Bittersweet escrita por Ana Paula Puridade, Lua


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Muito Obrigada pessoal!!!!!
Já temos mais de 100 comentários na Fic, mais de 9K de leituras, jamais pensamos que chegariamos tão longe em tão pouco tempo de fic, tem tanta coisa para acontecer ainda que voces não vão acreditar.
GENTEEE esse Capítulo estão incrivel, sério vou parar de falar pra voces lerem logo.
E não se esqueçam do nosso bom e velho comentário hein?
Beijos, e mais uma vez OBRIGADA!



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NARRAÇÃO DO KAI

Quando acordei daquele maldito acidente que Bonnie provocou, ela não estava mais lá, é claro que não estaria. Procurei cada centímetro daquele lugar e ela havia simplesmente desaparecido, ela havia fugido, aproveitou-se de minha preocupação por ela estar grávida para fugir. Malditos sentimentos bons de Luke! Desde que me fundi a ele, seus sentimentos vivem em colisão com os meus e isso acaba me prejudicando, como aconteceu agora.

Notei que o Grimório de minha família também havia desaparecido. Maldição, Bonnie! Não bastava fugir, tinha também que levar algo que não lhe pertencia? Eu irei persegui-la de tal forma que ela implorará para que eu a mate, eu vou destruir a vida dela e daqueles seres insignificantes que ela chama de amigos, acabarei completamente com ela, só não irei mata-la por conta dos meus interesses, mas a possibilidade ainda vale. Bonnie sempre tenta fazer tudo pela maneira mais difícil, desde o mundo prisão, ela jamais colabora comigo, me fazendo realizar meus planos da maneira mais difícil e dolorosa para ela.

Foi então que um pensamento passou por minha cabeça, me fazendo repensar: Bonnie me odeia, me odeia com todas suas forças e eu sei disso, ela seria capaz de tirar o bebê para poder se ver livre de mim, disso eu tenho certeza porque já vi várias vezes em seus olhos todo o rancor que ela guarda... E no fundo eu sei que ela tem razão. E a única coisa que eu não quero é pôr tudo em perigo agora é meu filho, nem que para isso eu tenha que mudar de estratégia. Eu precisava saber como ela estava depois desse acidente, se ela havia se machucado e, principalmente, se a criança estava bem. Apesar de eu ter absorvido grande parte da pancada, eu li que qualquer tipo de acidente, nem que seja o mais simples possível, pode ser fatal para uma gravidez em seu estado inicial.

Depois de dar um jeito nos estragos que o carro tinha levado com a batida, dirigi para a casa em que eu tinha planejado levar Bonnie, agora seria minha nova casa. Era estranho ficar sozinho novamente, sem ter os insultos da Bruxa, ou ver todo o ódio dela por mim. Me acostumei a ser temido, acho que é uma coisa que se adquire quando você é alguém que cresce numa família que não tem afeto, carinho ou compaixão por você, tem apenas temor e repulsa, então você se acostuma com isso porque é a única coisa que você pode ter vindo deles.

Entretanto, Bonnie é um caso a parte, por mais que eu faça mal a ela, sinto que ela não tem medo de mim, não tanto quanto eu imaginei que teria ou pelo menos ela não demonstra. Está sempre na armadura de menina forte e corajosa e, sendo franco, foi isso que me atraiu, desde o mundo prisão. Não escolhi Bonnie apenas por ser uma Bennett descendente direta de Quetsyah, mas também pelo caráter que possui, a lealdade, bravura, determinação, são coisas que eu desejo para o meu herdeiro. Além de todo o poder vindo de nós dois, claro. Com os predicados dela, será uma ótima junção.

Por sorte havia algumas páginas soltas do Grimório de minha família que eu havia guardado com mais segurança (algo me alertava que eu não poderia confiar em Bonnie e, infelizmente, eu tinha razão), alguns feitiços que não quero que ninguém além de mim saiba e outros de utilidades pra ocasiões como agora. Num deles eu posso ver e sentir tudo que o alvo do feitiço está vendo e sentindo, é como um feitiço localizador, só que mais avançado e mais complicado de se fazer. Exceto para mim.

Preparei tudo para o feitiço e comecei a dizer as palavras que estavam na folha e aos poucos comecei a ver Bonnie, dormindo, sonhando comigo. Soltei um leve riso com isso, ela estava assustada, mas estava bem, entretanto eu não conseguia sentir nada com relação a criança... Ela havia tirado? Acho que não, ela estava com Damon, e pelo que conheço do humor explosivo dele, se ele soubesse, jamais ficaria tão perto assim dela, afinal de contas ela estaria gerando um filho meu, e ele me odeia, assim como todos os outros.

