Paradoxo - Seson 2 escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 6
Philippe Delphine.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas, dia de capítulo novo!
Então, esperamos que vocês gostem, e nós queremos dedicar esse capítulo a ThayThay, que recomendou de uma forma linda, a primeira parte dessa fic. Flor nós adoramos, muito obrigada mesmo!
Boa leitura galerinha!



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LUNA

–Droga, droga, droga! -olho para a confusão que estava meu quarto/sala, enquanto sigo o som do meu celular tocando Pretty Woman, estridente. -Droga, logo hoje!

Em baixo de um monte de roupas sobre o puff, que provei e descartei a alguns minutos atrás. O som parece estar vindo de lá, então começo a procurar pelo aparelho desesperada. -Olha, meu suéter beije! -aproveito e o jogo em cima do sofá, antes de alcançar o telefone, e jogar meus cabelos para trás, que estavam por todo o meu rosto.

–Oi! -só existe um motivo, para contato com outras pessoas me animar, ou melhor, só existe uma pessoa no mundo, que se pudesse apertaria em meus braços e não soltaria nunca mais. -Grant, pode falar!

‘Luna, tenho novidades sobre seu caso. ’ E não, essa pessoa não é Grant Morgan. ‘Precisamos nos encontrar vinte minutos antes da audiência, acho que encontrei algo relevante, e pode ser o que seu advogado precisa para vencer. ’ Sinto meu coração se apertar por um segundo, era esperança, um sentimento que não me permito ter a anos.

–Claro, eu já estava acabando de me arrumar, te vejo em dez minutos. -minha voz sai em um único fôlego, e desligo o telefone.

Vou para frente do espelho e olho minha saia, estilo secretária em um tom ocre, ajeito minha blusa branca de mangas curtas, e pego o suéter que encontrei, Felicity sempre diz que suéteres passam uma idéia de seriedade, e preciso disso hoje. Droga, pareço uma mãe, não que essa não seja a idéia, mas pareço uma mãe sem nenhum senso de estilo. Então escuto a campainha tocar.

–Não, não, não! -murmuro calçando meus saltos a caminho da porta.

Quando abro a porta dou de cara com um par de doces olhos azuis, atrás de uma armação elegante de óculos. A Sra. Queen, e uma mulher loura com o porte que me lembrava uma amazona, estavam paradas em minha porta. Elas me abrem sorrisos simpáticos, e eu tenho vontade de chorar de desespero. -Oi... Sra. Que... Queen! -inspiro, tentando parar a gagueira. -Hoje é minha audiência, adoraria ter tempo, mas tenho que me encontrar com Grant, a... a... agora.

–Ah, Luna, não precisa ficar nervosa, não vamos te atrasar. -sedo passagem para elas que entram sem nem mesmo olhar em volta, apesar de meu apartamento, ou kit net, um nome mais apropriado, estar impecavelmente limpo, a bagunça sobre o puff me incomodava, me incomodava muito. -E me chame de Felicity, acabei de fazer quarenta, e ainda não me acostumei com isso, é meio perturbador... -parecia estar falando sozinha.

–Felicity! -a mulher loura chama sua atenção, a trazendo de volta para a realidade, e eu aproveito o tempo que ela leva para se recompor, para dar a ultima olhada em meus cabelos, que estavam soltos e cacheados como sempre.

–Ah, claro. -escuto a voz de Felicity que acabou de voltar a realidade. -Luna, essa é Laurel. -aponta em direção a outra mulher.

–Laurel Lance. -ela me oferece a mão em um cumprimento, que aceito receosa. -Sua nova advogada! -olho confusa dela para minha chefe.

–Eu te... te...tenho, um advogado pú... Público. -respondo quando nossas mãos se soltam.

–Que passou a ser eu. -Laurel afirma, com um sorriso bonito nos lábios, ela é uma mulher muito bonita, mas existe alguma coisa imponente por trás daquele terninho cinza.

–Luna, você tem gasto uma fortuna com esse Morgan, para investigar o caso, e mesmo assim não teve resultados. -Felicity começa a dizer, pegando uma blusa branca, com traços pretos e jogando em minha direção. -Deixei que tomasse suas decisões, afinal é sua vida, mas Laurel é a melhor, e eu sou muito boa em pegar rastros, não vamos te cobrar nadinha. O que acha? -ela mostra um casaco vermelho e um beije para Laurel que aponta para o vermelho. -Se troca, estamos te esperando lá em baixo. -fala jogando o casaco vermelho para mim. -Linda essa sua saia! -elogia já indo em direção a porta e fico sem entender o que acabou de acontecer aqui.

