Paradoxo - Seson 2 escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 9
Bruce Wayne


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
O capítulo de hoje tá com gostinho de nostalgia, principalmente para quem curtia a primeira parte da fic, estamos mesmo animadas com ele, e esperamos que vocês também gostem. É dedicado as leitoras liliansantos e Queen, que recomendaram a história, e meninas, nós adoramos as recomendações de vocês, obrigada mesmo!
Curtam o capítulo!



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OLIVER

Ser herói não é como as pessoas pensam, não é divertido ou invejável. Ser herói é perigoso, pessoas morrem nessa vida, nos sacrificamos por quem nem mesmo conhecemos, todos os dias. Hoje eu entendo como é a dinâmica de uma equipe, sei delegar, confiar nos outros, mas manter quem amo em segurança, ainda é minha prioridade, isso não vai mudar com o tempo, não importa o quanto eu cresça como pessoa. Só sou quem sou, por eles.

Posso dividir minha jornada em três partes, o Capuz, o Arqueiro e o Arqueiro Verde. O Capuz surgiu quando o Gambit afundou, quando meu pai se sacrificou por mim, e nos cinco anos em que me preparei para voltar, e limpar a cidade, com minha filosofia distorcida de justiçam. Então Dig e Felicity entraram em minha vida, e me mostraram que não poderia ser apenas aquilo. O Arqueiro surgiu após a morte de Tommy, carregando esse nome eu tive as piores perdas de minha vida, meu melhor amigo, Sara, minha mãe. Me afundei em dor, e não sabia como sair do abismo em que me coloquei, ou como deixar que as pessoas entrassem para me ajudar a escapar. O Arqueiro conseguiu revelar o pior de mim, o que nem mesmo o Capuz que era um assassino fez. Foi quando um garoto ruivo apareceu, dentro de uma roupa vermelha, e me entregou um bilhete que eu mesmo escrevi, naquele momento, o Arqueiro, começou a se transformar no Arqueiro Verde, e passei a ser quem sou hoje.

–O cheiro está bom! –escuto a voz de Connor, que entrava na cozinha com o rosto corado, como se estivesse constrangido ou envergonhado por algo que acabou de acontecer. Essa expressão vinda dele é tão rara que me fez largar imediatamente a colher com a qual mexia o molho da minha massa, e me virar em sua direção com um largo sorriso de deboche.

–Não deu conta do recado. –finjo decepção o olhando sério. –E Luna ficou muito decepcionada? –ele revira os olhos, com um semblante enojado.

–Duas coisas. Primeiro, nós não somos assim. E segundo, que nojo pai, nem tudo se trata disso! –reclama me fazendo dar risada.

–Deus, vou chamar a Felicity e pedir que ela ligue o carro. –olho em direção a porta e ele bufa impaciente. –Você deve estar doente filho.

–Wally vive falando de sua versão jovem e o quanto você era um mala. –começa a dizer a caminho da geladeira de onde pega uma cerveja sem álcool. –Acho que seria mais fácil lidar com ele. –debocha, e eu lanço o abridor para ele que pega sem nem mesmo olhar em minha direção.

–Não seria não. Eu era uma versão sua, muito menos zem, e mais bonita. –implico. –Mas qual é seu problema?

–Problema? –me olha fingindo confusão, o que só faz com que eu erga uma sobrancelha o olhando com descrédito.

–Connor você só entra nessa cozinha para comer ou apagar um incêndio... Se acontecer algum, um dia. –dou de ombros.

–Precisava conversar com você. –assume por fim, diminuo o fogo e vou em direção a geladeira, pego uma cerveja e me escoro na bancada a seu lado.

–É a Luna? –já começo a preparar a história de como conheci Felicity em minha mente, é ótima para qualquer tipo de situação...

–Pai, não. –corta revirando os olhos, mas continuo o encarando, sempre tem algo a ver com a Luna, desde que a conheceu, Connor não saiu com ninguém, ele se quer notou que mudei minha assistente há uma semana. –Estou seguindo seu conselho com ela. –declara pouco irritado. –Somos amigos, e tem sido... Diferente.

–É, diferente é a definição. –concordo lembrando de como Felicity e eu erámos funcionais juntos.

