Instituto V.G: Escola de Super-Heróis - Interativa escrita por Matheus


Capítulo 6
Capítulo V: Retorno


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões!!! Antes de alguém querer me matar, eu posso explicar! Vocês vão entender...
Este final de ano foi muito atípico, consegui um intercâmbio no começo de novembro para os Estados Unidos! Fiquei em San Diego na Califórnia realizando atividades referentes a minha faculdade e minha pesquisa, além de frequentar uma escola de línguas com alunos de todo o mundo, foi um ótima experiência!
Por isso me afastei um pouco do Nyah, não tive tempo para escrever, gostaria de pedir desculpas para vocês leitores, foram dois meses sem dar sinal de vida.
De qualquer forma, estou de volta e deixo aqui o próximo capítulo dessa fanfic que eu adoro tanto escrever, agradeço muito a aqueles que não desistiram de mim e da história: continuaram me cobrando, pergunta de seus personagens, eu agradeço muito!
Se quiserem posso postar algumas fotos no tumblr da nossa história da minha viagem e, por falar nele, em breve estarei postando as fichas dos novos personagens.
Espero que apreciem o capítulo, está comprido, mas foi necessário depois de tanto tempo sem escrever...
Boa leitura a todos e todas!



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— Ei, calminha aí, amigão! – Grita Zack assustado antes de ser atingido por um soco do brutamontes verde.

Bruce, ao identificar seu pupilo, parou antes que pudesse atingir Zack que estava de olhos fechados, esperando pelo impacto. Por mais que Zack se defendesse, o estrago no hospital seria enorme e Megan, que estava ao seu lado, poderia acabar seriamente ferida. O garoto, prevendo o ataque, havia fechado os olhos e protegido o rosto com os punhos, ao perceber o interromper do movimento, abriu os olhos e levou suas mãos ao volumoso e verde punho de Bruce que havia parado no ar, poucos centímetros à sua frente.

— Professor? Sou eu, o Zack. Acalme-se... – O rapaz balbuciou calma e nervosamente por causa do advento.

Zack Wilson, mais conhecido por todos os estudantes como o valentão da equipe dez, superprotetor e constantemente de cabeça quente, nunca deixou que seus gentis olhos verdes dissessem o contrário. Seu corpo repleto de cicatrizes e sua típica expressão de poucos amigos sempre lhe deram a impressão, mesmo na plenitude de seus dezoito anos, de já aparentar estar na casa dos vinte e poucos anos.

A maioria das garotas morrem de amores pelo garoto, principalmente aquelas que adoram sua personalidade forte, e, Zack, na maioria das vezes sempre tira proveito desta situação: constantemente se veem garotas chorando nos corredores do instituto por conta de um coração partido. Digamos que Zack não é um garoto para relacionamentos sérios... No entanto, sua paixão “secreta” por sua colega de equipe sempre foi um grande impasse em sua convivência no Instituto.

A respiração descompassada de Hulk foi tornando-se cada vez menor, aos poucos sua altura e tamanho foram diminuindo, assim como sua pigmentação esverdeada, ficando mais clara até chegar à sua coloração original. Bruce ficou com todas as suas roupas rasgadas, inclusive seu indispensável jaleco branco de laboratório. Devido à rápida transformação, o jovem gênio mal conseguiu manter-se em pé sendo amparado pelo aluno que logo segurou-o no ombro e guiou-o até a cadeira que este encontrava-se, antes, sentado.

— Zack, eu poderia ter te matado! – Briga Bruce ainda normalizando sua respiração e sentando-se na cadeira.

— Desculpe, professor! Eu não quis acordá-lo, nem assustar a Meg. – Explicou olhando para o jovem Megan que, ao identificar o colega de equipe quando este aproximou-se, esbanjou um sincero sorriso.

Megan nunca foi de sorrir, no entanto, pelas circunstâncias, sua resistência e rigidez perdeu seu espaço. Zack dirigiu-se novamente ao leito da colega de equipe e aproximou seu rosto depositando um singelo beijo em sua testa. A garota, com a ajuda do amigo, pôde sentar-se na cama, em seguida, deslizou sua mão, ainda com dificuldades, até o rosto de Zack enquanto este a observava atentamente até que Megan alcançou seu rosto e deslizou suavemente seus dedos por seu maxilar. O garoto fechou os olhos para concentrar-se mais no carinho, mas logo sentiu um ardoroso tapa em sua face.

— S-seu... Idiota... – Disse Megan num sussurro quase imperceptível. – Não sabe bater?

— Ai! Você pode estar de cama, mas continua fortinha hein. – Devolve Zack acariciando a região atingida pelo tapa.

— Nunca vou entender vocês dois... – Profere Bruce já recuperado levantando-se da cadeira e aproximando de Megan com um copo de água.

— Ainda bem que você aprendeu a controlar sua transformação... Eu poderia ter virado panqueca hahaha. – Brincou Zack com o professor enquanto este apoiava o copo de agua para Megan que bebia apressadamente saciando sua agoniante sede.

— Da próxima vez o professor terá mais sorte. – Comenta Megan ao virar o copo de uma só vez. – Ahhhr... Eu estava morrendo de sede. Obrigada.

— É isso o que ganho por vir ter ver. – Disse Zack fingindo decepção.

— Certo, certo... Mas por que você entrou aqui de fininho? – Perguntou Bruce, ainda sem jeito pelo incidente, tentando recompor sua postura séria como se nada tivesse acontecido.

— Eu entrei escondido dos enfermeiros, o resto do pessoal está na sala de espera. Estamos aqui há horas! – Explica Zack. – Acabamos de chegar de viagem e já recebemos a notícia de que ela tinha sofrido um acidente, viemos correndo para cá!

— Fico feliz em ver o companheirismo da minha equipe, mas isso não é motivo para quebrar as regras do hospital. Vamos saindo...

Bruce sinalizando com as mãos indica a saída para o aluno sair da sala, quebrar as regras, certamente, não é algo que ele aprecie fazer ou de ver um de seus alunos, ainda mais um membro de sua equipe, fazendo.

— Tchau, Meg. – Disse o rapaz acenando para a colega de equipe – Você não está sozinha nessa.

Zack dirige-se para a porta do quarto e, antes de fechar a porta, dirige um último olhar à sua companheira de equipe, vê-la daquela forma e não poder fazer nada é de partir seu coração. Em resposta, Megan lhe deu um pequeno sorriso de canto. Realmente, saber que seus amigos estavam ali para lhe dar todo o apoio possível certamente aqueceu seu coração, a amizade e o companheirismo daqueles que a consideram importante, mesmo não querendo admitir.

— Megan, que bom que acordou! Você estava desacordada desde ontem. – Diz Bruce colocando o copo na mesa de canto e sentando-se na beirada da cama. – Você se lembra do que aconteceu?

— Lembro até a parte em que o Roth me fez passar por aquelas coisas... – Confidencia Megan abaixando a cabeça e apertando os punhos com o máximo de força que tinha naquele momento.

— Não fique tentando se recordar disso, não vale a pena. Aliás, sua mãe veio aqui hoje de manhã.

— Ah, não! O que ela fez?? Alguém ficou ferido? – Pergunta a garota assustada com o comentário.

— Haha não, não. Fique tranquila, foi tudo um acidente, não há motivos para alardes. – Ri Bruce gostosamente.

— Que estranho... Do jeito que a conheço, ela faria uma cena na frente de todo mundo. – Diz Megan sorrindo ao lembrar da personalidade forte da mãe que, sem dúvida, herdou. – Mas e meu pai? Estou sem falar com ele há dias.

— Na verdade, estou sem notícias dele desde a sua última missão na ilha de Eubéia...

Bruce percebeu o olhar de preocupada da pupila, deixa-la ainda mais preocupada com a situação só prejudicaria sua recuperação, o fato do mundo estar um caos e muitos heróis estarem em missões de longa duração é um fato de total conhecimento de todos, mas a perda de comunicação e contato com muitos deles que começou nos últimos dias deve ser mantida em sigilo para não causar como foi decretado pelo Conselho de Justiça.

— Mas não há com que se preocupar, já fiquei mais de uma semana em uma missão sem conseguir mandar notícias ou entrar em contato com meus superiores. Acontece.

— Tem razão... Acho que agora o que me resta fazer é dormir e torcer para amanhã estar novinha em folha.

— Suponho que sua recuperação demore um pouco mais, Megan. – Diz Bruce cobrindo a aluna com o cobertor branco do leito.

— Boa noite...

Bruce resolveu ficar ali parado, ao lado de Megan, apenas aguardando seu sono chegar. Se sentia culpado pelo estado de sua pupila, pois como seu responsável, sua saúde e segurança são as principais preocupações de um tutor de equipe. A sensação de que havia falhado o atormentava: “Pelo menos tudo acabou bem.” pensou suspirando.

