Wolfpack escrita por Junior Dulcan


Capítulo 12
1x12 - End Game


Notas iniciais do capítulo

Eai meus caros Wolfers!
Final da temporada T.T é muita emoção, pessoal não se afobem com as pontas soltas que vão ficar, elas serão respondidas no futuro.
Foi um grande prazer escrever essa fict e agradeço a todos que acompanharam até o final, aos comentadores fieis: Alex, Kohau, Starkiller, ShootStar, Luiz Richalski, Sony Valde e Litthie um grande abraço e um grande obrigado por terem cedido um tempo para ler e comentar meu trabalho!
Agradeço a todos que marcaram como favorito e os que acompanham mesmo no anonimato e mais um extra para os que recomendaram: Alex, ShootStar, Starkiller, Kohau e Asteroids!
A nossa promoção vai ser feita por etapas pessoas, dentro do hiato que a fict vai ficar, durante o hiato terá as promoções. A primeira vai estar no final desse capitulo e as demais avisarei via inbox para todos que favoritaram a fict.



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Anteriormente em Wolfpack... Todos os eventos se interligam trazendo o grupo para o confronto final contra James. O alfa que buscou por toda sua vida um meio de se vingar dos caçadores agora enfrenta seu irmão e todos aqueles que o apoiam. É agora todos estão juntos para o grande desfecho.

Lucca

Não dava para acreditar no irmão que eu tinha, passamos anos tentando inclui-lo nos negócios da família e ele nem dava a menor atenção, agora era só um cara bonito aparecer e ele já se achava o líder de tudo. Tudo bem aquele lance de quebrar o nariz do Gustavi tinha sido bem divertido de se assistir e até mesmo sua capacidade de seguir pistas era bem avançada, mas isso não justificava suas ações.

Somos caçadores, não passamos nosso tempo checando os antecedentes criminais de lobisomens antes de tomarmos uma iniciativa. Meu irmão parecia não ver que perdemos nossos homens em uma emboscada na floresta, não era possível um alfa ter um controle tão grande do ambiente sem saber o que o esperava.

Tinha certeza de que de alguma forma aquele monstro tinha virado a mesa, transformando caçadores em presas. Ele não poderia ter ido até nossa casa, estava tão bem protegida que nada sobrenatural poderia entrar ali. Então tinha que haver alguém de dentro lhe passando as informações.

Quando Eddy informou que havia encontrado outro alfa isso acendeu uma luz em minha mente, pela descrição física relatada eu sabia quem era. Conhecia Henry Lautner havia alguns anos, sabia de sua história com os caçadores e sabia que onde quer que eu o encontrasse ali também estaria seu irmão, James Lautner.

Conheci Henry há alguns anos no México, quando ele estava rastreando o irmão na cidade. Nosso primeiro contato não foi nada amistoso já que eu meti uma bala de wolfsbane no peito dele que por pouco não o matou. Tudo não passou de um mal-entendido, um dos bem complicados.

Naquela época eu estava no deserto, meu grupo estava lidando com outros problemas, havia rumores sobre a Loba do Deserto e de um alfa poderoso que por alguma razão estavam trabalhando juntos. Nosso grupo levou semanas a procura de algo sólido, os Calaveras não queriam nos ajudar, nas palavras de sua líder eles já tinham muito com o que se preocupar para lidar com nossos problemas. Felizmente recebi ajuda de uma velha amiga da família, foi um pouco difícil encontrá-la, mas quando finalmente a contatei ela parecia, mais do que satisfeita em participar.

Ela chegou três dias após tê-la chamado, e devo dizer estava tão gata quanto me lembrava, mas aquela mulher sabia da força magnética que exercia sobre os homens. Afinal quando se é uma caçadora experiente e ainda faz parte da família Argent, ser incrivelmente sensual é um bônus.

–Kate! Bom te ver novamente. –Ela me deu um dos seus melhores e desconcertantes sorrisos.

Kate Argent era uma das mais famosas mulheres da família ancestral cheia de mistérios. Alta e dona de um corpo com curvas perfeitas, com uma pele clara, nariz arrebitado que lhe dava um ar arrogante extremamente sexy, lábios cheios e rosados, sorriso provocante, sobrancelhas bem delineadas, rosto fino de linhas suaves e queixo pequeno, olhos levemente puxados nas pontas de íris castanha clara, os cabelos castanhos louros eram compridos e emolduravam seu rosto.