–O que quero falar, é que acho que deve deixar que os garotos participem da missão do Amazo. –diz incerto, se virando de frente para mim, o sorriso desaparece de meu rosto, e deixo de lado minha garrafa.

–Não. –respondo sem delongas, e volto a cozinhar, dando a conversa por encerrada.

–Pai, o senhor não está nem mesmo considerando! –ouço a frustração em sua voz e me viro em sua direção irritado, o encarando sério, e o vejo dar um passo para trás.

–Vou considerar então... Pronto. –bufo. –Não!

–Vocês precisaram de toda a ajuda possível...

Ele começa a dizer, mas é interrompido por uma garotinha, de cabelos castanhos claros e um rosto de anjo, que entra correndo na cozinha, e se joga em meus braços. Pego Isis por reflexo, ela se agarra em meu pescoço me abraçando com força, meus olhos encontram com os de Connor, por sobre o ombro dela, e meu filho parecia tão surpreso quanto eu, já faz alguns meses que minhas conversas com Isis vem sendo todas aos berros. Mas sinto uma paz indescritível que dura exatos cinco segundos, em seguida um sentimento de impotência me invade, quando seu corpo delicado começa a tremer, e escuto o barulho inconfundível de seu choro.

–Ah pai, me perdoa? –sussurra em meu ouvido, e sinto meu coração se encher de algo que só esses dois, são capazes de me fazer sentir. –Não quero mais que fique bravo comigo, prometo que vou melhorar. –sorrio sem poder evitar.

–Claro princesa, também não tenho sido dos melhores... –respondo acariciando seus cabelos, e quando faço menção a me afastar, ela se agarra a mim com mais força. –Hey, está tudo bem meu amor, está tudo bem. –a consolo por instinto, mesmo sem saber o motivo de estar fazendo aquilo, mas sei que é do que minha garotinha precisava.

–Quero que saiba que eu sou grata por ser sua filha, e que o senhor esteja bem, e vivo... –nesse momento, eu entendo o que estava acontecendo, a afasto mesmo sob protesto, e Isis mantem suas mãos no meu antebraço, como se fosse incapaz de me soltar.

–Multiverso. –Connor responde a minha pergunta muda, e vejo os olhos de Isis cheios de lágrimas enquanto ela me olhava, como se quisesse gravar cada centímetro do meu rosto.

–O que você viu? –pergunto segurando em seus ombros, mas ela nega com um aceno.

–Ela não pode falar. –mais uma vez, é Connor que responde, as vezes essa mania deles de falar um pelo outro me irrita.

–Como não pode? –franzo a testa, tentando não demonstrar minha irritação, e a deixar ainda mais vulnerável.

–Gosto de pensar nisso como o preço da adaga, para contar as visões. –Connor filosofa, mas meus olhos estão em Isis, enquanto seco as lágrimas de seu rosto e estudo cada pedacinho, para tentar entender melhor o que estava acontecendo ali. –Cisco explicou o multiverso, e disse que em uma das terras, está acontecendo uma guerra. Isis viu algo acontecer a outra versão sua.

–Você contou isso a ele? –pergunto a ela que nega mais uma vez.

–Não, Damian impediu antes de acontecer. Mas eu sabia que era algo relacionado a algum de nós, e agora vendo isso, eu apenas juntei as peças... Por essa reação, ela deve ter o visto morrer. –ele sussurra a última palavra, estremecendo de leve ao dizer, Isis suspira e mais uma lágrima escorre por seu rosto.

–Olhe para mim, princesa. –digo, me curvando para olhá-la nos olhos, e o seus estão mais tristes do que me lembro já terem estado algum dia. –Não vou a lugar algum, entendeu? –a vejo assentir, e a puxo para abraça-la.

Sinto o cheiro de queimado, com tudo isso, acabei por esquecer da comida. –Eu peço a pizza. –Connor diz tirando o celular do bolso.

BRUCE

–Onde você pensa que vai? – Damian estava a dois passos de entrar na área privada da casa dos Queen, Isis havia nos deixado no hall de entrada da mansão Queen e literalmente saiu correndo para dentro da cozinha, não precisava ser o maior detetive do mundo para saber que eles estavam tendo um momento em família lá dentro.

–Está cheirando a queimado. – se eu fosse de rir, eu estaria gargalhando da desculpa esfarrapada que Damian havia criado para ir atrás de Isis, ao invés disso apenas observo uma pintura de Pierre-Auguste Renoir que estava em um canto afastado.

