Trilogia Aventuras 01: FAMS - A Grande Aventura escrita por Renny Gouveia


Capítulo 5
Momento crítico... Sobral fica em ruínas!


Notas iniciais do capítulo

Gente, apesar de muitos não terem gostado do capítulo passado, visto seus personagens terem morrido, aquilo foi consequência do enredo, uma necessidade que não pude evitar, portanto nesse capítulo também haverão muito mais mortes. Contudo, peço encarecidamente a todos que não levem para o lado pessoal, pois não é minha intenção fazer isso por maldade e, por favor, leiam este capítulo até o final, pois haverá uma grande surpresa até para aqueles que morreram nos capítulos passados.



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CAPÍTULO 05

MOMENTO CRÍTICO...

SOBRAL FICA EM RUÍNAS!

 

Percebendo que a situação da batalha estava sendo controlada lentamente, o Obito do futuro chamou Amy Rose ao seu encontro e lhe passou detalhes sobre a importância de proteger o cosplayer do personagem Sai (que também enfrentava os Susanoos no campo de batalha) e de levá-lo com uma escolta pessoal até o encontro do inimigo para selá-lo.

— Tudo bem. Vou correr até o pessoal que estiver com menos dificuldade nas lutas e chamá-los pra cá. Mas... — Danmatta encarou o corpo sobre o colo do ninja do futuro. A aparência do rapaz adormecido era péssima. — Ele vai ficar bem?

— Não se preocupe. O corpo dele está começando a esquentar e a respiração já normalizou.

— Que bom — Amy Rose respirou aliviada. — Então vou atrás do pes...

— Não precisa da ajuda de mais ninguém — interrompeu uma voz calma. — Eu serei mais do que suficiente para quebrar as barreiras do inimigo.

Renny, Danmatta e Natália encararam com surpresa a pessoa que caminhava na direção deles: aquele era Eugênio, o cosplayer de Aizen do anime Bleach.

Desconfiado, o ninja encarou a personalidade calma do amigo e perguntou:

— Eugênio? Tem certeza que... que dá conta do Madara? E... a tua personalidade, ela não...

— Minha personalidade está sob controle, não se preocupe — interrompeu Eugênio mais uma vez. — Minhas habilidades são as únicas no momento capazes de se igualar as de Madara. Vou derrotá-lo com certeza. — Ele se virou, caminhando para o campo de batalha, e sua mão direita moveu-se num gesto de chamado. — Vamos, Danmatta?

Amy Rose olhou confusa para Obito e para a treinadora pokémon. Ela também sabia que o personagem Aizen não era alguém de confiança, e que seria difícil saber o quanto da personalidade dele mexera na de Eugênio. Mas Renny assentiu para Danmatta com uma cara séria, o suficiente para que pudesse entender o que ele queria dizer: “Tome cuidado!”. Com isso, os dois cosplayers saíram ao encontro de Sai, e Obito ficou ali, com uma pulga atrás da orelha. Aquele cara seria a chave da vitória ou o prenuncio do verdadeiro apocalipse?

☢   ☢   ☢

Luiz-Madara, envolto em seu Susanoo, encarou com ódio a nova investida dos cosplayers que, aos poucos, liquidavam todas as suas tropas de Susanoos. Os novos guerreiros, que ele não conseguia entender de onde tinham surgido, eram fortes, e haviam reavivado as esperanças daqueles que já lutavam há mais tempo.

Com surpresa, o vilão percebera um movimento incomum vindo em sua direção: três cosplayers desviavam dos focos de batalha e seguiam em seu rumo. Madara sorriu com escárnio quando percebeu que um deles era Aizen, um dos poucos personagens que, mesmo com poderes especiais ligados ao controle mental, ainda assim era forte o bastante para se igualar a ele. Ao lado de Aizen, Luiz também percebeu a presença de um cosplayer que possuía habilidades de selamento, e outra que ele já tinha visto antes, capaz de correr muito rápido. Contudo, sem se importar com que tipo de estratégias os adversários estivessem planejando, o ninja lendário não temeu, ele confiava em suas grandes habilidades; por isso, esperou até que os três estivessem frente a frente com ele.

— Que novidade interessante! Eu não tinha percebido que hoje no FAMS também tivéssemos um cosplay de Aizen — falou Luiz, em tom irônico.

— Então é você que está causando tantos problemas aqui, não é? — indagou Eugênio com uma calmaria anormal. — Seus poderes são formidáveis, eu o parabenizo por isso. Não sei como fez para conseguir seus dons, mas admito que isto é realmente o trabalho de um mestre. — Danmatta e Igor olharam surpresos para o companheiro que deveria estar ali para ajudá-los. O que ele estaria planejando com aquela conversa?

— Fico lisonjeado com suas palavras, meu caro Aizen. Tê-lo ao meu lado nesta hora gloriosa seria muito agradável, mas lamento muito que você tenha escolhido o lado perdedor da força.

Aizen olhou com o canto do olho para um dos companheiros que estavam ao seu lado, então sua boca revelou um suave e curto sorriso quando ele novamente encarou Madara.

— E como você tem tanta certeza que escolhi o lado perdedor? — questionou Eugênio, subitamente desaparecendo do lado dos amigos e ressurgindo ao lado de Madara. — Eu sempre estou do lado vencedor, do lado dos que são grandes gênios como eu.

Traição! As desconfianças de Obito e Amy Rose realmente estavam corretas: Eugênio estava dominado pela personalidade de Aizen!

