Tropeços escrita por Luhni


Capítulo 4
Tropeço número 4: acidente com café


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, voltei! ^^
Muito obrigada a todas que comentaram, fiquei super feliz em ver que estão gostando da fic, e hey se quiserem dividir algum momento constrangedor comigo, sintam-se a vontade, é sempre bacana ouvir a história de vocês ;D Vou deixar vocês agora com o capítulo.
Boa Leitura!



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Cinco horas se passaram enquanto eu atendia diversos casos que apareciam na emergência, desde dores musculares até um ataque cardíaco, e no momento meu corpo clamava por um pouco de comida e descanso. Agradeci aos céus ao ver que eu tinha um pequeno intervalo, resolvi, então, ir a uma pequena lanchonete que havia perto do hospital.

Eu adorava aquele local, havia dois ambientes, um reservado a um café – algo muito apreciado por uma viciada em cafeína como eu e que tinha que passar noites em claro por causa dos plantões – onde pães e doces saiam a todo o momento e outro para o restaurante, onde a comida era incrível, várias vezes já havia até ali para desfrutar de um almoço ou jantar, a única coisa que estragava era o fato de que eu estava na companhia do falecido na maioria das vezes. Suspirei, é, nem tudo pode ser perfeito, afugentei esses pensamentos desagradáveis e voltei a observar o quadro em frente ao balcão com o menu.

Eu estava justamente na parte do café, já que meu intervalo era pequeno, e olhava atentamente o que poderia pedir, agora a maior decisão da minha vida seria tomada e eu iria me arrepender eternamente se não escolhesse bem por causa do calor do momento: frapuccino ou cappuccino? Estava tão concentrada, observando os dois que não reparei que não me movia e começava a empatar as pessoas que formavam uma fila atrás de mim para fazerem os seus respectivos pedidos.

– Vai demorar? – ouvi uma voz grossa pigarrear atrás de mim e dei um pequeno pulo com o susto, eu conhecia essa pessoa.

– Sasuke-kun! – exclamei surpresa e o moreno arqueou uma sobrancelha, provavelmente pela intimidade com a qual o chamei. Mas depois de me sentir tão culpada e perturbar tanto Naruto acho que desenvolvi uma espécie de laço estranho e distorcido com ele, ou assim eu pensava.

Sasuke suspirou ao me reconhecer ou talvez estivesse somente mal humorado por me ver, afinal eu tinha cabelo rosa era impossível ele não ter me reconhecido, não é? De qualquer jeito ele decidiu não falar mais nada, ou assim pensei até vê-lo se manifestar de novo:

– Você sempre tem o costume de fazer os outros esperarem? – e eu não entendi a que ele se referia. Vendo minha confusão, ele apenas apontou para trás e ao ver as pessoas começando a se irritar comigo, imediatamente me apressei em escolher algo. Toda a minha concentração já era!

Senti meu rosto arder de vergonha, era a segunda vez que eu fazia isso com ele, como podia agir de forma tão idiota tantas vezes com a mesma pessoa? Disse o que queria para o atendente, que também parecia irritado comigo pela demora, e dei um passo para o lado para esperar o meu pedido enquanto Sasuke fazia o dele: um café preto forte.

– Não vai comer nada? – indaguei intrometida e quase quis me bater ao dizer isso, o moreno apenas me encarou e eu me forcei a continuar – Tomar café quente sempre pede que se coma algo doce – falei com um sorriso sem graça.

– Não gosto de doce – respondeu.

Ele ficou ao meu lado a espera do pedido e um silêncio se apoderou de nós, afinal eu não sabia o que dizer depois de tudo e ele, bom, ele não devia nem querer me ver pintada de ouro, quanto mais me ouvir. O único problema era que sentia a necessidade de me desculpar com ele depois de ter fraturado o seu pé e aquele sentimento de remorso parecia me sufocar, além disso, quando ficava nervosa eu tinha a tendência a falar qualquer coisa ininterruptamente e foi exatamente isso que aconteceu.

– Me deixe pagar o seu café, é o mínimo que posso fazer depois de tudo. – disse e ele sorriu de canto. Senti meu rosto esquentar, ele estava sorrindo para mim?

– Acontece que eu já paguei se não percebeu. – explicou e eu pensava se podia ser mais idiota e fazer as coisas piorarem.

