B A R A T H E O N escrita por NicolyBlack, Marina Lupin, The Marauders


Capítulo 3
Two — How is to be promised, my dear?


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas, aqui estamos nós com mais um cap. fresquinho!
Seguinte pessoas, quem vós fala é NicolyBlack, e vocês provavelmente notaram minha queda por postar nas madrugadas kkkkk
Informe rápido: eu e a Mari moramos no Mato Grosso, entãããooo, para esses dois seres estranhos, ainda vai ser 5 horitas da manhã, e não 6, e sim, eu não bato bem da cabeça nesses horários.
Bueno, queria informar que a fic não segue fielmente os eventos dos livros e nem os eventos da série, estamos misturando eles, usando coisas que só tem na série ou que só tem nos livros, como é o caso do torneio de espadas citado aqui, porém, para não ficar repetitivo para quem já leu os livros, e nem um completo nada para quem não leu, vamos tratar esses eventos com a maior cautela possível, okay?
Acho que é só, boa leitura pessoinhas do meu coração *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632404/chapter/3

No meio da noite, um lobo uivou e então, o sonho começou.

Eu estava junto aos portões de Winterfell, e longe meus pais seguiam viagem. Eu gritei por eles, para não me deixarem para trás, mas eles já estavam longe demais. Tentei correr, e então minhas mãos estavam algemadas aos portões. Eu gritava por ajuda e por alguém que me tirasse dali, quando um lobo apareceu, castanho avermelhado de olhos azuis... Como Robb Stark. Ele uivava, me impedindo de sequer me movimentar. Então o bastardo Stark estava ali, puxando-me pelo meu pulso, me arrastando para longe, para dentro do castelo, as correntes tinham ido embora, agora era seu aperto que feria. "Venha, princesa, essa é sua casa agora".

Então eu acordei. Pelos sete infernos o que fora aquilo? Levou um minuto para me lembrar de onde estava e porque estava quente. Era um alívio saber que de manhã era mais quente que de noite, e as camadas e mais camadas que me cobriam não eram necessárias.

Afastei-me dá cama, e procurei a janela. Lá fora tudo parecia calmo, e as folhas das árvores se agitavam suavemente. A neve caia branda, formando uma imensidão branca do lado de fora da janela.

Não me lembrava de como era a sensação da neve, e do frio que ela me deixava. Mas de alguma forma, não me era desconfortável ficar olhando a neve cair da janela do quarto em que eu fui instalada na Casa de Hóspedes. Tomm, Cella e Joff já não estavam mais aqui – mamãe provavelmente veio cedo levar os mais novos ao desjejum – o que provavelmente significava que eu dormi demais.

Ouvi batidas suaves em minha porta, e com um suspiro dei as costas para a janela.

— Entre. — minha aia entrou pela porta, com uma expressão cansada em seu rosto.

— Dormiu bem, minha princesa? — perguntou ela, sem esperar por uma resposta. — Eu não preguei os olhos com esse frio, pelos sete, como esses nortenhos conseguem viver?

Deixei que uma risada escapasse pelos meus lábios enquanto ela continuava com sua típica falação e me preparava para o desjejum.

Layla não era uma das piores aias do mundo, só era entediante. Ela estava comigo desde que eu me entendia por gente. Uma menina vinda da campina, de uma das casas nobres menores, meu pai requisitou os serviços de uma aia da campina para sua filha mais velha pessoalmente, nunca entendi realmente o motivo disso, do mesmo modo que eu nunca entendi o porquê de Roy ter sido solicitado como meu guarda. Todos os meus irmãos tinham como serviçais pessoas vindas das casas vassalas dos Lannisters. E eu não achava realmente ruim que eu não tivesse, Cão de Caça, por exemplo, me assustava. E não tinha nada a ver com sua aparência, tinha a ver com sua natureza. No entanto, ele servia bem ao proposito a qual fora encaminhado. Proteção. Joffrey apreciava sua companhia um pouco mais.

Aprendi a ignorar, aos poucos, quando Layla estava cuidando de mim – banhos, trocas de roupas, escovando o cabelo e etc. – por isso minha mente só voltou à ativa quando eu estava a caminho da sala de refeições, com Roy e Layla atrás de mim.

