Falling in Love escrita por Luna Lovegood


Capítulo 18
I Can't Pretend


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me. ;)

Primeiro muito obrigada por todos os comentários carinhosos, eu li todos e amei cada um deles! Ando um pouco atarefada, mas prometo aproveitar o feriado para responder a cada um de vocês da forma que merecem!

Segundo, hoje tem Arrow! o/

Eu amo a música desse capítulo, seria pedir muito que vocês a escutassem?
https://www.youtube.com/watch?v=iFw8UIA-jWE

Revisei apenas uma vez, me perdoem por qualquer erro eu estou muito cansada :(

Tenham uma boa leitura!



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Love, I have wounds

Only you can mend

You can mend

I guess that's love

I can't pretend

I can't pretend

 

Feel, my skin is rough

But it can be cleansed

It can be cleansed

And my arms are tough

But they can be bent

They can be bent

And I wanna fight

But I can't contend

 

I guess that's love

I can't pretend

I can't pretend

(Can’t Pretend - Tom Odell)

                                                    

Felicity Smoak

As coisas estavam diferentes desde a nossa visita a médica. Eu aceitei com prazer a mão de Oliver enlaçando a minha quando saímos do consultório. Eu também não neguei meus lábios quando ele os tocou com um beijo casto, ou desviei meu olhar do dele quando seus olhos azuis fitaram os meus tão emocionados. Eu correspondi a cada pequeno sorriso que Oliver me lançava, eu me deixei ser contagiada por toda áurea de felicidade que nos cercava desde o momento em que vimos aquele pequeno pontinho branco no monitor. Eu poderia dizer a mim mesma, que nos comportávamos assim simplesmente porque estávamos na frente de sua mãe e irmã, e que devíamos nos passar por um casal apaixonado. Mas a verdade era que nós éramos um casal, e nós estávamos apaixonados.

Oliver me magoou muito, ele mentiu para mim, ele me usou sem pensar nos meus sentimentos. Ainda havia uma parte de mim que doía todas às vezes eu que eu me lembrava de toda a dor que ele me causou. Mas algo aconteceu nos últimos dias em que passamos juntos, essa parte de mim que o odiava aos poucos foi sendo suprimida com seu carinho e cuidado. Seu amor aos poucos ia colocando os curativos sobre as minhas feridas.  Seu amor estava me curando e eu sequer havia notado.

Oliver me ama, isso é indiscutível. Eu via isso na forma emocionada com a qual ele olhava para mim, seus olhos transbordavam tanto amor e devoção. Ele havia deixado a ARGUS, ele estava lutando para salvar o meu pai, ele havia ido por mim todas as vezes em que achara que eu estava em perigo. Ele provara tantas vezes que eu poderia confiar nele. Porque eu ainda hesitava?

Eu estava pronta.

Pronta para tentar outra vez, pronta para acreditar, pronta para amar.

Eu percebi que não importa o quão cautelosa eu tente ser,  ou quantas vezes eu tente fingir para mim mesma dizendo que eu não o amo, ou ainda tentar esquecê-lo ou tentar odiá-lo, culpá-lo por todas as coisas ruins que me aconteceram. Nada disso muda o que meu coração sente por Oliver Queen, principalmente quando ele se esforça tanto para me fazer amá-lo, para me mostrar que sempre estará ali por mim, por nós. E amar significa se entregar ao outro sem reservas, é pular de um precipício e confiar que ele será a corda que te impedirá de cair no chão e que te puxará de volta para o lugar ao qual você pertence, ele será seu lugar seguro. Não há garantias de que não haverá um coração quebrado no final, é um risco. Eu poderia passar toda a minha vida negando esse amor simplesmente porque tenho medo de me machucar, eu poderia fingir que não o amo e viver na segurança de que nunca teria meu coração dilacerado pelo amor.  Mas isso não seria viver. Não realmente.

Amar é arriscar-se.