Isso não era nada seguro.

Se quero um legado, já estava mais do que na hora de eu voltar a agir. Não seria sensato deixar Bonnie em paz sabendo que ela pode ter feito algo, muito menos sabendo que ela está novamente com os Salvatore, que podem influenciá-la a acabar com meus planos. Se eles sempre a influenciavam a fazer as coisas por eles, pondo a vida dela em risco, o que não fariam alegando que um bebê meu destruiria a vida dela? Bonnie teve tempo livre o suficiente, voltar a agir era a melhor alternativa, mas teria que ser de uma maneira que não prejudicasse os meus planos.

Quando cheguei à casa dos Salvatore, toquei a campainha, fazer uma entrada triunfal derrubando a porta não me ajudaria com a nova estratégia, além do mais, tinham colocado a casa no nome de alguém, então infelizmente eu teria que fazer do jeito normal. Não demorou muito para uma vampira loira vir abrir a porta, supus que era Caroline, ela se assustou ao me ver.

— Você deve ser a Caroline, certo? Quem é o novo dono da casa que vai me convidar para entrar? – Perguntei sentindo o pavor nos olhos da vampira.

Foi quando eu ouvir um coração bater aceleradamente, eu conhecia o som daquele coração, era Bonnie, olhei sobre os ombros de Caroline e então a avistei, ela parecia atônita ao escutar minha voz.

— Olá, Bonnie, sentiu minha falta? — perguntei sarcasticamente.

Stefan e Damon vieram ficar ao lado de Caroline, quando Damon iniciaria sua sessão de ódio eterno por mim, ouvimos o humano (que deveria ser o tal de Matt) chamar por Bonnie e um som de corpo caindo ao chão foi ouvido, Bonnie havia desmaiado.


NARRAÇÃO DO DAMON

A partir do momento em que ouvimos a voz de Kai, as batidas no coração de Bonnie tornaram-se ensurdecedoras. Deixei-me dominar pela raiva momentânea e acelerei até a porta, ao lado de Caroline, encarando enraivecido o desgraçado que teve a audácia de aparecer e pedir um convite como se fosse bem-vindo. Eu estava pronto pra entrar numa briga, mas a voz de Matt chamando por Bonnie e um som estridente de algo caindo ao chão, desviou a atenção de todos nós.

— O que houve com ela? — perguntei preocupado, levando dois segundos para me abaixar ao lado dela. — Por que ela desmaiou?

— Eu não sei, ela só desmaiou. — disse Matt.

— Calma, — Caroline falou pra si mesma, tentando se controlar. — O coração está batendo, está respirando, ela deve ter levado um susto bem grande, por isso desmaiou.

— Chame um médico. — A voz vinha de Kai e quando o olhei, ele parecia... preocupado.

Minhas mãos se fecharam em punhos com a fúria, pois ele certamente estava preocupado, sim, mas com seus próprios interesses. Eu poderia ter ficado quieto, mas não me contive, o que aconteceu a seguir levou menos de um segundo: fiquei de pé, arranquei a perna de um móvel e joguei na direção dele, acertando-o na barriga e fazendo-o cair de joelhos.

— Seu desgraçado! — grunhi, sentindo uma leve satisfação ao ver o sangue dele tingindo o chão. — Não basta todo o mal que fez pra ela? O que mais você quer?

Ele removeu a madeira que o perfurou, me olhando enfurecido também. Eu lancei mais uma, e essa seria certeira no coração se Kai não tivesse usado a magia para se defender, destruindo a estaca improvisada no ar. Então veio o que eu mais odiava, aneurismas, aquela dor infernal explodindo em meu cérebro varias e várias vezes.

— O que faz você pensar que pode me vencer? — rosnou. — Nem você nem seus amigos podem fazer algo contra mim!

Foi aí que percebi que Matt estava desacordado, Stefan e Caroline também estavam curvados de dor, assim como eu.

— Você vai pagar com a sua vida por tudo. — balbuciei.

— Esse dia não é hoje. — ele sorriu e as dores aumentaram.

Foi então que a voz de Bonnie soou, baixa, porém imponente.

— Já chega, Kai. Pare com isso!

— Eu cheguei até aqui pra ter uma conversa civilizada, o Salvatore foi que me atacou primeiro! — disse ele, sem parar com as dores.

— Eu disse pra parar. Agora! — Bonnie ordenou. Observei enquanto ela ficou de pé e de repente era Kai que se curvava de dor e não mais eu, ou Stefan ou Caroline.

— Bonnie... — Kai rosnou. — Pare!