Todos, com exceção de meu pai, já estavam a mesa quando cheguei.

— Atrasada, mais uma vez. Talvez seus serviçais tenham que prestar mais atenção em seus horários. — minha mãe me recebeu com suas típicas reclamações diárias aos meus serviçais.

— Eu que dormi além da conta, não eles, mamãe. — sentei ao lado de Tyrion para comer, lançando lhe um sorriso.

— Achei que iria congelar durante a noite. — reclamou Cella, enquanto Layla me trazia a refeição, em geral eu nunca prestava atenção ao que era servido. Layla estava comigo a tanto tempo que já sabia do que eu gostava.

Conversas paralelas começaram a mesa. Tio Tyrion brincava com Tommen, que estava sentando em seu outro lado, Myrcella e mamãe falavam sobre qualquer coisa e tio Jaime conversava com Joffrey em relação ao torneio de espadas que teria pela manhã com os Starks.

— Lauren e Myrcella, eu informei a septã Mordane que vocês participariam de sua aula de bordar de manhã, em companhia das meninas Starks. — mamãe disse mais alto que todos na mesa, para se fazer ser ouvida. — E Tommen e Joffrey irão participar do torneio de espadas do Sor Rodrik.

— Bordar a manhã toda? — resmunguei em voz alta. — E a senhora, ira bordar a manhã toda com Lady Stark? — todos a mesa soltaram risadas enquanto o rosto de mamãe se enrugava.

— Eu pagaria quantos veados de prata fossem precisos para ver essa cena. — brincou meu tio ao lado.

— Tyrion, cale-se, não incentive os maus modos de minha filha.

— Não é considerado hipocrisia repreender alguém que tem os mesmos modos que você? — Tio Jaime logo respondeu, fazendo a mesa cair em risos mais uma vez.

Eu não tinha predileção em relação aos meus tios do sangue de minha mãe. Os dois sempre estiveram ao meu lado desde o momento em eu nasci, nunca me repreenderam, sempre me defendendo das broncas que ela me dava. Tyrion sempre dissera que eu me parecia suficientemente com Jaime quando criança, e com mamãe certamente. Obstinada, sarcástica, impetuosa, por vezes debochada e rebelde.

Não se tratava de rebeldia, eu não era insubordinada. Eu era uma princesa. Filha de meu pai e minha mãe. Uma Baratheon. Uma Lannister. Eu certamente não nascera para seguir ordens, mas sim para dá-las.

Mamãe deixou passar o momento com um franzir de lábios.

— Lamento informar que seu pai também deixou em minhas mãos outra notícia. — subitamente, o clima da mesa entre os adultos ficou mais pesado. Mamãe encarava fixamente a mesa.

— Você pode esperar um pouco mais para informa-los. — Jaime comentou em um tom de voz baixo.

— Robert irá contar de qualquer jeito, ele está tão animado com a ideia de jogar seus dois filhos mais velhos nas mãos dos lobos.

— Era óbvio que eu teria que me casar com a garota Stark, mas Lauren? — Joffrey quebrou o silêncio que reinava na mesa. Encarei Joffrey por alguns segundos, sendo eu a quebrar o silêncio dessa vez.

— Era óbvio que eu teria que me casar com o garoto Stark, mas Joffrey? — a pergunta era para ser direcionava a mamãe, mas quem respondeu foi tio Tyrion.

— Lauren era a melhor escolha para renovar a aliança com os Stark, e Joffrey seria melhor aproveitado para formar alianças com uma casa mais rebelde, mas seu pai não se importa com isso.

— Aquele velho bêbado quer tirar minha filha de mim, larga-la no norte, a sorte com os lobos. — resmungou mamãe com as mãos sobre o rosto.

— El não vai voltar para casa com a gente? — Myrcella perguntou de um jeito tão inocente que não percebeu o choque que causou em todos na mesa, inclusive em mim.