Oliver era o único que me despertava. Que fazia meu coração se acelerar dentro do peito, que fazia surgir um sorriso bobo em meus lábios todas as vezes em que eu o via. Era ele quem tirava o fôlego com seus beijos, me fazia queimar com seus toques. Ele me fazia sentir viva. Eu iria abdicar de todas essas sensações, todos esses sentimentos e me condenar a uma vida sem emoções só porque eu estava com medo?

Havia algumas incertezas? Várias delas e um pouco de mágoa também. Mas havia, sobretudo muito amor. E eu precisava acreditar que isso seria o suficiente para nós.

Eu não iria mais fingir.

Não iria mais negar o que meu coração gritava desesperadamente.

Eu o amava, eu o queria. Apesar de, e com todas as mentiras que ele  me contou, eu o amava com todos os defeitos e qualidades, com todos os seus erros e acertos. Nossa história pode até ter começado da forma errada, mas isso não significava que precisava acabar assim. As pessoas não são perfeitas, Oliver não era e eu muito menos. Todos merecem uma segunda chance. E eu daria essa a nós.

Eu tinha acabado de sair do carro quando senti seu toque leve em meu braço, me virei apenas para me deparar com seu rosto lindo, mas com um olhar apreensivo. Thea e Moira continuaram a caminhar em direção ao elevador que havia na garagem do prédio, como se tivessem entendido que precisaríamos de um minuto para conversarmos a sós.

— Está tudo bem com você? — perguntou — Você esteve calada por todo o caminho de volta, tem alguma coisa te incomodando Felicity? Eu estou preocupado. —  confessou com seus olhos se perdendo em mim, ele estava buscando por qualquer indício do que estava acontecendo comigo.

Ali estava ele. Sendo atencioso, preocupado comigo. Como resistir à isso? Sorri em resposta e isso apenas fez intensificar a pequena ruga entre suas sobrancelhas.

— Não se preocupe, está tudo bem. — garanti entrelaçando minha mão na dele, Oliver olhou para baixo onde nossas mãos se uniam e depois olhou novamente para mim, como se fizesse uma pergunta silenciosa a qual eu não respondi. —  Vamos, elas já estão segurando o elevador há um tempo — disse o puxando em direção ao elevador. Ali não era o melhor lugar para conversarmos, eu acharia o momento certo para falar com ele, para acertarmos as coisas. Eu estava ansiosa para isso.

— Então... Eu estava pensando...  — Thea começou a tagarelar assim que entramos no apartamento — Nós devemos fazer umas comprinhas! Roupinhas, mantas, mamadeiras, um bercinho, bichinhos de pelúcia... Apenas coisas essenciais para um bebê!

— Apenas o básico! — comentei com humor, mas Thea me ignorou completamente.

— Vocês precisam decidir onde vai ser o quarto dela. — Não consegui evitar um riso alto com a declaração nada sutil de Thea de que seria uma menina, recebi um revirar de olhos dela que apenas continuou com a falação — Obviamente não será no quarto de hóspedes, porque mamãe e eu iremos vir visitá-la com frequência. E o escritório de Ollie é muito pequeno para isso, a melhor solução...

Thea estava certa, mas eu apenas não queria pensar nisso agora. Tínhamos tempo para resolver a nossa vida antes da chegada do nosso bebê. Joguei-me sobre o sofá e Oliver se acomodou ao meu lado, o surpreendi quando repousei minha cabeça sob o seu colo, fechando os meus olhos e me deitando ao longo do sofá. Suspirei audivelmente quando seus dedos brincaram em meus cabelos em uma carícia delicada.

— Já chega Thea. — Oliver interviu em uma voz baixa e suave achando que a conversa de Thea estava me aborrecendo. —  Felicity precisa descansar um pouco, depois nós decidimos como vamos resolver isso.

— Na verdade eu não estou cansada. — Disse abrindo os olhos, apenas para ver os olhos de Oliver me fitando com curiosidade e um pequeno sorriso brincando em seus lábios — Eu estou faminta para ser honesta! Eu já posso ter desejos? — questionei mais para mim mesma do que para eles.

O sorriso de Oliver ficou maior, radiante para dizer a verdade.