Enquanto isso, bem próximo dali, na sala de espera, o restante do grupo dez estava reunido em um único banco de frente para a recepção conversando e torcendo para que o estado de saúde da colega de equipe já estivesse melhor. Katherine, Hannah e Carter, todos ainda com seus uniformes de combate, sentados um ao lado do outro tentavam distrair-se com coisas aleatórias para que o tempo interminável de espera pudesse passar.

— Infelizmente aquela enfermeirazinha continua de plantão. Ela não dorme não? – Pergunta Katherine Bonnet recordando do episódio anterior que havia ocorrido ao chegar no hospital enquanto observava a enfermeira conversando distraidamente ao telefone.

— Você não foi mesmo com a cara dela, não é? Hihi. – Pergunta Hannah ao seu lado.

Katherine revira os olhos tentando disfarçar o riso pelo comentário de Hannah. A jovem Katherine, em sua plenitude de dezesseis anos, com seus longos cabelos castanhos e olhos verdes acinzentados, não deixa de manifestar sua personalidade irônica a todo momento, e, ao chegar no hospital e ir direto na sala de Megan, foi jogada com violência no chão pela telecinese da enfermeira antipática. Ainda podia se lembrar do comentário “Sua mãe não lhe deu educação? Você tem que passar por mim na recepção primeiro”. Ah, mas aquilo foi a gota d’agua para a Katherine. “Mas essa mulher vai ter o que merece.” pensa a garota ao lembrar-se do acontecimento.

— Seu traseiro ainda está doendo? – Pergunta Carter disfarçando o riso.

— O que?! – Katherine olha-o sem entender.

— Do tombo, oras. Hahahaha. – Responde Carter se lembrando da bronca que a amiga havia levado.

— Cala a boca, Carter!

— Vocês já estão me dando dor de cabeça... – Suspira Hannah sentada no meio dos dois.

Hannah Drake Pryde, a garota do gelo, filha de um dos casais mais famosos desde a última caça a mutantes há anos atrás, sempre foi muito assediada pelos garotos do Instituto, seus cabelos castanhos levemente encaracolados e seus olhos azuis sempre mexeram com a testosterona de muitos rapazes mesmo que ela nunca tenha ligado para isso, sua timidez sempre a fez evitar esse tipo de contato e suas preocupações sempre estiveram no controle de seus poderes.

Já Carter Grayson Di Angelo, o querido príncipe tamaraniano, com seus olhos tão verdes quanto de sua mãe e os cabelos pretos espetados como os de seu pai, gentil e educado, foi criado para ser o herdeiro perfeito para o trono, mas agora, com a fuga de sua irmã para a Terra e a natureza de seus poderes estarem cada vez mais fora de controle, o Instituo foi sua última esperança para estes seus problemas, mas agora, apenas esperando atingir a idade certa para a sua coroação, conviver em um lugar onde você é apenas mais um e a cultura totalmente diferente do habitual, certamente é um desafio e tanto para o jovem herói.

— Congele sua cabeça então. – Rebate Carter.

— Vou congelar é essa sua língua! – Vocifera Katherine explodindo e indo para cima de Carter sendo segurada por Hannah.

— Dá para ouvir os berros de vocês lá do corredor... – Fala Zack ao adentrar na sala.

Todos param e olham para Zack seguindo-o com os olhos que tentava disfarçar a felicidade em ter visto a colega de equipe, já se recuperando, utilizando-se do seu típico jeito de durão sentando-se ao lado dos amigos como se o que eles estivessem fazendo fosse "coisa de criança", que, de certo modo, era.

— Nunca vi esse lugar tão frequentado. Geralmente eu passo o dia sozinha nessa recepção. – Diz a enfermeira desligando o telefone e encarando o grupo. – Pelo menos vocês são menos barulhentos que aquele outro grupo de moleques que vieram aqui ontem.

— E então, Zack? Como ela está? – Pergunta Katherine ignorando o comentário da enfermeira e voltando-se para o amigo, ignorando ainda mais a mulher.

— Vocês conhecem a Meg, durona como sempre. Não é um simples corvo nojento que consegue acabar com ela. – Responde Zack indiferente cruzando os braços.

— Vamos lá vê-la então? – Pergunta Carter quase que afirmando.

— Fale baixo! Eu entrei escondido, seu idiota! – Sussurra Zack dando um beliscão no braço de Carter, na parte descoberta de seu uniforme, enquanto a enfermeira encara-os desconfiada.

— Ai, ai! – Suspira Carter massageando a área dos beliscões.

— Então vamos ter de embora sem vê-la? – Cochicha Hannah perguntando à Zack.

— Tanta espera para nada. Nós chegamos hoje de Atlanta, passamos dois dias presos naquela cidade, viemos direto para cá quando soubemos do acidente e agora vamos ter de embora de mãos abanando?! – Vocifera Katherine antes que Zack pudesse falar algo aumentando o tom de voz para que todos do hospital possam ouvir sua indignação.

— Pois é, triste a vida. Agora vamos logo que eu não aguento ficar nem mais um minuto dentro deste lugar. – Declara o líder com desdém à manifestação de Kath, levantando-se e indo em direção à porta principal.

Todos levantam-se reclamando do tempo de espera para não conseguirem ver a colega de equipe, indignados com a política do hospital de só permitirem pais e responsáveis visitar os pacientes. Enquanto todos caminhavam para a saída pode-se ouvir uma risada baixa vindo da recepção, em tom de gozação o que deixou a equipe dez ainda mais indignada.

— Ah, mas eu não terminei aqui... – Sussurra Katherine apoiando-se no vaso de planta do lado da porta de saída. – Fechem os olhos.

— O quê? – Pergunta Carter tendo os olhos cobertos pelas mãos de Zack antes que fosse tarde demais.

Todos fecharam os olhos instantaneamente após a fala de Katherine, inclusive Carter tendo a visão tampada pelo colega de equipe. Em questão de segundos a lâmpada da sala de espera e da recepção tomaram uma tonalidade completamente branca clareando-se cada vez mais, indo ao extremo,a luz irradiada era tão forte que poderia cegar alguém com facilidade.

— Ai, meus olhos!!! – Grita a enfermeira cobrindo o rosto sentindo uma agoniante ardência em seus olhos.

A luminosidade cessou e todos puderam abrir os olhos, Katherine nunca foi de pregar peças em ninguém, mas, para ela, aquela enfermeira estava merecendo. A garota ficou com um pouco de tontura após utilizar de sua habilidade de fotocinese sendo amparada pela colega de equipe Hannah.

— Está tudo bem, eu só estou exausta por causa da missão. Não comi nada e estou sem dormir. – Disse Katherine agradecendo o amparo de Hannah.

— Você precisa pensar mais rápido, Carter. – Diz Zack soltando o garoto.

— Eu não tenho essa malícia de vocês terráqueos, oras. – Responde Carter esfregando os olhos e em seguida observando a enfermeira tentando se recompor cambaleando para os lados.

— Vamos embora antes que sobre para a gente. – Declara Zack abrindo a porta e sendo seguido por sua equipe.

Finalmente, todos saem do hospital, a equipe desce as escadas da entrada do grande hospital direcionando-os aos jardins esverdeados do Instituto. Como já era noite, o clássico caminho de tijolos que serpenteia todo os Instituto estava iluminado pelos velhos postes de luz cercados por pequenos insetos em suas lâmpadas. A lua cheia posava estonteante no céu, estar este horário fora dos dormitórios certamente era um perigo considerando o fato de que muitos estudantes adquirem transformações lunares e outros têm seus poderes fortalecidos, muitas vezes, saindo fora de controle. Problemática que o Instituto tenta resolver há anos.

A equipe dez, então, segue seu caminho para seus devidos dormitórios, pois tiveram uma longa missão, precisavam trocar seus uniformes sujos e tomar um bom banho. Todavia, de repente, enquanto a equipe conversava animadamente, uma figura muito conhecida e nem um pouco querida por eles pôde ser identificada ao longe se aproximando, também caminhando pela estrada de tijolos. Provavelmente a última pessoa que a equipe dez gostaria de encontrar.

— Mas o que você está fazendo aqui?! – Pergunta Zack incrédulo quando este aproxima-se do grupo e todos confirmam sua identidade.

— Eu vim ver a Megan. – Responde Matthew encarando o grupo pacientemente.

— Você é a última pessoa que ela quer ver nesse momento. – Confessa Katherine Bonnet impedindo o garoto de passar.

— Por favor, eu não quero mais problemas... – Diz Matthew tentando encontrar um brecha para dar continuidade à sua caminhada.

— Zack, Katherine, vamos parar com isso. – Pede Carter sendo ignorado pelos amigos.

— Eu vou contar até três para você sair da minha frente e ir embora daqui e não voltar mais, senão... – Ralha um Zack de poucos amigos.

— Senão o quê? – Pergunta Matthew sem ser intimidado, já preparando-se para um ataque.