Eu já esperava que eu fosse ser prometida ao herdeiro de Winterfell nessa viagem. Eu era uma princesa, afinal, e esse era o trabalho das princesas, formar alianças. Princesas não se casavam com lordes de casas menores, com herdeiros de casas de pouca importância, princesas se casavam com os lordes das grandes casas, com os protetores de sua região. Uma vez que o leste e oeste eram de proteção dos Lannisters, eu não estaria destinada a um Lannister, o protetor do norte era a melhor escolha, mesmo com a longa história de amizade entre meu pai, o rei, e o atual lord protetor do norte.

No entanto, nunca tinha me passado pela cabeça que eu não voltaria para casa, que eu não me despediria de minha casa, dos cantos que eu mais gostava e das pessoas que lá viviam.

Roy e Layla obviamente ficariam comigo, mas o rosto de Barristan me veio em mente por um momento, afastei o pensamento. Eu não me permitiria ficar triste por isso, era o meu dever.

— Então é bom que nós aproveitemos bem essa manhã. — tranquilizei minha irmã, acariciando seus cabelos.

— Minha irmã não pode ficar apodrecendo aqui! Eu não vou permitir! — Joffrey disse em um de seus rompantes, com uma raiva quase palpável em sua voz.

— Você é o herdeiro, Joffrey, não o rei. — lembrou tio Jaime.

— Basta! — ordenou mamãe — Já estamos todos atrasados para nossas atividades nesse encantador e agradável lugar.

— E eu pensando que eu fosse o sarcástico da família. — tio Tyrion comentou momentos antes de se levantar. — Ah, e cuidado com os lobos gigantes, Winterfell está infestada deles, ontem quase molhei as calças com o lobo do garoto Jon.

A palavra lobo me lembrou automaticamente de meu sonho, me fazendo estremecer de leve.

— Jon? — perguntei, para mudar de assunto, os pelos de minha nuca ainda se arrepiavam com a menção da palavra lobo.

— Sim, o bastardo Stark, um bom garoto, pena que quer vestir o negro.

— Há grande honra em fazer parte da Patrulha da Noite. — Tomm comentou.

— Não a honra em nunca mais poder fuder mulheres. — e com isso mamãe tirou Tomm e Cella da mesa, saindo para fazer sei lá o que e todos nós seguimos seu exemplo.

Não é que eu detestasse bordar, bordar só era extremamente entediante. Septã Mordane não parava de jorrar elogios para qualquer coisa que Myrcella e eu fizéssemos. Sansa cochichava audivelmente com suas amigas o quão lindo era Joffrey, palavras dela, não minhas. Arya parecia querer estar em qualquer outro lugar, menos ali. Suspirei e notei que foi ao mesmo tempo que a garota Arya, lancei lhe um sorriso cumplice, desistindo de meu bordado.

Virei-me para minha irmã, cochichando lhe no ouvido.

— Cella, estou de saída.

— E vai me deixar aqui, sozinha? — reclamou ela.

— Não se preocupe, você pode até rasgar o vestido que septã Mordane irá achar incrível, mas não se acostume, quando chegarmos em casa septã Gueneve irá lhe puxar as orelhas. — beije-lhe a face e me levantei. — Com sua licença. — me dirigi a septã e sai sem esperar por uma resposta.

Roy já estava me esperando do lado de fora, e começou a me seguir sem dizer uma única palavra. Ele era quase como um fantasma, estava sempre ao meu lado, fora de vista e me protegendo, sempre presente quando eu precisava. Ele não tivera a língua arrancada como Sor Ilyn Payne, mas era tão quieto quanto.

— Acho que o tempo está bom para uma cavalgada. — sem precisar de mais palavras Roy providenciou cavalos e Layla me ajudou a trocar o vestido por roupas de montaria.

Ao nos aproximarmos do pátio, pude ouvir o som de espadas de madeira sendo brandidas. Ah, o torneio de espada dos rapazes. Cheguei em tempo de ver Tommen ser derrubado, todo embalado e protegido como estava, pelo garoto Brandon.

Afastado, em uma roda de companheiros de viagem, pude ouvir Joffrey caçoando de algo, que soou muito com “espadas de madeira”.

— Roy, me veja um par de espadas de aço, pra já! — pedi ao me aproximar de Joffrey.