— Eu acredito que você pode ter qualquer coisa que quiser, amor. —  disse para mim docemente. Percebi que Thea e Moira olhavam para mim com expectativa, esperando pelo meu “desejo”.

— Então eu quero um pudim. — decidi por fim.

— Esse é o seu grande desejo? — Thea olhava para mim indignada — Um pudim? — repetiu contrariada.

— Eu vou fazer seu pudim querida. — A Sra. Queen logo se manifestou e eu sorri para ela agradecida, eu poderia facilmente me acostumar com essa vida de grávida recebendo mimos.  — Oliver, porque você não vem me ajudar? — Meu sorriso diminuiu consideravelmente com o seu pedido, porque isso significava que Oliver iria se afastar de mim. Eu havia acabado de decidir dar uma chance a nós, eu gostaria de aproveitar o máximo de tempo com ele. 

— Eu volto logo, amor. —  Ele afirmou ao perceber que eu não queria que ele fosse. Levantei-me de seu colo a contra gosto, e me sentei no sofá ficando de frente para ele. O olhar de Oliver sobre o meu era intenso e parecia emanar felicidade, não resisti ao impulso e  inclinei meu rosto na direção do dele o surpreendendo quando meus lábios tocaram os dele num beijo leve e quente, daqueles que fazem elefantes com tutu cor de rosa dançarem  a Macarena dentro do estômago. Esperei que ele entendesse o que aquilo significava. Que entendesse que eu o amava.

— Acho que nunca vi vocês dois tão apaixonados e felizes. — Thea apontou e nós dois apenas sorrimos.  Observei Oliver se afastar e acompanhar a mãe até a cozinha para fazer o meu pudim, ele lançou um olhar confuso para mim eu via que ele estava feliz, porém ele não entendia. Eu precisava conversar logo com ele, eu tinha certeza que o estava confundindo com minhas atitudes.

Eu faria isso assim que tivéssemos um tempo a sós.

— Então Thea, qual o seu problema com o meu pudim? —  Voltei para minha cunhada assim que me lembrei da expressão de indignação em seu rosto quando eu falei qual era o meu desejo.

— Eu pensei que mulheres grávidas deveriam desejar coisas estranhas, coisas que fizessem seus maridos revirarem meio mundo para encontrar, coisas como... um sorvete de sardinha!

— Eca, isso seria nojento. — exclamei — Porque eu iria desejar comer algo assim?

— Não é sobre comer. É sobre dar algum trabalho ao Oliver. — explicou e eu gargalhei alto, Thea era  mesmo impossível!

— Eu vou pensar em algo mais complicado da próxima vez. — Dei uma piscadela cúmplice para ela, que me devolveu um sorriso satisfeito. Era uma sensação tão boa estar ali com Thea, Oliver e Moira eu me sentia acolhida em uma grande família. Mas assim que meu celular tocou e eu vi a imagem na tela eu me senti mal por estar feliz, culpada por ter me permitido entrar em toda aquela atmosfera de felicidade e acabar me esquecendo de que ainda tinha muitos problemas a resolver.

— Você não vai atender? — Thea me perguntou intrigada ao perceber que eu apenas observava o celular tocando em minhas mãos. Deslizei o dedo sobre a tela levando o aparelho ao meu ouvido.

— Isabel. — falei seca a medida que me levantava e ia para o meu quarto — Que surpresa.

***

Oliver Queen

Felicity não parava de sorrir.

Essa definitivamente era uma boa mudança. Eu a sentia mais leve e feliz desde o momento em que saímos do consultório médico. Ela me confundiu quando sua mão se entrelaçara na minha quando voltávamos para a casa, e me assustei quando ela espontaneamente pousara a cabeça sobre o meu colo e ficou ali apenas recebendo os meus carinhos sem se afastar, e por fim o pequeno beijo que ela deixara sobre meus lábios e que aquecera meu coração. Era sempre eu quem buscava por esses toques, eu sempre procurava uma desculpa para isso, não ela. Algo havia mudado constatei. Eu poderia me atrever a ter esperanças?