–Luna vamos pedir pi...- Connor sai de uma das porta, mas ao perceber a nossa presença seu olhar para em meu filho, seus lábios se curvam em uma expressão de desgosto, não posso evitar o pequeno sorriso que surgiu em meus lábios. A aversão de Connor a ele não os impediriam de trabalhar juntos, era apenas fruto do relacionamento entre Damian e Isis, coisa que eu julgava absurda, até ver a interação do meu filho como a miniatura de Felicity Smoak, a questão agora era apenas quanto tempo até Damian aceitar o que sentia e quanto tempo levaria para convencer toda a família Queen e agregados.

–Boa noite Connor. – intervenho, essa era uma visita social, Felicity não iria gostar de nenhum móvel de sua sala em pedaços.

–Boa noite Bruce, não sabia que estavam aqui. – Connor desvia o olhar momentaneamente de Damian apenas para fazer contato visual comigo, em nome da boa educação, mas logo volta a encarar Damian, que por sua vez não desvia o olhar, petulante como sempre.

–Você me chamou Connor? – no topo da escada Luna Delphine estava estagnada me encarando, como se quisesse voltar voando por onde saiu.

–Sim, vamos pedir pizza. – aquilo estava perdendo a graça, nem mesmo para responder a garota, Connor desviava o olhar de Damian.

–Bruce? – Oliver saia com um de seus braços envolta da cintura de Isis, que parecia relutante em soltar-se do abraço do pai.

–Eu pedi para Isis convidar os Wayne para jantar. – Felicity desce os degraus com seu ar alegre, puxando levemente o braço da Srta. Delphine. – Olá Bruce, Damian.

–Boa noite Felicity. – devolvo a cordialidade.

–Claro, antes do nosso jantar grudar na panela. –Sorri para o marido, que a olha com cara de bobo. Felicity era uma mulher encantadora, Oliver era um sujeito de sorte. - Connor, pare de encarar o Damian, isso é feio, e serve para você também. – Felicity passa por Damian lhe tocando o ombro, e parece ser o suficiente para os dois cederem momentaneamente. –Nessas horas, ele não é nada “budista”. –diz para mim, em tom de segredo para provocar o filho, e não posso evitar o sorriso.

–Vamos pedir pizza. – Isis parece feliz com a decisão.

–Sim, eu estava perguntando a Luna do que ela queria...

–Mentira, você estava fuzilando do Damian com olhar, mas tudo bem, ele estava fazendo o mesmo. – a garota abre um sorriso enorme, e tenho certeza que o Connor iria ficar bravo com ela, mas pareceu se dá por derrotado. Haviam algumas batalhas que não se deviam lutar.

–Você é Bruce Wayne... você é o Ba...- Luna tinha os dois olhos abertos em espanto...

– Sim Luna, mas não falamos em voz alta. – Connor vai até a amiga que parecia querer se esconder atrás dele.

– Pizza! – Isis parece lembrar a todos.

– Claro, vocês pedem enquanto eu e o Bruce resolvemos algumas coisas. – Oliver se solta, da forma mais delicada que pode do abraço da filha, sussurrando um “volto logo” e nos encaminhamos a biblioteca. – Tenho certeza que você não veio aqui pela comida. – ele indica duas poltronas ao lado de uma estante repletas de obras que tenho certeza ele nunca leu, acredito que As Regras do Método Sociológico de David Émile Durkheim, ou Max Weber com a Ética Protestante o Espirito do Capitalismo não fazem parte do conhecimento de Oliver.

–Não acredita que eu tenha vindo por um bom pedaço de pizza?

–Não Bruce, nem tente fazer piadas, você não é engraçado. – indica que eu pare, suprimo um sorriso, eu posso não ser engraçado mas Oliver até que tem seus momentos.

–Não é o primeiro a me dizer isso. – concordo.

–Então...

–Sobre o Amazo, descobri algumas coisas. – pego um dispositivo em meu bolso.

–Isso não poderia esperar o jantar? – Oliver olha para a porta.

–Isis? – questiono ao me lembrar de como a garota estava agarrada a ele.

–Ela acabou de descobrir o que é o multiverso, de uma maneira bem traumatizante. – todo o brilho típico de Oliver Queen parece desaparecer.