ISIS

Connor gosta de treinar pela manhã, eu prefiro fazer isso à tardinha, mas como levamos a maior bronca de nossos pais ontem, e isso o deixou todo sentimental, disse a Laurel que treinaria com ele hoje. Sou uma boa irmã, ninguém pode negar isso. E acabo de me lembrar como odeio treinar com ele, enquanto desvio dos golpes propositalmente lentos de Connor, e o atinjo com uma rasteira o fazendo cair.

–Não sou criança! -reclamo estendendo a mão para ele que aceita se erguendo.

–Vou me lembrar disso. -responde se levantando com dificuldade fingida, e pega uma garrafa de água. -Aqui, por que não vemos o que pode fazer com a “adaga da maldição”. -reviro meus olhos, Connor tem tentado dar nomes a Katoptris desde que começamos e isso já foi engraçado, tipo, a cinco horas atrás.

–Você vai usar o arco? -pergunto indo em direção a minha mochila para pegar a Katoptris.

–Não sei se sua pequena cabecinha de gênio se deu conta de que uma adaga é uma arma de combate a curta distância, e um arco de longa... -parei de prestar atenção nesse momento, Connor às vezes é o mesmo que um sonífero super potente para mim.

Pego a Katoptris e a tiro de sua bainha de couro, sua lâmina bronze reflete meu rosto, depois de horas olhando para ela me dei conta de que Helena tinha “probleminhas”, isso não passa de uma adaga, espera... Por um momento tive a impressão de que meus olhos ficaram violetas, pisco algumas vezes e volto a olhar, mas isso não é meu rosto!

Um garoto de cabelos castanhos e bagunçados, que não deve ter mais do que quinze anos estava parado em frente ao tribunal de justiça da cidade, mas o que me chamava atenção nele era seu rosto, era tão bonito que parecia ter sido esculpido por um artista, ele me lembra alguém, com aquela expressão de que não queria estar ali... Seus olhos eram de um violeta vivo, impressionantes, mas todo o resto... Era um garoto alto, usando um moletom azul e jeans, ele olha as horas, onze e vinte, então um clarão e tudo vira ruínas.”

–Isis, você está bem? -a voz de Connor me desperta, engulo em seco antes de guardar a Katoptris novamente em minha mochila e me virar em sua direção, tentando parecer calma.

–Eu a esqueci Connor. Droga! -tento soar revoltada e não apavorada que era a forma como me sentia.

–Está tudo bem, não precisamos usá-la agora. -ele sorri secando seu rosto com uma toalha. -Dick me chamou para almoçar com ele e Babs, quer vir?

–Eu adoraria ver Chloe e Al hoje, mas não posso. -ele franze a testa confuso. -Tim ficou de me ajudar com a pesquisa sobre a adaga. -olho para meu relógio. -E olha, estou atrasada!

–Tudo bem... -ele parecia desconfiado, então corro em sua direção e pulo em seus braços que me pegam no mesmo instante, me abraçando apertado enquanto escuto sua risada.

–Obrigada pelo treino. -beijo seu rosto, antes de voltar para o chão, e sair em disparada em direção a porta.

LUNA

Chegamos a cafeteria onde Grant me esperava. Grant Morgan era um homem em seus vinte e sete anos, e até conhecer Connor Hawke, a família Queen e seus amigos, ele estava no topo da minha lista de caras gatos. Era muito alto, com cabelos castanhos, músculos bem definidos, e uma carinha de bom moço, que não cola de forma alguma. Eu o contratei a três meses, para investigar a família Foster, desde que tiraram meu direito de ver Philippe, uma semana depois que entrei com o processo para conseguir a guarda dele.

Philippe Delphine é meu irmão mais novo, hoje ele tem treze anos, nossos pais morreram em um acidente de avião, há oito anos atrás. Estavam em sua quarta lua de mel, eram completamente apaixonados, um pelo outro, acho que esse amor só não superava o que eles sentiam por mim e Philippe. Mas a vida é um grande rolo de merda, que adora ser cruel. Depois da morte deles, Phil foi adotado pelos Fosters, e eu fui para um reformatório, ninguém quer uma garota de quatorze anos como filha. Mas os Fosters sempre traziam Philippe para me visitar, ou nos levavam ao cinema, me buscava nos aniversários dele. Posso não gostar de pessoas, mas Phil é uma parte minha, alguém que amo mais do que a mim mesma, só tive um objetivo na vida, que foi consegui-lo de volta. Disse isso a Sra. Smoak no dia da minha entrevista, eu estava desesperada, se vendesse Hot Dog, nunca mais teria meu garoto.