–Ei Lucca! Seu inglês está bem melhor, quase não dá para perceber seu sotaque. –Ela não falava português, então usávamos o inglês. Suas roupas deixavam seu corpo bem marcado, com jeans escuro justo ao corpo, botas altas de couro, uma camiseta azul com uma jaqueta preta. Ela percebeu minha avaliação e sorriu satisfeita. –Eu sei, eu sou linda pode dizer.

–Sempre foi.

–Eu sei é uma dádiva. –Eu a ajudei a guardar a maior parte de suas armas em seu quarto, sua bolsa era cheia de balas especiais e armas personalizadas, uma das vantagens em estar em uma família que revendia para polícia e exército. –E então, qual é o problema que você está tendo por aqui?

–Aparentemente um alfa muito poderoso está atacando muitos caçadores nessa região com a ajuda da Loba do Deserto. Meus pais estão naquele caso no Canadá, então vim investigar.

–Os Calaveras não deveriam estar colaborando? Quero dizer, essa é a região deles. –Ela colocou a bolsa na cama e sem parecer nem um pouco mal a vontade retirou a jaqueta e depois a blusa, ficando apenas de sutiã. Levei alguns instantes para que meu cérebro voltasse ao assunto que estávamos discutindo.

–Hum... eles disseram que estavam muito ocupados no momento e que não poderiam lidar com isso agora. –Ela nem um pouco desconfortável com a situação retirou as botas, se ficasse um pouco mais aqui não seria capaz de pensar com clareza. –Você quer que eu saia? Para você se trocar...?

–Te incomoda eu estar seminua na sua frente? –Ela sorriu com uma expressão educadamente curiosa que me pegou de guarda baixa.

–Hum... não. Apenas achei que você ficaria mais confortável...

–Talvez você ficasse mais confortável se também estivesse seminu. –Fiquei encarando Kate por alguns instantes, quando tirei minha camisa ela me encarou parecendo aprovar. –Hum, cicatriz no peito. Corpo bem dividido, eu gostei.

Bom vamos dizer que ficou mais fácil de manter uma conversa sem ficar constrangido depois de cerca de duas horas no quarto com ela. Mais tarde Kate tomou posse de minha camisa enquanto discutíamos o que poderia ser feito para encontrar o alfa. A loba do deserto era outra história, conhecia sua reputação e sabia que se ela não quisesse ser encontrada, então não a encontraríamos.

Kate armou um plano no qual deixaríamos vazar a informação de que nosso grupo estava se movendo para o deserto. Com isso montaríamos uma equipe menor reserva para dar cobertura a distância ao grupo, quando o alfa atacasse poderíamos pegá-lo.

Tudo parecia calmo quando os carros cruzavam o deserto, Kate e eu havíamos montado um sistema de comunicação a distância com os caçadores a nossa frente e tínhamos atiradores posicionados em pontos estratégicos para pegar nosso alvo. Tudo parecia promissor, mas nada aconteceu como planejado.

Os caçadores a nossa frente foram atacados ao mesmo tempo que nossos atiradores escondidos e que nossa equipe recuada. Era agonizante ouvir os disparos e gritos dos homens, Kate se manteve firme ao meu lado, corremos e atiramos às cegas por alguns instantes. Até chegarmos numa formação que parecia uma grande fissura na terra, era um bom local para manter posição, não ficaríamos expostos aos atacantes.

–Perdemos a comunicação com toda a nossa equipe, não tem como apenas um alfa ter nos emboscado dessa forma! –Kate nem parecia me escutar apenas mantinha suas armas em mão atenta a tudo a sua volta.

–Com certeza que não. –Uma mulher surgiu a nossa frente na fissura, com certeza parecia saber que estávamos indo naquela direção. Nunca a tinha visto pessoalmente antes, mas sabia quem era. Até sua voz que eu nunca tinha ouvido antes, soava fatal e fria.

–A Loba do Deserto. –Ela fez um aceno concordando com Kate, ambos apontamos nossas armas para a mulher, o alfa não era uma ameaça tão grande quanto a pessoa a nossa frente.

–Por favor, abaixem essas armas, se quisesse ter matado vocês dois já teria feito antes, apenas não o fiz porque tenho um acordo com alguém que está mais interessado em vocês. –Ela apontou para nossas costas, apenas eu me virei, Kate manteve a posição. O homem parado a nossa frente era um estranho para mim, sua expressão cruel, no entanto era bem conhecida no rosto de assassinos.