— Vocês dois parecem felizes. — Minha mãe comentou assim que chegamos à cozinha. Percebi que ela não queria realmente a minha ajuda, apenas conversar um pouco a sós comigo.

— Eu acho que estamos. — respondi um pouco incerto.

— Acho que você consertou o que estava quebrado. — disse-me com um sorriso.

— Parece que sim, eu apenas não sei como. — Felicity estava me confundindo, eu estava feliz com sua nova postura, mas ainda assim eu estava com medo de estar me iludindo ou que eu fizesse algo errado e ela se afastasse mais uma vez.

— Ela te ama. – Minha mãe garantiu — Isso é evidente querido, talvez esse amor a tenha feito perceber que o resto é bobagem. Que o amor de vocês e a família que estão construindo é algo maior e importante.

Será que era isso? Meu coração bateu forte feliz com aquela perspectiva.

— Você não quer realmente a minha ajuda não é mesmo? — falei ao ver que minha mãe já se virava na cozinha.

— Não. Sente-se um pouco querido. — falou indicando a cadeira e sentando-se a minha frente.

— Eu não vou levar uma bronca, vou? – brinquei quando percebi que ela tinha um olhar de quando iria me repreender por algo ou ter uma conversa séria comigo.

— Não, — sorriu achando graça — Eu apenas quero conversar algo com você. — disse seriamente sentando-se à minha frente —  Por muito tempo eu tive um medo que o assassinato do seu pai te influenciasse negativamente, que ele fizesse de você alguém mais frio e cético. — Engoli em seco com suas palavras, por um tempo tinha sido exatamente isso o que acontecera. Felicity tinha sido quem me resgatara, meu amor por ela tinha tomado conta do meu coração e enquanto eu me apaixonava cada sentimento ruim, cada pensamento de vingança ia aos poucos desaparecendo. — Mas eu estou tão feliz de ver que a sua vida seguiu por outro caminho, um bom caminho com Felicity e o bebê.  Seu pai estaria orgulhoso de você. — Me retraí com suas palavras eu deveria dizer a ela que o seu marido ainda estava vivo.

— Mãe... — comecei a dizer quando percebi que seus olhos brilhavam com as lágrimas contidas.

— Eu apenas estou feliz por você Oliver. — afirmou levando a sua mão ao meu rosto numa delicada carícia — Quando você tiver o seu bebê, você vai entender o quanto é importante para os pais saberem que seus filhos estão bem, você e Thea são tudo o que tenho, tudo o que eu mais amo. — falou emocionada — E agora eu tenho Felicity e meu neto, eu só gostaria de lhe agradecer por me dar isso filho.

Eu não sabia o que dizer, apenas me ergui da cadeira e abracei ternamente.

— Agora vá. — disse minutos depois se afastando do abraço — Sua esposa não me pareceu muito contente quando eu te tirei de perto dela e diga a Felicity que já estou fazendo o pudim.

Sai da cozinha sorrindo, eu iria procurar Felicity. Iríamos conversar, eu precisava saber o que se passava na mente dela, se ela ao menos cogitava nos dar uma chance. E ainda que ela dissesse não, eu não permitiria que isso me abatesse, eu não desistiria dela e do nosso filho.

— Onde está Felicity? — perguntei a Thea tão logo cheguei a sala e não encontrei minha esposa.

— Ela recebeu uma ligação e correu para o quarto. — contou-me — Ela estava estranha.

— Ela disse quem ligou para ela? —  questionei preocupado.

— Eu acho que ela chamou a pessoa de Isabel...

Isabel. Senti meu peito se afundar ao ouvir aquele nome, ela estava com James e meu pai, eu tinha certeza que seja lá o que ela queria com Felicity não poderia ser algo bom. Nem perdi meu tempo esperando Thea terminar de falar, apenas fui apressadamente em direção ao quarto, abri a porta desesperado e me desesperei ainda mais quando percebi que Felicity ainda estava ao telefone. Seu rosto estava pálido,  e ela ouvia com atenção o que a pessoa dizia do outro lado da linha.

Não pensei muito, apenas agi tomando o telefone de suas mãos.

