Wolfpack escrita por Junior Dulcan


Capítulo 3
1x03 - Mutated


Notas iniciais do capítulo

o/ De volta!
314 visualizações, 9 comentários, 11 acompanhando, 7 favoritaram e 2 recomendações!
Obrigado Pessoal! Muito feliz que estejam acompanhando minha história e cumprindo minha promessa se houvessem ao menos 10 pessoas acompanhando eu iria soltar o capítulo da próxima semana mais cedo!

Apenas um lembrete que apesar dos personagens de Teen Wolf não me pertencerem, os personagens originais criados para esse conto sim! Então nada de sair usando eles por ai, é crime!



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David

Se aquele dia tinha provado alguma coisa, era que ter uma audição muito sensível é uma droga. As aulas pareciam que nunca iriam terminar e cada risada, corrida, batida e até o giz sendo riscado no quadro negro eram sons torturantes e medonhos. Infelizmente meu tempo conversando com Jonny no final da primeira aula era curto demais para que pensássemos sobre o que tinha acontecido, tinha certeza que a mordida do animal havia transmitido alguma doença estranha que fazia minha adrenalina ficar tão alta que meus sentidos estavam em alerta vermelho.

O modo como meu amigo havia sido afetado era diferente, ele sentia fome, mas seu organismo não segurava nada que ele comia. Na terceira aula do Prof. Mendes que ensinava Matemática não conseguia mais suportar, ele percebeu que eu não estava bem e me liberou para ir à enfermaria. Minha escola Horizon High School, ou Escola Horizonte era uma das sete escolas com ensino médio da minha cidade e a segunda a usar o sistema em que os alunos é que mudam de salas quando acabam as aulas e não os professores.

A escola ficava na região sul da cidade a cerca de dois quilômetros após o perímetro urbano, foi construída fora da cidade por não haver na cidade um local amplo o bastante para comportar o prédio escolar. Sendo uma das três escolas que forneciam ensino profissionalizante complementar era a escolha da grande parte da cidade. Contava com quatro alas e duas quadras poliesportivas sendo as alas: duas para aulas rotineiras, um prédio de cursos profissionalizantes e o prédio administrativo, onde diretoria, secretaria, sala dos professores, sala de descanso dos alunos, sala de TV, Enfermaria e biblioteca ficavam.

Estava na ala das aulas rotineiras indo em direção ao prédio administrativo, isso significava passar por quase toda a propriedade para chegar a enfermaria. A maior parte da escola tinha paredes brancas e azuis, as cores do colégio e o piso liso, o caminho até a enfermaria requeria passar em frente ao jardim botânico e as estufas usadas nas aulas de química e biologia aplicadas. Não havia muito barulho nos corredores e isso me acalmou um pouco, passei por alguns alunos até chegar a enfermaria. Quando entrei já havia alguém lá.

Jonny estava lá, tinha a aparência um pouco melhor, mas ainda estava com o rosto abatido. Suas roupas tinham marcas de sangue e água, ele tentava se limpar quando me avistou e derrubou o que parecia ser um quarto de carne bovina crua e sangrenta.

— Jonny? O que você está fazendo? – Ele voltou o rosto na minha direção e vi algo que me fez parar, os olhos dele estavam totalmente brancos e sua expressão era feroz. Tudo se desfez em segundos e então ele parecia normal de novo, extremamente confuso e envergonhado.

— Não me julgue! Eu estava faminto... E senti o cheiro vindo do refeitório! Me escondi aqui porque a enfermeira não veio trabalhar e o cheio não me deixava pensar direito... Ah, meu Deus! Eu virei um daqueles malucos que come carne crua! – Ele se largou no chão a carne totalmente esquecida, o sangue ainda escorria e isso poderia virar um problema no futuro.