Ele caçoava do herdeiro Stark por usar espadas de madeira, e Robb parecia muito disposto a matar Joffrey ali mesmo. Deixei que uma gargalha escapasse de meus lábios, alta o suficiente para atrair a atenção de todos.

— E quem usa espadas de madeira nos treinos em casa, Joff? Tommen é novo, usaria espadas de madeira de qualquer jeito, Cella e eu somos mulheres, não devemos lutar. Não vejo você com aço o tempo todo...

Por mais que eu amasse meu irmão, não resistiria a tentação que era irrita-lo, além do mais, o norte não tem uma relação com o a coroa igual Dorne tinha com os Targaryen. Meu irmão nunca foi a pessoa mais inteligente do mundo, e um dia nosso pai e lord Stark estariam mortos, Joffrey seria o rei de Westeros e Robb o lord e protetor do norte, não era aconselhável criar rixa com o herdeiro.

Roy apareceu silenciosamente de meu lado e me entregou as duas espadas. Segurei uma em minha mão direita, já a que estava na esquerda apontei para Joffrey, que jogou sua espada de madeira no chão e saiu resmungando qualquer coisa. Deixei que outra gargalhada saísse e então apontei a espada para Robb que simplesmente me olhou atônico.

— Oras, vamos Stark, faz tanto tempo que ficamos nessa estrada que eu nem me lembro qual foi a última vez em que eu peguei em uma espada de verdade. — joguei a espada em sua direção, e ele, apesar do susto presente em seu rosto, foi capaz de pega-la.

— Não tenha medo de machuca-la garoto, essa daí já conseguiu me vencer. — eram raras as vezes em que Roy se pronunciava, mas eu simplesmente amava essas poucas vezes.

— Além do mais, Barristan não ficaria nem um pouco feliz em saber que eu tive a oportunidade de lutar com um Stark e não aproveitei. — lancei lhe um sorriso sapeca ao me lembrar do que Barristan uma vez me disse sobre o jeito de luta dos nortenhos, sem tantos floreios como os sulistas.

— Você foi treinada por Sor Barristan? — ouvi uma voz ingênua e admirada. Olhei quem tinha falado e encontrei o olhos brilhantes de Bran Stark.

— Ele me ensinou muito mais do que lutar apenas com espadas, mas sim Brandon, ele me ensinou a lutar, e se o seu irmão deixar de ser careta e lutar comigo, prometo que te ensino o golpe secreto de Barristan. — vi os olhos de Bran brilharem mais ainda, e então ele olhou com grandes e esperançosos olhos na direção de Robb. Um sorriso me veio nos lábios ao ver o Stark mais velho suspirar.

Robb bateu a ponta da espada com a minha, como cumprimento, de forma hesitante. Sua expressão era séria e concentrada, o queixo travado, a testa franzida. Eu tinha vontade de rir, e foi bem o que eu fiz.

— Não tenha um ataque por isso, Robb. É apenas uma luta!

Brandi a espada em sua direção e ele apenas aguentou o golpe com sua lâmina. O som do encontro das duas espadas ressoou por todo o pátio. Abaixei a espada e esperei o golpe que não veio.

— Vamos lá, Robb. Eu estou aqui sozinha, por acaso?

Brandi a espada mais uma vez em sua direção e ele se defendeu. Minha lâmina descreveu um arco, atacando o por baixo. Robb se defendeu novamente, aguentado o golpe, dando um passo para trás. Golpeei-o por cima e por baixo, atacando os lados, mas Robb só se defendia e recuava.

— Qual é, Stark? Você pode fazer mais que isso.

Meus movimentos se tornaram mais rápidos e intensos, e aos poucos Robb foi se soltando. Sua espada descreveu um arco, atacando minha lateral, defendi com minha lâmina pulando para o lado.

— Agora sim!