–Ela te viu morrer? – entrelaço meus dedos sob o meu queixo e o observo, eu sei o que ele estava passando.

Oliver estava revivendo a dor de ver seu pai se matando por ele, e vendo também a sua mãe sendo morta, era uma dor indescritível. E agora, Isis estava passando o mesmo. Quando nos tornamos pais, o que mais queremos é proteger os nossos filhos, mas essa é uma missão fadada ao fracasso para qualquer um, e isso se torna muito pior quando você faz aquilo que fazemos, e para piorar, a nossa prole resolve seguir os nossos passos. Oliver concorda com a cabeça.

–Pelo que soube, uma guerra em uma das outras Terras. – explica por alto, eu já tinha uma ligeira ideia do que se tratava, uma guerra entre Clark e eu, algo que deveria estar acontecendo não só em uma Terra, mas em várias, até mesmo aqui em nosso continuo tempo já tive que me segurar diversas vezes para não desmanchar aquele cachinho do meio daquela testa de aço. –Mas não é por isso que você veio aqui não é mesmo? Amazo. Ivo.

–O Questão conseguiu novas informações sobre o androide. – Oliver levanta uma das sobrancelhas em espanto, Questão não é conhecido pela sociabilidade com os seus companheiros de trabalho, considerando que sou eu a fazer essa observação isso quer dizer alguma coisa. – Ele queria uma informação sobre um cientista que estava investigando Atlântida, foi uma troca de favores. – explico para evitar mais caras de espanto. – São informações extraídas do CADIMOS.

–Talvez seja melhor ligar para o Diggle. – Oliver tira o celular do bolso e eu me levanto indo em direção a porta, Oliver apenas esboça um sorriso, ele tinha entendido o que eu iria fazer, e em um movimento rápido abro a porta e Isis, Connor e Damian caem amontoados no chão, vejo em um canto Luna colocar a mão sobre a boca para abafar o riso enquanto Felicity gargalhava em outro canto da sala, posso garantir que ela estava com um tablet vendo a cena.

–Felicity salva isso, quero colocar no nosso vídeo de compilado para o natal. – Oliver diz para um local especifico da entre os livros onde havia uma câmera escondida.

–Quero uma cópia. Assim não tenho que me preocupar com presentes no final do ano. Todos vão estar mais do que satisfeitos com essa cara do Damian. – volto a me sentar em minha poltrona deixando a porta propositalmente aberta.

BARRY

–Está no meu lugar. –digo ao ver Wally parado em frente as lápides dos meus pais. –Para quem me critica tanto por vir sempre ao cemitério a noite, parece que está tomando gosto pela coisa. –ele se vira em minha direção, e seu olhar estava perdido.

–Oi Tio. –sorri com alívio, e vou em sua direção, o dando um abraço.

–Não deveria estar estudando agora? –pergunto quando nos afastamos.

–Super velocidade. –dá de ombros, como se estivesse cansado. –Fiz todos os trabalhos dessa semana, e com a ajuda da Felicity, salvando toda a minha grade, acho que não vou ter muito o que fazer no próximo mês, além de comparecer as aulas.

–Hoje Dawn me pediu seu quarto, para ele. –conto e vejo o espanto nos olhos do meu filho.

–Uau, ele nem esperou a cama esfriar! –damos risada juntos. –Aquele moleque me paga!

–Mas então algo curioso aconteceu. –suspiro, dessa vez sou eu quem preciso desviar os olhos dos dele. –Disse a ele que não daria, por que é seu quarto, e você só foi para a faculdade, voltaria em quatro anos. –faço uma careta que Wally espelha com precisão, não consigo entender, como ele se parece tanto assim comigo. –Sabe o que ele me respondeu? –olho para ele de lado, e o vejo bagunçando os cabelos, em um tic nervoso. –Me disse que quando os heróis crescem, eles precisam pegar tudo o que aprenderam com seus mentores, e usar, em outro lugar, protegendo outras pessoas... Muito adulto para um moleque de quatro anos, não acha?

–Eu estava pensando em como te falar isso...