–Que prazer em conhece-los pessoalmente: Kate Argent e Lucca Hunter. Duas das mais antigas famílias de caçadores, toda aquela lenda sobre a gévuadan e sobre o antigo conto do capuz vermelho, é realmente intrigante. –Não era nada bom saber que aquele homem sabia quem éramos, estava bem claro agora que ele tinha planejado tudo com muita cautela.

–Como você sabe nossos nomes? –Mesmo não tendo tirado os olhos da Loba do Deserto, era certo que a pergunta de Kate era para o alfa.

–E como não saberia? Principalmente o seu Kate, você é tão famosa. Toda aquela coisa envolvendo o incêndio na mansão dos Hale. –A respiração dela parou por um momento, não sabia do que eles estavam conversando, com exceção do incêndio na mansão dos Hale que todos conheciam, não entendia como isso tinha ligação com Kate.

–Lautner, não tenho a noite toda para perder com isso. Se vai morde-los faça de uma vez. –Fiquei em choque ao ouvir aquilo, não havia maior desonra para um caçador do que se tornar um lobisomem. Pelo código dos Argents, se Kate fosse mordida teria que tirar sua própria vida.

Os olhos do alfa ficaram vermelhos e ele colocou as presas de fora, era agora ou nunca. Não tinha a menor intenção de ser transformado em lobisomem e pelo visto Kate também não. A tensão no ar ficou palpável até o alfa atacar, meu disparou nem sequer o feriu e no instante seguinte rolei para o lado para evitar seu ataque ao mesmo tempo que Kate e a loba trocavam tiros.

Não tinha jeito de sairmos dali sem matar nossos adversários, Kate arrancava grandes pedaços de terra com sua espingarda de cano duplo serrado, o que aquela arma não tinha de tamanho compensava no estrago que fazia.

–Venha! Cai para dentro cadela! –Era meio excitante ver o modo como aquela caçadora mesmo em um momento como aquele encarava o perigo sem medo. Meu lado não estava muito bem, o alfa era rápido e forte, e estávamos num ambiente fechado onde ele levava a vantagem. Apesar de ter escapado de suas investidas ele estava reduzindo minha área e logo estava sem espaço para movimentos, o risco de levar um tiro da loba do deserto era alto.

O alfa agora não iria errar, podia ver a expressão de triunfo até que o gemido de dor vindo da loba do deserto me distraiu. Por um momento fiquei sem fala, outro alfa havia aparecido. Era idêntico ao que estava a poucos passos pronto para acabar comigo, ele havia cravado suas garras nas costas da loba do deserto a erguido no ar e jogado contra uma das paredes.

O novo alfa virou sua atenção em nossa direção e uivou, sua voz era uma mistura de rosnado selvagem, mas percebi imediatamente que ele não estava nos desafiando e sim o nosso inimigo. Kate e eu trocamos um olhar de segundos e viramos ao mesmo tempo atirando contra aquele que estava aliado com a loba do deserto. Nossas armas combinadas tinham o poder de fogo necessário para fazer o que uma não podia.

Ele recuou, mas seus olhos cor de sangue estavam cravados não em nós, mas em seu sósia antes de se virar e correr. O outro alfa fez menção de seguir e foi aí que num impulso atirei contra ele. No meu pente de balas havia apenas algumas de wolfsbane, as misturava com as balas comuns caso houvesse necessidade.

–Que diabos! –Fui até ele ainda procurando sinais da loba do deserto que já havia desaparecido, não havia nenhuma prova de que aquela cara não fazia parte do esquema. –Eu acabei de salvar suas vidas e assim que você agradece?

–Até onde eu sei você está envolvido nisso tudo. –Ainda estava apontando a arma para o lobisomem, até Kate intervir:

–Espere. Pode explicar o que aconteceu aqui?

–Estive seguindo meu irmão, ele procurou a loba do deserto para emboscar alguns caçadores. É tudo que eu sei, não sei por que ele queria transforma vocês! Inferno isso está queimando!

–Isso é uma bala de wolfsbane. E porque você estava nos ajudando?

–Não estava! Eu estou aqui apenas para matar aquele alfa e graças a você agora ele deve estar longe! –Kate me encarou parecendo avaliar o que estava acontecendo, parecia ter entendido mais do que eu de toda aquela história.

Ela pegou um dos cartuchos abriu tirou a pólvora especial de wolfsbane, colocou sobre uma pedra e ateou fogo. Uma fumaça azul saiu e em seguida sem muita cerimonia era pegou aquela massa preta queimada, tirou a camisa do lobisomem e pressionou com o dedo a mistura no ferimento. Tirando os gritos de dor e em um instante a ferida cicatrizou.