Mas ela estava centrada, parecendo num mundo próprio, cheia de raiva e angustia, dava pra ver no olhar dela, a expressão, os lábios se movendo em feitiços silenciosos, causando cada vez mais dor física a Kai. As taças e garrafas começaram a quebrar, algumas lâmpadas explodiram, uma ventania circulou o cômodo durante o tempo em que Bonnie se manteve torturando-o. Eu observei ele se contorcer de dor no chão, sufocado, tossindo fora o próprio sangue e achei que cada milésimo daquela dor ainda era pouco.

— Bonnie. — Caroline chamou, — Bonnie, pare.

— Está louca? — perguntei.

— Temos que parar ela, Damon.

— Kai tem que morrer, Caroline!

— Damon, — Stefan chamou do lugar onde estava socorrendo Matt. —Kai não é a única pessoa nessa equação, olhe para Bonnie.

Só então eu me dei conta do filete de sangue no rosto dela, as mãos tremendo e as pernas vacilantes. Ela tinha acordado de um desmaio, estava fraca e usando um feitiço que esgotava a pouca força que ainda tinha, se matasse Kai agora, iria acabar se matando junto.

— Droga! — praguejei. — Bonnie, me escuta, você tem que parar. Bonnie!

Mas ela não parou. Era como se não ouvisse nada, estava com o olhar fixo e repetia silenciosamente e diversas vezes o feitiço que imobilizava Kai. Em outro momento seria muito satisfatório ver o fim dele, mas agora eu estava preocupado com Bonnie, agora a vida dele podia acabar custando a dela e em nenhum universo eu deixaria isso acontecer.

— Bon, —fique em frente a ela, segurando-a pelos ombros, pra que olhasse pra mim. — Bonnie, me escuta, você está fraca demais, não pode continuar isso, vai morrer. — ela continuou, a estafa física era visível a cada segundo que se passava e eu sabia que teria que me esforçar mais que isso pra fazê-la parar. — Acredite em mim, eu seria a última pessoa na terra que pediria a você pra poupar esse cara, mas... Mas você ainda me deve uma resposta, lembra? Porque eu me lembro. Quando esse canalha apareceu e me levou, eu perguntei por que você estava me ajudando, eu tinha sido um imbecil e mesmo assim você estava cuidando de mim. Você disse que quando descobrisse a resposta ia me contar, lembra? Você já descobriu? Então me conte, eu quero saber a resposta agora, Bon. Você não pode acabar consigo mesma sem me contar isso.

Eu não tinha percebido que minha voz tinha amaciado enquanto eu falava, que meu tom tinha se tornado calmo, até que parei, pois Bonnie também tinha parado, ela estava ofegante, fraca, vacilante, mas tinha parado e estava olhando pra mim com os olhos lacrimejantes e vermelhos, eu nunca a tinha visto tão transtornada.

— E-eu... — balbuciou.

— Vamos lá, — falei. — Me conte.

— Foi... por...

Kai tossiu, interrompendo-a. Os olhos dela se agitaram novamente em direção a ele, que estava caído na varanda, cuspindo sangue e tentando ao menos sentar. Bonnie tinha ferrado com ele. Eu encarei o pedaço de madeira jogado próximo, seria fácil matá-lo, mas o olhar dele encontrou o meu e percebeu minha intenção, pois num sussurro ele disse uma única palavra, realizando outro feitiço que odeio, a especialidade dos Gemini que deixa um objeto, um lugar ou alguém invisível. Num segundo ele desapareceu. E Bonnie também.


NARRAÇÃO DA BONNIE

Virei a cabeça, cambaleando de um lado para o outro, percebendo que nenhum dos meus amigos podia me ver e minha respiração voltou a ficar pesada e descompassada antes de Kai falar.

— Eu vim aqui só pra conversar, mas você e os seus amigos nunca colaboram. — ele falou, tinha conseguido sentar, os genes de vampiro já o estavam curando, mas tenho certeza que ainda sentia muita dor.

— Quero que vá embora. — falei. — Não tenho nada pra conversar com você!

— Mas é aí que se engana, você está com algo que me pertence, esqueceu?

As minhas náuseas só aumentavam.

— Não quero nada seu, muito menos um filho.

Eu fiquei por um fio de contar a verdade e dizer que não tinha criança nenhuma, mas não contei, ainda era uma chance de tirar vantagem se ele pensasse que eu estava grávida.

— Bom, você não vai ter que ficar com ele.

— Você se ouve enquanto fala? — perguntei enojada. — Você não quer um filho, quer um servo.

Ele me ignorou.

