Diários escrita por KariAnn


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo.



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Diário de Nicoleta

Meu inquiridor não desapareceu por um minuto hoje.

–Nicoleta, Nicoleta, você sobreviveria se caísse do terceiro andar de um prédio?

Eu não. Mas, por um milagre, Fredric sobreviveu. Estou em choque. Ele tentou se matar. E meu inquiridor me pergunta se eu sobreviveria. Eu não. Eu morreria.

–Nicoleta, Nicoleta, você se jogaria se ele morresse?

Não. Eu tenho tanto medo de alturas que jamais me jogaria.

–Nicoleta, Nicoleta, você quer que eu te arrume sicuta? Ou cianeto? Ou sementes de mamonas?

Eu não quero morrer de jeito algum. Nem com sicuta, nem com cianeto, e, apesar de achar estranho, nem com semente de mamona.

Agora que fiz uma pesquisa, descobri que é possível fazer um veneno com semente de mamona. E é um veneno potente; basta uma pequena quantidade para matar em pouco tempo.

–Nicoleta, Nicoleta, você sabe a diferença entre a sua janela e a porta do seu quarto?

Essa foi a única pergunta perspicaz dele, pois eu quase cai do terceiro andar da minha casa por achar que minha janela era a porta do meu quarto. Eu quase caí como o Fredric. Embora... Minha casa não tenha um terceiro andar.

Acho que minhas alucinações estão piores, já que não tenho ido ao teatro, pois não tem havido ensaios.

***

Olá, meu caro Fredric. Você está melhor hoje? Já tomou seus remédios?

Passou-se tanto tempo desde que você deixou de ir ao teatro. E cá estamos. Neste... Quarto de hospital... Você ai, deitado, e eu aqui, conversando com você. Espero que possa me ouvir. Bem, seus olhos estão abertos... Então você pode. Está consciente? Está! Ah, caro Fredric! sua vida deve estar um horror. Mas tenho uma notícia que talvez te anime... Pegaram o criminoso. E ele vai ser punido, posso te garantir isso, embora eu saiba que isso não alivia a sua dor.

Sorte sua que... Nós te salvamos. Meu caro, você não vai conseguir se matar. Eu já havia previsto que você tentaria, por isso apareci naquela hora H. Não, você não vai, embora fiquei surpreso. Você, um romântico, tentar se jogar de um prédio. Qual andar foi? Nem me lembro. Esqueçamo-nos disso.

Eu... Eu já pedi que te internassem. É a quarta vez que você vem para nesse hospital e pelo mesmo motivo. Sabe, isso também não te ajudará em nada.

O quê? Você quer saber quem foi o culpado? Não! não foi você. Não foi sua culpa! E eu prefiro que você não saiba o nome dele. Não te fará bem.

Oh, não! por favor, não insista. Bem... Eu não...

Ok! Eu conto!

O nome dele... É Axell. Sim, meu caro, por isso não queria te contar. Era seu amigo, não era? Eu fiquei tão chocado quanto você está agora. Oh, por favor, não chore, não chore mais. Vou te ajudar, vou te ajudar no que puder, e você vai superar essa crise. Nós vamos.

Pra começar, trouxe uma visita que, talvez, você não esperasse. Essa moça bonita que está entrando é Nicoleta, lembra-se dela?

***

Diário de Brandee

Meu Fredric finalmente está se recuperando. Ele está recebendo acompanhamento psicológico, está se tratando. Agora me sinto melhor, pois ele vai melhorar. Eu o amo mais do que tudo agora. Espero poder fazer parte da ajuda para que ele se recupere. Quero vê-lo melhorar... Quero que ele veja em mim um auxílio para ele. Eu o amo.

Diário de Nicoleta

–Nicoleta, Nicoleta... Você viu a garota morta?

–Nicoleta, Nicoleta... Você viu esse copo na sua mesa?

–Nicoleta, Nicoleta... Você vai beber? Quem foi que fez?

Hoje ele não parou. Mas o copo de água é real e eu vou beber por que estou com sede e pra provar a mim mesma que ainda sei diferenciar realidade de fantasia.

Mas meu inquiridor fez algo estranho agora. Ele fez uma afirmação.

–Nicoleta, Nicoleta. Você se descuidou! Você bebeu. Você se descuidou com o real e o fantasioso. O que tem nesse copo!

Eu cometi um erro gigante. Acho que eu morreria pelo Fredric. Agora que eu vi que tem restos de mamona ao lado do meu copo.

Droga!

Pensei que isso tinha sido um sonho.

Adeus, Fredric.

Ao menos falei com ele... Que o amo... Naquele dia, no quarto de hospital.

Estranho... No fim das contas, quem morre sou eu.

Vou parar de escrever. Sinto-me mal.

Adeus.


Fim


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!



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