Good girls escrita por Heda


Capítulo 17
Não é o fim. É apenas o começo.


Notas iniciais do capítulo

Gentee, boa noite. Sei que demorei, bastante, mas estava pensando por alguns dias em como essa fic esta indo. Eu não sei se vocês estão gostando então quero que me digam o que estão achando.



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Annabeth estalou os dedos antes de tocar a campainha. Ela estava ofegante por ter corrido tanto e ainda não estava preparada para enfrentar sua família. Estava com raiva de Thalia e não tinha certeza se Piper ou Silena a acolheriam. Então ela recorreu à única pessoa que talvez a ajudasse.

– O que aconteceu com você? – Percy Jackson perguntou franzindo a testa ao ver Annabeth Chase com os braços cruzados olhando para os lados.

– Preciso de um lugar pra ficar. Pelo menos temporariamente. – ela disse timidamente.

Um sorriso se formou nos lábios de Percy.

– Fique a vontade. – ele disse estendendo os braços.

A casa dos Jackson conseguia ser ainda mais bonita por dentro. Cheios de moveis rústicos ela tinha um ar diferente da casa de Annabeth. Um verdadeiro lar – ela pensou tirando os sapatos.

– Ondes estão seus pais? – A loira perguntou.

– Viajando – ele disse ainda a olhando com um sorriso.

– Será que posso tomar um banho? – ela perguntou passando as mãos pelos braços. Seu coração ainda palpitava e seus cabelos estavam grudados na testa de tanto suor.

– Subindo as escadas, segunda porta a direita. – Percy disse indicando as escadas com as mãos. Annabeth passou por ele desconfiada. Por que ele estava sendo tão gentil? Ela deu um sorriso e subiu as escadas entrando no cômodo. Não era um banheiro. Definitivamente não era um banheiro. O cômodo de um azul quase preto estava com pôsteres na parede de todos os tipos de bandas atuais. A cama de casal, ainda maior que a de Annabeth ficava no cento do quarto.

– Jackson seu idiota! – ela gritou. – Aqui não é o banheiro!

Percy parou na porta sorrindo.

– Definitivamente não. – ele disse pulando na cama de casal.

– Mas que droga, Jackson! – ela resmungou olhando seu quarto do outro lado da janela. Tudo estava igual.

– Calma Chase, o banheiro fica logo ali – ele apontou para a porta branca perto da escrivaninha.

– Acho que preciso de uma roupa – Annabeth disse vendo a mãe entrar em seu quarto. Ela fechou as cortinas e olhou de relance Atena revirar o quarto a procura da filha.

– Vai passar a noite aqui? – Percy perguntou animado.

– Algum problema? – ela perguntou fechando as janelas.

– Nenhum.

**---**

Silena Beauregard acordou suando depois de um terrível pesadelo. Ela olhou em volta temendo que um assassino mascarado estivesse apontando uma faca para seu pescoço como no seu pesadelo.

– Preciso de um copo d’água - ela sussurrou para si mesma, colocando as pantufas rosa e descendo as escadas.

– O que está fazendo acordada? – sua irmã mais velha Drew perguntou zapeando os canais da televisão.

– A mesma coisa que você. – Silena respondeu pegando um copo de agua.

– Não consegue dormir – Drew deduziu.

– Nem um pouco. – ela respondeu se sentando ao lado da irmã. – O que esta procurando? – ela puxou assunto vendo Drew mudar freneticamente de canal.

– Alguma coisa que não fale sobre mortes. – a irmã respondeu entediante. – San Francisco esta em todas as manchetes de praticamente todos os jornais. Acho que não se fala em outra coisa a não ser “O mais terrível caso de assassinato” já ocorrido na cidade.

– E como esta se sentindo? – Silena perguntou. Desde que Rachel morreu ela e Drew não tiveram uma conversa civilizada, e depois da morte de Quione tudo piorou. Elas nunca foram próximas como irmãs deveriam ser, mas agora nem irmãs pareciam.