— Fico contente com sua escolha. Juntos, seremos imbatíveis. — Madara sorriu. Ter alguém tão forte ao seu lado era realmente inesperado, mas muito bem vindo. — Então, junte-se a mim e vamos acabar com estes dois vermezinhos. Um deles tem a capacidade de me selar, por isso preciso matá-lo de vez e acabar com as esperanças desses pobres coitados.

Amy Rose estava prestes a protestar pela súbita traição. Se Aizen estivesse do lado de Madara, tudo estaria perdido. De alguma forma ela se sentia na obrigação de falar algo, de fazer o amigo retomar o controle de sua personalidade, assim como fizera com Kevin, porém...

No momento em que Madara fez seu Susanoo erguer a espada para atacar a dupla em sua frente, Aizen surpreendeu. Com apenas um movimento de sua katana desembainhada, o capitão shinigami atingiu o Susanoo de Luiz-Madara, destroçando metade da armadura aparentemente impenetrável enquanto o vilão e a criatura azul eram arremessados contra o chão.

Madara encarou a repentina investida com surpresa e ódio, e planejava vingar-se; no entanto, o vilão apenas teve tempo de visualizar o sorriso calmo na face do oponente quando ele novamente moveu sua espada e um impulso de destruição aniquilou todo o resto do Susanoo que o envolvia.

— Agora, garoto, sele Uchiha Madara! — ordenou Aizen, sua voz séria como a de um comandante. — E você, menina, fique preparada, caso ele tente fazer algo contra seu amigo.

Os dois assentiram, e Sai invocou o jutsu de selamento que já preparara no pequeno pergaminho algum tempo atrás.

— Fuinjutsu: Koshi Tandan! — exclamou Sai, e o desenho de um grande tigre saltou do pergaminho, capturando Uchiha Madara com suas presas.

Um medo terrível abateu Luiz quando sentiu a possibilidade de ser derrotado. Mais uma vez ele subestimara os adversários, não percebendo que Aizen talvez estivesse usando seus poderes de controle para manipulá-lo facilmente. Acreditar que o capitão shinigami estivesse dominado pela personalidade do personagem fora uma grande idiotice.

“É desta forma que tudo vai acabar? Eu vou fracassar por causa de um bando de cosplayers idiotas que não entendem a grandiosidade que tenho reservado para este mundo?” pensou Madara, tentando resistir enquanto o tigre de tinta tentava arrastá-lo para dentro do pergaminho. “Não! Não! Eu não vou perder!!!”

De repente, Uchiha Madara arregalou seus olhos com um ódio avassalador, e uma onda azul de pura energia emanou de todo o seu corpo, destruindo o tigre que mordia a região de seu ombro e pescoço. A emanação de poder cresceu e cresceu, se espalhando pelo ambiente numa grande velocidade e obrigando os três heróis a recuarem com grande rapidez, ou então seriam esmagados pela pressão da energia que distorcia todo o solo ao redor.

“Eu não vou perder!!!”

A energia azul continuou a crescer e se espalhar, adquirindo o dobro... não, o triplo do tamanho dos Susanoos que combatiam os cosplayers.

Em pouco tempo, o poder foi tomando forma: braços, pernas, cabeça e até asas começaram a brotar da onda de chakra. Logo, uma titânica figura se revelou para todos os cosplayers, que pararam de lutar para encarar o feito.

— Contemplem o Susanoo Supremo! A habilidade mais poderosa de Uchiha Madara! — gritou o vilão, sua cara distorcida pela euforia que se apossava de seu corpo, a mesma que o dominara brevemente tempos atrás.

☢   ☢   ☢

Enquanto as lutas aconteciam ao redor, o Obito do presente finalmente acordara de seu breve coma. Ele estava exausto, sentia uma leve dor de cabeça e uma de suas pernas estava completamente dormente. Sua vista estava embaçada quando encarou a face de sua versão do futuro e viu o espanto no olhar dele ao observar o campo de batalha. Logo, o Obito do presente tentou se sentar e, com isso, o outro finalmente se deu conta de que ele tinha acordado.

— O que está acontecendo? Como a batalha está... — Renny interrompeu sua fala quando viu uma figura enorme ao longe, talvez com o triplo do tamanho normal dos Susanoos que os cosplayers enfrentavam pouco antes dele desmaiar. Já era noite, e todos lutavam as cegas, apenas guiados pela lua ou pela luminosidade emanada das criaturas azuis.

— Estávamos bem perto de conseguir selar ele — começou o ninja do futuro —, mas parece que no último instante ele liberou o seu trunfo. Não sei mais o que podemos fazer para vencer.

O Obito do presente encarou, chocado, a cena que se desenrolava ao redor quando percebeu algo de incomum no ambiente da batalha: no local onde deveria ficar o Centro de Convenções, agora transformado em escombros, uma única parede permanecia de pé e, atrás dela, uma árvore estava intocada. De repente, lembranças vieram à mente de Renny, e as respostas que precisava para decifrar o enigma das palavras “ritual enoquiano”, surgiram.

— Eu lembro! Agora eu me lembro onde já tinha lido essas palavras antes!

— Do que está falando? — perguntou a versão do futuro, ficando de pé.

— O ritual enoquiano, eu me lembro dos detalhes a cerca dele.

— Lembra?... Quais?

— Anos atrás, quando eu tinha curiosidade em conhecer as coisas acerca da magia, cheguei a ler alguns rituais pertencentes à seita enoquiana, e eu li de relance esse encantamento. Ele tem a capacidade de trazer coisas abstratas, irreais, a realidade. Mas, para isso acontecer, à pessoa precisa cumprir os dois passos do ritual...