– Ah... então... então me deixa te ajudar a levar para a sua mesa o pedido, afinal deve ser ruim andar assim. – E apontei para a bota ortopédica que ele usava e que cobria parte da calça jeans, enquanto pegava a bandeja com a torta de morango e o cappuccino que pedi.

– Não precisa. – ele disse enquanto esticava o braço para alcançar a xícara de café, mas não permiti, eu realmente me sentia culpada e queria poder ajudá-lo de alguma forma.

– Eu insisto! – retruquei ao me aproximar, segurando com uma mão a minha bandeja, enquanto a outra ia em direção para pegar da mão dele o café, mas ele não largou.

– Você não me deve nada. – ele disse ficando claramente irritado, mas eu não ligava. Não queria um processo nas minhas costas, eu não iria ser presa e ter que ler aquela manchete que minha mente insistia em mostrar como se fosse um alerta ligado.

– Devo sim, eu fui muito descuidada e você se machucou por causa disso! – Puxei o café mais uma vez, trazendo para perto de mim para, assim, poder colocá-lo na bandeja.

– Não, eu que não devia ter me aproximado daquela forma. – disse entredentes – Pode soltar – mandou, mas não o escutei, forçando mais uma vez a xícara em minha direção, enquanto ele segurava do outro lado.

Parecia que estávamos competindo um cabo de guerra, ou disputando uma mísera xícara, eu não sei qual situação era mais infantil e vergonhosa. As duas, talvez. Na minha outra mão a minha torta e o meu cappuccino dançavam na bandeja, mas no momento eu pouco me importava. Sim, eu era orgulhosa e agora que havia começado com aquilo não conseguia parar.

– Escuta garota, eu... – mas ele parou de falar no momento em que puxou com mais força a xícara, o que fez eu me desequilibrar e as minhas coisas caírem no chão com um barulho forte, chamando a atenção de todos no local.

Sasuke me encarou atordoado e meu rosto se avermelhou, me abaixei para limpar um pouco aquela sujeira e em seguida o vi ajoelhado ao meu lado o rosto tão corado quanto o meu. Quer dizer que o senhor perfeição também cora?

– Quer parar de me encarar e juntar essas coisas logo? – falou entredentes e saí do meu momento de contemplação enquanto voltava a recolher os cacos.

– Desculpa... – murmurei e o ouvi suspirar.

– Sente-se ali – ele disse, ou melhor, mandou, me entregando a xícara de café dele.

Ok, fiquei perdida e pensei em questionar, mas ele parecia realmente irritado ao me fuzilar com os olhos e para evitar mais derramamento de sangue, quero dizer, de café, segui ao local indicado. Ele falou algo com a atendente e eu me surpreendi ao vê-lo andar na minha direção com uma bandeja com uma torta de morango e um cappuccino, exatamente como pedi. Ele estava me fazendo um favor? Ele não me odiava mortalmente? Ele não era um cão raivoso e mal educado o tempo todo? Sim, porque em todas as vezes que o vi ele sempre havia sido um babaca comigo, claro que talvez eu tenha a minha parcela de culpa, mas...

– Quer fechar essa boca? – Eu estava de boca aberta? Balancei a cabeça, me recuperando e agradeci baixinho a ele, que se sentou na cadeira a minha frente, afinal era eu quem estava em dívida com ele, de novo.

– Não precisava ter feito isso, eu...

– Eu que fui o culpado agora e acho que estraguei sua roupa. – quando ele disse foi que notei uma macha enorme na minha calça branca. Droga!

– Não se preocupe deve sair ao lavar. – tentei ser simpática e sorri forçadamente, mas acho que não consegui disfarçar bem, aquela mancha arruinou a minha calça nova.

– Isso não teria acontecido se você não fosse teimosa. – retrucou e eu arquei a minha sobrancelha, sem acreditar no que ouvia.

– Se você tivesse me deixado te ajudar, isso não teria acontecido! – boas ações não devem ser espontâneas? Não são mais consideradas coisas boas? Principalmente quando você está querendo evitar um processo?

– Se você não fosse uma distraída, eu não teria me machucado e você não precisaria me ajudar. Eu nem pedi a sua ajuda, por falar nisso. – acho que entendi, finalmente, porque ele sempre fica calado quando o vejo, é porque ele é insuportável quando fala. O pior é que o maldito estava certo, mas isso não significava que eu o deixaria com a última palavra. Nem morta!