– De boa – Drew respondeu sem tirar os olhos da televisão. Silena não tinha certeza, mas pela primeira vez em todos os anos sentiu a irmã quase sempre inabalável tremer um pouco ao dizer que estava bem. Com os olhos ainda fixos na televisão Drew não mexia mais que os dedos. Silena seguiu seu olhar e viu as fotos de duas garotas estampadas no noticiário. As duas garotas sorrindo radiante olhando para a câmera. Uma ruiva e uma morena. Uma incrivelmente popular e outra extremamente tímida. As duas vitimas de um assassino. As duas únicas pessoas que sabiam quem era o assassino. E as duas estavam mortas.

**---**

– Essa blusa ficou maravilhosa em você – Percy disse soltando uma gargalhada logo em seguida. Annabeth cerou os punhos – Serio Annie.

A loira saiu do banheiro relutante com os cabelos levemente molhados e a blusa de Percy estendida ate metade de suas coxas.

– Obrigada pela blusa, Percy – ela forçou um sorriso. Mesmo que Percy fosse um eterno idiota e que eles se odiassem desde o fundamental, ele a ajudara, e Annabeth seria eternamente grata por isso. – E obrigada por me ajudar a fugir dos meus pais.

– Espera você fugiu dos seus pais? – ele perguntou se sentando na cama.

– Tecnicamente não. – ela disse enquanto enrolava uma mecha de cabelo loiro na cabeça.

– Então o que está fazendo na minha casa – ele perguntou olhando o relógio – as 3:00 horas da manha?

– Fazendo um passeio? – ela sugeriu com um sorriso.

– Por que tenho a sensação que você não tem uma relação muito afetiva com a família?

– Talvez não seja apenas sensação – a loira se sentou ao pé da cama.

– Problemas com seus pais? Te controlam demais? – ele sugeriu deslizando para o lado dela.

Annabeth fechou os olhos e suspirou.

– Porque as pessoas mentem? – ela perguntou olhando em seus olhos verdes.

– Bem, há um motivo para não sairmos dizendo a verdade por ai. Porque cairá sobre nós. E com força. – ele disse a olhando nos olhos.

– Acho que as pessoas não suportam a verdade – ela disse se virando para o lado.

– Porque pensa isso?

– Sabe quando uma pessoa que te abandonou por anos, volta sem mais nem menos? – ela perguntou enquanto balançava os pés.

– Quem voltou? – Percy perguntou se deitando na cama.

– E sabe que esta pessoa esta contando mentiras? – ela continuou se deitando ao seu lado.

– Às vezes esconder a verdade por um tempo, magoa menos.

– Quem te ensinou isso? – ela perguntou sorrindo.

– Li em algum lugar – Percy respondeu olhando em seus olhos. – Mas sei lá, Annie acho que você sabe o que esta fazendo.

– Toda vez que acho que sei algo – ela se virou de costas – Me passam a perna e acabo com a bunda no chão.

**---**

– Eu não sei dela Senhora Chase – Piper Mclean respondeu pela decima vez – Eu juro.

Ao acordar naquela manha com o toque do celular ela se viu tentada a joga-lo na parede. Ficou supressa ao atender e escutar a voz de Atena Chase do outro lado da linha. Agora sentada no banco traseiro do carro de seu pai ela jurava que se a loira aparecesse, Piper nunca mais mentiria sobre sua idade para frequentar as festas para maiores.

– Eles ainda não a encontraram? – Tristan perguntou.

– Não ainda. – Piper concordou com os olhos baixos.

Ao chegar aos corredores da escola, Piper se perguntara se tivera sido uma boa amiga. Ela tinha certeza que não.

– Piper? – Jason a abraçou por trás – Você esta bem? – ele perguntou selando seus lábios.

– Não muito – ela respondeu abrindo seu armário. – Acho que fui uma péssima amiga.

– O que aconteceu? – ele perguntou.

– Annabeth, ela sumiu deste ontem à noite...

– Como assim sumiu?

– Eu não sei. Atena disse que ela fugiu de casa e não passou a noite em casa – Uma lagrima escorreu de seus olhos. Jason a limpou e depois a envolveu em um abraço.

– Piper fica calma, ela vai aparecer.

– Mas e se tiver acontecido alguma coisa? Será que ela...

– Piper, ela está abem. Noticias ruins chegam rápido.

**---**

– VOCE NUNCA MAIS VAI SAIR DE CASA! – Atena gritou quando Annabeth passou por ela correndo.

– Você que pensa – a loira gritou de volta entrando no banheiro.