— Eu também lembro agora — interrompeu o Obito do futuro, suas memórias refrescadas. — O mais importante é o primeiro passo, pois você precisa preparar os ingredientes e deixá-los recolher energia da natureza. Mas mesmo depois do ritual ativado, ele ainda permanece em estado de processamento por um tempo, ou seja...

—... Ou seja, ele pode ser maculado e o encantamento interrompido, retornando tudo ao normal — recomeçou o outro, apoiando-se nos joelhos. — Isso significa que podemos impedi-lo ainda, eu espero.

— Mas onde os ingredientes estão escondidos?

— Eu tenho uma pequena suposição. Veja! — O Obito do presente apontou para a parede e a árvore intacta do Centro de Convenções. — Tenho certeza que o Madara fez todo o possível para manter aquele local protegido das destruições enquanto lutava... Mas, por via das dúvidas, você pode consultar os poderes do Naruto para ver se ele identifica uma fonte de energia anormal ali.

— Espere! Como assim, “você”?

— Eu não posso me movimentar para fazer isso. Ou seja, você vai ter que parar o ritual. Mas leve consigo a Joana que faz cosplay de God of War, as armas dela podem servir para destruir o campo de proteção do feitiço, pois com certeza deve existir um.

— Entendido. Mas, você vai ficar bem aí? — perguntou o ninja do futuro, preocupado.

— Vai logo! — bufou o guerreiro do presente. — Vou ficar bem. Nós não temos tempo a perder.

O ninja entendeu o comando e correu ao encontro de um dos dois Narutos. Encontrá-los seria fácil, pois todos os cosplayers tinham se reunido para se preparar para o ataque final do inimigo.

Obito correu e chegou sutilmente onde o pessoal se reunia, então tocou no ombro de Felipe e falou:

— Felipe, preciso de um favor seu. Quero que você entre no Modo Sennin e tente identificar algum tipo de energia anormal ali perto daquela árvore.

— Tá. Mas, por quê?

— Não importa. Vai!

Sem questionar mais, Felipe recolheu energia da natureza e usou o Modo Sennin para analisar o ambiente identificado, então percebeu que além da própria energia espiritual que alimentava a vida daquela árvore, outra fonte de poder, maior e diferente, pairava em cima dela. Ele abriu os olhos e comunicou rapidamente o que percebeu, então Renny agradeceu e foi direto ao encontro das duas Joanas, pedindo que uma delas o acompanhasse.

“Espero que ainda tenhamos tempo,” pensou ele enquanto corria. A batalha final chegava ao seu momento decisivo.

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Alguns cosplayers que lutavam entre si, dominados pela personalidade dos personagens, pararam assim como os demais para encarar a figura gigantesca, fazendo uma breve trégua; e os poucos Susanoos que restavam no campo de batalha, visto que a maioria já havia sido vencida pelos heróis, tinham desaparecido. Possivelmente porque Madara precisava manter um controle delicado sobre seu Susanoo Supremo, e os inferiores ao redor atrapalhavam-no nisso.

Os cosplayers estavam todos reunidos num pequeno exercito, organizando-se para a última batalha enquanto observavam com cautela cada pequeno movimento que o oponente fazia no topo da cabeça do Susanoo — ele estava muito quieto.

Luiz-Madara, com seus braços cruzados, encarou seus inimigos, e viu quando Obito se aproximou de um deles e conversou algo, saindo dali logo em seguida, acompanhado da God of War. No entanto, o ninja sombrio não ligou para onde eles iriam, porque naquele momento ele fazia todo o possível para manter o controle de sua euforia insana. Luiz conseguiu conter-se o suficiente para dar tempo a todos os cosplayers de se reunirem, assim ele poderia destruí-los de uma só vez; mas, agora que todas aquelas pobres almas já estavam organizadas, ele resolveu finalmente agir, liberando sua loucura.

— A espada! — alguém gritou em desespero. — Não deixem que ele pegue a espada!

O braço do Susanoo Supremo se moveu de repente até a bainha que ficava presa a cintura, e logo uma grande espada fumegante reluziu em sua grande mão — era tarde demais.

— Assim como Madara fez no anime... — começou Luiz, falando alto o suficiente para que todos os combatentes o ouvissem. — Vou dar a vocês uma pequena demonstração do que esta espada é capaz de fazer, porém de uma forma mais, digamos, destrutiva. — A espada reluzente se moveu, desenhando arcos enquanto a lâmina liberava seu poder em três diferentes direções.

Os cosplayers encararam espantados à onda de destruição que consumia dezenas de casas, ruas e bairros inteiros, como se três bombas atômicas de porte mínimo tivessem sido jogadas sobre Sobral, erradicando quase todas as vidas que viviam na famosa cidade universitária — agora, quase extinta.

Luiz viu com satisfação a supremacia de suas habilidades, pois sua espada possuía o poder de esmagar montanhas e aniquilar cidades inteiras, se assim desejasse. Por essa razão, ele não dava a mínima para o que acontecia a população daquela cidade, nem muito menos para os próprios parentes que viviam ali, pois agora que ele era Madara, nada mais importava — ele tinha se tornado um deus.

Vendo as altas labaredas e a fumaça negra subindo dos escombros em chamas, os heróis sentiram uma incontrolável raiva emergir em seus corações, e alguns até choravam, sabendo perfeitamente que, pelo choque das destruições, suas casas, suas famílias, seus amigos... Todos! Todos haviam sido aniquilados pelo poder do inimigo. Então quando menos o ninja sombrio esperava, aconteceu o inevitável: os cosplayers gritaram e, sem pensar, atacaram com tudo de si.