Felicity e Laurel andavam a meu lado, e não sei por qual motivo, mas me sinto dentro daqueles filmes, que mostram as três garotas más andando nos corredores do colégio, e estou tão nervosa, que nem mesmo me lembro do nome.-Grant. -cumprimento apertando sua mão. -Essas são...

–Felicity, Smoak. -oferece a mão a ele que pisca duas vezes, conhecendo a bela mulher do prefeito da cidade, não o culpo.

–É um prazer! -diz admirado quando suas mãos se soltam. Depois ele volta sua atenção para Laurel. -Já nos conhecemos. -fala em sua voz rouca. -Lance. -eles apertam a mão, e eram como aqueles lutadores de UFC, Deus, quando isso vai acabar?

–Eu estou assumindo o caso dos Delphine, Morgan. -Laurel anuncia e Grant apenas concorda assentindo.

–Essas são as acusações que levantaram contra Luna. -ele entrega a Laurel uma pasta parda que ela começa a folhear. -Estão usando suas fobias sociais como argumento para que não tenha a guarda de Philippe. -sinto as lágrimas queimarem em meus olhos, enquanto me esforçava para que elas não escorressem, e sinto a mão de Felicity segurando a minha. -Eles alegam que não é mentalmente disposta a cuidar de um adolescente.

–Mas, eu só tenho pro... pro... problemas com quem não conheço!

–Isso é ridículo. -Laurel diz já se levantando. - Não é nem mesmo um embasamento legal, e Philippe já pode escolher com quem ficar. Vamos Luna, vamos conseguir seu irmão de volta. Obrigada Grant.

–Obrigada. -sussurro quando me levanto, e Grant dá um passo em minha direção me surpreendendo com um abraço.

–Boa sorte Luna, espero mesmo que consiga ter seu irmão de volta, você merece isso. -assinto agradecida, mas muito incomodada com a proximidade, então sorrio em resposta antes de seguir as outras.

ISIS

–O que é tão importante que tive que subornar o Tim para me mandar a Starlling? – Damian aparece na porta do meu quarto, eu esperava que ele pelo menos apertasse a campainha, mas acho que seria pedir demais a um Wayne.

– Você algum dia na vida já foi normal? – questiono saindo do meu quarto e o puxando escada a baixo até a biblioteca.

–Como assim normal? -responde olhando sério para o local em seu braço onde estava a minha mão, o que faz com que a retire constrangida.

–Normal, sabe? Aquelas pessoas que apertam a campainha? - respondo trancando a porta atrás de mim, meus pais não chegariam tão cedo, mas meu irmão ainda era um desocupado, e não tenho certeza se vai ir direto para a casa dos Grayson.

–Nunca. – sento em um dos sofás de leitura e Damian senta ao meu lado, ele parecia esquisito, estava sempre olhando para a porta ou para as janelas, como se quisesse fugir a qualquer momento. – Por que você me chamou?

–Eu não sei ao certo. – tiro a adaga do bolço da minha jaqueta. – Você sabe o que é isso?

–Uma faca? – me olha como se eu fosse um animal esquisito. Desembainho a adaga com muito cuidado, acho que preferiria estar lidando com o ‘timer’ de uma bomba a lidar com isso aqui. – Quer que eu tire da bainha para você? – Damian estranha a minha atitude toda preocupada, tecnicamente aquilo era uma simples adaga, fomos treinados para usar esse tipo de arma como se fosse faca de manteiga.

–Olhe mais de perto. – tiro a adaga lhe dando total visão do objeto.

–Ela parece meio velha, não tem um bom equilíbrio... – pega a adaga, e a olha por algum tempo. – Isis, isso é uma adaga cerimonial. Está planejando abater um cordeiro, por isso precisa da minha ajuda? – diz com um meio sorriso de deboche, e me devolve se levantando como se desse fim a conversa. –Se o Arqueiro Verde está precisando de armamento vou pedir para o meu pai mandar algumas armas antigas para a sua base de operação.