– Onde você estava ANNABETH? Não vire as costas pra mim assim! – Atena continuou gritando.

– O que importa onde eu estava? – ela perguntou tirando a blusa de Percy e entrando na ducha. – Eu já estou aqui não estou?

– Você esta de castigo! Pelo resto da sua vida! – Atena disse saindo e batendo a porta com força atrás de si.

Annabeth fechou os olhos e tentou absorver todos os momentos da noite anterior. Ela não sabia muito quanto tempo ficou ali dentro apenas sentindo a agua escorrer pelo corpo, mas sabia que foi bastante. Ao sair do banheiro ela viu as luzes de seu notebook piscando o que indicava uma nova mensagem.

Sua mãe me disse que você estava bem. Fiquei preocupada. Ligue para Piper, ela não esta muito bem.

Com amor, Silena.

Annabeth suspirou e pegou as chaves do carro. Atena lhe disse que ela estaria de castigo, mas não disse quando o castigo começaria.

**---**

– Onde você estava? – Piper gritou ao ver Annabeth entrar em seu quarto.

– Eu estava em um lugar calmo e tranquilo – a loira sorriu.

– Para de zoar Annabeth! – ela esbravejou novamente. – Ficamos preocupadas com você.

– Quem ficou? – a loira perguntou.

– Eu, Silena... e Thalia.

Annabeth soltou uma gargalhada alta.

– Aquela punk ingrata? Não quero nunca mais ver ela na minha vida!

– Calma ai, Annie. Vocês brigam sempre, não precisa levar pro lado pessoal.

– Aposto que ela ficaria feliz em me ver longe daqui – Annabeth suspirou.

– Não fala assim, Annie – Piper a repreendeu. – Thalia gosta de você. Só que ela é impulsiva. Você também é impulsiva. – Ela afirmou.

– Pode ser.

– Mas agora me diz. – Piper se sentou de costas para a janela. – Com quem você estava noite passada? Ou vai me dizer que passou a noite em baixo de um bueiro?

– Bem eu não diria que foi em um bueiro... – ela olhou para Piper que sorria. Depois olhou para a janela atrás da amiga e congelou.

– O que foi Annie? – Piper perguntou se virando para trás e seguindo os olhos de Annabeth. A casa de Piper era tão enorme quanto à de Annabeth. A janela de seu quarto dava direto para a rua o que era legal quando se queria fugir para ir a alguma festa escondida, mas não quando a poucos metros de distancia uma silhueta escura as observava atentamente da esquina. – Relaxa, Annabeth deve ser apenas alguém que se esqueceu de tirar a fantasia.

– Piper, onde esta seu pai? – a loira perguntou fechando as cortinas.

– Ele foi viajar algumas horas atrás. Acho que amanha esta de volta, por quê?

Annabeth se afastou da janela cuidadosamente e depois de alguns segundos abriu uma fresta da cortina. A silhueta ainda estava lá. Seu sangue gelou quando a pessoa se mexeu, caminhando em direção à casa de Piper.

– Piper você trancou as janelas?

– é claro que sim! Algum problema? – ela afastou um pouco as cortinas vendo a pessoa caminhar lentamente ate a casa. – Eu já disse Annie, deve ser apenas algum garoto idiota...

Algo atravessou as janelas quebrando os enormes vidros. Annabeth protegeu os olhos com as mãos e se afastou. Piper desviou por centímetros.

– Mas que merda! – a loira xingou ao tirar pedaços de vidros da jaqueta.

– O que foi isso? – Piper perguntou se aproximando da janela.

– Eu falei que tinha alguma coisa errada. – Annabeth sussurrou.

– O cara não esta mais lá – Piper sussurrou.

–O que? – Annabeth perguntou.

De repente as luzes se apagaram. As garotas gritaram. Piper pegou o celular.

– Annie, vamos sair daqui! – ela gritou puxando a loira pelos braços.

– Espera Piper, a chave do meu carro!

– Onde está?

– Na cozinha!

– Não tem jeito. Cadê seu celular? – ela perguntou sussurrando para Annabeth enquanto tentava ligar a lanterna do aparelho. – Liga pra policia.

Um estrondo fez as duas arregalarem os olhos. Parecia como se a porta estivesse sido arrombada.