☢   ☢   ☢

Mesmo com as destruições em massa que o Madara acabara de operar, Obito e a God of War aguentaram a tentação de parar e observar, e continuaram correndo, resistindo ao choque do vento e ao barulho ensurdecedor provocado pelas destruições.

Finalmente, depois de correr muito, Obito conseguiu atingir o local da árvore, a única região que o cruel Susanoo não atacara, deixando-a completamente intacta — o que comprovava ainda mais que havia algo de muito importante ali, para ele protegê-la tanto.

Obito analisou o redor da árvore para ver se descobria algo, mas como não encontrou nada, saltou sobre ela e vasculhou, até que achou algo: um globo de vidro luminoso com algo amarrado por fora estava posicionado sobre um ninho abandonado de passarinhos. Ele tentou pegá-lo com as mãos, entretanto uma barreira mágica surgiu, lançando-lhe uma pequena descarga elétrica que o fez recuar. Obito segurou sua kunai e arremessou contra o globo, porém o impacto foi refletido pelo escudo mágico. Todavia, o contato da kunai fora suficiente para fazer a esfera luminosa cair do ninho, quase aos pés de Joana.

— Bom, Joana, agora é com você. — Obito desceu da árvore e apontou para o escudo que lentamente se tornava completamente visível ao redor da esfera. — Use o poder das suas armas mágicas para tentar destruir o escudo que protege a esfera-ritual. As armas do famoso matador de deuses devem ser capazes de destruir até este pequeno escudo.

Joana observou o globo e achou que a tarefa seria fácil. Ela estava louca para terminar com aquilo  — seja lá o que fosse — para poder retornar a batalha e acabar com a raça de Madara pelo que ele fez à cidade, às pessoas e à sua família. Joana sacou a Lâmina do Olimpo da bolsa mágica, sua arma mais poderosa, e com toda a força que tinha, atingiu o escudo mágico do globo de vidro.

De súbito, uma rajada elétrica se manifestou do escudo e atingiu tanto a espartana quanto o ninja, arremessando-os contra a parede que sobrara do Centro de Convenções. Os dois ficaram paralisados por alguns segundos pelo efeito do choque que levaram, mas logo Obito olhou para o resultado do ataque de Joana e se decepcionou com o que viu.

— Não entendo! Não aconteceu nada com o globo.

Joana olhou também para a esfera e se levantou. Furiosa, ela sacou o Martelo Bárbaro da bolsa mágica e novamente investiu contra o escudo de energia, para novamente ser jogada no mesmo local, trêmula pela descarga elétrica que recebera. Joana continuou se levantando e tentando todas as suas habilidades uma a uma, mas o resultado sempre era o mesmo. Obito, por outro lado, apenas observava, tentando entender por que nada acontecia ao globo, até que finalmente algo novo e inesperado aconteceu...

Um vulto. Um vulto caminhava farejando ali perto e, aos poucos, se aproximava do globo. Nervoso, Obito se levantou e preparou seus selos de mão. Será que o inimigo havia percebido o que se passava ali?

O vulto continuou se aproximando, farejando. Até que, na luminosidade fraca da lua, ele se revelou: era simplesmente um cachorro. Um vira-lata se aproximava do globo, possivelmente farejando o que estava envolto exteriormente na esfera — o osso, o osso humano.

— Ei, cachorrinho, sai daí! — Renny começou a correr, ele sabia que se o animal tocasse o escudo, ele seria eletrocutado também. Contudo, já era tarde demais. O cachorro se aproximou do escudo e... O atravessou com sua boca, mordiscando o osso que estava amarrado por um cordão.

O animal não sofrera nenhum dano, nem o escudo refletira a atitude dele.

“Como isso é possível? Por que nada aconteceu com ele?” pensava Renny, sem entender a lógica daquela barreira mágica.

O que os dois cosplayers não sabiam era que aquele pobre animal passou a morar no cemitério São José poucos anos atrás após o falecimento de sua dona, e na noite que Luiz invadiu o cemitério para roubar o osso humano de uma pessoa virgem, morta brutalmente; o vira-lata havia dado uma rápida saída do cemitério para arranjar comida e água. Quando o animal voltou e se deparou com a polícia no local e o túmulo remexido, farejou que algo fora roubado dali. Ele logo começou a missão de busca, mas quase foi preso quando o vigia do cemitério (o homem sabia que o animal morava no cemitério, mas, às vezes, se esquecia disso) o viu e tentou capturá-lo, achando que ele era o ladrão que escavara o túmulo; porém, por sorte, o cachorro conseguira escapar.

Depois de uma longa missão pelas ruas de Sobral, o animal finalmente alcançara seu objetivo, descobrindo onde estava a parte que faltava de sua dona. Ele arrancou o osso do cordão que o prendia ao globo de vidro e saiu dali, calmamente. O animal caminhou pela fumaça, objetivando chegar ao cemitério para levar sua dona de volta ao lar, no entanto o pobre vira-lata mal sabia que o cemitério agora nem existia mais, completamente destruído pelo poder que Luiz-Madara utilizou para arrasar quase toda a cidade de Sobral.

Admirados, Renny e Joana encararam o animal sair, então, de repente, o escudo que envolvia a esfera ritual começou a se extinguir diante dos olhos dos dois cosplayers.