— Tudo bem. Vamos manter a calma, pelo lado positivo parece que você não vai vomitar! – Minha voz estava mais aguda que o normal, e isso só fazia transparecer meu nervosismo. – Pelo lado ruim, você estava comendo carne crua e sangrenta o que é acima de tudo muito nojento! Seus olhos estavam estranhos, brancos e poderia jurar ter visto uma linha de dentes afiados que você não costuma ter!

— O que está acontecendo? Você não está tendo esse tipo de problemas está?

— Não apenas minha audição que está meio louca. Minha cabeça parecia que ia explodir com os sons.

— E como ela está agora? – Assim que Jonny fez a pergunta foi que me dei conta que minha audição havia retornado ao que sempre foi. Talvez o susto tenha me ajudado, ou o efeito da adrenalina exagerada do meu corpo tivesse desaparecido.

— Normal. Que estranho. E sua fome como está?

— Me sinto normal agora, até com vontade de comer fritas com queijo. – Jonny se colocou de pé, por sorte eu tinha uma camisa extra na minha mochila e após ele mudar pela que estava vestido, escondemos o pedaço de carne e saímos depressa da enfermaria.

Iríamos dividir dois tempos de Educação Física e é claro treino de basquete e futebol, apesar de vivermos num país que futebol é praticamente a paixão nacional era o basquete o grande orgulho e paixão da cidade. Já havíamos participado de quatro campeonatos estaduais e vencido o último, apesar de não ser um grande jogador fazia parte do time reserva de basquete e havia mais de um ano que almejava ser jogador titular.

Chegamos à quadra e dali direto para o vestiário trocar de roupa, estávamos no começo da temporada e isso significava que o técnico iria escolher nos treinos quem jogaria como titular naquele ano. Jonny era do time de futebol e jogava como zagueiro, mas também era jogador de basquete e foi titular no ano anterior. Esse ano ele tinha intenção de largar o esporte e se dedicar totalmente ao futebol.

Quando finalmente chegamos à quadra o time inteiro já estava lá, o treinador já estava gritando e deixando todos animados para os treinos. Thomas Luz era o treinador da equipe há dois anos e ensinava Educação Física e Sociologia, um homem alto e atlético de origem mexicana, provavelmente devia ser ainda mais impressionante em sua juventude, mas ainda conservava o porte forte e a expressão "Treine como se não houvesse amanhã", devia ter por volta dos trinta e oito anos, moreno, cabelos curtos e pretos sempre escondidos por debaixo do boné, olhos castanhos escuros, nariz reto, mas parecia funcionar bem com o queixo proeminente e os lábios retos.

O capitão do time de basquete era Eduard, ou como ele gostava de ser chamado "Edy", era o tipo de pessoa que sabia unir a equipe e fazer com que todos trabalhassem juntos. Com seus quase um metro e noventa, era o melhor jogador da escola e possivelmente um dos melhores da região inteira. Como não ser alto e atlético não fosse o bastante ele ainda era loiro, cabelo curto e repicado, tinha a pele clara como se nenhum raio solar fosse capaz de bronzeá-lo, dentes brancos e retos que ele usava para sorrir o tempo todo, olhos azuis claros e um tom calmo de voz que derretia a mulherada.

Infelizmente para as garotas e com brados de alegria de muitos garotos que não o queriam como competição injusta, Edy era gay, ninguém tinha nenhum problema com isso é claro. O fundamental era sua liderança como capitão e não quem ele beija, particularmente não tinha nada contra ele, Jonny era a pessoa que rivalizava com o capitão. Ambos eram muito populares, era difícil para meu melhor amigo aceitar não ser o capitão da equipe, ele tinha o hábito de querer estar no controle das situações.

— Estamos no começo da temporada, quem está no banco é sua chance de mostrar que tem algo para adicionar a equipe! Estar no time colocam vocês em evidência! As garotas... – O treinador olha para Edy por um instante antes de continuar. – ...e garotos vão adorá-los! Seus pais ficarão orgulhos! Edy, monte duas equipes com titulares e reservas misturados e vamos ver o que eles podem fazer!

