cérebro ai dentro da sua cabeça e você até consegue aprender com facilidade.

– Tracey, não me provoca.

Ela sorri pra mim, debochada, e eu desejo ser criança novamente, só para poder puxar seu cabelo como costumava fazer, com força e sem culpa. Aposto que ela choraria.

– Senta ai, vamos decidir como a gente vai fazer isso. Quanto mais cedo começarmos, mais cedo terminamos.

Totalmente a contragosto me sento ao seu lado na mesa ampla da biblioteca e a observo enquanto ela tira algumas coisas da bolsa. Entre elas, nossos horários das aulas, e um caderno com folhas coloridas. Percebo que nunca tinha reparado no quanto Tracey é pequena. Seus movimentos são tão delicados e parecem tão calculados, que parece que estou olhando para uma boneca. Conforme ela meche a cabeça de um lado para o outro, um perfume gostoso sai de seus cabelos, mas eu me repreendo por reparar nessas coisas, e volto a me concentrar no quanto odeio estar aqui com ela.

– Vamos começar montando um horário de estudos. Você me diz que aulas têm, e em quais matérias do ano passado teve mais dificuldade, assim, vamos poder programar quais...

Ela está falando sem parar, e minha mente começa a implorar para se distrair, qualquer coisa a minha frente parece mais interessante que horário de estudos, que aulas eu tenho ou em quais matérias tive mais dificuldade. Estou prestes a viajar completamente observando uma mosquinha que passa voando quando Tracey pergunta:

– Onde está seu material?

Bom, eu tinha planejado pedir o dela emprestado, antes de saber que ela era ela.

– Eu não trouxe, vou precisar usar o seu. – digo e estico o braço para pegar uma folha de seu caderno, mas Tracey da um tapa em minha mão.

– E quem disse que eu vou deixar?

– Qual é Tracey, o que é que custa? – pergunto, mas ela não responde. – Olha, eu saí atrasado de casa, não deu tempo de voltar para buscar, porque eu ainda tinha que passar na casa da Georgina e...

Não consigo terminar a frase. Não consigo porque as coisas simplesmente não aconteceram como eu achei que aconteceriam essa manhã quando saí de casa. Só agora, quando começo a falar de Georgina para Tracey é que a ficha de tudo que está acontecendo cai, e não consigo continuar.

– Não me importo. Eu não quero saber o que aconteceu porque eu não me importo. Mas não vou deixar que use minhas coisas, porque não estou aqui para paparicar você como as pessoas costumam fazer. – Tracey bufa e começa a recolher suas coisas. – E, aliás, se tivesse voltado para pegar seu material ao invés de ir atrás de Georgina, teria adiado o momento de levar um fora.

Assim que Tracey termina de falar, ela se levanta, coloca sua bolsa em um dos ombros e tenta ir embora, mas eu seguro em seu braço e a faço se sentar de novo, porque agora ela passou dos limites.

– Não se meta no que você não sabe, Tracey. Eu já disse, não me provoque.

Tracey me encara assustada, porque ela não esperava que eu reagisse dessa forma. No começo, me sinto bem ao vê-la assim, mas quando olho em seus olhos escuros me encarando, pedindo para que eu a deixe passar, me sinto um idiota, e tento fazer com que ela veja nos meus um pedido de desculpa.

– Tracey, eu não estou num bom dia hoje – digo enquanto solto seu braço lentamente. – podemos tentar de novo depois?

– Tudo bem, Luke. A gente se fala depois – ela caminha alguns passos, mas depois volta e olha para mim – para não dizer que não te ensinei nada hoje, tente aprender a ser menos grosseiro.

***

POV Tracey

Tento andar e controlar as lágrimas que insistem em transbordar em meus olhos de qualquer jeito. Não estou chorando porque quero, e não é por causa de Luke especificamente, mas sim porque ele me assustou, e foi muito grosso comigo, e eu não sei lidar com grosserias. Definitivamente não estava preparada para isso. Quando a senhorita Herrera me pediu ajuda com um dos alunos, aceitei a contragosto, mas jamais pensei que esse aluno fosse Luke. Logo ele, que é tão cheio de si, para mim nunca aceitaria passar por isso, ter aulas particulares – sim, porque dentro da minha cabeça não preciso falar “monitoria” – com quem quer que fosse, muito menos comigo.

Mas se Luke pensa que vou aturar suas grosserias, suas brincadeiras de mau gosto e suas irresponsabilidades calada, ele está muito enganado. Lembro-me de seus olhos azuis me encarando com raiva, e depois mudando lentamente para uma coisa parecida com remorso, e sinto as lágrimas se acumulando de novo. É quando vejo Jake entrando no estacionamento da escola, acompanhado de uma caloura qualquer com uma saia tão curta que quase posso ver seu útero. Não entendo porque Jake dá atenção a esse tipo de garota. Ele é muito mais inteligente que isso. E também é tão lindo.

Como se sentisse que o estou observando, ele olha para mim, assim que me reconhece, sorri e acena, então, as lágrimas de meus olhos automaticamente secam e meu coração se aquece. E eu vou embora tentando fazer com que o sorriso de Jake apague a imagem dos olhos de Luke.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido o capítulo. Vejo vocês nos comentários, e até o próximo! Xx



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