–Kid, Iris e eu te esperamos por tanto tempo. –começo a dizer, respirando fundo, com meus olhos queimando. Não sou do tipo de cara durão que esconde o que sente, muito menos Wally, e aquilo era como o perder mais uma vez. –Às vezes nós brigávamos, como todo casal faz. –ele me olha interessado. –Brigas bobas sabe? –dou de ombros. –Meus atrasos, ela e os lugares onde se enfia para conseguir as matérias... Um mais perigoso do que o outro. –digo com desgosto o fazendo rir. –Uma dessas brigas foi mais feia, eu cheguei a sair de casa, aconteceu dois anos depois que você foi embora.

–Antes de me encontrar? –ele parecia surpreso, confirmo com um aceno.

–Dormi no sofá do Cisco por uma semana.

–Uau, eu nunca pensei que isso já tivesse acontecido com vocês.

–Eu amo sua mãe Wally, sempre a amei. Mas Iris é a pessoa que mais me irrita no mundo. –rosno a última parte e ele dá risada. –Então um dia, enquanto ela estava em uma investigação, dessas bem perigosas... –falo irritado.

–Você a segue até hoje, não segue? –questiona sorrindo.

–Todos santo dia. –assumo. –Eu a vi entrar em uma fábrica de carvão, esperei por uma hora do outro lado, quando saiu, estava chorando. Se escorou no portão de entrada, e deixou o corpo escorrer por ele, enquanto parecia ter perdido uma parte dela. Naquele momento eu percebi o por que dela sempre se arriscar, Iris estava te procurando, mesmo sabendo que não era a hora de te encontrar, ela nunca perdeu as esperanças. Nós ainda brigamos todos os dias, pelos mesmos motivos. Meus atrasos e a teimosia dela, mas nunca mais deixamos o outro sozinho, por que nós precisávamos estar juntos, no dia em que te encontrássemos e não suportaria a maldita espera sem ela.

–Eu tenho sorte. –ele respira fundo com as mãos nos bolsos. –Conheci o pior, para aprender a valorizar vocês. –na verdade, a sorte era toda nossa.

–Por que Dawn disse aquilo? –faço finalmente a pergunta que me incomodava.

–Ele me ouviu, conversando com o Dick. –aquilo era bem a cara do Dick mesmo, nem sei por que perguntei. –Não queria falar com vocês agora, mas pai, eu tenho dezoito anos, não posso ser o Kid Flash para sempre, por mais que eu queira isso.

–Eu sei. –digo olhando para a lápide da minha mãe. –Você cresceu, e me orgulho disso. –entrego a ele um anel dourado, com um raio no centro, parecido com o que tenho em meu dedo, e ele no dele.

–Finalmente Cisco arrumou um uniforme do meu tamanho, precisei costurar um pedaço de tecido no meu, HÁ DOIS MESES! –reclama indignado. –Já cresci uns sete centímetros, e estava pega frango!

–Abra. –peço, me virando de frente para ele.

Wally faz o que eu digo, e de dentro do anel, sai um uniforme vermelho, parecido com o meu. A diferença estava nos detalhes, os raios dele se desencontravam na cintura, enquanto o meu forma um cinto, a mesma coisa com os da manga, Cisco se superou nisso. Vejo seus olhos brilharem quando se vira para mim, segurando o uniforme como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

–Mas você é o Flash. –sussurra admirado.

–Agora, nós somos o Flash. –corrijo. –Além do mais, já estava pegando mal você a meu lado, se chamando de Kid Flash, quando já está mais alto do que eu.

–Obrigado pai. –murmura emocionado e passo meu braço por seus ombros.

–Qual vai ser a cidade?

–Keystone City. Ainda vou estar em casa, afinal, são as cidades gêmeas. –vai ser o inferno quando ele for embora, mas também significa que o criei da forma certa, como Joe e Henry me criaram.

–Estou orgulhoso. –sussurro.

–Ouviu isso vô? –ele fala para a lápide do meu pai. –Barry Allen, um pai orgulhoso. Exatamente como o senhor disse. –fico apenas o observando, e curtindo o momento, quando seu celular toca. Wally o tira do bolso, e lê o que parecia ser uma mensagem. –Vou mostrar meu uniforme para Sara, apesar dela não merecer, depois do que fez com meu colega de quarto. –ele bufa, e eu o olho espantado. –Me vendeu para ele, como se eu fosse uma... Mercadoria. – ele some de vista em poucos milésimos de segundo, antes que eu possa entender o que aquilo significava.