— Parem já com isso!!! – Grita Bruce ao longe correndo até eles. – Não me digam que vocês foram responsáveis do clarão do hospital.

Megan já havia adormecido quando subitamente um clarão iluminou todo o hospital, as luzes dos quartos dos pacientes continuaram estáveis, mas a luminosidade foi tão grande que parte dela passou por baixo da parte iluminando todo o quarto da garota, felizmente, não o bastante para cegar ou irritar os olhos. Bruce assustou-se no início, mas enquanto o advento perdurava, suspeitou que seria um ataque ou algo do tipo.

— Ela mereceu. – Responde Zack sem desviar o olhar de Matthew.

— Você podiam ter cegado os funcionários do hospital, pensei que estávamos sendo atacados! – Grita Bruce irritando-se com a desdém de seu pupilo. – E o que estão fazendo com o Matt? Vão querer arrumar outra encrenca?

— Mas foi ele que... – Zack tenta se defender, mas é interrompido.

— Não quero saber quem começou. Vão todos para seus dormitórios, e você também, Matthew.

— Mas eu vim ver a Megan...

— Ela só está podendo receber visita de pessoas autorizadas. Desculpe. – Disse sinalizando para que acompanha-se os outros e voltando-se para a direção do hospital. – Boa noite.

Matthew suspira e segue o grupo rapidamente já ultrapassando-o e ficando à sua frente. O clima estava tenso e ninguém dizia uma palavra, Matthew podia sentir os olhares dos outros sobre si, mas não queria se teletransportar para seu quarto, pois ainda tentaria ir escondido visitar a rival no hospital. Estava com um terrível peso na consciência e sentia-se responsável pela tragédia na Cúpula de Combate, mesmo estando fora de si naquele momento.

Quando menos se esperava, Matthew sente um leve empurrão e uma discreta rasteira que o faz cair de bruços no chão batendo com o rosto na estrada de tijolos. Diante disso, seu nariz começa a sangrar.

— Ah, seu idiota! – Grita Matthew ao levantar-se limpando o sangue o a mão e indo para cima de Zack. Sabia que teria sido ele.

O jovem mestre da umbracinese desfere um soco contra Zack que segura seu punho com facilidade apertando com toda sua força e fazendo com que Matthew se ajoelhe de dor. Em um repentino movimento, os olhos de Matthew ficam totalmente brancos e a roupa de Zack adquire um coloração negra arremessando-o para longe. O restante do grupo se afasta dos dois temendo a luta tomar grandes proporções e acabar atingindo-os.

— Mas o que foi que eu disse?! – Exclama Bruce saindo da escuridão de um arbusto e entrando no meio dos dois. – O próximo que fizer um movimento vai ficar realizando detenções o restante do mês!

Bruce conhece muito bem a personalidade de seus alunos, e, então, resolveu ficar atrás de todos apenas prevendo o que se sucederia. Mas ao lembrar da personalidade de seu pupilo resolve ir junto e acompanha-los sorrateiramente caso tentassem alguma gracinha. Que foi o aconteceu.

— Não, professo... – Pede Matthew com seus olhos voltando a coloração normal, mas sendo interrompido por uma grande pedra arremessada em sua direção atingindo-o no tórax, havia baixado a guarda.

— Zack, pare com isso! – Grita Katherine vendo Zack levantar outra pedra próxima dali para jogar novamente contra o Roth.

Antes que Bruce pudesse fazer alguma coisa, Katherine aponta para Zack e com o movimento de apenas de um dedo ele para o que estava fazendo largando a rocha no chão ecoando um pequeno tremor no solo. A manipulação de mente da pequena Bonnet nunca esteve tão formidável.

Bruce que já estava preste a transformar-se, ao ver a atitude da aluna corre até Matthew verificando seu estado que estava estirado no chão sem reação. O garoto foi se recompondo aos poucos até ser levantando por Bruce, mas com dificuldades de ficar em pé.

— Ótimo, amanhã quero você e o Matthew na sala de detenção após o almoço. Você pode acompanhar seus colegas até o dormitório. Levarei o Matthew até a enfermaria, felizmente não deve ter sido nada grave. – Bruce direciona o olhar para Zack com uma expressão de ódio. – Amanhã você verá as consequência por desobedecer as minhas ordens.

— Mas o Roth que... – Disse Zack sentindo suas pernas travarem, foram pouquíssimas vezes que viu seu mentor, calmo e pacífico, naquele estado de fúria.

— Não quero saber, não sou o mentor dele. Até porque manhã irei me reunir com o professor Warren e pensaremos em um bom castigo para os dois. – Bruce percebe o olhar assustado dos demais que assim como Zack, estavam paralisados. - E o restando de vocês, estão esperando o que? Vão logo antes que eu também coloque vocês junto dos dois.

Carter, Katherine e Hannah se entreolharam e saíram apressadamente dali, Zack direcionou um último olhar para Bruce que virou-se de costas e começou a caminhar pelo sentido contrário com o jovem Roth apoiado em seu ombro. Em seguida, juntou-se à equipe e foram caminhando em silencio.

— Eu nunca vi o Bruce assim... Bom, só quanto ele está de Hulk. – Cochicha Carter para as duas companheiras de equipe.

— Sério, Zack! Você passou dos limites. – Confessa Hannah sem diminuir o passo.

O grandalhão ignorou e ficou calado. Realmente, havia decepcionado seu mentor e isso é uma das piores coisas que um super-heróis em formação pode fazer. Deixar com que a pessoa que mais se preocupa com você questionar sua capacidade de exercer a atividade de super-herói é vista como uma falha, um erro, para muitos, vergonhoso. “Maldito Roth...” pensou Zack.

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No dia seguinte, a manhã estava como de costume: correria nos corredores da escola, gargalhadas e cochichos podendo ser escutados por todo o Instituto, os estudantes da aula de educação física jogando vôlei nas quadras da área de recreação, casais passeando de mãos dadas durante os intervalos e, principalmente, muitos comentários a respeito da reunião emergencial do Conselho de Justiça que ocorreria naquela tarde, pela primeira vez, no Instituto.

Os sinal toca sinalizando a mudança de aula. Os alunos enchem os corredores aos montes, alguns tentando aproveitar a mudança de sala para encontrar seus amigos antes de entrar para a próxima aula, outros apenas tentando alcançar seus armários para trocar seus livros, no caso das duas colegas de equipe, um fofoca durante a troca de salas ajuda a descontrair a longa manhã de provas:

— Menina, já ficou sabendo do grande acontecimento? – Perguntou Mayara acompanhando a amiga até a sala.

— Mas é claro! Imagina só alguns dos maiores Heróis do mundo reunidos aqui no Instituto!!! – Disse Anna não conseguindo conter o riso.

Mayara exibia seus longos cabelos ruivos num discreto coque enquanto Anna deixava seus calos loiros soltos como de costume. Ambas seguravam seus livros e cadernos nas mãos, não é muita coisa, pois a maioria das disciplinas desta manhã serão provas. Os hormônios dos estudantes nunca estiveram tão afoitos no instituto.

No entanto, mais tarde, durante a hora do almoço, na impetuosa biblioteca do Instituto, exibiam-se as novas coletâneas de dominação e controle de magia na estante principal, longo em frente à entrada, onde ficam expostas as novidades na biblioteca. Estudantes com poderes de origem mística faziam fila para dar uma olhadinha nos novos livros, a coletânea escrita por Senhor Destino com parceria de outros grandes heróis-feiticeiros já conta com nove volumes e está entre as mais famosas entre os estudantes feiticeiros, bruxos e magos do Instituto.

Contando com um acervo de mais de duzentos mil livros e revistas e estantes de andares feitas de madeira imperial, a biblioteca também possui um espaço para alunos que queiram silêncio total: salas com isolamento acústica para aqueles que precisam estudar sem querer ouvir o barulho dos outros usuários ao, por exemplo, virar a página de um livro. Além disso, suas longas cortinas vermelhas cobrem metade das grandes janelas impedindo o excesso de luz do sol adentrar no ambiente que pode danificar, aos poucos, os livros. Dessa forma, a biblioteca do Instituto sempre foi um lugar bastante procurado por estudantes que queiram um ambiente agradável com paz, silêncio e tranquilidade.

No entanto, encontrava-se cheia, quase lotada, devido ao período de provas e exames, o ano aproxima-se do fim e, como de sempre, aqueles que precisam recuperar suas notas e correr atrás do prejuízo procuram a biblioteca como ambiente de estudos. Dessa forma, o movimento e o barulho produzido pelos estudantes e outros usuários do espaço, mesmo sendo evitado, era, indubitavelmente, garantido.