– Eu também não pedi sua ajuda na academia, se não tivesse surgido das sombras atrás de mim você não teria sido atingido! Não tive culpa! – ele arregalou minimamente os olhos com o que eu falei e até eu me surpreendi de ter pensado nisso. Touché!

– Me desculpe se estava tentando ser gentil com alguém que parecia brigar com um peso e eu tentei chamar a sua atenção antes de me aproximar.

– Ah é? E porque eu não ouvi nada? – indaguei cruzando os braços em frente ao peito, descrente daquilo, e ele arqueou a sobrancelha, dando um sorrisinho sarcástico.

– Quer mesmo que eu diga? – trinquei os dentes com raiva. Ah não, ele ia dizer a mesma coisa que os outros? E daí que estava um pouco distraída, isso é normal, não? Todo mundo tem problemas para resolver e se perde um pouco, não?

– Tudo bem. – disse respirando fundo, me forçando a lembrar de que eu não estava ali para brigar com ele, eu queria me desculpar e estava conseguindo piorar as coisas. – Eu realmente sinto muito, estou me sentindo culpada por tudo e quis tentar... melhorar a situação – falei envergonhada, olhando para a torta de morango ainda intocada em cima da mesa.

– Acho que depois de ter manchado a sua calça podemos dizer que estamos quites. – ele disse e eu só pude arregalar os olhos.

– Se um pé fraturado vale uma calça manchada eu não tenho porque reclamar. – sorri mais aliviada ao ver que tudo estava bem, ou pelo menos pior.

– Já que estamos aqui, vamos tentar de novo. – ele disse e não pude evitar ficar surpresa – Meu nome é Uchiha Sasuke... – e ficou me encarando a espera de algo e eu precisei piscar umas três vezes antes de me tocar que eu deveria me apresentar também.

– Ah... eu sou Haruno Sakura. – falei nervosamente. Por que eu não podia acertar uma vez? Mas eu já sabia o nome dele, então para mim aquilo não tinha sentido algum, droga!

– Você é engraçada, Haruno Sakura. – disse com um sorriso de canto antes de beber um pouco do café que eu tinha certeza que deveria estar amargo, já que ele nem tocou no açucareiro.

Pera... ele disse que eu sou engraçada? Isso é algum tipo de flerte? Ou ele está debochando de mim? Como não sabia como lidar com isso apenas sorri sem graça, sem saber como responder e mais uma vez aquele pequeno esboço de sorriso se formou no seu rosto, parei de me questionar as coisas e apenas fiquei me perguntando como alguém podia ser tão bonito? Ficamos em silêncio e despertei dos meus devaneios quando percebi que estava calada há muito tempo e não parava de encará-lo como uma idiota, então voltei a minha atenção a torta e cortei um pedaço grande, enfiando na boca para me distrair.

– Você realmente gosta desse doce, né? – indagou um pouco surpreso, talvez pela quantidade exagerada que eu tentava mastigar. Muito bem Sakura, pareça uma porca na frente do Deus da beleza, quanta elegância!

Meneei a cabeça em concordância enquanto engolia e me preparei para dizer alguma coisa, qualquer coisa que não fizesse com que um silêncio incômodo se fizesse presente ou eu voltasse a fitá-lo bobamente. Abri a boca, porém, antes que verbalizasse algo, a aparição de um vulto ruivo se fez presente no meu campo visão e eu só consegui permanecer com a boca aberta como uma imbecil.

Como eu podia ser tão azarada? De todas as pessoas eu tinha que encontrar justo com ele ali?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Só para deixar claro eu não paguei esse mico de deixar cair café, ok? Pelo menos não ainda kkkk Mas já fiquei patetando na fila na hora de comprar algo porque eu simplesmente não conseguia me decidir, algo completamente desculpável, né? XD
Gente, eu criei uma página no facebook para divulgar as minhas fics e também ter mais contato com os leitores, se quiserem dar uma olhada, sintam-se a vontade, vou deixar o link aqui:
https://www.facebook.com/LuHimeFanfiction

Daqui a pouco tem Reparação!
Beijos e até a próxima!



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