–POSEIDON!!!– a voz feminina da deusa da sabedoria visivelmente irritada fez o Olimpo tremer, fazendo com que pequenas lascas do teto caíssem.

–falando no diabo... –suspirou Poseidon, referindo-se a Atena.

Apolo , o único presente ali, olhava curiosamente para a Atena irritada que entrava no Olimpo, o rosto vermelho de raiva, o cabelo desgrenhado e os punhos cerrados em sinal de ataque.

–seu completo idiota mentecapto! Pervertido! TARADO! – gritou Atena, seus olhos cinzentos azulados, que hora variavam do azul celeste ao cinza tempestade agora transbordavam raiva.

O deus se acomodou mais relaxadamente na cadeira, escorregando por ela e curvando as costas.

–ah... –sua voz soou como um lamento – você descobriu a minha pequena brincadeira.

Atena lançou-lhe um olhar fulminante e arremessou um pequeno panda de pelúcia, no qual havia um coração nas mãos com o dizer “Sorria”.

–Felizmente para mim, e infelizmente para você, eu descobri o seu pequeno plano pervertido! Eu realmente não esperava nada diferente de você. – a voz de Atena estava perigosamente ameaçadora.

Poseidon pegou o urso nas mãos e de dentro do coração de pelúcia retirou uma câmera. Manuseou cuidadosamente o objeto e sorriu maliciosamente.

–consegui algumas fotos... – arqueou uma das sobrancelhas e sorriu de modo malicioso para Atena. A deusa ruborizou.

–VOCÊ NÃO CONSEGUIU FOTO NENHUMA! – ela gritou, a voz levemente desgrenhada. –belo pijama... –o deus disse encarando a câmera. –poderia usar roupas desse tamanho regularmente...

Atena ficou vermelha, os olhos tomavam um tom cinzento tempestuoso assassino.

–Você não conseguiu absolutamente nenhuma foto. – sua voz era calma, porém ainda mostrava insegurança.

–devo mostrar a você? – Poseidon indagou à deusa.

Atena se aproximou cautelosamente de Poseidon, olhando a câmera. E viu que realmente era verdade, havia algumas fotos, uma da deusa de costas para a câmera, com os cabelos dourados soltos escorregando pelas costas. Vestia um pijama preto justo, no qual ia até metade das coxas, outro mostrava a deusa de frente, o mesmo pijama preto, a blusa com alças de renda e um vasto decote que mostrava o começo do vale dos seios, a pele branca em contraste com a seda escura.

A ultima era de Atena perto da câmera, encarando perigosamente a lente, os olhos eletrizantes próximos o suficiente para deixar qualquer ser com testosterona hipnotizado. Poseidon sorriu, malicioso. Encarou Atena que estava ao seu lado, aproximando seu rosto. E viu o mesmo olhar que a deusa dera para a câmera, e que o deixou tão... “animado”.

– você bem que poderia se vestir assim para mim, o que acha? – ele falou alto o suficiente apenas para que os dois ouvissem. Um sorriso matreiro em seu rosto.

A loira o encarou, a raiva e a vergonha se misturando.

–Eu acho que é uma coisa impossível! – ela sussurrou. Aproximou os lábios dos ouvidos de Poseidon. O deus fechou os olhos – Você não pode ter todas as mulheres que quiser, Poseidon.

O calor que saiu dos lábios da deusa e passou pelos ouvidos de Poseidon causou-lhe um calafrio, e isso o deixou extremamente excitado, agarrou Atena pelo pulso, antes que a deusa pudesse se desvencilhar.

–você esta enganada, Atena.

A deusa puxou o pulso de suas mãos fortes e caminhou até o seu trono. Dando tempo suficiente para que Poseidon olhasse o contorno perfeito de seu corpo, o modo como andava ereta e imponente, o movimento que seus cabelos faziam, e como ela rebolava, mesmo sem propósito, sensualmente enquanto andava.

Os deuses começaram a entrar na sala, acomodando-se em seus devidos tronos. A deusa sentou-se em seu trono, cruzando as pernas de modo comportado, seu corpo insistia em deixa-la sexy, mesmos com os esforços inválidos de Atena para tornar-se simplesmente normal.

Poseidon, em seu trono, pensou como uma deusa tão sexy conseguia ser tão fria e resistir tanto a ele. Passou as mãos pelo cabelo em um lamento. E encarou Atena que, para sua surpresa, o encarava; rapidamente a deusa revirou os olhos, voltando-se para Zeus, que monologava sobre os humanos. O deus sorriu de canto, enquanto encarava-a uma ultima vez antes de olhar para Zeus.

O deus dos mares achava que aquilo que ele sentia era apenas atração, pois a testosterona emanava de seu corpo, mas mal sabia ele que era algo muito mais forte, algo que estava tomando conta de seu ser aos poucos sem que ele ao menos se desse conta, algo que o faria mudar o seu pensamento em relação a Atena, e que aos poucos os uniria.

A loura suspirou, e deixou sua mente voar por seus pensamentos, e esses pensamentos iam até Poseidon... “o que ele pensa que esta fazendo? Somos inimigos, e alem disso sou uma deusa casta...” Mas alem desses pensamentos, que fingia acreditar, ela sabia que havia algo mais, algo que dominava seu corpo e sua mente, que enevoava seu cérebro e fazia sua razão parecer descartável. E sabia que isso tomaria conta dela aos poucos, tornando-a vulnerável, e fazendo sua concepção relacionada a Poseidon modificar-se, e tentava ignorar o fato de aos poucos descobrir que estava amando o deus dos mares, o seu ‘inimigo’.

Mas intimamente, ambos se perguntavam:

“Até quando resistiriam aos sentimentos?”