‘Flash.’ Ouço a voz de J’on pelo comunicador. ‘Uma nevasca em New Orleans, e pelas características parece que Louise Lincoln fugiu de Iron Heights’

–Acho que o meu momento de tranquilidade chegou ao fim. – estralo o pescoço, me viro para a lapide dos meus pais e com um sorriso triste me despeço. – Volto depois. –aperto o meu comunicador, para que J’on tivesse minha resposta. – Chego em um minuto. –literalmente.

OLIVER

Depois do jantar, enquanto estávamos esperando Felicity e John cuidarem das louças, o que nós tiramos na sorte, nada de machismo, até o Bruce entrou na lista. Estávamos sentados na sala, quando Isis se senta em frente ao nosso convidado, o olhando de forma inquisidora. Quando penso que ela puxou bem mais da Felicity do que eu pensava, Damian se senta ao lado dela, e vejo Bruce suspirar resignado, mudando de posição.

–Por que não perguntaram isso ao Cisco? –ele diz, como se já tivesse tido uma longa conversa muda com o filho.

–Isis não pode falar sobre isso, mas se fosse eu no lugar dela, iria querer saber os motivos. –fala por ela, e Sara, Luna e Connor, se sentam a nossa frente, no chão mesmo, para ouvir as respostas. Aquilo só piorava. Bruce olha para mim, como que pedindo permissão para traumatizar minha filha.

–Vá em frente. –cedo. –Ela não vai sossegar enquanto não tiver respostas.

–No que chamamos de terra dois, há pouco mais de um ano, está acontecendo uma revolução. Que se iniciou quando o Coringa drogou o Clark, e o fez assassinar Lois, grávida. Pensando ser o Apocalipse. –Isis e Connor trocam um olhar, e meu filho se vira para Bruce.

–Não entendo. Meu pai não apoiaria o Coringa... –fala por Isis.

–Aquele não era seu pai. –enfatiza. – E isso é onde tudo se iniciou, eu ainda estou tentando entender o que aconteceu, mas sei que o que se passa lá, se desencadeou por esse evento. –justifica paciente. –Clark enlouqueceu depois dessa perda, ele matou o Coringa, e pelo que consegui averiguar, resolveu tomar o poder do mundo. Fazendo justiça de uma maneira perturbada, dando um fim definitivo....

–Matando pessoas. –Isis sussurra com a voz cheia de ressentimento.

–Princesa, esse não é o nosso Clark. –a lembro, mas ela apenas concorda sem olhar em minha direção, da mesma forma que a mãe faz quando está irritada com alguém que me fez mal.

–Exato. –Bruce confirma. –Ele acredita que precisa cortar o mal pela raiz. Todos da Liga, sofreram pela perda dele, mas alguns heróis pensaram que ele estava certo, outros, não acreditavam que a humanidade deve viver sobre uma ditadura...

–Vocês. –Damian diz.

–O Batam. – Bruce tenta se distanciar de tudo, apenas relatando o que sabe. - Nossas versões criaram a resistência, e tentaram de várias formas derrubar o governo tirano do Superman.

–Foi assim que meu pai morreu. –Connor conclui.

–Oliver Queen da terra dois, se sacrificou por todos, e pelo que entendi, a resistência só está de pé até hoje por que ele conseguiu as pílulas de super resistências, feitas por Lex Lutor, que dão a invulnerabilidade, e força semelhantes ao do Superman.

–Isso é sua cara. –escuto a voz irritada de Felicity, que estava parada no batente da porta ao lado de John.

–Sweet, não fui eu quem fez isso. –a lembro, pensando na merda em que me meti. Ela desvia os olhos, nervosa.

–Na verdade, seu sacrifício salvou minha versão, a Canário negro e a Caçadora. –isso não consola minha mulher, Dig passa o braço pelos ombros dela, a confortando, mas cuidaria de Felicity mais tarde, o meu problema era Isis, que tinha um olhar perdido repleto de dor.

–Você sabe como foi? –pergunta a Bruce, com os olhos nos dele, falando entre dentes.

–Infelizmente.

–E não pôde fazer nada?

–Não. Sinto muito. –ela concorda, e se levanta, saindo da sala a passos apressados, Connor faz menção em segui-la, mas o impeço.