Ainda assim, um quarteto conversava animadamente, por sussurros, esperando não estar incomodando os outros estudantes. Sentados numa pequena mesa de madeira envernizada logo à frente da recepção onde a bibliotecária atende os estudantes, sendo observados por ela discretamente, já que tinha chamado a atenção deles várias vezes, discutiam a respeito da “maratona” de provas que haviam tido durante a manhã, muito querida pelos alunos com superinteligência e odiada por aqueles que não disponibilizaram tempo para estudar.

— Ai, eu tenho certeza de que fui mal na prova. – Cochichava Andressa receosa. – Passei a madrugada toda estudando e mesmo assim deu um branco na hora.

Andressa vestia um casaco de lã roxo entrando em contraste com suas madeixas castanhas e sua pele cor de creme, não fazia tanto frio apesar do fim do ano estar chegando trazendo consigo o inverno norte-americano. Parte de seus colegas de equipe estavam sentados à sua volta na mesa, cada um com sua maneira de passar o tempo: seja lendo um livro ou mantendo um diálogo inconveniente por estar dentro de uma biblioteca.

— Relaxa amiga, Literatura é um tédio mesmo. – Responde a loira Mary, passando os olhos por um livro qualquer que havia encontrado na mesa. – Eu estou é preocupada com as notas finais deste semestre, estão dizendo que os professores não vão facilitar...

— Sério? Ai... Mais um motivo para me preocupar... – Desabafa Andressa roendo as unhas.

— Ah, Andressa, só você mesmo... – A jovem Meredith comenta a atitude da amiga, mas para ao ver a expressão dos colegas sentados à sua frente. –Que foi?

— As duas queridinhas poderiam fazer silencio ou terei que expulsá-las de vez daqui?

A voz da velha bibliotecária soou por todo o ambiente. Meredith sentiu um arrepio na espinha ao sentir a presença da mulher logo atrás de si, sua voz autoritária sempre fora assustadora, não perdia a oportunidade de dar bronca em um aluno sequer.

— Desculpe, senhora. Nós nos esquecemos, não vai acontecer de novo. – Diz Meredith virando-se para a bibliotecária com um sorriso amarelo.

— Não vai acontecer de novo... Se quiserem usar um lugar para arrumar namorado que seja na academia, aqui não é lugar disso. – Resmunga a mulher fechando ainda mais a cara e voltando-se à recepção onde vários alunos aguardavam para serem atendidos.

— Mas que mulher abusada! – Exclama Meredith depois da bibliotecária ter se afastado.

— Eu tentei avisar. – Cochicha Kevin com um leve sorriso no rosto.

Meredith Moonriser, uma típica garota de aparência frágil e delicada: corpo esguio, cabelos castanhos que caem como cascatas em suas costas, ondulados e cheios de movimento, seus olhos chamativos pela coloração indefinida, um castanho claro que chega a ser esverdeado. Tão meiga e suave quanto uma bailarina, mas que não poupa palavras quando irritada, continuando, mesmo assim, com uma certa maturidade entre outros estudantes.

Já Mary, a loira tempestuosa da equipe treze, entra em contraste entre suas amigas Andressa e Meredith no que se diz respeito à personalidade, pois, ao contrário das outras duas, é, de certa forma, um tanto quanto irresponsável e despreocupada, apesar disso dificilmente prejudica-la porque sempre conseguiu dar um jeito quanto entra em uma encrenca ou confusões, que não são poucas. Além disso, com seu corpo escultural e pele levemente bronzeada, adora quando nota um sorriso de um garoto ao ser observada, diferenciando-a totalmente de Andressa, que odeia ser observada dessa perspectiva.

— Essa mulher é mesmo uma vac... – Mary interrompeu a frase ao avistar um rapaz alto caminhante até a estante poucos metros à sua frente.

— Que foi, Mary? Até parece que... – Perguntou Meredith até que voltou-se para o lugar onde Mary encarava ficando paralisada também. – Lindo...

— Hã? – Kevin que estava de costas para a estante e de frente para as duas ficou sem entender, mas ao olhar para trás entendeu. – Aff... Isso tudo é por causa desse cara?

O garoto indignado com suas colegas de equipe, Kevin J. Smith, é considerado um dos maiores atletas do Instituto, líder da equipe treze e mais velho de todos, forma o chamado Olimpo de Van Gould, uma brincadeira criada por alguns e algumas estudantes para eleger os garotos mais bonitos e populares do Instituto e que, (in)felizmente acabou se popularizando, mesmo Kevin odiando estar nessa lista, segundo ele, de mal gosto. Além disso, mostrando-se como um rapaz de temperamento calmo e equilibrado, muitas vezes, junto de Spencer, tem de segurar o explosivo do grupo Mike de arrumar confusões. Certamente estes jovens forma uma das equipes mais estáveis do Instituto, inteligentemente formada para um mediar o temperamento do outro.

— Fique quieto, Kevin. – Rebate Andressa entendendo as amigas e rindo de leve.

O rapaz de cabelos Castanhos completamente lisos e um pouco desalinhados, corpo forte e olhos tão azuis quanto o oceano, o clássico barbie, estava tentando alcançar um livro, com dificuldades, na estante ao lado da recepção, quase de frente das meninas (e de Kevin que nem prestava atenção). Podia sentir olhares sob si, mas continuou esticando o braço até a última fileira superior da estante até alcançar o livro de capa dura vermelha escondido entre os demais. Quando o jovem virou-se, após pegar o livro, Maredith e Mary desviaram o olha rapidamente.

— Será que ele nos notou? – Perguntou Meredith num cochicho de cabeça baixa.

— Acho que não. – Reponde Mary olhando de soslaio para espiar o garoto. – Eu preciso saber urgentemente qual o nome desse homem!

— Esse aí é o Thomas Maximoff, me surpreende que nunca tenham o notado. – Diz uma voz familiar próximo ao ouvido de Mary fazendo-a saltar-se na cadeira pelo movimento repentino.

— Ai, que susto!!! – Grita Mary recebendo olhares repreensivos de todos à sua volta, inclusive da bibliotecária. – Desculpe...

Spencer e Mike riram da expressão da amiga. Quando terminaram o almoço e foram encontrar o restante da equipe na biblioteca não resistiram à situação depois de ouvir o comentário de Mary, resolveram pregar uma peça, como de costume. Sentam-se, então, abruptamente na mesa junto dos colegas de equipe, ocupando o restante dos lugares. Spencer ainda rindo de Mary e Mike cumprimentando Kevin com seu aperto de mão característico.

Spencer, apelidado pelos seus colegas de equipe “carinhosamente” como Branca de Neve por parecer uma versão masculina da personagem de contos de fada: cabelos curtos negros, pele branca e alva como a neve e olhos azuis como o céu, talvez seja o aluno mais centrado do Instituto, sempre esforçado e concentrado no controle de seus poderes, mostra-se como um perfeccionista extremo. Algumas vezes egocêntrico, mas com um coração puro e um grande companheiro para aqueles que ganharem sua amizade.

À contraponto, Mike, com seus cabelos loiros escuros, quase castanhos, olhos claros entre o verde o azul, exala rebeldia onde passa, uma dos alunos-problema do Instituto, é um dos alvos das garotas que curtem um badboy. Se não está na academia do Instituto malhando, está praticando algum esporte ou treinando com seu melhor amigo e colega de equipe Kevin, que está mais para um irmão mais velho de tantas encrencas que já teve de tira-lo. Nestes momentos Spencer fica de fora, pois sempre preferiu atividades mais intelectuais.

— Está sabendo demais Spencer, não estou te reconhecendo... – Comenta Kevin com a sobrancelha arqueada.

— Ele é meu ex-cunhado... – Recorda Spencer tirando o livro da mão de Andressa que lia concentrada e correndo os olhos sobre o mesmo.

— Ei, seu folgado. – Reprova Andressa com as mãos cobertas pelas mangas longas de sua blusa de lã.

— Hummm, entendi hihihi. – Ri Meredith docemente. – E como vai com o trio amoroso mais famoso do mundo?

— Não começa, Meredith... – Suspira Spencer devolvendo o livro para Andressa.

Mike, que comentava com Kevin a respeito de uma garota que tinha visto pela manhã nos corredores que havia chamado sua atenção, ao avistar a capa do livro que Mary ainda segurava mesmo tendo parado de ler há tempos, lembrou-se da traumática experiência que havia passado durante o teste de Literatura ainda naquele dia. Se não fosse por sua persuasão em pedir uma cola para a garota que sentava à sua frente em troca de um breve encontro no cinema no próximo final de semana, teria errado todas as questões. Claro que esqueceria do favor, pois nem conseguia lembrar-se do rosto da jovem por conta de tantas garotas que saem com ele e que no dia seguinte são completas estranhas para Mike. Sua fama de galanteador corre solta pelo Instituto.

— Como vocês podem ainda estar com um livro desses? Aquela prova estava insana!!! – Exclama Mike tirando o livro da mão de Mary e atirando-o para longe.