— Tudo bem, quero metade dos reservas que tiveram melhor desempenho com Jonny e Dennis! O restante fica na minha equipe, vamos fazer um jogo limpo! E nada de faltas! Isso é com você Leo!

Não estava exatamente animado em jogar com Jonny e Dennis, ambos eram competitivos demais para jogarem como uma equipe funcional. Jonny normalmente ocupa a vaga de Ala-Armador e Dennis como Pivô, um jogador que ocupa a vaga de Ala-Armador é um especialista em arremessos, ele deveria possuir um grande controle de jogo e geralmente devia ser capaz de arremessar de toda quadra. Jonny era bem ágil e isso lhe dava vantagem quando jogava com vontade, o Pivô é o jogador mais alto e com maior porte, Dennis cumpria esse requisito com extrema facilidade porque parecia um armário de tão grande, sua função era fazer a maior quantidade de defesas sem cometer falta, mesmo não possuindo grande controle de jogo. Hoje se jogassem como uma equipe poderiam formar uma defesa sólida contra nossos adversários. Por ser o mais focado em habilidade de jogo sempre treinei como jogador de Ala, isso significava que eu devia ter mais controle de jogo e ficar atento as jogadas dos meus armadores. Minha função era ter um controle completo da quadra, mesmo não sendo tão grande quanto o Armador, manter bons arremessos de distância mediada e focar na ofensiva na região do garrafão que é a área próxima a cesta.

Os outros jogadores ocuparão as posições de Armador e Ala-Pivô, sendo o Armador responsável por preparar as jogadas e manter o melhor controle de jogo possível e o Ala-Pivô possui um porte grande e jogam de forma semelhante ao pivô, além disso, tem bons arremessos de média distância e Post Game que constitui em jogar com suas costas viradas para a cesta.

Edy era o Armador do time adversário e eu sabia que sua equipe iria seguir tudo o que ele dissesse, o problema seria ter o mesmo sincronismo com Jonny e Dennis. Quando o treinador soou o apito notei algo estranho, conseguia ler os movimentos de todos na quadra como se estivessem se movendo em câmera lenta e tivesse o tempo todo do mundo para decidir o que eu faria. Dennis e o ala-pivô não pareciam nem um pouco preocupados em fazer nossa defesa, mas Jonny surgiu entre Dennis e Edy, o passe foi perfeito, até que percebessem que ele havia tomado a bola ele já havia cruzado o ala-pivô adversário e arremessado em minha direção.

A bola parecia até parada para mim, corri pela quadra saltei e a peguei ainda no ar, um toque no chão, desviei do pivô, dois apareceram e de alguma forma realizei um salto mortal sobre os dois dentro do garrafão fazendo uma enterrada na cesta. Havia um número considerável de pessoas assistindo ao treino e todos começaram a gritar e comemorar, nem conseguia acreditar no que estava acontecendo até...

— David! Venha aqui! Em nome de Cristo que droga foi essa?! Isso é uma quadra de basquete não um centro de ginástica! – Eu não sabia o que iria responder ao treinador, para ser totalmente honesto, não tinha ideia de como tinha feito aquilo.

— Desculpe treinador, eu só estava tentando fazer uma cesta...

— É? E você fez! Sabe do que mais? Vai jogar como titular agora rapaz! Jonny, bom arremesso você também vai ser titular! – Era fácil esquecer as coisas estranhas que estavam acontecendo naquele dia quando se recebe a notícia que você vai ser titular pela primeira vez na vida! O restante da partida foi tão bom para mim e Jonny como a primeira jogada, estávamos imbatíveis e com um controle de jogo que parecia até telepático, nossa equipe inspirada pelos primeiros pontos jogou como nunca garantindo a partida.