–Não vamos matá-lo nem nada do tipo. Ele acabou de evitar que fossemos usados para algum plano e aquele alfa disse algumas coisas que preciso entender. Vou voltar a Beacon. –Ela lançou um olhar para o alfa no chão antes de continuar: –No futuro não espere que eu seja tão legal com você só por causa desse seu abdômen.

Kate seguia adiante, esperei um momento antes de segui-la. Tinha algumas perguntas, mas não tinha tempo para faze-las. Aquele cara iria seguir o alfa, isso significava que iria encontra-lo novamente afinal estávamos seguindo a mesma criatura.

–Obrigado por hoje, mas como ela disse não espere que fiquemos amigos por causa do que aconteceu hoje, afinal sinto que vamos nos ver novamente. –Ele apenas concordou ficando de pé e dando as costas, essa foi a primeira vez que não matei ou capturei um alfa e também a primeira que tinha sido salvo por um.

Nos encontramos outras vezes depois daquilo e como das outras vezes ele havia ajudado em um momento crucial, logo fiquei sabendo que seu nome era Henry. Agora que sabia quem estava na cidade não era difícil saber onde encontraria a pessoa que podia me dar algumas respostas. Enquanto seguia a procura do único lugar onde tinha certeza de que encontraria ainda ouvia os ecos daquela noite onde um Argent, um Hunter e um Alfa trabalharam juntos por alguns segundos.

O lugar onde Henry estava escondido tinha que ser próximo a floresta e com o mínimo de pessoas circulando, ficou claro para mim que ele devia estar escondido em um dos terrenos afastados da cidade. Após checar dois grandes galpões encontrei os rastros de um carro na entrada do ferro velho. Uma busca no local foi o bastante para encontrar os containers que ele estava usando como abrigo temporário.

Para minha falta de sorte ele não estava lá, mas encontrei algo que valeu a busca: havia várias anotações e mapas tanto da reserva como das áreas em torno da cidade, todas marcadas com zonas onde o alfa estava. Algo mais chamou minha atenção, havia um freezer no lugar, não parecia ser usado para refrigerar bebidas. Tive um mal pressentimento ao verificar que estava cheio de bolsas de sangue e caixas onde se guardam órgãos.

Não tinha a menor ideia de para que ele queria aquilo, mas respondia à questão dos desaparecimentos nos hospitais. Se Henry não estava ali então era hora de seguir para a floresta além dos limites da escola, tínhamos muito o que conversar.

David

Não sei se é possível entender como em uma só noite tantas coisas aconteceram. Desde o ataque do alfa na escola até essa reunião no meio da floresta, era totalmente impossível entender o que estava acontecendo. Não consegui me lembrar de como havia chegado na floresta, nem do que tinha feito às pessoas ali, mas a voz de Helen foi o que me trouxe à tona.

A cena a minha volta não parecia nada promissora: com Jonny e Henry enfrentando o alfa que era idêntico a Henry, as garotas e Eddy estavam ocupadas lidando até aquele momento comigo e Max que para minha total perplexidade era um lobisomem. Quando recuperei meus sentidos e entendi a ameaça ao nosso redor, o ataquei sem nem pensar duas vezes, nos encaramos preparados para destroçar um ao outro.

Primeiro problema, ele não parecia bem. Seus olhos estavam vagos e inexpressivos, como um sonambulo ou algo do gênero. Segundo problema o sósia do Henry parecia achar que ao não atacar as garotas estava de alguma forma o afrontando. Por sorte Henry o atravessou com uma lança que eu nem sei onde ele arrumou e agora seu clone do mal estava ocupado demais para dar atenção a mim, isso até ele se transformar e assumir aquela forma monstruosa.

Max veio para cima de mim, para alguém que parecia um zumbi ele tinha excelentes reflexos e parecia saber lutar como poucos. Quando tentava cortá-lo com minhas garras ele sempre se movia afastando o corpo e se aproximando em seguida aplicando cortes nas laterais do meu corpo. Estava difícil competir com aquele cara, ele era bom demais para mim. Alguns poucos segundos de luta e eu já estava todo cortado e com sangue na boca.