— Seu louco! – Exclama Mary olhando para os lados com medo de alguém ter visto a atitude do amigo.

— Aí, Andressa. O Mike deve te entender. – Observa Meredith rindo de Mary que foi “disfarçadamente” pegar o livro que tinha caído no chão próximo deles.

— O pior disso é o treinamento da Canário daqui a pouco, ela podia ter dó da gente. – Desabafa Mike colocando as mãos atrás da cabeça se espreguiçando.

— Rum... Vai sonhando. – Diz Spencer lembrando-se da mentora.

Enquanto o clima estava descontraído entre os membros da equipe treze, em uma outra mesa próxima dali, o assunto também é a polêmica prova de Literatura. Os pupilos de Warren tinham chego a pouco tempo do refeitório, teriam alguns minutos até o início das atividades do período vespertino e como Mayara e Anna estavam perdidas entre os livros da biblioteca, mas que depois iriam procurar um outro lugar para estudar, a biblioteca estava cheia. Os garotos da equipe doze estavam sentados folheando livros aleatórios que Matthew tinha pego da seção de magia e discutindo sobre o fiasco que foi a tão temida prova de Literatura.

— Por que temos de aprender sobre Hamilet? – Pergunta Edward folhando um livro com violência.

— É Hamlet, Edward. – Rebate Matthew sem tirar os olhos do livro que lia com voracidade, mas escutando o barulho das páginas sendo viradas com agressividade. – Você vai acabar rasgando alguma página desse livro.

— Tanto faz. – Responde Edward dando de ombros.

— Ás vezes você nem parece ser um Stark. – Comenta James sentado ao lado de Matthew espiando o conteúdo do livro que este lia.

— Ei, as minhas notas em física e biologia são as melhores da sala! Maiores que as suas, Matt, e daquele outro menino... O Luke! Só não me dou bem com essas... – Declara Edward impaciente fechando o livro e colocando na pilha junto dos outros.

— Áreas de humanas... – Rebate Matthew novamente sem tirar a atenção de sua leitura.

— Eu ia dizer babaquices, mas também pode ser isso. – Diz o jovem Stark num tom de gozação.

— Por isso que sua média final fica tão baixa. – Fala James voltando a atenção para Edward desistindo do livro de Matthew, pois não conseguia entender uma frase.

— Já disse que tanto faz. Não vou usar Shakespeare para nada.

— Vou na seção de antropologia, tenho de encontrar um livro para a minha pesquisa. – Declara o pequeno Roth colocando um marca página em seu livro e depositando-o na mesa ao levantar-se. – Já volto.

— Pelo menos você aprendeu o nome do autor hahaha. – Caçoa James observando Matthew se afastar entre os corredores da Biblioteca.

— Ah, cala a boca, James. Você só fala isso porque tem o Matthew para te dar aulas particulares... Imagino as aulas extracurriculares que ele deve te dar... – Debocha Edward com um sorriso de malícia vendo Matt, ao longe, subir na escada apoiada nas estantes utilizada para pegar os livros no topo das mesmas.

James encara seu colega de equipe com uma expressão de poucos amigos que continua com um sorriso de deboche do rosto. Ele passa a mão por seus curtos e arrepiados cabelos loiros jogando-os para trás e, então, tira seu celular do bolso e verifica o horário, faltavam poucos minutos para o fim da hora de almoço. Ignorando o comentário do amigo, resolve compartilhar o ocorrido do dia anterior:

— Ontem o Matthew chegou no dormitório com o pé enfaixado, mas não quis me dizer o que tinha acontecido. – Diz James em um tom baixo observando Matthew equilibrar-se na escada docemente e começar a explorar os livros daquela região. – Percebeu que ele está mancando quando anda?

— Ah, qual é, James, não mude de assunto. – Declara Edward revirando os olhos e aproximando mais do colega apoiando o corpo na mesa. – Só entre nós... O Matt é praticamente uma boneca de porcelana, vai me dizer que nunca peg...

Antes que pudesse terminar a fala, Edward sente seu braço ser puxado por James que o faz debruçar-se sobre a mesa, a força do garoto é tanta que o jovem Stark sente seus músculos arderem. James já estava farto das vezes em que fica a sós com Edward e este sempre começa a insinuar coisas em sua relação com Matthew, claro que já percebeu que sua amizade é mais profunda do que ele poder-se-ia imaginar, no entanto, ainda não está pronto para pensar sobre isso ou, pelo menos, não quer no momento.

— Se você dizer mais alguma coisa e juro que arranco sua cabeça do corpo. – Grunhi James entre os dentes.

— Isso tudo é ciúmes ou você ainda não consegue admitir que... – Diz Edward ainda em tom zombeteiro sentindo seu braço ser apertado mais. – Ai, ai! Você está me machucando!

— Vocês podem fazer silêncio? Estou tentando estudar. – Sussurra Nicole sentada na mesa ao lado. – Já basta estar presa à essa...

— Essa o que, queridinha? Não pense que eu estou aqui por vontade própria. Ou era isso ou ter de limpar privadas. – A voz de Chat pôde ser ouvida por todos à sua volta. – Eu até limparia vômito de privadas, mas com você do lado eu vomitaria facilmente e teria que fazer o trabalho todo de novo.

James solta o amigo que recompõe sua postura na cadeira massageando seu braço que fora, praticamente, esmagado. Pôde ouvir os risos da mesa ao lado, mas ignorou-os. Edward levantou-se da mesa e saiu dali rapidamente sem nem mesmo olhar para o colega. Odiava estar em momentos assim na frente de garotas. James, então, levantou-se também e foi ver como estava a pesquisa de Matthew juntando-se ao garoto.

Chat e Nicole haviam ficado de detenção sob ordem estrita do diretor por conta da briga que tiveram no refeitório, mas depois de implorarem à sua tutora que nunca mais iriam fazer isso de novo, Supergirl conseguiu uma tarefa mais amena: carimbar e selar centenas de convites do baile de inverno que acontecerá no final do mês.

A rivalidade entre as duas perduram-se anos, desde quando a equipe foi formada: Chat Cheshire, a mais velha da equipe onze, uma garota, quase uma mulher feita, galanteadora e ambiciosa, com seus típicos cabelos castanhos e olhos azuis, entretanto, diferente de todos, seus olhos dilatam ou contraem conforme a quantidade de luz presente, como os olhos de gatos, e, caracterizando, então, sua principal habilidade, o transmorfismo animal. No caso de Nicole Stacy Parker, filha de um dos mais famosos heróis do mundo, a jovem é o retrato do pai, mesma cor de cabelo, olhos e tom de pele. Assim como ele é uma pessoa calma, porém que se irrita com facilidade ao ser incomodada ou ver alguém sofrendo algum tipo de injustiça. Curiosamente, motivo ao qual está de detenção.

Antes que as duas pudessem dizer mais alguma coisa “amigável” uma para a outra, esquecendo-se totalmente do ocorrido entre os dois garotos na mesa ao lado, Thomas Maximoff, seu querido colega de equipe, aproxima-se das duas segurando um velho livro laranja e seu notebook com o adesivo da clássica Liga da Justiça na frente da marca do aparelho, e senta-se de frente delas notando a discussão que ainda ocorria e revirando os olhos.

— Quando será que irão aprender a se comportarem como colegas de time? Não perdem uma oportunidade.

— Cala a boca, Thomas! – Exclamam as duas ao mesmo tempo.

— Vocês sabem se a Diana e a Chevalier estivessem aqui elas concordariam comigo. Não aguentamos mais isso. – Diz o garoto já ligando seu notebook e começando a navegar na rede. – E agora eu tenho de ser babá das duas...

— Ai, Thomas, vai caçar um macho que você ganha mais. – Comenta Chat voltando-se à Nicole que continuava a discutir.

Thomas revira os olhos ignorando o comentário e volta sua atenção ao livro que havia pego há poucos momentos na estante de geologia, tinha que finalizar sua pesquisa até o final de semana e ainda enviar uma cópia do relatório de sua última missão individual para sua tutora. Aquele período de provas e exames, definitivamente, está deixando todos loucos e sobrecarregados.

De repente, todos que estavam na entrada da biblioteca voltam sua atenção à duas garotas que haviam chego correndo no recinto aos berros, até mesmo Chat e Nicole que discutiam intensamente voltaram sua atenção para as meninas.

— Vocês ficaram sabendo???! – Grita Anna ofegante, havia corrido o trajeto todo a procura de seus parceiros de equipe.

— Mas que alvoroço todo é esse na minha biblioteca? Fala logo, garota, parece até que você viu um fantasma! – Exclama a velha bibliotecária interrompendo um atendimento e indo até Anna.

— Anna! – Diz Edward, que havia se isolado em um canto da biblioteca, correndo até a amiga depois de identificar sua voz.

— Liguem a TV. – Exige Mayara em um tom impaciente.

