Diários escrita por KariAnn


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitor. Essa é minha primeira tentativa de escrever algo romântico. Não consigo fugir dos clichês, mas vou me esforçar (é difícil ser original na atualidade). Qualquer erro de coesão/coerência, gramatical, etc., por favor, avisem-me. Levo muito tempo a revisar minhas histórias e odeio ainda encontrar erros, mas... Faz parte. Ainda não sou mestra na língua portuguesa, mas um dia chego lá!
Enfim, Serafim...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/633119/chapter/1

Diário de Brandee

Canto sempre que posso. Canto com o coração disparado, com tanto fervor na emoção que pretendo transmitir. Quando tenho que ser triste, sou triste intensamente, exalo tristeza. Quando tenho que estar angustiada, canto sufocando angústia. Meu peito arfa quando estou apaixonada, tamanho o fervor da paixão que deixo explodir.

Na minha vida real, o drama é uma personagem importante. Mas não gosto de dizer que sou dramática. Não sou, na verdade. Sou intensamente expressiva. A vida é uma só e tenho que ser mais intensa possível. Tenho que viver cada situação sendo levada ao limite. Tenho que viver, e quando frente à morte, tenho que me agarrar à vida com desespero.

Sou intensa e canto sempre que posso. Canto num palco num lindo teatro situado num antigo prédio conservado ao longo dos séculos. Sinto-me em casa naquele lugar. Sinto que o cenário é real e que a personagem sou eu mesma.

Quando o pianista que sempre compõe as trilhas sonoras das peças do meu diretor e produtor Filipe, o jovem Fredric, toca aquela música, que considero sua maior criação, intitulada por ele de Cantante Vita, minhas emoções entram em caos; entristeço-me e me alegro e me enciumo e me dá vontade de gritar seguindo o ritmo da canção.

Fredric, quando toca aquela música no piano, parece água em ebulição. Ele se entrega tão profundamente quanto eu. Ele fecha os olhos e todas as expressões passam por seu rosto. Algumas não se podem definir.

Sinto imensa vontade de agarrá-lo sem que ele pare de tocar, e dançar ao seu lado, e cantar a música ao seu ouvido, e beijá-lo longa e intensamente. Sinto vontade de fazer tanta coisa com ele. Sinto que ele é meu. Seus cabelos pretos são meus, seus olhos violetas são meus, seus lábios carnudos são meus, seu corpo é meu...

Fredric é um rapaz absolutamente lindo. Igualmente belas são suas músicas e sua entrega para elas. Ele parece parte delas quando as toca. O admiro tanto. O amo tanto. Mas ele é sempre tão distante. Tão introspectivo...

Hoje ele está a coisa mais fofa que já vi. Mais fofo do que comumente. Os cabelos estão soltos e sedosos como sempre. Está usando uma camisa preta e uma blusa larga. Sua bolsa está jogada sobre uma cadeira próxima ao órgão.

Ele acaba de sentar-se e está tocando. É a Sonata de Lestat. Sei que ele gosta de tocar essa sonata pela deliciosa expressão em seu rosto. Amo essa expressão. É como quando o seu dia está mau e, do nada, um lindo pássaro colorido pousa diante de você. É animador.

O estou observando agora, olhando para os olhos baixos dele. Eles são de um violeta lindo e raro. Amo os olhos dele. Depois de seus cabelos, é o que mais gosto em sua aparência física. Depois seus lábios, e o formato do seu rosto. Sue nariz fino. Sua pele branca. Seu pescoço.


Diário de Nicoleta

Ontem estive doente.

Uma poderosa gripe derrubou-me na cama e dela não me levantei pelo resto do dia. Faltei ao teatro, faltei à aula da manhã, faltei até mesmo ao almoço na casa do meu pai. Minha mãe bem que tentou tirar-me da cama, mas eu estava completamente sem forças.

Acabei por comer um miojinho de galinha mesmo.

Segundo a minha mãe, fiz falta no almoço. Por outro lado, na sala de aula, sei que ninguém sentiu minha falta.

Todos os meus colegas de classe riem de muitas características minhas; de meu nome romeno, do fato de eu ter que usar um tapa-olho, e de ter os olhos grandes.

Eles me acham estranha por causa dos meus tiques; por que folheio os livros repetidas vezes e, às vezes, faço rimas ou falo frases sem sentido. Tento controlar-me, mas é impossível.

–Nicoleta, Nicoleta, quem és tu, Nicoleta?

Ouço essa frase quase todos os dias e vejo o dono da voz que a pronuncia. Ele tem olhos maiores que os meus e está sempre sorrindo, como se não tivesse problemas na vida.

–Nicoleta, Nicoleta, por que fica parada a olhar o tempo passar?

Ele sempre me faz perguntas, nunca afirmações ou negações. Eu tento responder, mas a coisinha parece nunca dar-se por satisfeita, e torna-me a fazer perguntas. Talvez eu não tenha dado a resposta certa.

O que sei de certo é que há uma pessoa real que, ao me olhar, me acalma.

Faço teatro. É a única atividade que me trás prazer, e o palco é o único lugar no qual me sinto à vontade. Não tenho tiques, não rimo, não falo coisas desnecessárias e meu constante indagador não aparece por lá.

No teatro há um rapaz cujo olhar violeta sempre me acalma.

Fredric.

Estar ao lado dele faz com que eu me sinta bem. De longe eu o observo, de perto também. Toda vez que me aproximo dele, meu coraçãozinho palpita mais fortemente, eu fico vermelha, sorrio que nem uma boba e tremo.

Ele sempre sorri pra mim, de uma forma melancólica, mas sorri. Parece que há algo que o impede de ser uma pessoa feliz, pois está sempre melancólico demais, direi até mesmo triste. Sim, isso mesmo, triste. Ele é uma pessoa triste.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem... Obrigada! Comente se achar que vale a pena.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diários" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.