–Não. –digo segurando seu braço. –Vai você. –olho para Damian que parece surpreso, mas Bruce assente para ele, concordando com minha decisão, e o garoto se apressa em seguir minha filha.

–Pai, o que está fazendo? –Connor pergunta irritado.

–Damian estudou a adaga, ele salvou a vida de Isis hoje. –digo sério o olhando nos olhos. –Não vamos ajudar agora, ela quer falar sobre, mas não pode. Se quer ajudar sua irmã, demonstre um pouco de gratidão pelo que talvez, seja a única pessoa que a está ajudando de verdade. –Connor solta seu braço de minha mão em um único puxão, estava furioso, mas ele precisava entender, aquilo me matava também, mas era pela segurança dela, isso fica léguas acima do meu ciúme.

–Como achar melhor, senhor. –sua voz era puro ódio, mas sua filosofia não permitia me chamar como ele realmente desejava. Me dá as costas e sobe irritado para seu quarto, Luna me olha como se pedisse permissão, e assinto, então ela vai atrás dele. Agora ficou apenas Sara, nos olhando com seus enormes olhos escuros, sem saber ao certo para onde ir.

–Parece que vocês querem ter uma conversa de adultos. –diz se levantando do chão. –Vou ir... Para meu quarto. –ela aponta para o segundo andar, onde seu quarto ficava ao lado do de Isis, embora ela durma aqui poucas vezes, nós nunca o desmanchamos.

–Claro querida. –respondo, ela sorri de forma compreensiva, e acaricia os ombros de Felicity, ao passar por ela. Sara sempre foi madura demais para sua idade.

–Falamos do elefante na sala, ou vamos para o assunto que nos trouxe aqui hoje? –Felicity solta, claramente irritada, Bruce parecia também querer cortar o papo.

–O Questão, achou indícios que o Amazo já foi exposto a alguns meta humanos.

–Pois é, eu estava fora por algum tempo. Poderiam me dizer exatamente o que está acontecendo? – John puxa uma cadeira para mais perto.

–Amazo é um androide que tem a habilidade de imitar os poderes de meta humanos, ET, em resumo, qualquer além do humano. – Felicity se senta no braço da minha poltrona colocando as pernas por cima das minhas, e passo meu braço ao redor de sua cintura.

–Isso pode ser um grande problema, para se dizer o mínimo. – John massageia as têmporas parecendo prever o que estava por vir. – E quem o controla?

–A ideia geral foi concebida por Ivo, mas como sabemos ele descansa em paz na costa de Lian Yu. – Felicity parece estar esquecendo o fato que eu me sacrifiquei em outra Terra, mas a conheço bem, e sei que ela só aparenta ter esquecido.

–Depois disso alguns piratas roubaram os projetos do Amazo, foi quando Waller o conseguiu. – finalizo.

–Sempre a Amanda. – Dig parecia cansado de ter que lidar com as besteiras da ex-chefe de Lyla, na verdade todos estávamos, a ultima tinha sido a Gangue Royal Flush e a morte da Às.

–Sempre a Amanda. – Bruce concorda.

–Então Amazo responde ao CADMOS?

–Parece que ele não responde há ninguém, ou ele adquiriu consciência ou uma sub-rotina foi ativada, por que o androide fugiu a cerca de um mês, e desapareceu do radar. – Bruce cruza as pernas dando a entender que aquilo era o problema. Não sabíamos o que esperar, mas nunca era coisa boa quando se tratava de planos do Dr. Ivo.

–E ele já teve contato com meta humanos? – Felicity se encolhe ao meu lado, e Bruce concorda com a cabeça. – De um a dez, quão ruim é isso?

–Depende da criatividade de Waller. Ela tinha uma prisão inteira de meta humanos, do tamanho da Iron Heights, para usar como quisesse. – Bruce olha com uma de suas sobrancelhas levantadas, deixando claro que a situação estava muito complica.

–Desse nível de ruim. –minha esposa conclui, e nenhum de nós é capaz de dizer nada para amenizar a situação.

BRUCE

A situação era animadora, a cara da Felicity demonstrava um ótimo compilado do que nos esperava. Sua feição era uma mistura de pânico, pavor e alguma coisa de raiva, mas ainda não tinha conseguido distinguir se era da Amanda ou do Oliver da Terra 2. Felicity era uma pessoa difícil de se ler, nunca o que ela demonstrava era o que ela estava pensado, Oliver era um homem de sorte, tédio não fazia parte da sua vida conjugal.