— Anna! Mayara! – Desta vez é James e Matthew que aproximam-se das companheiras de equipe.

A bibliotecária caminha até sua recepção e, com o controle que fica ao lado do monitor de seu computador, liga a grande televisão localizada na entrada da biblioteca, mas que geralmente fica desligada para não atrapalhar os estudos dos alunos e alunas do Instituto.

— Está manhã tivemos uma notícia devastadora, não somente para todo os Estados Unidos, como também para o mundo. Durante uma longa batalha contra um grupo de terroristas nesta madrugada na costa de San Diego, na Califórnia, Superman, membro e líder da Liga da Justiça, está desaparecido após a explosão de um navio pesqueiro que carregava grandes quantidades de drogas e estava tripulado por este grupo terrorista desconhecido. Já iniciaram-se buscar no oceano em busca do paradeiro do herói, inclusive debaixo do mar, mas até agora não sabemos o que...

— Ai, minha nossa! Não deixem que a Diana veja isso! Ela vai ter um ataq...

— Mas o quê??!! – Grita Diana ao longe. – Então é isso o que todos estão escondendo de mim?!

Ao longo do almoço no refeitório, Diana havia notado alguns olhares sob si, podia jurar que alguns eram de preocupação, no entanto, resolveu não dar atenção. Agora, estava na entrada da biblioteca carregando os livros que tinha pego emprestado e iria devolver, mas ao ouvi a repórter dizer o nome de seu pai, começou a tremer, se não fosse sua amiga e colega de equipe Chevalier ela teria desmaiado.

Todos estavam sem reação, paralisados, mas Chat, Nicole e Thomas, em particular, ficaram estáticos, sem saber o que fazer ao ver a amiga, sendo amparada por Chevalier.

— Calma, amiga.

Antes que mais qualquer um pudesse manifestar-se após a fala de Diana. Os altos falantes de todos o Instituto, inclusive da biblioteca,

— Todos os membro da equipe onze comandada por Kara Zor-El... Dirijam-se à sala de treinamento.

— Finalmente ação! – diz Diana recuperando-se do breve desmaio recuperando toda sua força.

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O horário de almoço já tinha passado e as salas de treinamento, localizadas no centro da academia do Instituto, estavam lotadas com inúmeras equipes e seus mentores ocupando seus espaços para realizar o rotineiro treinamento de sobrevivência. A academia, próxima à Cúpula de Combate, é formada por seis andares, por conta da quantidade de alunos que a mesma tem de comportar.

Contanto com a academia de musculação e ginástica no térreo, as salas de treinamento nos andares superiores equipadas com a mais recente tecnologia para o auxílio dos professores/mentores no treinamento de seus alunos e seus respectivos poderes, e, no sexto andar, banheiros com ofurô, banheiras de hidromassagem e todo o tipo de alternativa para aqueles que precisam se recuperar após um árduo treinamento.

O silencia a respeito do desaparecimento de Superman foi totalmente quebrado, todo o Instituto comentava receosos a respeito do advento.

Entretanto, a equipe quatorze, coordenada por Emma Frost, a poderosa telepata branca, já havia iniciado seu treinamento do período da tarde e nenhum deles, com exceção da mentora, estava ciente do triste incidente.

— Mas que moleza é essa equipe quatorze? – Diz Emma trajando seu típico uniforme branco. – Ainda nem suei minha roupa.

Os membros da equipe quatorze: Luke Bonnet, Larissa Ádla Ragnarok, Damian Moonriser, Rosalie King Crawford e Dave O'shea Poulter, tinham iniciado seu treinamento na sala nível três, onde seu único oponente é seu mentor, há poucos minutos e já estavam exaustos, a notável Frost nunca facilitou em seus treinamentos, motivo ao qual faz com sua equipe sempre destaque-se nos torneios anuais do Instituto e no ranking de missões.

As salas de treinamento são extensas e revestidas de aço maciço em seu interior, ao ser programada, pode simular qualquer tipo de terreno criando hologramas de diversas paisagens, mas que, para os sentidos humanos, a pessoa enxerga-se no respectivo lugar: seja uma floresta, um deserto, o topo de uma montanha, etc. tanto é que as colisões são, praticamente, reais, há a destruição de cenário, os usuários da sala sentem os diferentes climas, texturas, como se tivessem sido teletransportados para aquela região.

Damian Moonriser, outro membro do Olimpo de Van Gould, é o mais velho de sua equipe, como quase de regra, o líder da mesma. Irmão gêmeo de Meredith Moonriser, possui, praticamente a mesma aparência da irmã, dotado de uma beleza descomunal, esbanja uma prepotência sem qualquer esforço, uma rapaz que exala poder e autoridade, seu caminhar firme e sempre com um ar de nobre. É um rapaz atraente e charmoso, quando passa é impossível passar desapercebido, tem vários olhares sobre si. Os cabelos curtos e lisos, castanhos escuros e bagunçados, além de intensos olhos azuis acinzentados tempestuosos e indiferentes com um sorriso perfeito, mas que são raros.

Naquele momento, o jovem estava caído no chão, havia sido atingido por uma série de chutes de Emma perdendo o equilíbrio total de seu corpo, só não foi nocauteado porque Rosalie arremessou sua mentora contra uma grande pedra, daquele terreno que parecia com um desfiladeiro rochoso, com sua telecinese. No entanto o rapaz havia torcido o tornozelo, não conseguia levantar-se sozinho e sua mentora não dava espaço para alguém ajuda-lo a recompor-se. Sempre que Rosalie prendia Emma com sua telecinese para que seus colegas de equipe pudessem ajudar Damian, a mesma quebrava seu efeito utilizando-se de sua poderosa telepatia.

Rosalie King Crawford, a ruiva de dezesseis anos, sempre destacou-se em sua equipe por conta de sua variabilidade de poderes. Uma garota gentil e simpática que muitas vezes é julgada pela sua aparência, pois muitos a veem como apenas uma linda garota, ignorando totalmente sua intelectualidade. No momento, Emma Frost havia pedido transferência da garota para equipe de Jean Grey, que poderia trabalhar melhor seu poder de telecinese, já que todos as suas outras habilidades foram trabalhadas sabiamente por Emma e que esta é única ao qual tem enfrentado dificuldade para orienta-la. Mesmo assim, Rosalie está receosa em deixar a equipe ao qual criou raízes e fez grandes amizades, pois sempre viveu uma vida solitária antes de entrar no Instituto.

Damian, utilizando de sua técnica de necromancia, aponta a sua mão para sua mentora e uma pequena concentração de energia negra forma-se na palma de sua mão canalizando sua energia e liberando sombras e vultos em direção de Emma que, ao ser atingida, começa a gritar de agonia. No entanto, o efeito perdura por pouco tempo ao ser bloqueado pelo controle de mente, quase invencível, da telepata.

— Muito bem, Damian, mas não é tão fácil assim entrar na minha mente. – Dito isso, seu corpo assume a forma de diamante. – Vamos ver como se sai numa luta corpo a corpo estando assim.

Emma começa a caminhar direção a seu pupilo que continua caído no chão assustado com o avanço da tutora, seus colegas de equipe tentam ataca-la para impedir sua aproximação ao garoto, porém em vão. Dave O'shea Poulter, utilizando-se da sua mana amarela, lança rajadas de energia contra Emma, mas que não surtem enfeito algum, apenas a empurra para trás sem muita precisão que continua avançando sobre o garoto.

Larissa Ádla Ragnarok, em um último movimento, cruzou suas mãos e invocou o poder das forças dos deuses gregos.

— Que tal experimentar a força dos deuses do olimpo?!

O soco da garota é segurado pela mão de Emma em diamante, mas mesmo assim, com a força usada, é jogada com força em direção à parede.

Rosalie King Crawford abaixa-se ao lado de Damian e estende sua mão ajudando-o a se levantar. O garoto havia torcido o tornozelo, entretanto, conhecendo sua mentora, sabia que ela não pararia o treinamento por causa disso.

— Obigado, Rosalie!

A projeção do desfiladeiro é desfeita e as paredes acinzentadas evidenciam-se voltando, vagarosamente, o clima ambiente do espaço para não causar nenhum tipo de contraste. A trava digital é desbloqueada e a porta da sala é aberta, entrando um funcionário do Instituto.

— Senhora Frost?

— Sim, e é senhorita. Mas a que se deve a interrupção do treinamento da minha equipe?

— A direção está te convocando para a reunião do Conselho de Justiça na sala de reuniões. – Responde o jovem homem pacientemente.

— Mas já são três e meia? – Pergunta a mulher jogando seus longos cabelos loiros para trás.

— A reunião foi adiantada. Tecnicamente você já está atrasada.

— Esse Charles está ficando gagá. – Diz Emma revirando os olhos. – Ou deve ter sido ideia do morcegão. Nunca soube o que é esperar... De qualquer forma, estão todos dispensados!