–Acabe com ele! Mate todos! –Estava certo que iria morrer, quando Max ergue as garras meus olhos se fixaram em Helen, seus lábios formaram palavras que não pude entender, seus olhos cheios de medo. Naquele instante um zunido cruzou todo o lugar e algo fincou nas costas de Max disparando uma enorme descarga elétrica que o derrubou e deixou inconsciente em segundos.

–Então, espero que não se incomodem de invadir uma festa para a qual não fui convidado! –Eu não conhecia o homem parado a mais de vinte metros do lado oposto da clareira, ele portava um tipo de rifle modificado que com certeza tinha disparado contra Max.

–Lucca? –Eddy e Henry falaram ao mesmo tempo, ambos igualmente surpresos.

Infelizmente não havia muito tempo para felicidades, o alfa monstro parecia bem nervoso agora que tinha perdido sua vantagem com os betas. Ele atacou primeiro Henry e Jonny que mal tiveram tempo de desviarem, em seguida passou por Eddy, Kelly e Helen jogando-os contra árvores, depois atacou Lucca tomando sua arma e lhe dando um feio corte nas costas e por último ele me segurou no chão aplicando fortes golpes contra meu peito.

Sentia como se meu peito fosse partir até ele ser tirado de cima de mim, Henry pairou por um instante me encarando. Depois ele se virou para o sósia monstro, era a primeira vez que havia notado, mas os olhos dos dois eram a única coisa que diferenciava os dois alfas. Enquanto Henry tinha olhos de um tom mais voltado para o carmesim claro, os do sósia pareciam ter sido imersos em sangue, como se quisessem mostrar a diferença entre eles.

Fiquei de pé ainda sentindo fortes dores no peito, aos poucos todos pareciam se recuperar. Henry estava no combate principal, alguma coisa devia ter mudado para ele, parecia mais forte do que antes, como se algo tivesse mudado nesses poucos minutos na floresta.

O sósia parecia ter percebido a mesma coisa porque após uma falha tentativa de cortar o peito de Henry onde o mesmo segurou o braço ou pata, ou seja lá o que for aquilo, o monstro o encarou surpreso. Em seguida o som dos ossos quebrando fez o monstro se afastar, ele encarou os presentes e fingindo atacar seu adversário mudou de rumo atacando Jonny.

Corri em direção ao meu amigo, mas já sabia que não havia nada que eu pudesse fazer para impedi-lo, o monstro iria chegar primeiro, até que as balas voaram contra o monstro. Pude ver pelo canto do olho: Eddy, Lucca e Kelly apontando armas e descarregando sem piedade suas armas contra o monstro. Ele perdeu o equilíbrio abrindo os braços, não diminui meu ritmo de corrida e quando pulei aplicando um chute aéreo o monstro se afastou de Jonny.

Henry e meu amigo seguiram a deixa com mais dois chutes, o monstro reagiu derrubando os dois, mas Lucca disparou com seu rifle novamente dando uma enorme descarga elétrica no monstro.

–Pegue! –Helen havia pego a lança e a jogou no ar, Henry a aparou e por um instante ele e o sósia se encararam.

–Isso acaba agora! –Ele cravou a lança diretamente no coração do monstro e girou a arma fazendo um grande barulho de ossos, parecia querer garantir que o monstro morresse. Ficamos em silencio enquanto a fera voltava a ser homem e aos poucos seus olhos perdiam o brilho vermelho. –Finalmente acabou.

Todos ficaram em silencio por alguns instantes, a única coisa que interrompia era o vento noturno e a respiração pesada de todos. Ninguém ali estava em boas condições, Helen estava toada suja a roupa rasgada e sangue escoria de sua testa, além de ter os lábios inchados, mas para mim ainda parecia linda. Kelly também, diferente de seu visual super produzido, agora ela parecia um personagem saído com vida de um péssimo filme de terror, com grandes arranhões nos braços e no rosto.

Eddy com certeza era o pior, havia cortes em seu peito, braços e costas e tudo estava coberto de sangue, não sabia nem como ele conseguia se manter consciente, mesmo com Lucca o amparando. Os dois ainda ajudavam um Max que parecia não entender o que acontecia, ainda haveria tempo para tentar explicar o que tinha acontecido. Me juntei a Jonny que estava parado próximo a Henry, os dois tinham os olhos no sósia.

–Estou a anos procurando meu irmão, não consigo acreditar que tudo isso tenha acabado. –Irmão? Agora sim isso fazia sentido. Minha ideia de um clone do mal realmente soava meio infantil.