‘Batman e Arqueiro Verde.’ J’on nos chama pelo comunicador, ativamos o dispositivo abrindo a frequência para Felicity e Diggle. ‘New Orleans está sobre ataque.’

–Quem está atacando? – Felicity liga a TV em um canal de noticias.

‘Ao que parece setenta por cento da Liga.’

–Ele não está mais escondido. – Felicity se levanta e vai até as escadas enquanto Oliver para a frente da porta onde Damian e Isis haviam entrado. – Estamos de saída. – dizem juntos. Luna, Sara e Connor aparecem no alto das escadas enquanto Damian e Isis voltam para a sala.

–Nada de ficar patrulhando até tarde. –Oliver olha para filha e depois se vira para a afilhada. -Amanhã vocês duas tem aula, e Connor leve Luna para casa.

–Isso, vou precisar da minha assistente amanhã no escritório. – Felicity completa, J’on nos leva para a liga antes que eu diga qualquer coisa para Damian, não que precisasse, conhecia muito bem o meu filho, conhecia muito bem todos que eu tinha treinado, ele iria para a Caverna observar tudo, anotar todos os erros e depois jogar na cara de todas as pessoas lá presente.

A Torre da Liga era uma estação espacial que ficava na orbita da Terra, ela era do tamanho de um prédio de oito andares, com direito a estacionamento para os Javelin, dormitórios individuais para todos os membros da Liga, e várias salas de treinamento, um centro de pesquisa onde o Átomo passava varias horas se divertindo, tudo isso tinha sido fruto de uma quantia absurda desviada da área de pesquisa, quantia essa que Lúcios levou anos para voltar a preenche-la. Deixamos Felicity se ajeitando em seus computadores e vamos nos trocar voltando em seguida, as imagens de New Orleans estavam sendo exibidas no centro do salão principal, vários membros estavam em posição para serem mandados a campo.

–Ninguém mais desce! – minha voz se sobressai aos burburinhos de preocupação e expectativa dos presentes. Felicity me cutuca apontando para a imagem, Flash estava caído, e Clark voava em alta velocidade para um homem parado no meio da praça escura, ela aproxima a imagem e o ser parado tinha a pele dourada, parecia medir em torno de dois metros e trinta, e o que mais impactava era que não tinha face, apenas os olhos escuros e sem expressão. Clark bate em seu peito fazendo a onda de choque se espalhar pelo local. O androide estava intacto, Clarck, com o choque, havia sido arremessado longe.

–Não sofreu um arranhão. – John comenta observando extasiado. – Nem ao menos se moveu.

–Se moveu. – Felicity aponta para os pés do androide. – Ele agora está levitando.

–Ninguém desce lá. – aponto para J’on. – Não precisamos que ele ganhe mais poderes. Com qual de nós ele já teve um contato direto?

– Flash, Superman, Aquaman, Canário Negro, Caçadora, Questão. Mulher Maravilha e Mulher Gavião estão a caminho, Robin Vermelho está mandando Miss Marte e Super Boy para ajudar. – ele lista, parecendo procurar mais alguém que ele possa encaminhas. – Eu e Ciborgue estamos descendo para ajudar também.

– Cancelem todos. – Oliver aponta para Felicity. – Os façam recuar. – eles tinham um sincronismo ótimo, antes que Oliver termine de dar as diretrizes todos já tinham recebido o comunicado para se retirarem. Os membros da Liga presentes no salão de justiça nos observavam, eles queriam descer, queriam ajudar, mas tudo só pioraria.

–Os olhos dele estão ficando vermelhos. – Oliver aponta. -Fala que ele não vai usar a visão de calor do Super, vai? – antes que pudéssemos assimilar o prédio no final da rua já estava pegando fogo.

–Ele tem os poderes, será que tem as fraquezas?- J’on pergunta o que agora parecia o meu único plano viável, e eu ira usar o fragmento de Kriptonita em meu bolso para tentar parar Amazo antes que seja tarde de mais.


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Notas finais do capítulo

Então galera, nos contem o que acharam!
Vemos vocês nos comentários



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