Após a escola ainda empolgados por tudo que havia acontecido Jonny e eu queríamos voltar a reserva, era loucura, mas talvez houvesse algumas pistas de que tipo de animal havia nos mordido. Nossos planos foram interrompidos quando avistei Helen, ela estava no portão de saída olhando como se esperasse por alguém, quando nos viu acenou para que fossemos até ela. Mateus não estava por perto o que era estranho, mas eu não iria reclamar. Ela estava bonita como sempre, o cheio de morangos, rosas e biscoitos flutuando de seu corpo até o meu, os cabelos jogados para o lado direito destacavam o brinco em formato de lua em sua orelha.

— Não tive a chance de falar com vocês durante o treino de basquete. A equipe de corrida das garotas estava fazendo tanto barulho que não conseguiria falar nem se tentasse. – Saber que ela estava observando o jogo me fez sorrir, o dia só melhorava! – Aliás, belo arremesso Jonny, e boa enterrada David, não sabia que vocês eram tão bons. E então o que vão fazer mais tarde? Kelly vai dar uma festa na casa dela e todo pessoal do time de basquete e futebol vão aparecer, vocês vão certo?

— Não sei. Outra festa? Mal sobrevivemos a última!

— Nem me fale, Kelly diz que é uma excelente forma de esquecer o trauma dos eventos passados, só esqueceu que o evento passado também era uma festa. Não quero ir de fato, mas se vocês forem ao mesmo fico segura se algum animal atacar. – Ela sorriu com a própria piada, não podia recusar o convite dela, ainda não entendia o que estava acontecendo, mas o que poderia acontecer que já não tivesse antes?

— Tudo bem, nós com certeza vamos! – O sorriso de resposta dela me fez até querer agarrá-la ali mesmo e beijá-la até me sentir satisfeito, mas infelizmente tive que conter meus desejos. Fiquei observando ela se afastar ainda cheio de alegria,

— Você consegue ao menos não pensar em sexo toda vez que a Helen aparece na sua frente? Até o momento ela tem namorado. – Jonny e sua água fria para acabar com meu bom humor. Por sorte a garota já havia se distanciado e entrado no carro dos pais, não sei se aguentaria a reação dela as frases de Jonny. – Tem noção que não sabemos o que está acontecendo? Aquilo na quadra hoje foi legal e tudo mais, mas também foi fisicamente impossível para nós.

— Bom ficar pensando nisso não vai mudar nada, e é uma festa na cidade, não vai ser como se um animal selvagem fosse invadir a cidade só para ir para a festa da Kelly.

— Tudo bem, vou ter que ir ao açougue e comprar carne. Estou com fome de novo e parece que apenas carne crua me deixa bem.

— Não seria melhor ir ao hospital?

— Estou achando que o hospital não vai saber o que está acontecendo. Além do mais talvez passe, com você o problema da audição passou, então essa dieta estranha não deve durar.

Quando finalmente me despedi de Jonny e fui para minha casa já passava um pouco das uma da tarde, provavelmente tinha perdido o horário do almoço e em consequência não veria minha mãe hoje. Com todos aqueles turnos malucos como professora, ela quase não estava em casa, dava aulas de Biologia para faculdade local e era muito boa nisso, nossa casa era repleta de fotos e outras coisas que ela havia trazido das suas viagens como bióloga. Havia deixado às viagens para segundo plano após o casamento e quando meu pai faleceu ela passou a trabalhar na faculdade e em laboratórios, nunca mais viajou a trabalho.

Nossa casa ficava na região oeste da cidade, um bairro comum como outro qualquer: com crianças na rua, alguns pontos comerciais e carros estacionados em vários lugares. Minha mãe havia comprado essa casa quando eu ainda era um bebê e sempre me falava que ela e meu pai diziam que teriam uma família feliz ali. A construção era relativamente boa, com muros altos e pintados de um tom verde floresta que minha mãe gostava muito, o portão de entrada grande e de metal não deixava nenhuma parte da casa a vista. Era feita recuada, dando espaço para um pequeno jardim a frente, orgulho e paixão da minha mãe, ela adorava plantas e tínhamos uma verdadeira coleção da mais variada espécie e cores.

