Férias Inesquecíveis. escrita por Júnionline


Capítulo 10
Ben e Julieta.




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OJ despencou da escada, assustado e surpreso. Aquele olhar profundo, escuro, parecia que podia ler sua alma e ver seus pecados. Ele se arrastava em silêncio para perto da escadaria, se preparava para sair correndo, longe da escotilha do sótão. Foi então que ele escutou um choro baixo e infantil atrás de sua nuca, assim como uma respiração gélida. Nem se a encara-la nem mais 1 segundos, apenas foi descendo de 5 em 5 degraus, o mais rápido que podia. O choro ficava cada vez mais alto e irritante. Quando finalmente faltava apenas 1 lance de escadas, o choro parou, mas OJ não, continuou correndo e sem ver o quê era, acabou tropeçando em algo. Talvez fosse seus próprios pés ou pés alheios, mas tudo que ele sentiu foi dor, rolando seu último lance de escada e sendo arremessado sobre a mesa de vidro, que com o impacto, se quebrou. OJ não parou, mancando e com um corte profundo perto de sua costela, ele abriu a porta e se arrastou até o portão.

Bia acordou com o amanhecer e foi até o grupo, que ainda estavam no bar, virando a noite. Ela os viu se despedindo de Júnior Lima, que ia embora em seu opala prateado.

— Vocês viram o OJ? - Bia perguntou, ignorando tudo que havia acabado de ver, preocupado com seu amigo.

— Achei que ele estivesse com você - Mandinha disse confusa.

— A gente acabou brigando ontem e ele saiu.

— Ele deve ter avisado pra alguém aonde foi, né? - Cris pegou seu celular para ver se havia alguma mensagem.

— Ele voltou pra casa - Nathaniel chegou lendo a mensagem que OJ havia lhe enviado.

Todos se olharam novamente em meio daquele breve silêncio, mas dessa vez não esperaram muito, apenas seguiram para o carro. Todos entraram rápido e se preparam para voltar para a casa. Quando Paula ia ligar o carro, Gabriel falou:

— Já pararam pra pensar em como em um carro de 2 portas, cabe 9 pessoas ?

— Sério ? Estamos indo em um resgate e você quer resolver isso justo agora ? - Paula olhou para ele em uma explosão de sentimentos.

— É que ficamos surpresos com a casa - Gabriel continua sua tese - Mas nunca nos perguntamos em como cabemos no carro.

— Gabriel... - Paula já estava com a resposta na ponta da língua, mas foi interrompida.

— PAULA - Bia gritou.

— Bia, o quê você... - Gabriel iria falar algo, mas foi interrompido por Bia.

— O OJ pode tá morto - Os olhos dela enchiam de lágrimas - Por favor, só dirige.

— Desculpa - Paula finalmente ligou o carro e seguiu caminho.

Paula foi rápida, não ligava se estava fora do limite de velocidade. Mais ninguém no carro estava ligando realmente, só não queriam que uma segunda pessoa do grupo desaparecesse. Não lembro se eram duas ou três, mas várias leis de trânsito foram quebradas em quanto Paula seguia no volante. Ao chegarem na rua do desespero, viram de longe a casa do fundador, toda escancarada e com OJ caído na calçada, com sua roupa rasgada e ensanguentada.

— Meu Deus - Cris parou em frente ao corpo - Ele tá morto?

— ... - Todos ficaram em volta do corpo, assustados, esperando uma reação - Socorro - OJ disse em gemidos, enquanto todos se afastaram com o susto.

— OJ - Paula se aproximou - O quê houve?

— Marybelle - Ele estava ofegante - Ela estava no porão.

— Sótão - Linnah o corrigiu com um sorriso no rosto.

— ... - Todos a encaram indignados, depois voltaram sua atenção para seu amigo.

— Isso não faz sentido - Igor disse - A Bia entrou no sótão, não tinha nada lá.

— Na verdade - Bia falou mais para dentro do que para fora - Tinha sim, uma espécie de...

— Altar - OJ disse enquanto salivava sangue - Para Marybelle.

— Por quê você não disse nada?! - Cris ficou encarando Bia.

— Eu... - Bia estava sem graça, não sabia o quê dizer.

— Se alguma coisa acontecer com ele, a culpa é sua - Mandinha apontava o dedo.

— Por quê você se preocupa tanto? Todos sabem que você odiava ele pegando no seu pé.

— É, Mandinha - Igor a encarou - Por que essa preocupação de repente ?

— Galera - OJ juntou força para chamar suas atenções de novo - Eu to morrendo.

— Vamos - Mandinha foi até OJ - Cris, me ajuda.

Eles botaram OJ no carro e o levaram para o hospital mais próximo. Mandinha e Cris rapidamente foram para a ala de emergência. Enquanto Cris explicava a situação para os médicos, Mandinha ficava com o OJ, segurando sua mão.

— Eu achei... que ia morrer...

— Você vai ficar bem - Mandinha olhava seus olhos fundos e quase sem vida - Vai ficar tudo bem.

— Já reparou que sempre que dizem que vai ficar tudo bem - OJ retirava o sangue de sua boca com saliva - Nunca fica.

— Mas você tá vivo, vai continuar vivo, agora você vai aproveitar cada segundo e cada oportunida...

Antes que pudesse continuar, OJ a calou com seus próprios lábios. Foram alguns segundos, segundos que entre suspiros e um pouco de sangue, duraram uma eternidade, mas que teve seu fim.

— O que você tá fazendo? - Ela o afastou.

— Eu sempre fui afim de você - Ele disse em bom e alto tom - Nunca achei que ia precisar morrer para ter coragem de...

— Eu to namorando o Igor - Mandinha o interrompeu.
Eles se encararam por alguns segundos, até OJ finalmente colocar um sorriso e dizer depois de um longo suspiro:

— Eu estou feliz por vocês.

— ... - Mandinha começou a rir, até que olhou em seus olhos e respondeu de volta - Obrigada.

— Vamos - Cris chegou com os médicos - Vão te colocar em um quarto.


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