Deitei-me com os Lobos escrita por Denise Miranda


Capítulo 5
Sansa


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora para postar! Boa leitura.



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Sansa estava ao lado de Senhores e Senhoras menos importantes, enquanto toda a família Lannister e Tyrell assistia a ida de Myrcella Baratheon para Dorne.

Cersei lançava olhares furiosos para o Duende, enquanto o mesmo a olhava desconfortavelmente. Escutou também o choro de Tommem e Joffrey brigando com o mesmo. Margary estava ao lado do seu futuro marido. Seus cabelos castanhos caíam por seu ombro direito. Seu vestido era de um azul turquesa que combinava com os olhos de Sansa. A Stark percebeu que já estava tempo demais encarando a futura Rainha.

Se virou e se concentrou em Myrcella, que já estava bem distante. A garota era jovem, mas Sansa percebeu que não deixou cair nenhuma lágrima enquanto era levada para longe de sua família e de tudo que conhecia. Eu também fui levada para longe de tudo e estava feliz com isso, pensou. Até que a realidade se tornou mais sombria do que eu imaginava.

– Que os Sete protejam a princesa! - O discurso do Alto Septão havia terminado. Era hora de partir.

Sansa foi escoltada por alguns guardas carrancudos dos quais ela não sabia o nome. À frente, conseguia ver Margaery, Joffrey e Cersei sendo escoltados também.

– Aí está o nosso Rei! - Um homem que, pela sua aparência, poderia julgar que vinha da Baixada das Pulgas, gritou. - O Rei bastardo!

– Joffrey, estamos com fome! - Gritou outra voz.

O Baratheon fingia que não ouvia nada.

– Queremos comida! - Outro gritou.

De repente, vários gritos foram se misturando, e tudo aconteceu muito rápido.

Sansa ouviu um barulho e se virou na direção do som. Havia esterco no rosto de Joffrey. A Stark lutou contra a vontade de gargalhar.

– Quem fez isso?! - Gritou o Rei. - Eu quero a cabeça de quem fez isso! Matem todos! Matem todos!

E então, surpreendentemente, os plebeus começaram a atacar e os guardas rapidamente começaram a fazer a vontade de Joffrey.

– Venha, Senhora. - Um dos guardas que a escoltavam falou, e segurou seu braço com uma firmeza tão grande que Sansa sabia que ficaria roxo. Mas ela obedeceu e começou a apertar o passo.

O guarda que a escoltava de repente parou e começou a lutar com os rebeldes, deixando-a de lado. Quando viu, estava por sua própria conta. Olhou para os lados e não via mais ninguém que conhecia. Não conseguia ver onde estava Cersei Lannister, nem Joffrey e muito menos Margaery. Seu coração começou a bater mais rápido e logo Sansa foi tomada pelo desespero.

Correu o mais rápido que podia pelo caminho que a levaria até a Fortaleza Vermelha. Rebeldes e guardas se atacavam ao seu redor, e Sansa viu que o Alto Septão estava morto. Os rebeldes arrancaram o braço do pobre homem, percebeu, horrorizada. Apertou o passo.

– Vem cá, princesa. - Ela ouviu uma voz masculina, e logo seguraram seu braço. Eram três homens maltrapilhos. Quando um deles sorriu, Sansa viu que o mesmo não tinha dentes.

Sansa puxou seu braço e conseguiu escapar, mas eles não desistiram. Enquanto corria, eles corriam atrás, quase a alcançando.

Preciso chegar à Fortaleza Vermelha. Preciso.

Tomada pelo desespero, Sansa viu um beco e entrou no mesmo, pensou que poderia despistá-los. O beco era sem saída, e a Stark se escondeu atrás de um barril vazio.

Prendeu a respiração e tentou acalmar os nervos, mas parecia quase impossível. Seu cabelo estava despenteado e grudado em sua testa, e em seu peito havia a sensação de que o mesmo explodiria a qualquer momento.

Ouviu passos. Levou uma das mãos até a boca, para prender a respiração antes de ser descoberta.

– Ela entrou aqui! Eu vi. - Insistiu um dos homens que a havia perseguido. - Não desistirei. A princesinha não pode ter fugido.

– Não, Gilbert. Ela não fugiu. - Concordou um deles. - Ela deve estar escondida. Vamos procurá-la.

Sansa queria chorar, mas engoliu as lágrimas. Será que esse é meu fim?, se perguntou.

Então, como eventualmente aconteceria, um dos homens empurrou o barril onde ela estava escondida, e a encontraram suja, suando e abaixada.

– Aqui está a nossa princesa. - Sorriu o homem. Esse tinha alguns dentes, mas muitos também faltavam.

Os três a pegaram e Sansa começou a gritar, mas logo um deles tampou sua boca.

– Se você gritar, cortarei a sua garganta. - Disse o homem do qual chamaram de Gilbert.

Então nesse momento a loba se deixou ser tomada pelas lágrimas. Não havia mais nada a se fazer, mas mesmo assim não conseguia controlar o ímpeto de lutar contra. E assim o fez, mesmo sabendo que seria pior para ela.

Gilbert arrancou a parte de cima de seu vestido, deixando-a seminua. Seus pequenos seios estavam à mostra, e um dos homens levou sua mão encardida até ele.