— Ah, isso só pode ser algum tipo de sinal divino... – Diz Larissa sentando-se no chão da sala exausta.

— Tenho de concordar com você. – Confessa Dave ajudando o amigo Damian a sair da sala colocando seu braço envolto ao seu ombro.

O funcionário retira-se da sala e o grupo despede-se de sua mentora. Quando Emma já tinha desaparecido entre os longos corredores da academia, a equipe já tinha saído da sala e encontrava-se trancando-a. Larissa estava à frente de Damian e Dave tentando invocar algum poder de cura para ajudar o amigo, pois evitaria tempo na enfermaria. Enquanto isso Rosalie tentava lembrar-se da senha para trancar a sala.

— Hoje o dia está tão estranho, primeiro o fato do Conselho de Justiça se reunir, pela primeira vez, aqui no Instituto, e agora toda essa polêmica em cima disso. Sabiam que todos os alunos estão proibidos de entrarem no prédio administrativo durante essa reunião? – Observa Larissa conseguindo o poder das antigas ninfas gregas fazendo com que o inchaço no tornozelo de Damian desaparecesse lentamente.

— Tudo está estranho aqui ultimamente, lembram-se da batalhe do Roth com a Maximoff na Cúpula? – Pergunta Damian, ainda apoiado em Dave, sentindo um alívio ao ser tocado pelas mãos de Larissa iluminadas por uma energia branca.

A equipe ficou em silêncio. Estavam felizes, pois teriam mais tempo para estudar para as provas do dia seguinte.

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A Cúpula de Combate estava cheia, o visual futurista de sua estrutura entrava em contraste com o que campo escolhido para as batalhas daquela tarde. O campo era o de areia. A arena parecia um extenso deserto alaranjado, os jovens heróis que não podem voar precisam tomar cuidado onde pisam, pois correm o risco de afundar naquela grossa camada de areia que cobre todo o espaço.

A batalha que ocorria naquele momento já estava se prolongando mais do que previsto, mas já era de esperar, pois reuniu duas equipes de grande habilidade no Instituto: a equipe nove trajando um uniforme preto, característico de sua mentora, e a equipe quinze de uniforme cinza.

Podiam-se ver raios verdes e vermelhos irem de um lado para o outro no campo, um verdadeiro show de luzes, os responsáveis eram Cassandra Maximoff, da equipe quinze, e Allison Grayson Di Angelo da equipe nove, utilizando-se de ataques de longa distância ainda que, esta última, seja uma ótima combatente corpo a corpo.

Cassandra Maximoff, a mais nova dos irmãos Maximoff, com sua aparência similar à de sua irmã Megan: cabelos e olhos cor de caramelo, mas diferente das meninas de sua idade, com o corpo já cheio de curvas. Entretanto, sua acidez nas palavras ultrapassa a dureza característica de sua irmã, prefere dizer o que quer e não pensar antes de fazer, apesar de, quando conhece-la melhor, verá seu lado amoroso e companheiro, exclusivo há apenas aqueles que ganham sua confiança.

Ao mesmo tempo, Allison Grayson Di Angelo, assim como Cassandra, é a mais nova entre os irmão Grayson Di Angelo, princesa de Tamaran, entrou no Instituto para poder controlar seus poderes e, junto de seu irmão, descobrir o paradeiro de sua irmã Melissa que fugiu para a Terra. Dona de um par de olhos verdes esmeralda e cabelos ruivos amarronzado como os de sua mãe, só não possui a pele tão dourada quanto por conta da genética terráquea de seu pai.

Uma poderosa rajada de energia do caos, muito familiar, atravessou toda arena atingindo em cheio o jovem Harry Allen que criava um pequeno redemoinho com sua velocidade em volta de Ashley Miller Fitts fazendo-a rodopiar, descontroladamente, no ar. Harry, por conta do impacto, é jogado contra a barreira da arena, o redemoinho se desfaz aos poucos deixando Ashley cair no chão atordoada.

Harry Allen, filho do renomado e famoso Flash, é um jovem encantador: olhos azuis, cabelos loiros, pele branca levemente bronzeada, muito parecido com seu pai, tanto é que herdou o mesmo poder. Colega de equipe de Allison, Harry é apaixonado por ela desde o momento que a viu, como amor à primeira vista, mesmo não sendo correspondido, pelo menos é o que imagina, pois nunca criou coragem para se declarar.

Sempre dizem que Ashley Miller Fitts, a orgulhosa e bem vestida (como gosta de ser chamada) da equipe quinze, o que tem de sedutora tem de perigosa. Seus longos cabelos pretos, olhos azuis turquesa e sua pele pálida entram em contraste com seus naturais lábios vermelhos e carnudos. Provavelmente, aquele que teve sorte de não ter sua mente possuída polo seu ataque de possessão de mente, a maioria dos estudantes que passam por isso acabam na enfermaria ou, até, no hospital do Instituto.

A autora do disparo contra Harry, Cassandra Maximoff, sorriu ao ver seu ataque surtir efeito, todavia, seu pequeno ato de distração custou caro, pois a ruiva Allison, num movimento estratégico, voou em direção à garota atingindo-a com seus punhos verdes de Starbolt, levando-a consigo no ar.

— Arrgh! Me solte!!! – Berra Cassandra sendo levada por Allison.

Num movimento brusco, Allison atinge o chão de areia, batendo as costas de Cassandra no chão, criando uma densa nuvem de poeira. Allison voou para longe da nuvem enquanto sua oponente continuava lá, coberta pela nuvem de poeira.

— Alisson, uma ajudinha aqui!!! – Grita Sophie Grace Jacobson segurando os punhos de Tyler Harris Jacobson, seu irmão e oponente, que avançava para cima da irmã com seus socos ágeis.

— Você tem treinado, maninha? – Debocha Tyler tentando se desvencilhar da defesa da irmã.

Sophie Grace Jacobson e Tyler Harris Jacobson, irmão gêmeos e filhos de Prometheus, foram colocados em equipes separadas logo que entraram no Instituto, como geralmente sempre ocorre com irmãos. A garota, meiga e gentil, tenta, sempre que possível, ajudar os outros. Quando enfrentada, logo acaba com a luta, colocando uma memória agradável na mente da pessoa. Evita confrontos de todas as maneiras possíveis, mas quando envolve alguém que ela ama, ela sabe como atacar. A contraponto, seu irmão, é o seu oposto: sarcástico e irônico, sempre de cabeça quente e, em alguns momentos, totalmente rude e grosseiro, no entanto, é um total superprotetor, especialmente com sua irmã, odeia vê-la rodeada de “abutres” como gosta de dizer, cultivando uma extrema compaixão pela mesma e por aqueles que ama. Na questão da aparência, ambos são bastante semelhantes, apesar de não serem gêmeos idênticos (univitelinos): os dois possuem a pele clara, os olhos azuis, cabelos escuros e com um pouco de sardas.

Sophie Grace sentia a força do irmão até que não aguentou mais e solto-o recebendo a resposta logo em seguida, um chute no estômago que a fez cair sentada à metros do oponente. Lutar contra seu próprio irmão não seria nada fácil. Quase que ao mesmo tempo, a nuvem de poeira que havia se formado com a areia se dissipa, e Cassandra, numa velocidade extrema, ativa sua energia do caos com seus punhos cobertos da energia avermelhada atirando uma rajada certeira em Tyler, distraído com a irmã, fazendo-o voar para longe.

Estranhamente, os poucos alunos que prestigiavam as lutas daquela tarde e que aguardavam a vez de suas equipes, começaram a conversar ardorosamente entre si esquecendo-se totalmente da luta que acontecia, de certa forma, os estudantes que lutavam na arena começaram a perceber o fato, mas continuaram suas batalhas como se nada estivesse acontecendo, seus tutores continuavam sérios observando-os e marcando seus movimentos. Aos poucos, a arquibancada, já quase vazia, foi se esvaziando até não restar nenhuma plateia.

Lindsey McMorris, a arqueira da equipe nove, filha do gavião arqueiro e treinada desde pequena, em segredo, pelo pai, é tão corajosa quanto curiosa. Divertida e sarcástica, sempre está a gozar com coisas sérias, seus cabelos castanhos escuros sempre encontram-se trançados e jogados para o lado, muitos dizem que fica parecendo uma certa personagem de filmes de ficção científica.

Evelyn Crawford, a garota misteriosa da equipe quinze, sempre foi fria e de poucas palavras, até mesmo com seus colegas de equipe. Com olhos cinzas escuro e um cabelo branco meio acinzentado, causa medo em muitos estudantes do Instituto, principalmente nos mais novos.

Por último, o casal da equipe quinze: Sophia Ella Vladivostok Worthington e Logan Hypnos Veccio Johnson, o casal possui uma conexão tão grande como seus nomes.