Ele era rápido, mas eu era mais leve. Seus movimentos apareciam de repente e seu corpo esguio se desviava rapidamente de minhas estocadas. Mas eu atacava com mais firmeza e me movia com mais leveza, atacando-o sempre que notava um ponto desprotegido. Eu não queria machuca-lo, é claro. Nem ele, na verdade, seus movimentos passavam longe o suficiente de mim, para que não me acontecesse nenhum arranhão. Robb era bom, mas talvez por lutar com uma mulher, talvez por não estar acostumado ao aço, mas ele ainda tinha ataques óbvios, pouca estratégia e movimentos descoordenados. Seus pés iam para um lado, mas suas mãos iam para outro. Sua cabeça não estava em contato com seu corpo.

Quando o suor começava a brotar de nossas têmporas, e um sorriso largo e desconcertante brotava no rosto do Stark, Sor Rodrik saiu de seu tupor.

Nossas laminas se encontraram no ar e eu segurei o movimento, forçando-o com a lâmina, nossos corpos mais próximos que o recomendado, nossas respirações batendo no rosto salgado um do outro.

— Parem já com isso! — ouvi a voz alertada de Sor Rodrik. Um longo suspiro saiu de meus lábios.

Olhei bem para Robb, e então mais uma vez cai em gargalha, porém dessa vez ele me acompanhou. Me afastei dele e então joguei minha espada no chão.

— O senhor se preocupa demais, Sor Rodrik, vai ficar grisalho antes do tempo.

Com um último sorriso, fui atrás do cavalo que estava à minha espera nos portões. Mas ao invés de continuar os exercícios, Bran e Robb vieram atrás de mim.

— Que incrível, você foi treinada por Sor Barristan! — disse o pequeno ao meu lado. — Será que ele poderá me treinar quando formos para Porto Real?

— Peça para seu pai conversar com ele, Barristan é um excelente instrutor. — e era mesmo, tinha mais paciência que muitos professores e septãs. — E outra hora lhe ensino o golpe que prometi.

— Que legal, Lauren! — Bran andava de costas a nossa frente, enquanto Robb assumia seu lugar ao meu lado. — O que mais Barristan lhe ensinou?

— Me ensinou a lutar com armas, com o corpo, como defender e me portar. Barristan me ensinou além disso também. Coisas como disciplina, confiança, estratégia...

— Mas por que você quis aprender tudo isso? Você é mulher! — interrompeu ele, com uma curiosidade clara em sua voz. Ele não pretendia ofender e eu já ouvira aquela pergunta dezenas de vezes. Se não verbalmente, nos olhos de quem me via lutar.

— Não, Bran. Eu sou uma princesa. Meu reino precisa de mim, não posso me dar ao luxo de estar indefesa nem por um momento. — respondi com calma, olhando-o nos olhos.

— Mas você não precisa se preocupar mais com isso. Você vai se casar com meu irmão e nunca precisará se preocupar. — respondeu ele como que diz algo óbvio.

Pelo canto do olho, vi Robb enrijecer ao meu lado, a expressão nervosa enquanto lançava um olhar letal pro irmão. Obviamente eles já sabiam sobre o casamento, afinal. A palavra casamento fez com que meu estômago se retorcesse. Eu estava ao lado do meu futuro marido, na minha futura casa, onde eu ficaria provavelmente pelo resto dos meus futuros dias. Era muita coisa pra digerir.

— Então acho que a luta será apenas uma diversão para mim. — disse-lhe afagando lhe os cabelos. — O que é algo realmente bom para seu irmão, já que pelo visto, sou melhor que ele com a espada. — pisquei para Bran que ria, depois arrisquei uma olhada para Robb. Um pequeno sorriso brotava em seus lábios, um sorriso aparentemente sincero.

— Robb é melhor com o arco! — disse Bran. — E Jon com a espada! — imaginei o garoto da noite anterior, os ombros rígidos e forte e os olhos inteligentes com uma espada em mãos. Ele realmente tinha porte de quem se dava bem com espadas.

— Sabendo lutar ou não, só tem uma coisa que eu amo mais do que espadas, cavalgar. — um sorriso brotou em meus lábios ao ver Roy mais a frente com dois cavalos.

— Myrcella não me parece gostar de cavalos. — se tinha uma coisa que eu amava em crianças, era a sua sinceridade ingênua.