–Qual é Wayne? - me levanto ficando injuriada com tamanho despropósito. - Ela é linda, tem um equilíbrio perfeito, está totalmente polida. E não, não precisamos de armamentos. – ele me faz perder o foco às vezes, não que seja uma coisa muito difícil, isso de me fazer perder o foco, acho que é quase uma patologia genética. –Agora cala a boca, e volta a sentar essa bunda no sofá. – eu estava sem paciência, e se aquilo que vi for verdade, estava ficando sem tempo também. Ele se senta ao meu lado, se não fosse um Wayne eu juraria que eu tinha visto medo em seu olhar.-Eu ganhei essa adaga de um cara tão feio que só poderia ser o filho do Hefesto.

–Lodai? – ele agora parece mais interessado.

– Esse mesmo. – talvez e outra ocasião me interessaria pela história do Damian com o sujeito creepy. – Ele me disse que essa era a adaga da Helena, a de Tróia, não a Caçadora. -esclareço desnecessariamente.

–Eu entendi a referência em Hefesto.- faz menção para que eu vá mais rápido na explicação, só que não podia avançar mais, droga, o escolhi justamente por pensar que com toda a mitologia com que cresceu, não me faria perguntas. Isso, e sua falta de interesse natural. –Esperava algocomo, cabo de ouro e lamina de diamante, pelo menos a bainha teria que ter umas ametistas ou safiras. – diz parecendo muito indignado, tive que me esforçar para não rir. -As ilustrações que vi nos livros lá em Nanda Parbat foram muito generosa, para não dizer mentirosas.

–O ponto não é esse, Damian. – bufo impaciente, me levantando e começo a andar de um lado a outro, eu não posso contar a ele, Helena deve ter um bom motivo para nunca ter partilhado suas visões, Damian precisa entender sozinho. Deus ajude que ele tenha puxado mais do morcego do que o DNA e a marra natural.

–A lenda diz que Helena tinha visões premonitórias. – ele fecha os olhos como se buscasse detalhes em sua memória. – Uma Lenda Isis, só uma Lenda... – sua voz diminui, quando seus olhos vêem o medo nos meus, parece em fim entender onde estou querendo chegar.

–Realmente uma lenda absurda, igual um poço que trás as pessoas de volta a vida, quem sabe tão descabida como uma ilha cheia de mulheres guerreira, oh... Já sei que tal ET’s, apesar de que eu acho que isso se encaixa mais em lendas urbana... – eu poderia ficar o dia todo nisso, talvez até mais de um.

–Serio? Essa é a Katoptris? E você conseguiu ver o futuro com ela? – continuo o encarando em silêncio. -Certo, entendi. A história da maldição. -agora até ele parecia tenso. -O que precisa que eu faça? -um sorriso de alívio surge em meu rosto, e preciso conter as lágrimas.

–Precisamos chegar ao Tribunal de Justiça. -tento ser menos vaga possível. -Onze e vinte.

–Isso nos dá pouco mais de uma hora. – olha para o relógio na parede oposta à que estávamos.

–Você acredita em mim? – parecia muita maluquice e eu entenderia se ele não acreditasse.

–Prefiro arriscar as minhas chances. – responde já se levantando e indo em direção a porta. -Vocês têm algum carro ou uma moto por aqui? – passo à frente dele indicando o caminho, tínhamos muitos carros, eu nem entendia por que tantos, já que meu pai e meu irmão sempre preferiram motos, e minha mãe sempre usava o mesmo. Damian para em frente a uma Aston Martin DBS, como eu sei disso, bem digamos que Connor já me obrigou a ver muito Cassino Royale.

–Você dirige?

–Dês dos meus oito anos. Você não? – entra no carro e faz sinal para eu ir mais rápido. Eu entro rezando para que nada aconteça, por que juro que não saberia como explicar para os meus velhos o porquê de estar em um carro, que tinha roubado da garagem, acompanhada de um dos maiores garotos problemas da história. -Vai ficar tudo bem, é só ser meus olhos. -diz quase de forma doce, o que me faz olhar em sua direção surpresa.

LUNA

Chegamos em frente ao tribunal, e vejo Phill do outro lado da rua, com as mãos no bolso de seu moletom e seus cabelos castanho claro, desgrenhados pelo vento. -É ele. -sussurro tocando o braço de Felicity que estava a meu lado. -Aquele é meu irmão.

–Que garoto lindo. -Laurel diz com um sorriso simpático, e não posso evitar o sorriso orgulhoso que se forma em meus lábios.

–Me lembra você Luna. -Felicity comenta, mas Philippe me vê e todo o resto perde a importância.

