Pov Ally

Acordei com o despertador – uma música extremamente irritante que eu não consigo mudar -. Peguei o celular em baixo do travesseiro e o taquei na parede, não fazendo a música parar. Depois eu cuido disso, agora tenho que me arrumar para mais um dia no inferno, que a minoria chama de Marino High School.

Levantei, ainda grogue pelo sono e fui direto para o banheiro, onde já tinha deixado uma toalha para meu banho matinal. Tirei a camisola e a lingerie, entrando no box logo em seguida. Liguei o chuveiro, deixando a água quente relaxar meus músculos.

Lavei os curtos fios do meu cabelo com rapidez e desliguei o chuveiro. Não gastei mais do que cinco minutos em meu banho. Eu sou uma pessoa consciente e quero ajudar nosso planeta, não gastando muita água.

Me sequei e enrolei a toalha em meu corpo. Escovei os dentes e sai do banheiro, indo direto para meu closet para escolher uma roupa. Sem demora, escolhi uma calça jeans clara e uma blusa preta de mangas até a alturas dos cotovelos, que era um pouco colada. Calcei meus all star e me olhei no espelho. Meu cabelo ainda estava molhado, uma coisa que eu não gosto.

Voltei ao quarto já trocada e fui até a penteadeira. Comecei a secar meus fios, o que não demorou muito tempo, já que meu cabelo é curto. Passei uma maquiagem leve nos olhos e terminei passando um gloss transparente nos lábios, sabor menta. Por que gloss labial precisa de sabor?

Me olhei no espelho mais uma vez. Como todos os dias, sem nenhuma mudança; o mesmo estilo de roupa, a mesma maquiagem, o mesmo corte de cabelo. Eu me acho bonita. Mas, não linda, apenas bonita.

Peguei minha mochila e sai do quarto. Andei pelo corredor enorme de quartos e bati na porta de Mark, meu irmão mais novo, que provavelmente ainda está dormindo. Quando estava descendo as escadas, escutei ele dizer um palavrão. Apenas sorri vitoriosa e terminei de descer as escadas.

Encontrei Ben – meu outro irmão, que tem apenas um ano a mais do que eu -, e Liza, nossa cozinheira e empregada quando entrei na cozinha. Os dois conversavam animadamente sobre alguma coisa que resolvi não prestar atenção. Peguei meu celular na bolsa e comecei a jogar Flappy Bird. Esse jogo é altamente viciante.

– Ally, o que vai fazer depois da aula? – Ben perguntou, bebericando sua xícara de café. Ele é o único da família que toma café.

– Eu tinha combinado de ir ao shopping com a Alexa, mas ela disse que não vai poder ir mais. Parece que o irmão dela está se mudando pra Miami e ele chega hoje. – respondi, não tirando os olhos do jogo. Passarinho idiota.

– Ela tem um irmão? – questionou. Seu tom era de surpresa.

– Sim, um irmão gêmeo. Não sei o nome, porque ela não quis entrar em detalhes, mas parece que ele estava morando em Nova York desde os onze anos. – desisti do jogo, percebendo que não passaria do recorde vinte e nove.