— Parem a luta! – Um grito é escutado na entrada da Cúpula, era o mesmo homem que havia interrompido o treinamento de Emma e sua equipe. – O diretor pediu para cancelar as atividades em toda a escola e mandar os alunos para seus dormitórios.

As duas equipes que batalhavam, já cansadas, interrompem suas ações e, caminhando aproximam-se da saída da arena onde encontra-se suas mentoras e, agora, o funcionário do Instituto.

— Como assim? Ainda nem escureceu! – Grita Ian Robert King indignado com a manifestação.

— O QUÊ??? Só porque estamos ganhando? – Pergunta Harry inconformado.

— E quem disse que estavam ganhando?! – Exclama Logan empurrando Tyler com o corpo.

Ambos se encaram com os rostos próximos, suas tutoras aproximam-se dos dois separando-os.

— Será que não entenderam que é para parar?! – Pergunta Jean Grey segurando no braço de Logan.

— Senhorita Jean Grey e senhorita Ravena Roth vocês estão sendo convocadas na sala de reuniões para a reunião do Conselho de Justiça, o horário foi adiantado. – Replica o homem. – Os estudantes devem ir para seus dormitórios imediatamente como medida de segurança.

— Segurança? O que está acontecendo?! – Pergunta Tyler sem entender o que se passava.

— Tudo bem. Minha equipe pode ir para os vestiários se quiserem, mas todos deverão estar em seus dormitórios antes das quatro, ordens do diretor. Vamos, Ravena.

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Alguns minutos mais tarde, a sala de reuniões do Instituto Van Gould nunca esteve tão cheia, os maiores heróis de todos os lugares do mundo estavam ali, reunidos em um único ambiente. Alguns heróis conversavam em pequenos círculos afastados dos demais, outros bebiam alguns drinks do minibar no canto da sala, todos aguardando os membros do Conselho que se encontravam atrasados.

A porta da sala abriu-se e Jean Grey e Ravena adentraram no ambiente conversando calmamente, todos olharam-nas de cima em baixo.

— Não preciso ler suas mentes para saber que estamos atrasadas, muito menos a sua, Emma. – Diz Jean encarando a colega de trabalho e dirigindo-se ao seu assento na longa mesa. – Já que estão todos aqui, podemos começar.

Todos os heróis ocupam seus lugares na grande mesa retangular de reuniões, em uma ponta o assento do presidente do Conselho e, na outra ponta, o assento do vice-presidente, o restando dos lugares sentam-se os demais membros do Conselho. Como a mesa foi feita para comportar bastante convidados, diversos lugares sobraram, além de que muitos dos membros do Conselho não puderam comparecer.

— Boa noite a todos os presentes. Daremos início a esta reunião de emergência do Conselho, infelizmente nosso presidente ainda não chegou, portanto, como vice-presidente e anfitrião desta casa, irei conduzi-los. – Fala Bruce W. ligando o holograma do planeta Terra na mesa de reuniões – Essa reunião foi convocada pelos membros do conselho em razão dos últimos acontecimentos em relação aos desaparecimentos em grande escala que vem acontecendo há algumas semanas, mas que só foi se agravando no início da semana, por isso adiantamos o dia e horário da presente reunião.

— Pare de enrolar com tanta formalidade Bruce Wayne e chegue logo ao ponto. – Comenta Warren Kenneth.

— O membro deste conselho e líder da Liga da Justiça, o senhor Clark Joseph Kent está desaparecido desde a última madrugada e... – Conversas iniciaram-se por toda a sala causando um conjunto de murmúrios ensurdecedor. – Senhores... Senhores! SILÊNCIO!

Todos calaram-se de um vez, quase ninguém havia visto o velho Batman alterar-se em público e, aqueles que o viram, dificilmente veria outra vez.

— Mas o que você propõe para fazermos? – Pergunta o velho Bruce Banner ajeitando seus óculos.

— Eu sabia que ficar de braços cruzados logo no primeiro desaparecimento e esperar o desenrolar dos fatos iria prejudicar nossa reação... – Desabafa Magneto batendo a mão na mesa.

— Será isso mesmo ou sua preocupação só aumentou depois que seu genro juntou-se à lista de desaparecidos? – Pergunta Emma Frost com uma sobrancelha arqueada.

— O fato de não estar usando meu capacete neste momento não quer dizer que uma telepata vulgar como você está autorizada de entrar na minha mente. – Responde Magneto.

— Quem você está chamando de vulgar? – Ralha Emma batendo com o punho na longa mesa de mármore.

— Temos preocupações maiores neste momento, meus caros. – Pronuncia Hank McCoy coçando seu pelo azul do maxilar após um pigarro antes que Magneto se manifestasse.

— Esta reunião de emergência que convoquei foi muito conveniente, pois a nossa próximo reunião regular seria somente daqui alguns dias, provavelmente metade vocês já não estariam aqui presente. Aliás, muitos não poderão comparecer hoje por temos remarcado em cima da hora, alguns estão ocupados em missões ou se juntaram a esta lista e, infelizmente, meus caros, a situação só tende a piorar.

— Falando dessa forma até parece que você está subestimando nossas habilidades, Bruce. – Diz Shayera Hall com desdém.

— Se até o mais poderoso entre nós foi uma das vítimas, o que se espera de uma mulher com um par de asas e um brinquedinho na mão? – Diz Tony Stark observando Shayera encara-lo com uma expressão de poucos amigos. – Ei, não se ofenda, eu também tenho os meus brinquedos.

Todos ficam calados. Realmente aquela situação estava muito delicada, o desaparecimento, agora identificado como sequestro, de Superman foi um choque para todos. Ninguém esperava por isso e agora supõe-se que mais nenhum lugar é seguro.

— Vocês só sabem puxar o saco do chefe. – Profere Magneto revirando os olhos. – Basta nos lembrarmos do ponto fraco do Clark, ele cairia de joelhos como uma criança diante de um mísero pedaço de Kryptonita.

— Realmente uma colocação muito inteligente, Erik. – Uma voz muito familiar ecoou por toda a sala sendo escutada por todos.

— Charles, pude sentir sua presença há quilômetros. Já iria perguntar de você. – Confidencia Ravena com as pernas cruzadas.

A voz de Charles Xavier pôde ser ouvida por todos há mesa após a porta da grande sala ser aberta. O velho telepata, então, ocupou seu lugar na outra ponta da longa mesa de presidente.

— Muito obrigado, Bruce, por conduzir essa reunião enquanto estive fora, tive alguns problemas com meu voo.

— Não me agradeça, Charles. Não tivemos nenhum progresso.

— Então, alguém que tiver algum informe antes de iniciarmos a exposição dos dados que temos até agora, fique à vontade.

— Professor, eu estive presente, nos últimos dias, na erupção do vulcão Etna na Itália contendo o avanço da lava enquanto os habitantes daquela região eram evacuados e não pude deixar de notar uma aura sombria rodeando aquela região, mas não tive tempo de investigar, cheguei hoje de viagem. – Explica Ravena.

— Já convocamos uma equipe de busca liderada pela Supergirl, enviaremos outras duas equipes logo em seguida.

— Um momento... – Diz Ravena levantando a mão e pedindo licença. – A prima e a filha do Clark? Com todo o respeito, professor, mas você não acha que elas comprometeriam a missão por se tratar de um parente próximo?

— Eu discordo. – A última voz que todos gostariam que se manifestasse naquele instante foi ouvida por todos. – A possibilidade e estarem em missão onde a vida de um ente querido estar em risco, ou próximo disso, apenas otimizaria o desempenho das duas. Medidas conservadoras neste momento não seriam de grande ajuda...

— Acho que já entendemos, Feiticeira Escarlate... – Exclama Charles interrompendo a heroína. – Bom, é exatamente por isso que enviaremos outras equipes, elas iriam de qualquer jeito, conheço bem a personalidade dos kryptonianos, ninguém conseguiria para-los numa situação dessa. Mas agora, darei início a explicação do plano de investigação que elaborei com o Bruce nos últimos dias.

A luz da sala de reuniões é apagada e a única iluminação é a luz levemente esverdeada do holograma do planeta Terra no centro da grande mesa. O pouco que as autoridades internacionais e de nacionais de diversos países colaboram com o Conselho de Justiça em troca de apoio militar em seus territórios, pois isso muitas informações relevantes foram coletadas não somente por super-heróis, mas por variadas agências de segurança espalhadas no mundo: NSA, CIA, etc. Ainda sim, há muito o que Bruce Wayne e Charles Xavier desconhecem a respeito dos últimos acontecimentos ao redor do globo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não se esqueçam de comentar! Provavelmente irei postar capítulos maiores como este, pois, certamente, não terei tempo para postar todo final de semana como fazia antes, talvez a cada quinze dias irei postar mais um capítulo da fic, mas irei compensar no tamanho e no número de personagens abordados.
Abraços e tudo de bom!!!



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