Ele me abre o sorriso mais lindo do mundo, e olho rapidamente para os lados, antes de correr em sua direção. -Lu! -diz em meio ao riso baixinho quando o envolvo em meus braços. -Senti sua falta.

–E eu a sua. -respondo olhando seu rostinho lindo, com seus grandes olhos violeta me encarando cheios de afeto. -Sinto muito por...

–Philippe! -a voz de Marta Foster me faz pular de susto. -Vamos entrar.

Levanto meus olhos para a mulher ruiva parada a alguns metros de distância, que não me olha de volta. Ela estava parada ao lado de sua esposa Jossely, que ao contrario da outra, me encarava como se tivesse a traído. Sinto meu coração se apertar, e reprimo minha vontade de me encolher, forço um sorriso para Phill o puxando para um abraço apertado.

–Eu te amo. -sussurro em seu ouvido.

–Eu amo você Lu. -responde quando nos afastamos, e ele fecha o semblante olhando para as mães. -Vocês não podem fazer isso! -escuto ele dizer nervoso, mas Felicity me olha tensa com o telefone no ouvido, e escuto o motor de um carro vindo em alta velocidade em nossa direção, e esse nem é o pior.

Quando as portas se abrem vejo Isis no passageiro, parecendo enjoada, ao lado de Damian, que desce imediatamente olhando para os lados. Felicity ajuda a filha a sair do carro, e quando Isis está parada a meu lado, pega imediatamente o tablet em sua bolsa, isso para Felicity, é o equivalente a Connor ou Oliver sacarem o arco. Todos pareciam alerta, e eu só conseguia pensar em meu irmão, a cinco metros de distância discutindo com as mães.

–É ele! -Isis aponta, me fazendo gelar. -O garoto de olhos violetas.

–O que tem o Phi... Philippe? -o choque chega a fazer com que minha voz saia alta.

–Conhece esse garoto? -Damian pergunta.

–Ele é meu irmão. -respondo e escuto Isis soltar algo que soou como “Que merda!”.

–Encontrei! -Felicity exclama. -Vamos ter que evacuar todo o prédio. -Olha para Laurel que assente, e começa a andar para dentro do tribunal. -Posso te guiar Damian, acha que pode encontrar a bomba? -pergunta e sinto minhas pernas bambearem, mas o garoto apenas dá um meio sorriso para minha chefe. -Claro que pode, pergunta idiota, desculpe. -não sei se falava com ele, ou com ela mesma. -Isis, você protege Philippe e os Fosters.

–Acho que temos um plano. -Damian diz a Isis, como se fosse algo apenas dos dois, ele toca algo em sua orelha e Isis faz o mesmo, então correm em direções opostas, cada um indo executar sua parte do plano.

–O... O... O que eu po... posso fazer? -pergunto e Felicity me entrega um celular com uma chamada em curso.

–Se acalme, e fique a meu lado. -responde.

‘Mãe o que aconteceu?’ reconheço a voz de Connor do outro lado da linha e um choro de bebê ao fundo, quando outra voz infantil parecia chamar “titio”.

–O que a... a... acha de can... cantar? -sussurro com meu olhos fixos no meu irmão.

‘O poder do amor é uma coisa curiosa fazer um homem chorar, fazer outro homem cantar...’ Ele começa imediatamente a cantar The Power of Love, do filme De Volta Para o Futuro, e aos pouquinhos se torna mais fácil respirar, enquanto a voz de cafajeste do Connor entoava a canção.

Não sei se depois que se por causa do que passamos no elevador, ou por nossa inesperada amizade, o que era um feito para mim, e muito mais para o Connor, tenho que admitir sou uma pessoa complicada, mas o importante é que algo na voz dele consegue colocar minha respiração no lugar. Mas também pode ser o fato dele sempre cantar alguma música de um filme que eu gosto muito, provavelmente se ele cantasse a música tema Dragon Ball, o filme não o anime, iria dar na cara dele mesmo por telefone. Ok esse não era o ponto, o ponto é que agora eu estava mais calma, e poderia fazer algo além de ter uma crise de pânico.

‘Não precisa de dinheiro, nem de fama, nem precisa de cartão de crédito pra subir nesse trem, é forte e repentino e às vezes é cruel, mas pode salvar sua vida. Esse é o poder do amor. Esse é o poder do amor... ’

–Obrigada Connor...

‘Você vai me dizer o porquê de eu estar cantando enquanto tento dar a mamadeira para o Al?’ – pergunta e posso ouvir o sorriso em sua voz, mas eu preciso ajudar a Felicity.