–Tenho que levar todos para o hospital, depois conversamos melhor sobre o que aconteceu aqui. –Lucca claramente estava falando com Henry, mas o mesmo não olhou para o homem, apenas acenou concordando.

Fui até Helen antes que ela fosse embora, agora que o perigo havia passado, talvez fosse a hora de nos entendermos finalmente. Ela ficou me observando enquanto caminhava em sua direção, felizmente ela não parecia exatamente desconfortável, apenas surpresa com tudo que tinha acontecido.

–Uau! Lobisomens, quem diria... –Tinha voltado a minha forma humana, era fácil ficar à vontade com ela por perto, Helen sempre foi o tipo de garota que sabia lidar com situações difíceis. –Aposto que se você colocar isso no seu currículo escolar vai chamar atenção das pessoas.

–Acho melhor não... –Sorrimos um para o outro. –Você não estava brincando quando disse que iria descobrir o que estava acontecendo.

–É eu sou bem teimosa. –Não pude mais encará-la sem fazer nada, quando a puxei para mais perto pela cintura, suas mãos se fecharam em torno dos meus cabelos e por um segundo nos olhamos diretamente nos olhos, o lugar não importava, apenas que ela estava ali e que seus lábios agora emolduravam os meus.

–Isso é hora para isso? –Jonny devia estar em algum lugar próximo, mas não desviei minha atenção do que importava. Mantive Helen ali colada ao meu corpo até me sentir satisfeito, o que não aconteceu, na verdade apenas aumentou meu desejo por ela. Agora sem alfas ameaçando minha vida, parecia que eu poderia finalmente aproveitar meu tempo com alguém que eu queria muito estar.

Henry

Apesar de como tudo havia andado naquela noite ainda era difícil acreditar que o propósito da minha vida havia chegado ao fim. Passei tantos anos tentando acabar com a dor que James havia me causado que agora que ele havia partido para sempre é que percebi que sua presença evitava que eu realmente sentisse as perdas que ele me causou.

Olhar para os olhos sem vida do meu irmão me fez reviver com tanta nitidez a morte de Thabata e do meu pai que chegava a doer. Enquanto os outros conversavam animadamente sobre o que fariam a seguir eu não sabia para onde ir.

–O que você vai fazer agora? –Jonny apareceu ali, ele conhecia uma pequena fração da minha história, talvez tenha entendido mais do que queria aparentar.

–Não sei, talvez enterrá-lo. Devo voltar para Beacon... não tenho mais nada para fazer aqui.

–Entendo, você tem alguém te esperando lá?

–Não. –Minha resposta curta estava tão carregada de verdade quanto de tristeza, não tinha ninguém lá para que pudesse voltar.

–Então porque você está indo embora? Somos todos, bom ao menos eu acho que somos todos amigos aqui. Você não sente? –Olhei para as pessoas presentes, a princípio não entendi o que ele queria dizer, mas logo entendi o que era: Aquelas pessoas me ajudaram em algo que eu havia lutado por anos, um tipo de laço de confiança havia se formado ali.

Sobre protestos pedia a todos que fossem embora, tinha que enterrar meu irmão sozinho. Haveria tempo no dia seguinte para conversas. Não tinha nenhuma pá comigo por isso voltei a escola e roubei uma, depois passei alguns minutos silenciosos cavando a sepultura. Minha vida com James passava em imagens em minha cabeça, todos os nossos momentos quando criança, até nossas brigas como adultos. Fiquei surpreso quando a primeira lágrima caiu, tão surpreso que parei por um instante para entender que realmente havia lugar para o pesar de sua morte em mim.

Fiquei ali pelo que me pareceu horas, após ter cavado o túmulo tive que ir novamente a escola pegar cordas e algo para cobrir o corpo. Foi um trabalho penoso, que parecia fazer com que todas as minhas lembranças viessem à tona e fossem queimadas.

Quando dei as costas aquele tumulo improvisado no meio da floresta havia me decidido, aquela parte da minha história estava encerrada. Pretendia falar com todos antes de ir a Beacon, visitar o túmulo daqueles que eram importantes para mim.

Levei alguns dias para conseguir combinar uma data certa, Lucca queria conversar com todos, ele até havia escolhido uma casa diferente para que todos pudessem ir. Era um apartamento no centro, do lado de fora parecia um prédio comum e bem discreto. O interior do apartamento era o diferencial, a mobília era praticamente rustica, como se tivesse sido tirada de um filme dos anos 80. Com grandes quadros e pinturas por todo lugar, havia algumas espadas e lanças usadas como enfeites.