Obito se aproximou e com sua kunai, cuidadosamente testou a esfera para ter certeza se o campo de força havia sumido. Quando não houve resposta do campo de força, Renny entendeu a parte do ritual que não lembrava e pensou:

“Aquele osso... ele é o responsável pelo campo de força da esfera. O escudo é criado a partir de sentimentos fortes, o que significa dizer que ele só pode pertencer a algum ser humano. Uma vez invocado, o escudo só pode ser ultrapassado pelo conjurador do ritual ou por alguém que possua sentimentos muito fortes ligados ao osso ou membro da pessoa morta. Mas, se o cachorro conseguiu atravessar o campo sem ser machucado, talvez... talvez ele tivesse um contato próximo com o dono ou dona daquele osso.” Obito olhou para o cachorro que já sumia da vista com seu rabinho abanando de um lado para o outro, e sorriu. “Obrigado, amiguinho. Se não fosse pela sua ajuda, nunca conseguiríamos romper este bloqueio. Você salvou nosso dia.”

— Afinal, para que serve esse negocio aí? — perguntou Joana, impaciente. A personalidade de Kratos novamente começava a atiçar em seu interior.

Obito se levantou com o globo mágico entre as mãos e observou a luta que se desenrolava ao longe, então voltou seu olhar para a God of War.

— Esse artefato vai salvar as nossas vidas, Joana. Inclusive as daqueles que já morreram.

— Isso se eu permitir! — De repente, um novo personagem surgiu das sombras, sua máscara cobrindo o rosto. Era alguém que fazia cosplay de Tobi Akatsuki, do anime Naruto Shippuuden, e ele estava dominado pela personalidade de seu personagem.

☢   ☢   ☢

Espalhados ao redor do Susanoo Supremo de Uchiha Madara, os cosplayers atacavam o inimigo na última e desesperada investida. Mas eles não ligavam se conseguiriam ou não imobilizá-lo para depois selá-lo, pois todos naquele momento estavam dominados pelo sentimento de perda, de ódio, e a vingança era a única coisa em que todos pensavam agora.

Por outro lado, Luiz estava farto daquela luta, e a insanidade que o dominava clamava por mortes, por sangue. Por isso, o ninja sombrio fez sua jogada, fazendo o Susanoo erguer sua grande espada assassina para aniquilar de vez todos aqueles cosplayers. A espada azul refletiu suas chamas pelo ambiente, iluminando todos os heróis, então ela desceu como um flagelo da morte. Entretanto, Aizen saltou rapidamente com sua espada em mãos, e com uma força sobrenatural, bloqueou o ataque do oponente no meio ar.

Aproveitando a ação de Eugênio, o Andróide 17 disparou suas esferas de energia contra o peito da criatura azul, e Yusuke combinou a sua principal técnica ao ataque do amigo, disparando o Leigun da ponta de seu dedo; mesmo assim, os ataques se tornavam completamente inúteis.

A seguir, Kaneki e Touka saltaram contra o corpo do monstro e projetaram seus Kagunes para atacá-lo na cabeça, o local onde Madara estava escondido; mas o braço livre do Susanoo se movimentou, e com a palma da mão, rebateu os dois Ghouls como insetos, arremessando-os contra o solo em um impacto brutal.

Pela direita do Susanoo, Mew, o pokémon de Natália, usou sua levitação a pedido de Jiraya que, transformado parcialmente no Modo Sennin, fez brotar uma gigantesca esfera azul de sua mão e atacou, exclamando:

— Chou: Oodama Rasengan! — A grande esfera de chakra atingiu a cabeça do Susanoo gigante, que cambaleou. Assim, muitos dos outros cosplayers aproveitaram a oportunidade e começaram a atacá-lo com raios energéticos, rajadas de fogo, correntes elétricas, espadas poderosas ou com super socos.

Nem mesmo as grandes batalhas em animes ou filmes de super-heróis poderiam se comparar ao grande espetáculo que aqueles cosplayers promoviam com seus poderes fantásticos.

Os guerreiros atacavam e atacavam, dando tudo de si, mas...

“Aaaahhhhh!...” alguns dos heróis gritaram de dor, quando o braço do Susanoo desembainhou a sua outra espada destruidora, girando-a no ar e matando a Wonder Woman, o Andróide 17, o vampiro-ghoul Alucard, o pequeno pokémon Mew, dentre muitos outros.

Apesar da espada de Luiz ter sido movida apenas no ar, a simples pressão magnética que ela produziu transformou o vento numa bomba destrutiva, atingindo os escombros perto de Natália e do Obito do presente. O impacto do vento contra o solo ergueu vastas camadas de terra que, no meio da poeira, subiram e transformaram-se em pequenas montanhas pontiagudas, modificando todo o relevo do solo.

Quando os três jinchuurikis — os dois Narutos e Killer Bee — perceberam a tragédia ao ver vários companheiros de luta morrerem, os três se aproximaram, ambos transformados nas formas da Kyuubi e do Hachibi, e combinaram seus chakras para criar a mais potente e destruidora Bijuu Dama já feita. A esfera negra cresceu rapidamente, seu tamanho superando o dos próprios bijuus, quase atingindo o comprimento do titânico Susanoo de Madara.

— Saiam da frente!  Venham para perto de nós — gritou Felipe, pouco antes da Bijuu Dama ser lançada.

Vendo o ataque suicida que se aproximava, os cosplayers sobreviventes evacuaram o local, fugindo do ataque suicida dos três ninjas. Então, quando o caminho ficou livre e a esfera negra atingiu o tamanho esperado, os três fizeram esforço e enviaram a grande bomba de chakra contra o inimigo.