— Eu tenho uma proposta, você só tem que ouvir e aceitar. É claro que você não vai vir comigo outra vez e, mesmo se viesse, seus amigos não parariam de me perseguir, então eu vou te deixar em paz, que tal? Por alguns meses, até o bebê nascer. Você não se desfaz da criança e eu não tiro a vida de alguém que seja importante pra você. O que acha?

Fiquei parada. Eis aí uma das vantagens que esperei. Meses sem ele por perto? É claro que não sou ingênua pra achar que ele realmente se afastaria por completo, mas seria o suficiente pra eu tramar algo pra me livrar dele.

— Como posso saber que vai mesmo ficar longe?

— Eu não disse que ficarei longe. — ele corrigiu. — Falei que te deixaria em paz, por enquanto.

— Mas eu não quero você perto, não quero olhar pra você, não quero nem ouvir sua voz. E tem que prometer que não vai machucar nenhum dos meus amigos nem durante, nem depois que... que essa coisa nascer.

— Tudo bem.

— Tudo bem. — falei, aceitando. — Não encoste nos meus amigos e daqui 9 meses terá a criança.

— Negócio fechado. — disse, ele encarou a minha barriga concentrado, eu torci pra que ele não estivesse tentando ouvir outro coração lá dentro, mas então ele sorriu um sorriso perverso. — Tem a minha palavra, espero que você honre a sua.

—Eu cumpro com o que prometo, honre sua palavra e terá certeza que honrarei a minha

Depois disso ele saiu em super velocidade, o feitiço da invisibilidade foi desfeito.

— Bonnie! — Caroline correu pra me abraçar quando pôde me ver novamente. — Ele se foi? O que ele queria? Fiquei com tanto medo que ele fosse te machucar.

— Ele não vai aparecer por enquanto e também não pode me machucar, tenho algo que ele quer.

— O que? — Damon perguntou. — O que você tem?

Ele me encarou sério, o que me deixou desconfortável e desviei o olhar.

— O Grimório dos Gemini. — menti. — Kai é poderoso agora, mas não sabe usar esse poder. A magia não nasceu com ele, os pais não o ensinaram, ele não participava dos rituais da família, tudo que ele sabe são feitiços comuns, por isso precisa do grimório, os feitiços mais elaborados estão lá, magia não depende apenas de instinto, se fosse assim não existiriam os livros de feitiços.

— Eu não tinha pensado nisso, — Caroline falou pensativa.

— Tenho que pegar o grimório.

— Eu faço isso, você não precisa se esforçar. — ela virou pra Damon. — Será que dessa vez eu posso realmente deixar ela em suas mãos?

— Tá preocupada com isso? Você viu o que ela fez com o desgraçado?

— Damon, é sério! — ela exclamou.

— Não se preocupe, Barbie. Pode ir tranqüila, Bonnie vai estar segura.

— Ok, — ela respirou fundo, indo até a porta. — Não demoro. — e saiu.

— Onde estão Stefan e Matt? — perguntei.

— Matt está na cozinha, — Damon respondeu. — Ele teve alguns cortes com as explosões dos vidros, Stefan foi pegar uns curativos.

— Ah, Deus, sinto muito.

— Não tem que se desculpar com ninguém, não foi culpa sua. — se aproximou. — Como você está?

— Bem.

— Sei que não é verdade, vai precisar do meu sangue e de uma ida ao médico, além do seu emocional que parece acabado.

Eu encolhi os ombros. Não estava bem mesmo,mas não queria falar disso, então mudei de assunto.

— Você precisava de mim.

— O que?

— Você queria uma resposta, eu acho que já descobri ela. — falei. — Eu fiquei ao seu lado naquele momento porque, mesmo sendo quando você menos mereceu, foi quando você mais precisou de mim. Como eu poderia deixar de me importar com você quando você mais precisava?

O olhar dele ficou suave, calmo, e um sorriso curto surgiu nos lábios dele.

— Obrigado. — falou, aproximando-se lentamente. — Agora você precisa de mim, é minha vez de provar nossa amizade.

Senti tranqüilidade nas palavras dele, algo entre carinho e ternura e percebi meu coração errar uma batida. Por um momento isso me assustou, mas acabei sorrindo também.


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Notas finais do capítulo

E ai meus amores o que acharam?
Espero que tenham gostado por que eu fiquei em estado de choque quando li o capítulo todo depois de escrito!
Espero que tenham gostado.
Criticas? Sugestões? Elogios? Deixem aqui nos comentários que iremos ler e responder cada um deles.
Amamos vocês, e até o Próximo Capítulo ( Sexta-Feira)