Quando bati na porta foi Lucca que atendeu, ele parecia bem e sem nenhuma grande lesão dos acontecimentos recentes. Apesar de estar vestido como alguém que está prestes a sair em uma caçada ele não parecia bem descontraído. Na grande sala de estar estavam: Eddy, Max, David, Helen e Kelly.

–Onde está o Jonny?

–Não falei com ele desde ontem, mas ele sabia da reunião. Talvez tenha ocorrido algum problema. –David estava com um tom casual e despreocupado quando me respondeu, aquele devia ser um comportamento comum para Jonny.

–Já conversei a maior parte das coisas com outros, tinha esperanças apenas que você pudesse completar as lacunas. –Lucca passou por mim se largando ao lado de Eddy que era seu irmão. – Max me explicou que não fazia idéia do que estava acontecendo, então estamos meio empacados em saber tudo que aconteceu nesses dois anos.

–Não sei dos detalhes, mas provavelmente James usou o rapaz para ter uma rede de informações dentro dos caçadores, isso explicaria como ele sempre estava um passo à frente de todos. – Lucca concordou, com certeza ele havia chegado a mesma conclusão.

–Então o que seu irmão fez para você querer matá-lo? Sabe essa parte nunca ficou muito clara para mim... – David me encarou parecendo ter se arrependido da pergunta. – Ah! ... me desculpe.

–Tudo bem. – Contei uma parte de minha história, não me sentia confortável para explicar tudo que havia acontecido até aquele momento, mas expliquei o bastante para que a história fizesse sentido. No final com exceção de Lucca todos pareciam pasmos.

–Isso explica praticamente tudo, como nos encontramos no deserto tantos anos antes. Seu irmão tinha relações com muitos seres sobrenaturais poderosos, talvez valha a pena investigar o que ele fez nesses anos. –Não respondi Lucca imediatamente, isso parecia um tipo de convite e ainda não tinha nenhum plano de voltar aos antigos dilemas de minha família.

–Você vai sair por procurando o que aquele cara fez por todos esses anos? –Eddy ainda parecia bastante machucado, mas seu olhar em direção ao irmão era praticamente de desaprovação.

–Talvez. Acho que vale a pena saber o que alguém com tanto planejamento esteve fazendo todos esses anos. – Eddy não pareceu gostar da resposta do irmão, a relação deles me lembrava da minha e isso não ajudava. Queria esquecer tudo e não ficar remoendo o passado.

As conversas se multiplicaram daquele ponto, todos discutindo o que poderia ser feito a seguir. Expliquei os meus planos futuros para todos e trocamos números, em alguns meses estaria de volta a cidade após ir em minha cidade natal. Naquela noite foi uma das primeiras vezes que não pensei em vinganças ou na minha família perdida.

Jonny

Aquele tinha sido o mais conturbado período letivo da minha vida. Em algumas semanas tinha sido mordido por um lobisomem alfa, descoberto que era um wendigo, feito amizade com outro alfa que me ajudou com meus problemas como canibal, visto meu melhor amigo em seus melhores e piores dias por causa de sua condição como lobisomem e desistido de todas as chances de ficar com a garota que eu queria.

Aquela luta contra o irmão gêmeo de Henry na floresta havia sido o ponto alto das mudanças, não acho que minha vida poderá algum dia voltar a ser o que era. Estava preocupado com a parte de que agora que todos sabiam que eu era alguma coisa haveria com certeza certos problemas.

Eddy e Lucca foram surpreendentemente receptivos, eles reconheceram o que eu era instantaneamente após a luta e vieram conversar comigo no dia seguinte. Não tinha como mentir, expliquei tudo o que tinha acontecido, houve momentos tensos e bem difíceis de digerir, não contei sobre o caçador que havia matado acidentalmente, era uma informação que poderia passar no futuro.

Lucca foi um pouco relutante em aceitar minha condição, mas quando falei que Henry estava me ajudando ele concordou em me dar uma chance, contando que não matasse ele não interviria. Eddy parecia dividido, por um lado estava aborrecido que nas palavras deles usar poderes sobrenaturais em esportes tinha que ser considerado trapaça e por outro admitiu que achava a ideia de comer carne humana nojenta, mas que tentaria enxergar através da minha condição.