–Talvez mais tarde. – respondo e desligo o telefone indo em direção a Isis que estava do lado do meu irmão e das suas mães. Quase o nome de um filme. – Isis eu tomo conta aqui. – me direciono a garota, eu mesma me impressiono com a minha postura. – Vai fazer o que você faz. – Isis não pensa duas vezes, ou ela tem muita fé em mim, o que é idiotice, ou está preocupada com o Damian, que também seria idiotice. – Esse lugar não é seguro. – aviso a Marta e Jossely, enquanto pegava a mão do meu irmão para tentar evitar que virássemos patê entre os destroço do fórum.

–Não vamos com você, vamos esperar que o juiz nos chame para podermos acabar logo com isso. – Marta puxa mão do meu irmão da minha e começa a entrar no fórum.

–Isso não é ho... hora. – respiro fundo para me acalmar, e a voz de Connor vem a minha mente para ajudar o processo. – Não temos tempo para isso, o prédio está sendo evacuado. – e como resposta um alarme soa nos alto-falantes de segurança. Marta e Jossely se olham, e Philippe solta da mão da mãe e me abraça. –Vamos. – o aperto mais firme contra o meu corpo, e logo nós quatro já estávamos atravessando a rua, o mais longe do perigo que posso. Estava preocupada com Felicity, Isis, até mesmo Damian e Laurel, mas eles eram treinados, e se eu ficasse provavelmente só iria atrapalhar.

ISIS

–Damian. – o encontro em uma das caixas de força do prédio, ele me olha e vejo apreensão em sua face, Deus isso não podia ser um bom sinal, eu ficaria tranquila se essa expressão viesse do Cisco, talvez da Caitlin, por que é normal, mas isso vindo do Wayne mirim era realmente preocupante. – Qual é a real gravidade?

– Consegue ver isso? -ele aponta para um pequeno ícone no canto da tela do timer. -Esse é só um dos detonadores, se desligar esse vai acionar outro que pode estar em qualquer lugar. Temos que descobrir onde ele está, o desativando, desativo esse.

–Não, precisamos descobrir quem os implantou, se não vamos acabar fazendo tudo isso explodir. – aperto o comunicador em meu ouvido. – Mãe? Precisamos saber com quem estamos lidando.

‘Me mostrem o detonador. ’ pego o meu celular e começoa transmitir as imagens para ela. ‘Essa assinatura, visualmente falando, parece com a do Capitão Bumerangue. ’

–Serio que os seus vilões têm esses nomes? - Damian faz uma careta de contrariado.

–Ele é australiano. – tento justificar, era isso ou culpar o Cisco, e ninguém é mal com o Cisco.

‘Falou o cara que tem como vilões pessoas com codinomes de Chapeleiro Maluco e Sr. Frio. ’ minha mãe, morro de orgulho dela. Me viro em direção ao Damian que parece segurar o riso, ele tenta parecer malvado, mas estou começando a considerar que isso pode ser uma fachada. ‘Estou rastreando o sinal normalmente usado pelo Bumerangue, está... Comigo?’

–Mãe, como assim com você? – isso não fazia sentido.

‘Está perto do meu celular... O meu celular está com a Luna. ’

–Mas a Luna estava o tempo todo com você, até ela ficar com.... O garoto de olhos violetas. Ele é a chave. – Damian me olha sem entender. –Onde ela está?

‘Próxima ao parque. ’

Pego Damian pelo o braço que me segue mesmo parecendo não entender nada. Abrimos caminho pela multidão que se aglomerava na calçada, esse povo parece não entender o que é perigo, inacreditável. Ao invés de correr em direção contraria, se aglomeram para ver o circo pegar fogo. Virando a esquina vejo o caminhão da Swat entrando no cerco feito pelos policiais, se nós destruíssemos o sinal dos detonadores eles conseguiriam lidar com o resto.

Atravessamos correndo o pequeno lago que inicializava o parque quando vejo Luna abraçada ao irmão olhando para onde a qualquer momento poderia haver uma explosão. Essa, é atitude correta a se ter em ocasiões como essa, você se afasta da zona de perigo, abraça algum ente querido e começa a rezar por ajuda. Ela nos olha sem entender, puxo o garoto de olhos violetas que eu não lembro o nome, de seus braço. E começo a procurar algo estranho nele, as duas mulheres, que estava com os dois, tentam me impedir, mas encontraram um garoto de quinze anos, muito mal encarrado, de barreira.