— Myrcella ainda é uma criança, é uma princesa, e o mais importante, é superprotegida pela nossa mãe, que nem deixa ela chegar perto de cavalos.

— Mas você chega perto de cavalos. — deixei um riso me escapar, Bran era simplesmente adorável.

— Sou a mais velha, sou superprotegida pelo meu pai. — me aproximei de meu cavalo, uma égua negra.

No 13º dia do meu nome, papai me presenteou com uma égua negra como a noite, que eu batizei de Balerya. Mamãe simplesmente odiou o presente, mas eu amava Balerya e a levava para qualquer lugar.

Comecei a acarinhar sua crina.

— Nossa, é lindo! — Olhei para Bran, ele com certeza já tinha visto cavalos, mas mesmo assim parecia encantado.

— Sim, ela é realmente linda.

— Oh. — ele fez uma carinha fofa, da qual eu fui obrigada a rir.

— Bran, você já alimentou seu lobo hoje? — ouvi a voz de Robb, ele estava tão quieto que quase me esqueci da presença dele.

— Já.

— Então vá alimenta-lo de novo. — pelo visto hoje era o dia de me fazer rir, pois eu ri outra vez com a sutileza do Stark.

O garotinho resmungou qualquer coisa e nos deu as costas, ainda resmungando. O acompanhei com o olhar até que ele sumisse de vista, então, virei minha cabeça em direção a Robb, que tinha um olhar intrigado.

— Peço desculpas por meu irmão, ele se anima com qualquer assunto que envolva Sor Barristan Selmy, seu herói.

— Sem problemas Robb, sei bem como são crianças, e sei bem como é ter um herói.

— E qual seria o seu?

— Seria muito clichê se eu dissesse que é o meu pai? — dei um sorriso de lado. — Não gosto de guerras e nem nada, mas meu pai só se casou com minha mãe por causa da guerra. — não disse mais nada em relação a guerra, afinal, se eu que sou sulista sei de cor e salteado a história de Lyanna Stark, por que Robb Stark não saberia?

— Entendo. — Robb me encarou com aqueles olhos azuis incríveis. Por um momento esqueci de que eu estava fazendo carinho em Balerya, e ela reclamou com um relincho. Ouvi uma risada fraca, mas uma vez que os lábios de Robb estavam fechados, encarei Roy que tinha um sorriso quase sapeca nos lábios. Bufei ao constatar que ele ria de mim.

— Não tem nada melhor para fazer não, Roy? — não estava esperando uma resposta dele, Roy quase nunca fala.

— Se a minha princesa quer que eu a deixe sozinha com o garoto Stark, é só falar. — senti meu rosto esquentar rapidamente, desde quando ele fazia piadas?

— Não seja estúpido. — disse em um fio de voz, estava tão envergonhada que não conseguia encarar Roy ou Robb, por isso foquei meu olhar em Balerya.

— Irei deixá-los sozinhos então, tenho certeza de que o seu futuro marido é capaz de protege-la de qualquer ameaça. — não achava que fosse possível que meu rosto ficasse mais vermelho do que estava, mas eu estava enganada.

Talvez, só talvez, mamãe estivesse certa e eu devesse cortar Roy em pedaços e manda-lo, em uma caixa de madeira, para as Cidades Livres. Vasculhei o lugar com o olhar e vi Roy um pouco distante, mas ainda sim de olho em mim. Ele era o meu guarda pessoal, e em momento algum seria louco de me deixar sozinha.

Tomei coragem de voltei a olhar para Robb, somente para ver que ele também estava vermelho.

— Isso tudo parece tão estranho para você como parece para mim? — deixei a pergunta sair sem pensar muito sobre. Algo no norte me fazia ter vontade de falar.

— Ontem eu a conheci e hoje...

— Sou sua prometida. — completei com um suspiro.

— E hoje você é minha prometida. — Robb também suspirou ao constatar o fato. — Não, não... não que isso seja ruim... quero dizer... você não é ruim e nem feia e você é a princesa... droga! O que eu quero dizer é que... — ele deixou que um longo suspiro escapasse e então mordeu o lábio inferior. Eu estava achando a confusão dele muito fofa.