Minha situação com as garotas era diferente, Helen havia aceitado o que David e eu éramos sem problemas, ela sempre parecia se divertir conosco e para todos os efeitos parecíamos um grupo normal de adolescentes. Kelly era um problema a parte, para ela, aceitar nossa condição parecia mais difícil. Sempre senti que havia certa conexão entre nós, mas agora parecia que algo nos mantinha afastado um do outro, a garota a cada dia parecia menos feliz e eu não podia evitar de pensar que tinha algo a ver com sua descoberta do que éramos.

Esperava poder apagar essa má impressão com o tempo, afinal ela não tinha me visto fazer nada de mau, então segui meus dias normalmente. David e eu estávamos conversando nos últimos dias em fazer uma visita a Beacon Hills com Henry, afinal como sendo um lugar onde antes vivia uma prospera comunidade sobrenatural talvez fosse interessante conhecer o lugar, precisamos apenas dar uma desculpa para sumir alguns dias.

Finalmente veio o dia que todos iriamos nos reunir para discutir o que faríamos a seguir, como tudo estava calmo imaginei que agora todos tentariam prosseguir com suas vidas e esquecer o que houve. Estava no começo do dia e ainda nem havia decidido o que faria a seguir, desci as escadas pronto para encontrar Eva e ter uma das nossas épicas conversas matinais quando parei no quarto degrau.

Podia ouvir outros batimentos cardíacos na casa, muitos deles, ao menos seis ou sete. Todos estavam no andar de baixo e pareceram me notar imediatamente, talvez fossem apenas convidados da Eva. Tinha que parar de reagir exageradamente às coisas normais.

–Eva, você tem visitas? Não achei que iriamos receber alguém... – O grupo que estava parado na minha sala de estar era o mais diferente que já havia visto antes, quatro homens e três mulheres. Todos se vestiam de maneira semelhante aos caçadores, mas assim que o cheiro deles chegou até mim percebi que não eram pessoas normais.

–Olha só quem acordou. – A mulher à frente foi um choque, não sabia como expressar em palavras o que aquela visão representava. – Sua tia não parecia muito receptiva a respostas, já estava quase indo te acordar.

Olhei na direção que ela apontou e meu coração parou, Eva estava caída no chão ao lado da TV, inúmeros ferimentos pelo corpo e sangue por toda parte. Nossos olhares se cruzaram por alguns instantes, não conseguia falar, meus olhos ficaram em brasa enquanto minha respiração acelerava.

–Incrível como vocês dois conseguiram ficar escondidos por tanto tempo, considerando que essa aí nem se pode dizer que é uma criatura sobrenatural de verdade. – A mulher sorria com prazer ao olhar para o sofrimento de Eva e aquilo só me fazia querer, mais e mais parti-la em pedaços.

A raiva chegou a um limiar que eu não conseguia mais suportar, quando minhas presas surgiram sabia que não havia mais autocontrole em mim para evitar o que viria a seguir.

–Ohhhh! Ele ficou com raiva. –Quando ataquei apenas ela se moveu, os outros nem sequer pareciam notar minha presença. Ela se moveu tão rápido que nem sequer consegui perceber, no instante seguinte estava no chão sentindo aos poucos a escuridão sobre meus olhos.

–------------------Sneak Peak - Segunda Temporada---------------------

Na próxima temporada de Wolfpack... Agora três meses após o ataque de James, o grupo ainda se acostuma com o impacto que isso causou em suas vidas. David, Helen e Henry estão a procura de Jonny e Eva que desapareceram a quase três meses sem deixar noticias, enquanto Lucca irá passar por grandes problemas com a mudança de não apenas um, mais dois fortes grupos de criaturas sobrenaturais. Kelly estará em um limiar diferente agora que o mundo não é mais o que ela conhecia, ela passará por algumas mudanças.

Jonny e Eva estarão em uma situação crítica nas mãos do grupo que os capturou, os dois passaram por momentos de grande provação e sofrimento. Finalmente o Lobo Demônio, Deucalion chegará a Nova Horizonte, junto com seu bando de alfas.


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Notas finais do capítulo

E então chegamos ao fim!
Talvez não o fim que vocês esperavam, mas é o que temos... Eu sei que ficou tantas dúvidas no ar a serem respondias, mas não fiquem preocupados com essa parte, tudo vai ser explicado.
Teremos um hiato de aproximadamente 30 dias. É bem pequeno, mas eu preciso desse tempo para me organizar e planejar com cuidado a continuação dos eventos.
Sendo este o fim da temporada mesmo, irei responder perguntas sobre a segunda nos comentários, então se tiverem duvidas é só deixar lá que terei prazer em responder.

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