— Não torne a ligar para ela. — rugi.

— Oliver? — A voz feminina com sotaque russo falou num tom sarcástico — Já faz um longo tempo... Como foi a lua de mel?

— Eu não quero você falando com ela ou sequer pensando nela. — Joguei as palavras com irritação — Qualquer coisa que você queira dirá para mim, apenas para mim. Estamos entendidos Isabel?

Ela soltou uma risada ácida.

— É uma pena Oliver, você não tem nada que eu queira. — devolveu-me com humor — E mande minhas lembranças à Amanda, ela deve estar bem irritada comigo. — Antes que eu pudesse mandá-la enfiar as lembranças num lugar não muito educado Isabel desligou o telefone.

— O que ela queria Felicity? — perguntei duramente à Felicity.

— Porque você fez isso? —  retrucou parecendo confusa.

— Ela te ameaçou? Disse algo à você? — insisti.

— Oliver! Você está agindo como um louco! Precisa se acalmar.  —  O inferno que eu precisava me acalmar!

— Então me responda. —  pedi, tentando soar mais controlado. Felicity suspirou sentando-se a cama, segui seus movimentos sentando-me ao seu lado e virando-me para ela — O que ela queria com você?

— Ela me fez uma proposta. — falou vagarosamente como se quisesse apenas testar minha reação, eu fiquei mais atento, aquilo não parecia nada bom, mas mantive minha opinião para mim mesmo — Eu tenho algo que ela quer.  —  Estreitei meu olhar para ela, não gostava do rumo que estávamos seguindo.

— O que é? — perguntei.

— Você sabe por que Amanda esta caçando nossos pais?

— Eles roubaram algo da ARGUS. — Por muito tempo eu pensei que Amanda caçara James por ele ter assassinado o meu pai, mas com Amanda nunca era apenas isso, ela não caçaria alguém que não tivesse algo que ela queria.

— Eles não roubaram nada Oliver. — Felicity me explicou — Eles destruíram um projeto chamado Hórus, uma tecnologia muito perigosa se caísse em mãos erradas. Eles desapareceram com todas as informações, e então desapareceram no mundo. E meu pai é o único que ainda tem esse conhecimento.  É por isso que Amanda o quer e Isabel  também.

Aquilo fazia sentido, mas o que Felicity teria que Isabel  queria tanto? Ela já tinha o pai dela, não precisava de Felicity. Como se ela entendesse o que se passava em minha mente Felicity continuou a explicar:

 — Antes do meu pai me deixar ele me deu algo, um presente. Esse presente era um cubo mágico... E nesse cubo ele salvou todos os projetos, eu não consegui abri-lo ainda, mas...

— E como o seu pai provavelmente está se recusando a trabalhar para ela, Isabel  quer o cubo, assim ela pode colocar qualquer outra pessoa para construí-lo. — conclui.

— Exatamente. Ela quer que eu a encontre hoje entregue o cubo e então libertará nossos pais. —  Os olhos de Felicity brilhavam em expectativa.

— Nós não vamos fazer isso. — falei categoricamente.

— Oliver, essa pode ser a nossa única chance. — disse docemente olhando em meus olhos, suas mãos seguraram as minhas. Ela estava tentando me fazer ceder, e eu cederia se fosse qualquer outra coisa que não representasse um perigo para ela. Mas o que ela me pedia era muito, eu não poderia aceitar que ela se arriscasse, eu precisava protegê-la.

— Você está sendo ingênua. —  acusei, seus olhos faiscaram para mim e ela se levantou da cama bufando em claro sinal de que eu a havia irritado.

— Você precisa parar de me tratar como se eu fosse uma criança indefesa! —  bradou irritada.

— Você não entende os perigos! E se isso for apenas uma armadilha? E se Isabel  estiver te usando apenas para depois usar você como vantagem sobre o seu pai? —  apontei desesperadamente, mas Felicity não desistia, ela sabia ser teimosa.