— Que isso é estranho. — disse e então sorri para ele.

— É, é estranho estar prometido a alguém. — Robb inclinou a cabeça para o lado, ele passou a me encarar, e então o silêncio reinou entre nós.

— Mas então meu futuro marido, gosta de cavalgar tanto quando eu? — não podia reclamar de minha situação, afinal, a maioria das pessoas não conhece seu prometido até o dia do casamento.

Robb abriu a boca para me responder, mas ele logo voltou a ficar quieto. Joffrey simplesmente brotou do meu lado. Ele estava me encarando com seu sorriso maníaco presente.

— Irmã! Estava te procurando por todo canto. — Joffrey praticamente gritou e então me puxou para seu lado, quase me abraçando. — Esse bruto do norte está de atormentando? Cão de Caça pode dar um jeito nele, caso você queria. — qual era o problema com ele?

— Eu... estou bem, Joff, pode voltar a fazer suas coisas. — tentei responder, mas o olhar de Joffrey estava me causando certo medo.

— Que isso, até parece que eu irei deixar minha irmã sozinha! Irmãos não fazem isso. — Joff então parou de me encarar, e passou a encarar Robb.

— Certo, mas eu estou bem, de verdade.

— Cadê aquele inútil do seu guarda? Ele não dev...

— Roy está logo ali, e ele não é um inútil. — como se do nada, eu me toquei do porquê de Joff estar assim.

Eu era um ano mais velha que Joff, mas isso não impediu que nós fossemos criados de um jeito completamente diferente. Ele não foi superprotegido do mesmo jeito que eu. Mamãe sempre parecia mais predisposta a Joffrey, e papai sempre parecia mais predisposto a mim. Isso quase nos fez sermos criados como se fossemos do gênero oposto, Joff com seus ataques e Cersei para fazer suas vontades, e eu fugindo das aulas de bordado para ver os garotos treinarem com espadas.

Mas mesmo isso não impediu que nós fossemos criados juntos, sempre que a oportunidade aparecia nós fugíamos juntos para fazer alguma travessura. Tio Renly costumava dizer que o único momento em que nós parecíamos apenas com duas crianças normais era quando estávamos juntos. Porém, com o passar do tempo, Joff foi se afastando de mim e de todos, com a desculpa de que ele precisava aprender a como governar. Quando Myrcella nasceu, então veio a verdade de que Joffrey não aturava crianças, sempre se escondendo pelo castelo para fugir dela. Mas eu nunca fui uma criança para ele, eu sou e sempre vou ser um ano mais velha que ele, Joffrey é meu irmão mais novo, e por algum motivo, ele parecia somente se importar comigo.

— Joff, agradeço por você se preocupar comigo e tudo mais. — olhei para Robb, seus olhos quase faiscavam de raiva, então olhei para Joff, e vi o mesmo faiscar nos olhos verdes dele. — Só que eu realmente quero cavalgar. — Joff bufou e então se virou, e saiu batendo os pés com força do chão. Não consegui impedir uma risada de rir. Para um futuro herdeiro do trono, Joff as vezes era tão infantil.

— Não culpo seu irmão, também estou morrendo de raiva dele por ele ser o prometido de minha irmã, só que ele é um idiota. — Robb comentou quando meu irmão já estava longe o suficiente.

— Sim, ele é um idiota, e eu rezo para que ele tenha uma ótima Mão quando for rei, mas enquanto esse dia não chega... — dei um meio sorriso para ele, e então montei em Balerya.

— Posso te fazer companhia em sua cavalgada? — Robb me perguntou com um sorriso. Deuses, ele não pode descobrir que eu não consigo dizer não a ele quando ele sorri desse jeito.

— Claro. — sorri de volta e Robb me retribuiu com um sorriso maior ainda.

Eu não podia reclamar, não podia reclamar por Robb ser meu prometido. Ele era bonito, educado e gentil, e mesmo que nós não nos apaixonemos, mesmo se não houver amor em nosso casamento, pelo menos teria amizade, e isso já era uma coisa grande, era mais que em muitos casamentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "B A R A T H E O N" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.