Angel of Marble - Enjolras & Grantaire escrita por Mademoiselle T


Capítulo 1
Unique


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esta one-shot depois de ter lido aquele capítulo do livro (não me lembro exatamente qual capítulo) em que Grantaire diz sua icônica frase: "Que belo mármore!", e me aproveitei disso para formar minha própria opinião sobre o relacionamento dos dois e também para escrever essa fic XD não é nada de especial, só mais uma entre as milhares de fics Enjolras/Grantaire que já foram escritas, mas espero que gostem.
Boa leitura.



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Grantaire, apesar de sempre repelido, maltratado, afastado por Enjolras, sempre voltava e dizia:
-Que belo mármore!
Que belo mármore, que belo pilar de mármore de uma Revolução, que belo pilar de mármore de uma sociedade secreta de estudantes, que belo anjo de mármore!, pensava Grantaire.
Pois Enjolras, maldito seja quem afirmar o contrário, possuía uma pele que se assemelhava a mármore, e acima de tudo, convicções e desejos de mármore. Nada que já estivesse implantado em sua mente revolucionária poderia mudar.
Grantaire, no fundo, admirava isso. Não se importava com a Revolução, nem com princípios, com a moral ou com o sonho de uma França melhor, mas decididamente se importava com o Enjolras.
Ele inspirava confiança, bravura, esperança! Enjolras inspirava tudo o que Grantaire não possuía, e tudo o que havia dentro dele mesmo. Ele não era, bem, não era o mais amigável dos estudantes que se reuniam no Café Musain, nem o mais gentil, e muito menos o mais paciente. Ouvia para entender e não para responder, uma rara qualidade, mas imediatamente desprezava alguém que fosse contra os seus princípios. E por este mesmo motivo fingia desprezar Grantaire: este não possuía princípios próprios, sonhos, opiniões, desejos; se houvesse uma garrafa de vinho na sala, estaria tudo bem para ele. Se não houvesse, continuaria ali para observar e ouvir os discursos motivacionais de Enjolras.
Este, por sua vez, sentia pena dele. De fato sentia: Grantaire era merecedor de pena. Enjolras imaginava a agonia, o vazio que deveria ser dentro de uma pessoa que pensava em nada, mas em se embebedar. Imaginava o vazio que deveria ser dentro de uma pessoa que não possuía objetivos, como ele.
Mas Enjolras se enganava: Grantaire não era de todo vazio. Ele o amava; amava seu anjo de mármore, não da forma como Marius amava a jovem que conhecera nos Jardins de Luxemburgo ou como Joly e Bossuet amavam Musichetta. Seu amor não era recíproco; ele amava uma criatura de mármore, portanto sentimentos tão duros e frios quanto mármore seriam a única coisa que poderia receber em troca.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e comentem a opinião de vocês sobre o relacionamento dos dois para que no futuro eu possa talvez imaginá-la de outra forma :)