Mas Madara apenas sorriu quando viu o que vinha em alta velocidade contra ele, cruzando suas duas espadas supremas em forma de X, enquanto reunia uma grande massa de seu poder nelas.

— Que tolice! Vocês não podem vencer um deus! — bradou Madara, enviando seu ataque contra a bomba bijuu.

De repente, fez-se silêncio e um clarão surgiu.

Pouco depois, a grande luz subiu até a estratosfera do planeta, acompanhada segundos mais tarde por um barulho semelhante ao de um trovão, só que maior e mais assustador. Vento, fumaça, fogo e luz cercaram a área que abrangia todo o território de Sobral e um pouco mais além.

Quem vivia em cidades vizinhas, podia ouvir o estrondo e ver o grande clarão que, logo depois, se transformou em fumaça, na forma de um gigantesco cogumelo. Apavoradas, as pessoas pensavam: “Será que aquilo é uma bomba atômica?”, “Estamos em guerra?”, “O apocalipse começou?”, “Os alienígenas estão atacando?”.

Quando o choque da explosão passou, o ambiente se transformara numa grande cratera repleta de fumaça e labaredas infernais. Mas apesar das condições do ambiente, ainda era possível enxergar de dentro dela o clarão emitido pelo corpo luminoso das duas Kyuubis, ilesas. Dentro delas, os dois Narutos conseguiram salvar quase todos os cosplayers que vieram ao seu encontro, enquanto o Hachibi salvara a outra parte deles, colocando-os dentro de suas entranhas viscosas que levavam para uma dimensão neutra de energia onde o próprio Killer Bee também ficava.

— Yeah, essa foi por pouco — cantarolou Killer Bee, sacudindo as cinzas que cobriam sua pele grossa, agora em estado de regeneração acelerado.

— Estão todos bem? — perguntou Felipe, gritando para o tio Bee.

— Sim! Dattebayo! Yeah! Mas não posso expô-los ainda aqui fora, e nem vocês dois deveriam. Dattebayo! Dattebayo! Pois essa fumaça parece meio tóxica. Yeah!

De longe, os dois Narutos assentiram e começaram a olhar em volta a procura de um lugar sem fumaça, até que se depararam com uma coisa assustadora: uma luz azul brilhava ali perto.

— Não pode ser... ele ainda está vivo! — sussurrou Amy Rose, sabendo do que se tratava.

O vulto azul começou a se mover, seus passos pesados, estremecendo o solo.

— Preparem-se! Aí vem ele! — gritou Felipe, agora amaldiçoando a ideia idiota de lançar uma Bijuu Dama contra o inimigo, pois com aquela fumaça tóxica, todos os cosplayers protegidos dentro dos corpos dos bijuus estavam incapacitados de lutar.

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— Tobi... Ou melhor, o Uchiha Obito que segue os ensinamentos de Madara — comentou Renny com seriedade, cara a cara com o inimigo. — Eu tinha esquecido que no evento tinha um cara que fazia este cosplay. Você sumiu por um bom tempo, ein.

— Não vou permitir que você use essa esfera para atrapalhar os planos de Madara. Esse mundo precisa mudar! — esbravejou o mascarado, ignorando o comentário. Seu olhar estava centrado na esfera luminosa.

— Alguém que se esconde enquanto Madara fica lutando sozinho, não tem direito de exigir nada, meu querido — zombou Obito, rindo.

O Mangekyou Sharingan de Tobi se ativou, e a guerreira espartana tomou a frente ao pressentir a eminente ameaça. Uma nova luta estava prestes a começar ali.

— Este mundo precisa mudar! Não há como impedir o que foi planejado por Uchiha Madara! — exclamou Tobi, e um vórtice surgiu em seu olho, fazendo dezenas de shurikens aparecerem.

Joana usou as Lâminas de Atena para interceptar o ataque; então, com sua excelente velocidade, partiu para cima do inimigo e tentou esfaqueá-lo, mas seu golpe atravessou o corpo dele como se estivesse passando por uma ilusão.

A guerreira se lembrou da habilidade do inimigo tarde demais, mas tentou se virar para tentar revidar com um novo ataque; entretanto, antes que ela pudesse ver, Tobi usou seu Mangekyou Sharingan mais uma vez, fazendo a espartana desaparecer.

— Pronto, agora só falta você — murmurou o mascarado, olhando para Obito, que estava tenso. Se Renny desejasse, já poderia ter destruído a esfera e parado o fluxo mágico que dava poderes a todos ali, contudo ele não o fez porque almejava utilizar o globo para uma segunda tarefa, e se ele fosse destruído, tudo estaria perdido.

— O que você fez com ela?! Para onde mandou a Joana?!

— Você já viu como é o núcleo de um vulcão ativo? — comentou Tobi, sarcástico. — Bom, ela vai descobrir já, já.

De repente, uma grande ventania se formou, e Obito olhou de relance para o lado, entendendo que Madara atacava ali perto, causando mortes terríveis.

Tobi, aproveitando a rápida distração do herói, avançou, tentando roubar a esfera-ritual das mãos de Obito, mas algo o impediu.

— O quê?! — Tobi sentiu o choque de algo duro contra sua nuca, causando-lhe uma dor insuportável que o fez desmaiar. O ninja estava tão determinado a roubar a esfera que acabara se distraindo, não percebendo quando novas figuras surgiram atrás dele.