– Ah, meu Deus. Vamos morrer! – Piper entrou em desespero e começou a discar os números da policia. Seus dedos escorregavam pelo teclado e ela não conseguia discar.

– Cala a boca! – Annabeth sussurrou. – Esta escutando isso?

Piper apertou os ouvidos. Seu coração batia dentro do peito assim como o de Annabeth. Passos foram ouvidos se aproximando. Subindo as escadas.

– O que fazemos? – Piper perguntou sussurrando. Nesse momento suas mãos estavam geladas e ela tremia.

– Corremos! – Annabeth a puxou pelos braços. – Qual o lugar mais seguro da casa? – ela perguntou

– O sótão. – Piper segurava a respiração. – A uma janela lá, se conseguimos chegar lá, podemos pular a janela e correr ate o seu carro.

– O sótão esta aberto? – Annie sussurrou.

– Não – Piper disse. Seus braços mexiam freneticamente. – Eu vou ligar pra policia.

– Você trancou a porta? – Annabeth perguntou. As duas estavam no banheiro sem nenhuma iluminação. Espremidas na banheira, apenas com o celular de Piper.

– é claro que sim – ela disse. – Espera. Não tem sinal! – ela começou a bater na tela de seu celular.

Annabeth se forçou a pensar. Ela estava na casa da amiga. Um assassino provavelmente esperava do lado de fora com uma faca pronto para rasga-las ao meio.

– Acho que podemos sair daqui. – ela sussurrou.

– Como?

– Onde esta a chave do sótão?

– Provavelmente no quarto do meu pai.

– E onde fica?

– Aqui ao lado. – Piper sussurrou.

– Vai pegar a chave enquanto eu desço e pego as chaves do meu carro.

– Não Annie. – Piper negou – Vamos ficar aqui.

– E esperar pela morte? – Annabeth perguntou. – Eu o distraio enquanto você vai abrir o sótão. Te encontro lá. – Annabeth disse e saiu.

Ao caminhar lentamente pelo corredor, a loira perguntou o porquê de as casas serem tão enormes. A cozinha ficava muito longe de onde ela estava agora e provavelmente ao chegar lá, um assassino estaria amolando uma faca com um sorriso diabólico no rosto. Annabeth desceu lentamente as escadas e pela primeira vez rezou para que Piper, pelo menos ela conseguisse sair viva. Ao chegar ao pé da escada ela pensou em todos os momentos que viveu. Pensou em como Atena ficaria quando soubesse que a filha foi assassinada brutalmente. Ao chegar ate a bancada da cozinha, ela procurou pelas chaves. Não estavam lá. Annabeth pela primeira vez se sentiu indefesa, ao escutar passos ela congelou. Abaixou-se e se encolheu como uma criança. Após alguns segundos ela sentiu a dor invadir sua cabeça quando alguém a puxou fortemente pelos cabelos e a jogou no chão. Depois a prensou contra o chão apertando seu pescoço.

– Piper! – ela gritou – SOCORRO! – O agressor afrouxou um pouco o aperto e Annabeth aproveitou para dar uma joelhada. Ela se levantou, mas algo puxou seu pé a fazendo cair de novo. – Me solta! – ela gritou batendo as mãos no chão.

Algo puxou seus pés a fazendo segurar com as mãos na cadeira enquanto era puxada para algum lugar. Seus dedos estavam fracos e ela gritava por socorro. Será que Piper tinha fugido? Depois de alguns segundos ela ouviu um baque surdo e sentiu as mãos que estavam em seus pés aliviarem. Ela se levantou correndo e enxergou a silhueta de Piper segurando um vaso na mão.

– Annabeth cuidado! – ela gritou, mas era tarde. A loira sentiu o baque na cabeça e caiu no chão com a dor alucinante. Sua visão estava turva, mesmo na pouca luz. Ela ouviu Piper gritar e depois algo caiu ao seu lado. O cheiro de sangue entrou por suas narinas e ela sentiu a dor aguda no seu braço.

Ela pensou que seria o fim. Mas era só o começo.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, de novo. Queria saber porque mais de 30 pessoas acompanham a fic e menos de 10 comentam. Bem enfim, queria pedir novamente sua opinião e saber o que estão achando da historia. Aceito criticas construtivas assim como elogios. Querem conversar? Me mandem uma MP okay? kkkkk bem beijocas e ate o proximo.