– Socorro! - Gritou mais uma vez, mas sabia que era em vão. Agora, os homens gargalhavam. O homem bangela segurou seus dois braços, prendendo-a. Gilbert levou seu próprio dedo até a boca, deixando-o molhado. Arrancou a calcinha de Sansa e levou o mesmo dedo até seu sexo. - Não! Por favor, não!

A loba gritou de dor. Um outro homem já estava tirando a calça para penetrá-la, mas de repente, a garganta do mesmo foi cortada. Ao cair no chão, Sansa vislumbrou a pessoa que o matou.

Margaery Tyrell estava com um olhar feroz, do qual Sansa nunca havia visto antes. Soltou a respiração que não sabia que estava prendendo, e chorou de alívio.

Mas o homem que havia levado o dedo ao seu sexo se levantou e socou a boca da Tyrell. A mesma caiu no chão, e a adaga voou de sua mão.

– Agora temos duas vadias. - Disse um homem ao outro. - Eu pego a morena, você pode ficar com a ruiva. Depois trocamos.

– Está bem. - Respondeu Gilbert. Ambos gargalharam.

– Não! - Sansa gritou, se recompondo, e se atirou no homem que partia para Margaery, que estava no chão, com a boca ensanguentada.

A Stark pegou o homem bangela desprevenido, então o mesmo caiu no chão com o peso dela. Ela socou o rosto do cara, mas logo o outro a tomou pelos braços.

Margaery já havia se levantado e correu para pegar a adaga. Apontou a arma para os homens.

– Larguem ela! - Gritou, furiosa.

Os homens se olharam, apreensivos. O homem que não estava segurando a Sansa partiu para cima de Margaery, torcendo o pulso da mesma até que a adaga caiu no chão. Margaery gritou de dor.

Gilbert já havia tomado Sansa novamente, e a levou até o chão enquanto tirava sua calça. Mas Sansa, dessa vez, não gritou. Chutou o rosto do homem, e o mesmo caiu para trás, com o nariz ensanguentado.

– Vadia! - Gritou Gilbert, segurando o nariz.

Margaery partiu para cima do outro homem, socando-o sem parar.

– Margaery! - Gritou Sansa, mas a mulher parecia fora de si. A loba percebeu que o homem já não estava mais reagindo. - Pare! - Gritou mais uma vez, agora segurando o pulso da mesma. A Tyrell a olhou, seus olhos pareciam pegar fogo de tanto ódio, e Sansa nunca havia visto o semblante da outra daquela maneira. - Ele está morto. - Afirmou a loba, por fim.

Margaery, aos poucos, foi se recompondo. Sua respiração ofegante foi voltando ao normal, e ela se levantou.

Gilbert olhou para as duas, segurando seu nariz ensanguentado, e saiu correndo.

Sansa se deixou cair no chão sujo, fitando o mesmo, em choque. Margaery sentou ao lado dela, levando a mão até seu ombro.

– Está tudo bem agora. - Disse a garota.

Sansa olhou para baixo e percebeu que ainda estava seminua, com seus pequenos seios à mostra. Levou suas mãos até eles, escondendo-os. Sentiu que estava ficando vermelha, e não conseguiu fitar os olhos castanhos de Margaery por muito tempo.

– Sim. Graças à você, está tudo bem. - Disse Sansa. Após alguns segundos hesitantes, a olhou nos olhos novamente. - Por que se arriscou por mim? - Perguntou. - Você poderia ter morrido.

Margaery abriu a boca lentamente, mas logo a fechou. Se tinha algo para falar, parece que desistiu. Sansa sentiu sua respiração ofegante mais uma vez. A presença de Margaery a deixava sem fala, sem ação. Por que essa garota tem esse efeito sob mim?, se perguntou.

A Tyrell fitou Sansa nos olhos, castanhos como uma pedra opala escura, e azul como o céu de verão.

Margaery levou sua mão trêmula e suja até o rosto de Sansa, e a mesma permitiu que o fizesse. Lentamente, a Stark começou a fechar os olhos, ciente que estava a ponto de beijá-la. Beijar Margaery Tyrell, a futura Rainha.

– Achei vocês. - Uma voz grossa quebrou o silêncio, e Sansa pulou assustada. Olhou para Margaery por um instante, e percebe que suas bochechas começaram a corar novamente. - O Rei estava preocupado com a Senhora, Margaery. - O dono da voz era Sandor Clegane, o Cão de Caça. O homem ajudou as duas a se levantarem.

– Obrigada. - Margaery murmurou, não parecendo tão grata quanto gostaria.

Sansa se levantou devagar, sentindo seu corpo dolorido, e caminhou com ambos até a Fortaleza Vermelha, escondendo seus seios com os braços. Sansa percebeu que o Cão lançava um olhar discreto para as duas de vez em quando. Sansa e Margaery não trocaram mais olhares durante a caminhada até a Fortaleza.

Mais tarde, na mesma noite, Sansa se deitou numa banheira e deixou toda a tensão do dia ser eliminada aos poucos pela água quente. Suspirou. Fechou os olhos e visualizou o semblante de Margaery à sua frente. Eu quase beijei a noiva de Joffrey, percebeu, ficando aflita. Será que o Cão percebeu? O que será que acontecerá?, se perguntou.

Tentou relaxar, e ficou se perguntando qual seria a sensação dos lábios de Margaery pressionados contra os seus, e em como gostaria de descobrir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem, por favor ♥



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