— Vocês? Mas como... — começou o Obito do futuro ao ver que sua versão do presente tinha acabado de aparecer com Natália, a cosplayer de Ash, e desferido um golpe com o punho da kunai contra a cabeça de Tobi.

— O local onde nós estávamos foi pego agorinha por um ataque do Madara — explicou Natália —, então o Ren usou o jutsu dele pra tirar a gente de lá antes de sermos pegos pelo impacto.

— Você já recuperou seus poderes?

— Só o suficiente para vir para cá — respondeu o Obito do presente — Mas isso não é o mais importante agora. Pegue o cara mascarado aí e nos transporte para uma dimensão segura o mais rápido possível! — Ele apontou para o local da batalha, mostrando que os Jinchuurikis estavam prestes a lançar um ataque suicida contra o oponente.

Rapidamente eles se reuniram, e o Obito do futuro ativou seu Kamui, transportando-os para uma dimensão segura, segundos antes da grande explosão que devastou toda Sobral.

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Os dois Obitos se encararam, eles estavam numa dimensão confusa, semelhante aquela que o vilão do anime sempre se transportava quando fugia. Era chegada a hora de dar fim aquele inferno que o cosplayer de Madara trouxera.

— Tem certeza que isso vai funcionar? Não é arriscado? — perguntou Natália. Ela ouvira o plano dos dois Obitos, mas estava preocupada e em dúvida quanto aquilo.

— Sim, é muito arriscado, mas não impossível — respondeu o ninja do futuro. — Por isso serei eu que vou fazê-lo. Eu sou o mais sadio e com mais energia para realizar o contrafeitiço.

— Mas isso não vai te prejudicar, sei lá... te matar?

— Não sei, Naty. Mas mesmo que eu morra, não tem diferença, pois eu renascerei na minha dimensão futura. Afinal, o futuro não pode nascer se o passado e o presente tiverem existido também, não é? — Ele olhou para sua versão presente com um meio sorriso. Aquilo era um adeus.

Natália assentiu, e o garoto se sentou, posicionando o globo em sua frente, e seu Mangekyou Sharingan, preparado.

— É isso, gente. Chegou a hora! — Obito retirou o colar que envolvia o globo de vidro e abriu a pequena tampa; a seguir, enfiou seu dedo dentro do recipiente luminoso que se agitava por ser maculado, e se concentrou no jutsu das dimensões. A esfera brilhou intensamente e a magia se espalhou pela dimensão vazia.

Atento, o Obito do presente percebeu que chegara a hora de agir também, então concentrou o resto de seu chakra para novamente levar todos eles de volta à dimensão onde a batalha ainda continuava.

A luz do globo de vidro se expandiu enquanto o Kamui criava um vórtice para transportar todos dali, então o Obito do presente pensou:

“Hora de acabar com essa batalha!”

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Com uma estocada certeira, Luiz-Madara atingiu o Hachibi com sua espada suprema, matando tanto o jinchuuriki quanto os demais cosplayers que ele protegia em seu interior.

— Alguns já foram. Agora vocês serão os próximos! — Com um dos braços do Susanoo, Luiz agarrou a cabeça da Kyuubi que Felipe controlava e, lá dentro, os cosplayers gritavam em desespero.

Felipe tentou resistir, projetando vários braços de chakra da Kurama com rasengans empunhados; mas, era completamente inútil, já que os ataques nem sequer arranhavam o corpo do Susanoo. Infelizmente, os outros cosplayers dentro da Kyuubi não podiam ajudar muito, pois eles estavam confinados ali dentro até que a fumaça tóxica baixasse um pouco mais.

A outra Kyuubi se aproximou para tentar resgatá-lo, disparando raios de chakra contra o braço que o prendia; porém, Madara moveu a espada que ainda empunhava na outra mão e lançou-a de cima para baixo contra o bijuu, penetrando a pele de chakra que explodiu, matando-os instantaneamente.

Com sua força, Luiz continuou tentando esmagar a cabeça de chakra da Kyuubi em sua mão, até que o jinchuuriki se cansasse de resistir lá dentro. Então, quando por fim Naruto parou de lutar, Madara arremessou-o contra o chão, e então ergueu sua espada azul para dar o golpe de misericórdia.

— Chegou o fim para vocês, suas amebas irritantes! — Madara encarou os inimigos com repugnância, e então enviou o comando para o Susanoo, fazendo a espada descer contra eles.

Porém, no meio do caminho, a espada parou de se mover subitamente, e o Susanoo começou a se desfazer, então Luiz encarou seu corpo, assustado, quando ele começou a rachar e feixes de luz começaram a emergir de sua pele.

— O que é isso? Não pode ser! Isto não deveria estar acontecendo! Meu ritual... meu... — Luiz olhou para o local, agora em ruínas, onde havia escondido a esfera-ritual, e viu algumas figuras suspeitas envoltas numa grande rajada de luz prateada que se expandia ao redor deles mais e mais. — Quem são aqueles? Como descobriram sobre o ritual? — indagava o vilão, diversas dúvidas surgindo em seu pensamento enquanto ele virava poeira cósmica. — Isso não pode estar acontecendo! Não!... Não!!!

O Susanoo Supremo se desfez completamente e Luiz-Madara deu seu último grito de ódio e decepção quando se desintegrou numa rajada de luz. 

Felipe e os poucos sobreviventes com ele sentiram um momentâneo alivio quando o adversário não conseguiu os matar; no entanto, logo eles ficaram espantados ao perceber que a mesma coisa que tinha acontecido com Madara também os afetava.