Então vejo um pequeno disposto preso no gorro do moletom azul do irmão da Luna, era tão pequeno que eu acharia impossível que fizesse tanto estrago. Mas com essa vida que levo, aprendi a não duvidar dessas coisas. Entrego para Damian que em poucos segundos desativa o transmissor. -Oi, sou Isis. -ofereço minha mão para o garoto alto, que me olhava assustado. -Isis Queen. -ele aperta minha mão ainda confuso.

–Philippe Delphine. -diz e me surpreendo por sua voz ser mais grave do que esperava, mas deve ser só agora, essas coisas de garotos na puberdade. -Obrigado, por isso. -passa a mão no capuz de seu casaco, depois aponta para a Swat.

–Não foi nada. -respondo e me surpreendo com um abraço carinhoso de Luna, que para completar meu espanto ainda beija meu rosto com carinho.

–Muito obrigada. -diz olhando em meus olhos. E já que ela fez isso primeiro, me inclino dando um beijo em seu rosto, ela sorri e não parece em nada incomodada.

–Qualquer coisa por você. -pisco para ela, antes de me virar em direção ao meu amigo mais improvável.

–Vou ter que te agradecer? -franzo o nariz a contragosto.

–Deveria, mas não vou cobrar. -responde sério, e nos encaramos por um tempo, antes de cairmos sentados no gramado do parque e começarmos a rir, não sei se de agradecimento por tudo ter dado certo, ou por desespero, ou talvez era só reação atrasada de pânico mesmo.

CONNOR

Chego em casa no inicio da noite, e já vou direto em direção ao quarto de Isis. Não sei se estou muito bravo por ela ter mentido para mim, ou muito aliviado por ela estar viva, e ter salvo o irmão da Luna, que eu nem sabia que existia. Entro em seu quarto recém redecorado, que agora tinha um jogo de moveis de madeira escura, e lençóis brancos. A única coisa que indicava ser um quarto de garota, eram os perfumes e cremes sobre a penteadeira que ela manteve. Me escoro sobre o batente da porta e cruzo os braços, a vendo deitada na cama com fones de ouvidos.

–Ah meu Deus, Connor! -exclama se sentando assustada quando finalmente me vê. -Não sabe bater? -reclama tirando os fones.

–Não faria diferença. -entro em seu quarto e me sento a seu lado, na beirada de sua cama. -O que está ouvindo?

–The Beatles. -ela me oferece um dos fones. -Prefiro sermão com trilha sonora. -abre seu sorriso de anjo, e não posso evitar de corresponder. -Mas preciso avisar que chegou atrasada, papai passou por aqui a trinta minutos.

–Que pena. -reviro meus olhos com sarcasmo. -Por que não me contou Isis?

–Versão longa ou curta?

–A que tiver menos sarcasmo.

–A Helena não contava sobre o que via, pensei que era por um bom motivo, e Con, você faz perguntas demais. -abro a boca para revidar, mas Isis é mais rápida me interrompendo. -Sei que é por que se preocupa, acredite, eu agradeço por isso...

–Não pode me culpar por me importar. -afasto uma mexa de seu cabelo do rosto.

–Não culpo. -responde e me inclino dando um beijo no alto de sua cabeça antes de me levantar.

–Estou feliz por você estar bem. -me levanto já indo em direção a porta, mas me viro para encará-la antes de sair. -Se fizer isso novamente eu acerto uma flecha no Damian, vamos ver quem você vai chamar, já que vou restringir consideravelmente sua lista de possibilidades. -espero apenas que ela engula em seco assustada e confirme com um aceno, então saio.

Caminho pelos corredores da mansão, e escuto vozes vindo do escritório do meu pai. ‘Às vezes tenho inveja do Barry, ele tem três garotos, e não precisa lidar com hormônios e caras querendo a garotinha deles... ’ A voz de meu pai estava repleta de frustração, e escuto a risada musical de Felicity, paro para ouvir o restante da conversa. ‘Não consigo lidar com isso, e quando fui falar com ela sabe o que sua filha fez?’

‘Já te disse, que não gosto quando diz que são meus filhos só quando você está frustrado com eles!’ reclama, e desisto de ouvir escondido, e paro no batente da porta, vendo meus pais se olhando como se tivessem acabado de se conhecer. -O que a nossa filha fez?