A garagem estava vazia e ficava afastada do jardim para não haver acidentes, a porta de entrada era de madeira e tinha quase uns dez anos, a última tinha sido removida por causa de um repentino ataque de cupins. Passei rapidamente pela sala indo em direção as escadas, meu quarto ficava no segundo andar quando pensei em fazer um lanche.

Já estava na cozinha quando notei que a porta dos fundos estava aberta, minha mãe nunca deixaria isso acontecer, era sempre muito atenta com a segurança. Logo olhei atrás da porta procurando nossa "arma letal" um longo pedaço de cano de metal que guardávamos. Andei na ponta dos pés à procura do invasor, um cheiro chamou a minha atenção. Terra molhada, grama e colônia para barba, nada daquilo parecia ser meu e vinha da dispensa.

Meu coração parecia saltar do peito enquanto me aproximava da dispensa, podia até ouvir o som de algo batendo regularmente "tum, tum...tum,tum..." quando finalmente abri a porta algo colidiu comigo e me derrubou. Um homem, alto e encapuzado, as roupas pingando com água e sujas de terra. Ele passou por mim rápido e se virou na porta da cozinha, os olhos vermelhos como faróis.

Foi mais rápido que eu poderia esperar e muito confuso, em um momento ele estava ali e depois não estava mais. Minha mente se agitou como se estivesse diante de alguém que eu já conhecia. Procurei mais de uma hora nas ruas, mas ninguém havia visto sequer o rastro do homem. Liguei para Jonny, mas ele não havia recebido a estranha visita.

Queria faltar à festa e ir procurar o homem, mas não poderia deixar Helen achando que havia algo estranho acontecendo. Quando finalmente a noite caiu à lua estava alta no céu, fui para a festa. As pessoas pareciam nem se importar que apenas um dia atrás um colega de escola havia morrido em uma festa, Helen me distraiu no momento que a vi. Estava incrível, os cabelos soltos e lisos emoldurando o rosto, o batom claro e brilhante tornava seus lábios duplamente irresistíveis. A jaqueta de couro sobre a blusa rosa e os jeans que emolduravam sua cintura tornavam difíceis não pensar em coisas que não deveria.

Mateus estava ali perto, carrancudo e furioso, não parava de lançar olhares malévolos na minha direção, mas estranhamente ele não se aproximou ou falou nada quando Helen me abraçou. Ela seguiu meu olhar e seus olhos mudaram para ameaçadora desaprovação ao ver Mateus, estava confuso, não entendia o que estava acontecendo.

— Nós terminamos. E Mateus não está aceitando muito bem. – Ela falou lendo meus pensamentos, não sei se ela conseguia perceber que eu estava quase dando gritos de alegria. – Ele acha que eu o estava traindo com você.

— Ah é? – Intimamente eu sorri, é claro que eu gostaria de estar com ela, mas não seria capaz de fazê-la trair o namorado, não era o meu estilo. Ela pareceu notar minha inquietação e sorriu.

— Não fique se sentindo culpado! Não estávamos bem há muito tempo, ele me largou na floresta com um animal selvagem, muito covarde da parte dele. Não consegui aceitar isso. Ele só está sendo idiota como de costume.

— Não me sinto culpado! – Ela me deu um sorriso tímido, cara ela era perfeita! – Então porque estava namorando com ele?

— Tenho me feito essa pergunta o dia todo. – Jonny havia chegado à festa, ele parou por tempo o bastante para me cumprimentar e dar um rápido abraço em Helen. Ele parecia muito bem, sem olheiras e sua pele estava de volta à tonalidade natural, até estava agindo como normalmente era.

A noite parecia perfeita e o incidente com o homem de olhos vermelhos tinha passado para último plano em minha mente, a música estava demais e as pessoas se divertiam, me senti mal por Marcus, mas estava feliz por ter uma oportunidade com Helen. Quando iriamos começar uma música lenta senti um arrepio, um uivo cortou o som na noite.