— Eu posso aguentar isso. —  garantiu se aproximando de mim e segurando a minha mão —  Eu vou encontrar Isabel e você e seu amigo John estarão lá, me protegendo se isso te deixar mais tranquilo. — Ela tinha noção do que me pedia?  Eu entendia que essa talvez fosse a única chance de chegarmos até nossos pais, mas tudo em mim era contrário aquela ideia.

— Eu sei que você pode aguentar isso, mas eu não posso! A simples ideia de saber que você corre perigo, ainda que eu esteja lá me destrói. Eu preciso que você entenda amor, isso não é apenas sobre você. Por Deus Felicity! Você está carregando o nosso filho, é pedir muito que fiquei fora de toda essa confusão? Que me deixe fazer isso a minha maneira?  Que me deixe proteger vocês dois? — perguntei me excedendo um pouco e soando rude — Me desculpe se eu estou sendo um pouco bruto e mandão aqui. É que apenas a ideia de que algo pode acontecer você ou ao nosso bebê, que vocês podem ser tirados de mim me enlouquece. Eu amo tanto vocês, tanto que chega a ser irracional. — confessei desesperadamente, precisava  fazer ver o meu lado.

Não assimilei de imediato o que aconteceu a seguir. Em um momento eu estava ali sentado sobre a cama com Felicity de pé à minha frente. No momento seguinte ela estava sentada em meu colo me beijando loucamente.

— Felicity... Você não acha que está sonhando, acha? — perguntei me afastando com muito esforço de seus lábios doces, quando me lembrei do sonho que a fez me atacar outro dia.

— Não, eu sei bem o que estou fazendo. —  garantiu me olhando decididamente.

— Você está certa disso? — perguntei novamente, eu precisava a ouvir dizendo isso com todas as letras.

— Eu te amo Oliver Queen. — pronunciou claramente, e foi inevitável controlar o sorriso que dominou meu rosto — E eu estou cansada de lutar contra esse sentimento.  Cada vez que eu tento te odiar pelo que você me fez, você me dá cem novos motivos para amá-lo.  Eu sinto que você me ama, que ama a nossa família e que eu devo confiar nesse amor. Eu sei que nem tudo entre nós aconteceu da forma correta, houve muitos erros, mas eu sei que houve alguns acertos também. — disse pegando nossas mãos e unindo-as sobre o seu ventre — Eu quero você,  e eu quero tudo o que vem junto de bom e de ruim. Eu não me importo, contando que eu esteja com você, vamos ficar bem.

Eu não acreditava que isso estava acontecendo. Felicity estava realmente me dando essa chance?

— Eu te amo também. — repeti sorrindo para ela. — E eu prometo que você não vai se arrepender disso,  eu vou amá-la, eu vou cuidar de você, de vocês dois. — Elevei minha mão até seu pescoço afundando meus dedos em seus cabelos macios, puxei seu rosto em minha direção e tomei seus lábios para mim. Minha língua deslizava prazerosa sobre a dela provando o seu gosto, sugando seus lábios. Felicity era minha novamente.  Saber que a partir desse momento eu poderia beijá-la quando e sempre que eu quisesse, tocá-la sem me preocupar, me deixava eufórico. Eu percebia que o sentimento era mútuo, as mãos de Felicity  alcançaram a barra da minha blusa e a tiraram sem a menor cerimônia. Logo suas mãos estavam passeando por toda a extensão de minhas costas, resolvi igualar as coisas e retirei sua camiseta com pressa. Os seios de Felicity estavam cobertos pela renda preta do sutiã, talvez fosse por causa da gravidez, mas eu tive a impressão de que eles estavam maiores. Corri meus dedos ao longo de sua coluna e soltei o sutiã, fazendo com que a peça de lingerie descesse por seus braços e deixassem livres seus seios.

Felicity jogou sua cabeça para trás me dando um acesso mais fácil aos seus seios firmes. Ela gemeu assim que minha boca foi de encontro ao seu seio direito ora beijando-o delicadamente, ora sugando-o com ímpeto, ela gemeu mais ainda quando dei atenção ao esquerdo e em meu desespero deixei um marca avermelhada de uma pequena mordida sobre sua pele alva. Ela parecia tão sensível ao meu toque, tão disposta e pronta para mim, talvez tenha sido o tempo que passamos separados ou talvez fosse porque era sempre assim entre nós, esse desejo incontrolável, eu estava sedento por ela e ela por mim.