Rapidamente a luz distante se espalhou ao redor e envolveu todo o ambiente, e os cosplayers que vieram do futuro observaram seus corpos ficarem embaçados e transparentes, enquanto que com os cosplayers do presente acontecia o mesmo fenômeno que ocorreu com Uchiha Madara: eles brilhavam muito, seus corpos se desintegrando em poeira cósmica.

Com as visões embaçadas, os guerreiros começaram a chorar enquanto davam adeus uns aos outros, então tudo escureceu ao redor deles, e todo cansaço ou dor desapareceram.

A grande aventura chegava ao fim...

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A luz do sol brilhava no céu, e os relógios marcavam cinco da tarde.

Inexplicavelmente, pessoas caminhavam alegres e cheias de empolgação dentro do Centro de Convenções de Sobral. Nada estava destruído, e todas aquelas pessoas estavam bem de saúde e com vida. Não havia engano, aquele era o primeiro dia em que o FAMS acontecia e aquele era o horário em que Luiz aparecia para revolucionar a realidade concreta ao fazer um ritual que transformaria toda a felicidade das pessoas em um grande caos — um dia de morte. Os cosplayers também circulavam pelo evento, fazendo poses e tirando fotos com a galera, mas sem lembrar dos acontecimentos que mudaram suas vidas. Eles não tinham mais poderes, e suas memórias haviam sido completamente alteradas. Mas como tudo aquilo era possível?

A resposta era muito simples: o plano dos dois Obitos havia saído como o esperado.

Enquanto os demais cosplayers enfrentavam Luiz-Madara, os dois Obitos tramaram o seu plano na outra dimensão: o Obito do futuro maculou a esfera-ritual e, a seguir, usou os poderes do Mangekyou Sharingan e seus próprios pensamentos para influenciar a magia da esfera que começava a se perder. Com isso, seu Kamui se misturou ao poder da magia enoquiana e ele ganhou novas habilidades temporárias.

Dessa forma, quando retornou a dimensão de batalha, além de fazer todos os cosplayers, inclusive o inimigo, perderem suas habilidades, Obito usou a magia maculada e misturada ao Kamui para fazer o tempo regredir ao momento anterior ao feitiço final de Luiz. Contudo, Obito ainda tinha feito mais uma programação com seus poderes: ele utilizou as novas habilidades do Kamui para apagar a existência de Luiz-Madara da realidade, assim ele não teria como refazer o ritual nunca mais. Porém, como se ainda não fosse o bastante, o Renny do futuro ainda utilizou seus poderes para limpar a memória de todos os que presenciaram tais batalhas, aquilo seria o melhor para todos.

Portanto, tudo havia retornado ao seu fluxo normal. Não havia poderes sobrenaturais, nem destruições, nem muito menos mortes trágicas. Luiz não passava agora de uma mancha escura apagada da história, e as pessoas do evento seguiam felizes, aproveitando o máximo possível da sexta edição do Festival de Anime e Mangá Sobralense, o FAMS. Todos tinham esquecido completamente as memórias daquela grande aventura trágica, ou melhor — quase todos.

— Ren? Ren, o que foi? — perguntava Milena, olhando confusa para seu amigo. Naquele momento, ela havia percebido o quanto ele olhava estranho para todos os lados do Centro de Convenções, como se estivesse desconfiado de algo. Entretanto, quando Shawlyn subiu no palco e pegou o microfone para dar alguns avisos, no exato momento em que Luiz deveria ter aparecido para começar a recitar o ritual da morte, o cosplayer de Uchiha Obito deu um suspiro de alívio e gesticulou um meio sorriso para sua amiga. — O que você tem? Tá com uma cara estranha.

— Não é nada. Eu só achava que veria uma pessoa desagradável aparecer por aqui, mas pelo visto essa pessoa não vem mais... Mas, deixa pra lá. Vamos! Parece que a entrevista com o dublador Luiz Sérgio vai começar daqui a pouco.

Renny caminhou ao lado de seus melhores amigos, e olhou para o céu quando viu uma borboleta voando a uma grande altura, então sorriu mais uma vez e agradeceu por todo aquele pesadelo ter acabado. Por algum estranho motivo, o Obito do futuro optou por não apagar a memória de sua versão do presente.

“Mas, por quê?” pensava Obito. Ele não fazia ideia. “Hum... será que seria pra produzir alguma história de ficção? Uma fanfic, talvez?” Renny deu uma risada disfarçada enquanto entrava no prédio. “Quem sabe, né.”

A borboleta voou mais rápido no céu; sua missão, desconhecida. Lá embaixo, todos estavam felizes, e a sexta edição do FAMS se superava cada vez mais. Não havia em Sobral momento mais agradável e marcante que aquele maravilhoso final de semana no Centro de Convenções — dois dias realmente nostálgicos.

 

O mal é vencido e a grande aventura chega ao fim...

Mas, será que este é realmente o fim???


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que ao terminar de ler o capítulo, tenham entendido o que eu quis dizer sobre questionar "ficção vs realdade", pois todos esses fatos realmente aconteceram, e eu fui o único que se lembrou e, por isso, resolveu contá-los. kkkkkk Brincadeira. O final da história foi uma ideia que eu tive de modo a deixar a história o mais verossimil (semelhante com a realidade) possível. E não percam o lançamento do Epílogo da história amanhã. Considerem o Epilogo como uma espécie de "Créditos do filme". Portanto, a história ainda tem uma pequena continuação.



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