Ninguém além de mim parecia ter ouvido, esperei um momento, talvez fosse minha imaginação. Um segundo uivo, parecia um tipo de alarme. Jonny apareceu à boca cheia de carne mal passada, os olhos arregalados.

— Helen tenho que ir checar uma coisa! Fique aqui eu já volto!

Jonny me seguia e em instantes havíamos nos afastado da festa, o som da música estava distante, mas podia ouvi-lo como se estivesse bem do meu lado. Os uivos continuavam em direção a floresta, e era impossível não ser atraído por eles. A rodovia que ficava em frente à floresta estava completamente vazia, não havia nenhuma casa a menos de um quilômetro daquele lugar.

O primeiro tiro atingiu de raspão meu braço, senti a dor, mas de alguma forma consegui evitar uma área vital, havia alguém além dos limites da floresta mirando em nós. O segundo tiro quase acertou a cabeça de Jonny, e então homens camuflados imergiram da mata com armas e bestas. Eles atiravam sem piedade, tentamos correr de volta para a cidade, mas eles haviam nos cercado nos forçando a ir para a floresta.

— O que vocês querem da gente?! Não temos dinheiro droga! – Jonny não precisava gritar para saber que esses caras não eram ladrões. Eles estavam nos caçando, por algum motivo doentio. Estávamos a meio caminho da entrada da floresta quando uma bomba explodiu diante de nós, um som agudo e perturbador. Cai no chão sentindo dores de cabeça ainda maiores do que havia sentido na escola.

O som da arma sendo carregada me trouxe de volta a realidade, o caçador estava ao meu lado. Esperei o disparo, mas o som que escutei, porém foi de ossos quebrando e um corpo batendo contra o asfalto. Quando olhei para os lados a procura de alguma coisa que fizesse sentido vi o home de capuz, ele havia derrubado dois dos caçadores e ajudava Jonny a ficar de pé.

— Corram! Vão para a floresta! AGORA! – Tinha muitas perguntas, mas naquele momento apenas corri. Fomos derrubados segundos depois de entrar na mata, uma armadilha feita com tronco de árvore veio de cima e nos acertou em cheio.

— Peguei eles! – Outro caçador. Veio direto para Jonny e espetou ele com uma faca, sangue jorrou da ferida feita no peito do meu amigo. Senti a raiva crescer dentro de mim, forte e monstruosa como uma fera enjaulada e raivosa. Quando fui para cima do caçador ele nem teve tempo de reagir, bati com força usando apenas uma mão ele voou pelos ares batendo em uma árvore e não levantando mais.

Um segundo caçador atirou de uma besta, mas me sentia imbatível aparei a flecha em pleno ar. O homem mirou em Jonny e tentou mais uma vez, ele desviou com facilidade e partiu para cima do atacante. Por um momento achei que Jonny havia apenas se jogado contra o caçador, mas o grito de agonia do homem mostrou algo diferente. Jonny havia cravado os dentes próximo ao pescoço do homem e arrancado um naco de carne sangrenta.

O homem agonizou por alguns segundos antes de morrer engasgado com o próprio sangue, largando o corpo no chão meu amigo ajoelhado abre os braços e levanta a cabeça a jogando para trás enquanto um grito ou melhor dizendo rosnado monstruoso escapava de sua garganta. Ele tinha dentes curtos e afiados e os olhos brancos a expressão assassina de um predador.


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Notas finais do capítulo

Chegando ao final de mais capítulo/episodio de Wolfpack

Agora contando com imagem e tudo mais!

Eu sei que tá muito cedo para isso, mas esse é meu Dreamcast até o momento para meus personagens!

David - Alexandre Cunha (modelo)
Jonny - Nick Jonas
Helen - Victoria Dawn Justice
Edy - Chord Overstreet
Kelly - Jennett Mccurdy



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