Girei meu corpo deitando-a sobre a cama e tornei a beijá-la, os bicos de seus seios tocavam o meu torso, eu queria prová-los novamente. Eu queria provar tudo dela. Deixei seus lábios apenas para fazer uma trilha de beijos da sua clavícula descendo até a sua barriga lisa.

Parei em seu ventre, alisando-o com cuidado e deixando um singelo beijo ali onde o nosso bebê estava crescendo. Um pedacinho de nós dois. Terminei de tirar a calça dela  juntamente com a calcinha, nunca pensei que a teria assim, nua em meus braços outra vez. Voltei para cama e a cobri com o meu corpo me colocando entre suas pernas abertas, roçando minha ereção ainda coberta com o jeans contra o seu centro, fazendo movimentos de ir e vir, enquanto meus lábios se deliciavam provando o seu pescoço, beijando-o e mordendo-o, minhas mãos acariciavam os bicos turgidos de seus seios. Eu estava tomando tudo dela, me deliciando com cada pedacinho de seu corpo.

— Amor... —  murmurou entre um gemido e outro, ela já estava no limite eu percebia isso pelo desespero em sua voz — Não que eu esteja reclamando, mas quanto tempo ainda vamos ficar nas preliminares? — Sorri com a urgência com a qual ela me queria, me ergui da cama pronto para me livrar de minha calça e cueca, eu estava ansioso para estar dentro dela outra vez. Minha mão mal tinha chegado ao botão da calça quando ouvi o barulho de porta sendo aberta.

— Oh merda! Eu tenho o pior timing ever!  — respirei fundo quando ouvi aquela voz conhecida  e imediatamente vi Felicity rolar na cama se cobrindo com o lençol. Eu amava a minha irmã, mas naquele momento eu estava seriamente cogitando a ideia de nunca mais permitir que ela entrasse nessa casa.

— Você não bate? —  falei irritado, me virando para Thea que havia se virado de costas.

— Se vocês iam transar deveriam trancar a porta pelo menos. —  retrucou e eu estranhei a falta de humor em sua voz, minha irmã geralmente não perdia a oportunidade de fazer uma piada — Olha, eu não entraria aqui assim se não fosse urgente. — a seriedade em sua voz me assustou, não era normal ela agir assim — Mamãe está surtando.

— O que aconteceu? – Questionei ainda irritado. Eu amava a minha mãe, mas era bom que ou a casa estivesse pegando fogo ou fosse algo igualmente importante ou eu estaria expulsando as duas dessa casa ainda hoje!

— Eu não sei, a campainha tocou e ela atendeu e então ela surtou. — Aquilo não explicava muita coisa. Senti o corpo de Felicity me abraçar por trás, seus lábios macios e quentes tocaram meu ombro num beijo sensual.

— É melhor você ir. — disse, e eu entendi que aquela era forma dela de dizer que estaria me esperando na cama. Levantei-me a contra gosto, apenas o pensamento de Felicity nua, me esperando no quarto, me motivava a ir e a resolver rapidamente seja lá qual fosse o problema, peguei minha blusa do chão e segui minha irmã até a sala.

Eu compreendi o motivo do surto da minha mãe assim que o vi, ele estava bem ali se apoiando com certa dificuldade ao batente da porta. Em seu rosto havia alguns hematomas e sangue também. Ele parecia alguém que tinha tomado uma bela surra.

— Pai? — falei me aproximando dele, vi pela minha visão periférica que Thea havia levado às mãos a boca surpresa com o que eu havia dito, já Robert Queen emitiu um sorriso fraco com seus dentes sujos de sangue.

— Parece que todos estão aqui, devemos fazer uma reunião de família? — tentou brincar antes de apagar caindo sobre meus braços.


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Notas finais do capítulo

=D hey, capítulo aprovado?