–Me olhou com esses olhos ai. -aponta para ela que cora, desviando os olhos dele, tímida. -E disse que fez o que era certo. -ele segura o rosto dela entre as mãos.

–E ela fez. -Felicity confirma, enquanto ele se aproxima, mas já era demais para mim. Limpo a garganta chamando a atenção para mim.

–Criança no pedaço. -aponto para mim mesmo entrando no escritório, eles sorriem do meu descaramento, e meu pai passa o braço ao redor dos ombros da minha mãe. -Você está bem? -pergunto me aproximando para dar um beijo no rosto dela.

–Nem um arranhão. -responde e me sento no sofá do escritório, meu pai se senta na poltrona e Felicity se senta braço da poltrona com o braço do meu pai em volta de sua cintura. -Foi ver a Isis?

–Vim de lá agora. Isso do Damian é verdade? -faço careta e meu pai espelha.

–Eles são amigos. -Felicity responde e nós a encaramos descrentes. -Deixem a garota ter amigos. -ordena dando fim a conversa.

–Viu a Luna, depois de tudo? -pergunto depois de uma tosse, e os dois se encaram.

–Connor, já te contei como Felicity e eu nos conhecemos? -questiona e eu suspiro cansado, fazendo Felicity dar risada.

–Muitas vezes, pai. Mas sei que vai contar de novo... Na verdade eu quase gosto de como você consegue ver por um novo ângulo sempre que fala sobre isso. É como se fosse o Mufasa e eu o Simba. -minha mãe dá risada, mas ele apenas esboça um pequeno sorriso antes de ficar sério.

–Eu pedia ajuda a ela, para encontrar pessoas, ou rastrear coisas de que precisava... -Deus, ele vai mesmo me contar isso mais uma vez?

–Oliver, vai logo para a parte da lição que quer dar a ele. -Felicity interrompe, e sinto vontade de beijá-la, por ser a pessoa mais linda do mundo.

–Nós fomos apenas amigos por três anos, e sabe por quê? -ela o olha divertida.

–Você era lerdo? -pergunto a fazendo dar risada e ele revira os olhos. -Não, sério pai, agora me conta, como você deixou a Fel três anos dando sopa? -ela cora de forma adorável.

–Eu flertei com ela, mas não deu certo. -se defende.

–Não, você não flertou comigo!

–Está vendo? -ele aponta e eu concordo. -Garotas como Felicity ou Luna, não percebem essas coisas.

–Exato! -concordo me inclinando em direção a ele, apoiando meus braços em meu colo, e o vejo fazer o mesmo. -Outro dia tentei, você sabe, sorrir e essas coisas. -ele concorda. -Ela deu risada! -digo chocado.

–Uma vez eu perguntei a Felicity se ela sentia a minha falta, e ela disse não, sem nem hesitar. -fala indignado.

–Hey, eu estou bem aqui! -escuto minha mãe reclamar, mas estava interessado demais para me virar em sua direção.

–O que estou tentando dizer Connor, é que ela precisa confiar em você, e você precisa ter certeza do que sente, nós não somos do tipo que sossega com qualquer uma. -ele franze o cenho, e Felicity concorda.

–E sabe que se magoar a minha garota, eu vou bloquear toda a sua existência online. -ameaça séria.

–Mãe, você me ama. -a lembro a fazendo sorrir de forma doce. -Não pode fazer isso.

–Experimenta. -diz com o mesmo sorriso doce, meu pai dá risada e eu engulo em seco.

–Mas vocês estão certos, vou conversar com Luna, é melhor mesmo sermos amigos. -concluo me levantando. -Faço isso amanhã.

–Boa escolha. -escuto meu pai dizer. -Quanto tempo damos a eles? Dois, três, cinco anos? -debocha e passo pela porta revirando os olhos.

–Oliver! -Fel diz, mas posso ouvir o sorriso em sua voz.


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Notas finais do capítulo

Então, Luna não está só nesse mundo galera! E ela tem seus motivos para ser como é, bem triste, mas nada que não se resolva (assim esperamos). Mas nos contem o que acharam do Phill, Damian e Isis com essa amizade fofuruca, a Lâmina Maldita ai a fazendo parecer a mãe Diná, e os conselhos de Oliver Queen kkkkkkk. Acho que todos esses anos levando pancada, deixaram o tico e o teco dele em lugares diferentes e não conseguem mais se conectar com precisão. Mas enfim, esperamos que tenham gostado, e nos contem tudinho nos comentários!
Bjnhos!!
Thaís Romes e Sweet Rose.



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